Autor Tópico: Música na Paulista  (Lida 4074 vezes)

Kika Salem

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Online: 13 de Novembro de 2008, 17:58:18
Domingo teve um evento na Av. Paulista chamado "Música na Rua". Fui lá com alguns amigos fotografar. Segue algumas fotos.

Sei que não é recomendado fotografar crianças, mas estas eram músicos mirins em apresentação pública numa das avenidas mais movimentadas do país.


Esse garotinho de costas era parte da platéia e estava fazendo a maior bagunça ao tentar interagir com os músicos. Desconfio que devia ser irmão mais novo de algum deles.


Essa eu preferi acentuar o ritmo dos violões e a partitura da canção infantil a identificar as crianças.


Algumas fotos da Orquestra Sanfônica de São Paulo, eram muitos músicos, por isso vou postar só algumas. O figurino era dessa cor dourada e com a luz do fim da tarde dava esse efeito reluzente.














Aproveitei o ensejo para fotografar uma artesã que embrulhava seus quadros com muito cuidado antes de ir embora.




Isso é que é vontade de ser fotografada...
Nem tinha visto essa senhora antes dela se esconder das câmeras. Só o fato de ver pessoas com câmeras fotográficas fez ela não só se esconder como emitir uma frase em inglês e cobrar pela feitura da imagem. Pois bem, achei tão inusitado a reação que a vontade de fotografá-la só surgiu quando vi ela cobrir o rosto com uma das moldura de seus quadros.
« Última modificação: 13 de Novembro de 2008, 18:09:37 por Kika Salem »


Chello

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Resposta #1 Online: 13 de Novembro de 2008, 18:05:57
Olá Srta Kika!

Satisfação ver suas fotos na galeria novamente!

Bom, gostei muito dos registros e algumas obaservações:


Nessa, poderia ter enquadrado um pouco mais do violão em primeiro plano, mudando de ângulo ou dividindo o quadro.


Nessa achei tudo muito harmonioso. Enquadramento, nitidez e principalmente as cores!

Como gosto dos enquadramentos diagonais, a primeira me agradou e muito!

Uma última observação é em relação ao PB. Achei que faltou um pouco mais de contraste para deixar a conversão mais interessante e envolvente.

Parabéns!!!!

Abs
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Naiberg

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Resposta #2 Online: 13 de Novembro de 2008, 18:36:05
Gostei bastante das imagens! Irado Kika! Ótimo registro.
Desculpem a minha "Agnorânça" mas pq não é recomendado fotografar crianças?


rogerio_prazeres

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Resposta #3 Online: 13 de Novembro de 2008, 18:54:43


Nessa achei tudo muito harmonioso. Enquadramento, nitidez e principalmente as cores!


Também achei essa foto muito interessante tanto pelas cores, pelo momento como pelos vários planos com informação.
É o tipo de foto que a gente olha inteira procurando os detalhes. Gostei bastante!

As outras todas tb são muito boas e esses reflexos dourados foram um show à parte, principalmente na pela negra!

:clap: :clap:

Ao contrário do Chello, gostei do PB assim suave. Acho que combina com o modo que essa lente desfoca.
Agora dirigindo um fusquinha das DLSR... Canon D30  :wub:

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Chello

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Resposta #4 Online: 13 de Novembro de 2008, 18:57:49
Desculpem a minha "Agnorânça" mas pq não é recomendado fotografar crianças?

Fotos de crianças sem autorização dos pais é complicado. Com criança acabamos caindo, inclusive, no artigo 17 do estatuto da criança e do adolescente:

"Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais."


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alfarrob

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Resposta #5 Online: 13 de Novembro de 2008, 19:11:38

Sei que não é recomendado fotografar crianças, mas estas eram músicos mirins em apresentação pública numa das avenidas mais movimentadas do país.


Aqui está uma afirmação que toca num ponto muito importante.
Fotografar crianças não tem nada de mal, não são elas o mais belo que existe?
Já a publicação das fotos na internet é, infelizmente, desaconselhável.
É muito triste que o seja, mas é verdade.

Quanto às fotos no concreto, acho que estão algumas muito boas, a minha preferida é a seguinte.



