Pessoal,
Estou pesquisando a muito tempo sobre qual seria a melhor camera a adquirir. Finalmente fiquei entre a D50 e a Rebel XT. Quase optei pela primeira, mas encontrei uma resenha sobre problemas entre a ADOBE a Nikon e o formato RAW. Infelizmente a mesma é de 2005 e não tenho notícias mais recentes. Ainda não comprei camera alguma. Se alguém souber de mais informações por favor me ajude.
Grato
Texto retirado do site
http://www.clicio.com.br/index.php?cat=29&pag=126Nikon, Adobe e o tal do RAW
A Internet está fervendo ultimamente com a troca de notícias a respeito da queda-de-braço entre a Nikon, a Adobe, e a codificação RAW.
Explico.
O uso correto do RAW é fundamental na fotografia profissional, pois o fotógrafo pode simplesmente ignorar o que havia definido no momento da captura e mudar absolutamente tudo naquela foto, reinterpretando ou ajustando a imagem ao que considere ideal, na hora do processamento.
Qual é problema, então?
É que ainda não existe um "padrão RAW" que todos os fabricantes adotem.
Apesar da Adobe estar fazendo campanha em favor de uma padronização, e insistindo em que se adote o seu formato DNG (Digital NeGative), poucos até agora aderiram e cada um usa a sua solução proprietária. Ora, por este motivo, a cada nova câmera que chega ao mercado, os programas processadores de RAW tem que ser adaptados para aceitar e entender o RAW daquele modelo. São vários os bons programas independentes, e além deles cada fabricante tem o seu, que geralmente acompanha a câmera.
Mas não a Nikon.
O principal aplicativo de conversão da Nikon, chamado de "Nikon Capture Editor", é vendido separadamente e apenas uma versão de testes (trial), limitada, vem dentro das caixas dos seus modelos digitais. Logo, o óbvio é usar outro programa, ou o que já vem embutido no Adobe Photoshop (o Adobe Camera Raw-ACR), ou outros que são freeware, como o ótimo conversor Raw Shooter Essentials.
Os programas independentes como o ACR, porém, não conseguem mais interpretar e modificar o balanço de branco das novas câmeras da Nikon, a D2X, a D2H e a D50, pois estes dados passaram a ser encriptados na câmera, uma decisão polêmica da fábrica japonesa.
Na verdade, segundo o criador do Photoshop e atual desenvolvedor do ACR, Thomas Knoll, uma simples e rápida engenharia reversa bastaria para "quebrar" o código da Nikon, mas isto vai contra as leis de proteção de software americanas, e a Adobe resolveu não arriscar.
Os usuários destes modelos não gostaram nem um pouco da atitude da Nikon, e uma onda de indignação se alastrou rapidamente tomando a forma de cartas, abaixo-assinados, e telefonemas irados aos distribuidores da marca. A Adobe por sua vez, liberou a versão 3.1 do ACR, com suporte a estas câmeras Nikon, mas sem que fosse possível mexer no balanço de branco.
Apesar de tentativas de contornar o problema, o diretor de desenvolvimento da Adobe, Kevin Connor, declarou ao jornal New York Times que "esta é a primeira vez que não temos a ajuda de um fabricante para resolver o problema da criptografia em um modelo topo de linha".
A minha opinião sobre este imbroglio das gigantes é clara; a Nikon deveria se envergonhar, pois é mesquinharia tentar impor a venda de um software que é dado gratuitamente pela maioria de seus concorrentes; e a Adobe deveria lutar com mais empenho pela adoção de seu formato-padrão DNG pela indústia, afinal ela tem muita força (principalmente depois da compra da Macromedia, um negócio de 3.48 bilhões de dólares) e domina hoje o mercado de softwares gráficos.
Mas parece que nem tudo está perdido.
Segundo o articulista David Pogue, há dois dias Adobe e Nikon finalmente se puseram ao telefone para discutir a questão e tentar encontrar a melhor solução. Há esperança entre os fotógrafos que finalmente esta novela tenha um final feliz, e que iniciativas como as do OpenRAW ou o próprio DNG se tornem realidade o mais breve possível.
Mas...e que diabos é RAW?
O Raw é a forma com a qual os sensores das câmeras digitais arquivam as imagens; estas são codificadas exatamente com todas as informações "cruas" capturadas pela câmera, sem que se aplique nenhum dos parâmetros
de filtragem, balanço de branco, nitidez ou mesmo cores escolhidos pelo fotógrafo; os únicos itens que são incorporados à imagem são aqueles básicos para que uma foto exista, ou seja, ISO, abertura do diafragma e velocidade. Todos os outros atributos definidos na câmera digital na hora da captura são gravados como metadados e anexados (mas não incorporados) à imagem; é necessário então um programa que processe estes dados, faça a interpolação dos pixels para que as cores se formem, interprete e aplique aqueles parâmetros que o fotógrafo definiu na hora do clic.
Clicio Barroso, em 12/05/05 para o Fotosite
