Vou compartilhar mai um pouco com vc.
Ali no começo da era digital, a gente começou a socar o dedo no botão. Enquanto fazia um evento com 10 rolos de filme (360 fotos) no digital esse numero foi rapidinho para 800 fotos, 1000 fotos, pensava-se que não teria custo apertar o botão a vontade.
Com o filme se errava pouco, a exposição do filme era certeira, diferentemente do digital, não se errava com facilidade. No começo se eu tinha 3 fotógrafos em um evento, era 1 digital e 2 com filme. Depois inverteu até que cegou o momento em que nos habituamos e firmamos o workflow com a câmera digital e pronto.
Com o filme o maior impacto nos custos era o salário do fotografo, o rolo de filme e a revelação e ampliação em si, e a gente conseguia ver fácil o custo dessas etapas, bastava uma conta simples, pura matemática. O custo de uma foto era a soma de algumas atividades, e o valor da câmera (custo) ou a durabilidade não importava tanto, da câmera durava muito, custo dela era irrisório, o que menos importava.
Mas depois descobrimos que uma câmera simples e não profissional, acabava a sua vida útil rapidamente, então gente tinha que inserir no custo a depreciação dos equipamentos, com o desgaste, a troca do obturador, obsolescência tecnológica e tal... porque o custo da câmera digital era muito alto, então o investimento inicial era grande e a gente tinha que colocar um pedacinho deste investimento em cada trabalho.
Me lembro que logo de cara fui fazer fotos para uma revista de publicidade, o cliente era uma loja de materiais de construção. Fui tirar foto de cimento, de areia, de cal e gesso, lata de tinta, conexões de PVC fio elétrico etc... para um catalogo promocional que ira ser impresso. O depósito do cara era uma bagunça, todo sujo empoeirado, uma poeira fina impressionante pairando no ar, os funcionários trabalhando a todo vapor, trator pra cá, caminhão pra lá, e eu no meio da bagunça precisando posicionar os produtos, montar uma composição para fotografar e... Vc imagina ai o quanto de poeira entrou dentro da lente??? Chegou até a alcançar o sensor... ferrou toda a câmera... tive que mandar limpar tudo, gastei uma grana com isso.
E depois dessa seguiram as diversas outras roubadas, várias outras, acompanhar evento esportivo ao ar livre embaixo de chuva, reportagem na rua debaixo de chuva, fazer foto de bolo e de doce dentro de uma padaria na área que eles fabricavam pão, a câmera ficou melada de creme, grudada de pozinho de farinha açúcar e tal, e por ai foi.
Tudo isso pra dizer que, fui fazer as contas e entendi que um equipamento mais profissional, que tem como diferencial a durabilidade, resistência e confiabilidade, que consegue fazer 150 mil clicks vale mais a pena, e melhor investimento que uma câmera de entrada.
Mas obviamente que pra começar, sem saber se vai dar certo ou não, sem saber se vai ganhar mesmo dinheiro, é claro que seu equipamento tá legal sim; no futuro essa câmera vai acabar ai vc vai precisar compra outra pra continuar trabalhando, neste momento vc avalia e se for o caso compra algo mais resistente.
Abs