Raios de Sul (de Portugal):
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"Cuando pinto, mi objetivo es mostrar lo que he encontrado, y no lo que busco." - Pablo Picasso


Naiberg

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Resposta #6 Online: 13 de Novembro de 2008, 19:55:33
Desculpem a minha "Agnorânça" mas pq não é recomendado fotografar crianças?

Fotos de crianças sem autorização dos pais é complicado. Com criança acabamos caindo, inclusive, no artigo 17 do estatuto da criança e do adolescente:

"Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais."


Abs
Grande Chello! Vivendo e aprendendo! Obrigado!


Guigo_Mr

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Resposta #7 Online: 13 de Novembro de 2008, 21:54:12
Ótimos registro Srta. Kika !

Gosto deste Sr. tocando trombone de vara... e da Sra negra que toca sorrindo e sentindo o acordeon.

Parabéns !

 :ok:


wilsato

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Resposta #8 Online: 14 de Novembro de 2008, 07:48:56


Quanto às fotos no concreto, acho que estão algumas muito boas, a minha preferida é a seguinte.




Belos registros, boa nitidez e cores,  gostei dessa também  :clap:
 :ok:
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Kika Salem

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Resposta #9 Online: 14 de Novembro de 2008, 13:48:00
Obrigada Chello, Naiberg, Rogério, Alfarrob, Guigo e Wilsato pela disposição em destinar um pouco do tempo de vocês para comentar as minhas fotos, é sempre bom ver a recepção de pessoas diferentes, com interesses variados.

Bem, vou tentar criticar as minhas fotos como se fosse um exercício de análise, se é que é possível fazer isso com as próprias fotos.

Como sempre, eu deixei-me enfeitiçar pelas pessoas e quis retratá-las com seus instrumentos que o fator composição ficou em segundo plano, exceto uma ou outra fotografia que ficou a meio caminho.

Na questão composição gostaria de tomar a referência do Chello à primeira foto e ao enquadramento na diagonal para discutir com vocês. Embora seja a primeira foto postada não é a que mais gosto (segui uma ordem +- cronológica) justamente porque optei por esse tipo de enquadramento que considero uma fórmula facilitada para desequilibrar (no sentido literal) a construção da cena.

Não sei se isso faz sentido, mas a minha principal questão em torno desse enquadramento é que ele foi produzido por mim ao inclinar a câmera (recurso que considero fácil) e não foi o encontro de uma diagonal passível de ser explorada por mim na composição fotográfica (que seria um exercício de observação mais trabalhoso).

Sei que parece meio confuso o que estou dizendo, já abordei esse assunto num tópico do Ivan aqui na Galeria ("Um dia azul de maio"), mas como lá não citei um exemplo visível da minha questão sobre a diagonal (nem queria citá-lo para ninguém entender como mensagem subliminar porque na época tinha muitas fotos assim na Galeria), ficou parecendo que eu tratava da forma clássica de composição na diagonal. Pois bem, como o fórum é dinâmico, as questões vão e vêm, hoje tive a oportunidade de retomar essa questão aqui.

Lá eu escrevi o seguinte:
Saber compor com figuras geométricas, no caso desta, o triângulo retângulo (estou errada?) não é tarefa tão fácil quanto parece. Tenho observado uma tendência de se fazer as fotos todas em diagonal, eu também faço isso, mas vejo que acaba sendo uma saída fácil, uma alternativa às fotos frontais/chapadas, mas que, do mesmo modo, acaba ficando monótono devido à repetição freqüente.
Tópico de origem: http://www.mundofotografico.com.br/forum/index.php?topic=23625.msg227707#msg227707

Pois bem, acho que agora com o exemplo da minha própria foto dá para entender onde quero chegar. Então gostaria de saber de vocês se essa observação faz algum sentido ou eu é que estou vendo chifre em cabeça de cavalo?

Outra questão que eu gostaria de tratar com vocês sobre as minhas fotos em geral, vou postar outras para vocês verem, é: acho algumas delas bonitas, algumas até bem executadas do ponto de vista técnico e outras não, mas até agora não me identifico plenamente com elas, porque não vejo desenvolvida uma personalidade fotográfica, menos ainda originalidade. Enfim, algumas são até bonitas, mas não resistem ao tempo (porque que historiador tem sempre que se preocupar com o tempo né?) ou poderiam ser tiradas em qualquer lugar e por qualquer pessoa com o mínimo de conhecimento técnico e com um equipamento parecido. Aí se origina a minha resistência em postar fotos, não tanto pela vergonha que tenho quando elas são mal executadas tecnicamente, mais mas pela frustração de não visualizar um busca individual nem ver atendidas minhas exigências que, aliás, são muitas e variadas.

Enfim, resolvi tratar desse assunto aqui porque eu falar assim das minhas próprias fotos não é só mais aceitável por mim mesma e pelos demais colegas como também busca deixar vocês mais à vontade para fazer observações que nem sempre soam simpáticas, mas podem soar também, e, quem sabe, aos poucos, tornamos espontâneo uma nova apreensão das fotos alheias (e das próprias fotos) que permita aprofundar a discussão em conjunto, expor dúvidas, confrontar opiniões, entre outros objetivos.

Bem, chega de blá-blá-blá, agradeço muito o tempo que dedicaram ao tópico e à observação das fotos.
:ok:


« Última modificação: 14 de Novembro de 2008, 13:57:50 por Kika Salem »


Fernanda Maia

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Resposta #10 Online: 14 de Novembro de 2008, 14:11:03



Kika essa é a minha favorita....adorei a expressão do músico ao fundo, que nem se deu conta da sua presença. :clap: :clap: :clap: :clap: :clap: :clap:

Lindíssima!
Fernanda Maia
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rogerio_prazeres

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Resposta #11 Online: 14 de Novembro de 2008, 14:41:26
Kika,

Vejo aí uma questão muito similar à que via quando estudava música.

Algumas pessoas tem uma percepção direrenciada  e rapidamente, como que por instinto, desenvolvem um estilo próprio que muitas vezes é bastante agradável à maioria.
Porém cedo ou tarde elas esbarram na técnica e assim passam a depender de algum estudo para continuar evoluindo.
É comum terem esse talento desperdiçado por acharem que são bons demais pra estudar e se desenvolver.

Outras desenvolvem a técnica com mais facilidade e são capazes de copiar fielmente vários estilos e executar obras com maestria. Mas nem sempre são capazes de criar um estilo próprio que ultrapasse as influências originais.

Nas suas fotos Kika, eu vejo um grande talento em captar a sutileza das expressões e gestos.

Veja a foto do garotinho olhando sobre a partitura. Muitos não clicariam até que ele virasse , outros até chamariam o garoto.  Vc não o fez e obteve uma bela foto com significado.
Nem precisava ter explicado essa foto.

Pra mim isso é estilo e sem dúvidas o seu já aparece se desenvolvendo em diversas ocasiões.  ;)

Eu por outro lado só estudo as técnicas e como o aspecto artístico da fotografia me desperta pouco interesse creio que não vou além disso.  :doh:
Mas não se preocupe... posso sobreviver com isso.  :D
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Kika Salem

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Resposta #12 Online: 14 de Novembro de 2008, 15:28:09
Antes de responder aos colegas, gostaria de não perder de vista as questões feitas acima sobre o enquadramento na diagonal supostamente "fabricado", a busca por uma personalidade fotográfica e a construção da crítica na fotografia.

***

Nas suas fotos Kika, eu vejo um grande talento em captar a sutileza das expressões e gestos.
Veja a foto do garotinho olhando sobre a partitura. Muitos não clicariam até que ele virasse , outros até chamariam o garoto.  Vc não o fez e obteve uma bela foto com significado.
Nem precisava ter explicado essa foto.
Pra mim isso é estilo e sem dúvidas o seu já aparece se desenvolvendo em diversas ocasiões.  ;)
Rogério:
São seus olhos. kkkk
Brincadeiras à parte, obrigadão pelo comentário.

Eu por outro lado só estudo as técnicas e como o aspecto artístico da fotografia me desperta pouco interesse creio que não vou além disso.  :doh:
Mas não se preocupe... posso sobreviver com isso.  :D
Você é da minha turma, dos cruéis consigo mesmo. kkkk Nós, é claro, vamos dizer que somos realistas.

***

Kika essa é a minha favorita....adorei a expressão do músico ao fundo, que nem se deu conta da sua presença. :clap: :clap: :clap: :clap: :clap: :clap:
Lindíssima!
Fernanda:
Nessa foto aqui, o Rodrigo perguntou: "Ué, o que que o Fernando Henrique (FHC) tava fazendo na Paulista?" kkkk

Sabe que essas experiências de fotografar músicos sobretudo é bem interessante, não só pela concentração que esse tipo de fotografia propicia como também pela interação com eles. Têm momentos que a gente consegue pegá-los descontraídos, super concentrados no seu trabalho, mas têm outros que eles fazem charme, sorriem, olham diretamente para a câmera.
Confesso que eu tenho uma certa aflição de me sentir observada, mas nesses casos tenho achado interessante pela interação mesmo, acho que a câmera me dá a sensação de conforto, de proteção. 

Nessa aqui não teve jeito, o rapaz mais jovem da orquestra e mais bonito também (e sabe disso) fazia um certo charme ao mexer nos cabelos. (A foto é fraquinha, só postei como exemplo)


Nessa aqui, ele não me viu, também pudera...
« Última modificação: 14 de Novembro de 2008, 15:36:00 por Kika Salem »


Chello

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Resposta #13 Online: 15 de Novembro de 2008, 14:13:24
Srta Kika,

Bem, vou tentar criticar as minhas fotos como se fosse um exercício de análise, se é que é possível fazer isso com as próprias fotos.

É possível sim e no meu entender muito positivo para a nossa evolução. Evidente que quando nunca gostamos do que fazemos deve ser porque estamos fazendo aquilo que não gostamos! Assim, como quando nunca achamos erros naquilo que fazemos é porque nos falta coragem - em alguns casos humildade - para perceber que o nosso processo evolutivo não tem um fim. Na minha humilde opinião é praticamente impossível um fotógrafo - já que estamos aqui tratando deste personagem - dominar todas as formas da arte fortográfica. Os grandes mestres - por isso existe mais de um - tinham suas qualidades em determinadas formas de fotografar, com técnicas, estilos e linguagens diferentes.
Criticar nosso próprio trabalho de forma consciente e feliz é uma maneira muito boa de aprender a fotografar com mais concentração e buscando atingir o objetivo pensado antes do apertar do obturador.


Na questão composição gostaria de tomar a referência do Chello à primeira foto e ao enquadramento na diagonal para discutir com vocês. Embora seja a primeira foto postada não é a que mais gosto (segui uma ordem +- cronológica) justamente porque optei por esse tipo de enquadramento que considero uma fórmula facilitada para desequilibrar (no sentido literal) a construção da cena.

Não sei se isso faz sentido, mas a minha principal questão em torno desse enquadramento é que ele foi produzido por mim ao inclinar a câmera (recurso que considero fácil) e não foi o encontro de uma diagonal passível de ser explorada por mim na composição fotográfica (que seria um exercício de observação mais trabalhoso).

Sei que parece meio confuso o que estou dizendo, já abordei esse assunto num tópico do Ivan aqui na Galeria ("Um dia azul de maio"), mas como lá não citei um exemplo visível da minha questão sobre a diagonal (nem queria citá-lo para ninguém entender como mensagem subliminar porque na época tinha muitas fotos assim na Galeria), ficou parecendo que eu tratava da forma clássica de composição na diagonal. Pois bem, como o fórum é dinâmico, as questões vão e vêm, hoje tive a oportunidade de retomar essa questão aqui.

Lá eu escrevi o seguinte:
Saber compor com figuras geométricas, no caso desta, o triângulo retângulo (estou errada?) não é tarefa tão fácil quanto parece. Tenho observado uma tendência de se fazer as fotos todas em diagonal, eu também faço isso, mas vejo que acaba sendo uma saída fácil, uma alternativa às fotos frontais/chapadas, mas que, do mesmo modo, acaba ficando monótono devido à repetição freqüente.

Pois bem, acho que agora com o exemplo da minha própria foto dá para entender onde quero chegar. Então gostaria de saber de vocês se essa observação faz algum sentido ou eu é que estou vendo chifre em cabeça de cavalo?

Bem, o uso de enquadramentos diagonais deve ser tratado com observação sem dúvidas. Isso não quer dizer que eu muitas vezes não utilizo-me desse recurso apenas para quebrar o enquadramento vertical comum e reforçar a foto.
Mas, procuro há muito tempo treinar meu olhar na cena para identificar diagonais que propiciem a continuidade do movimento e da composição. Outro fator que considero, é a presença dos ângulos e triângulos presentes na composição e que despertam interesse mesmo que subconcientemente no cérebro do observador. Veja este exemplo recente, da foto que postei tirada no encontro com o Bruno e a Maíra:




É, preciso sim dar significado e justificar o uso diagonal para que a mensagem possa atingir o observador de maneira positiva. Nem sempre acertamos é lógico, mas o simples fato de tentar identificar na cena esses fatores já nos condiciona a fotografar de maneira pensada e melhor.

A foto abaixo apresentada à mim por uma amiga há algum tempo me cativou demais, pois o fotógrafo(a) conseguiu transmitir uma mensagem maravilhosa com a diagonal, as linhas, o coração e a moça na bicileta, provavelmente objeto do seu amor:



Não necessáriamente o enquadramento precisa ser na diagonal, mas quando posicionamos o assunto de forma a alinhá-lo com as linhas diagonais da cena, tornamos a foto cheia de energia.

Quanto à sua foto, identifiquei nela tais elementos e por este motivo me foi muito agradável também!



Evidentemente que temos cenas onde trabalhamos com as diagonais naturais do lugar. Neste exemplo, procurei criar uma sensação diferente no observador (para quem não conhece esta é a entrada do auditório Ibirapuera aqui em SP - http://www.auditorioibirapuera.com.br. Cuja perspectiva real não é essa evidentemente):



Outra questão que eu gostaria de tratar com vocês sobre as minhas fotos em geral, vou postar outras para vocês verem, é: acho algumas delas bonitas, algumas até bem executadas do ponto de vista técnico e outras não, mas até agora não me identifico plenamente com elas, porque não vejo desenvolvida uma personalidade fotográfica, menos ainda originalidade. Enfim, algumas são até bonitas, mas não resistem ao tempo (porque que historiador tem sempre que se preocupar com o tempo né?) ou poderiam ser tiradas em qualquer lugar e por qualquer pessoa com o mínimo de conhecimento técnico e com um equipamento parecido. Aí se origina a minha resistência em postar fotos, não tanto pela vergonha que tenho quando elas são mal executadas tecnicamente, mais mas pela frustração de não visualizar um busca individual nem ver atendidas minhas exigências que, aliás, são muitas e variadas.

Desenvolver uma personalidade fotográfica realmente é algo muito delicado e demorado, pois em primeiro lugar você precisa se dar conta da maneira que gosta de retratar aquilo que vê. Concordo aqui com o Rogério, pois identifico em você a facilidade em capturar a sutileza das coisas e pessoas, quer um exemplo?





Acredito que você, Srta Kika, pode evoluir muito na fotografia de pessoas. Pois tem sim um olhar delicado e atento para simples expressões, mas que no fundo trazem grandes mensagens.

Ufa! Tirando o monte de bobagens que posso ter dito, acho que trouxe o meu ponto de vista sobre as questões levantadas!

Chello
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Kika Salem

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Resposta #14 Online: 15 de Novembro de 2008, 22:53:58
Olá Chello!

Sempre atencioso com as minhas inquietações e com os demais colegas. Obrigadão pela resposta detalhada, com exemplos explicativos, eles são muitos úteis não só para entender seu raciocínio como também para as pessoas que não estão familiarizadas com tais possibilidades passarem a conhecê-las e, quem sabe, empregá-las.

Talvez o problema não seja exatamente a diagonal (produzida por nós ou identificada na cena), mas a repetição insistente dela que, por sua vez, a torna um recurso aplicável em muitas ocasiões e por isso cansativo também e não o melhor recurso para uma determinada situação.

Eu agradeço muito também as palavras de incentivo suas, de Rogério e dos demais colegas. Eu gosto mesmo de fotografar pessoas, não vejo a menor graça fazer uma foto sem incluir uma pessoa ou algo que tenha a interferência humana ou transmita algum sentimento humano. Isso não quer dizer que não aprecie as demais formas de composição, aprecio e muito, mas mais quando são feitas pelos outros.
Em todo caso, busco atribuir algo que seja meu nessa preferência, não sou feliz na maioria das vezes, mas a busca é permanente.

Abração gente.