Autor Tópico: Qual o uso dessas câmeras  (Lida 10583 vezes)

Braga.SP

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Resposta #15 Online: 07 de Maio de 2014, 08:26:43

Pentax 6x7 eh uma beleza para se fotografar igual uma 35mm, so que eh mais grande e pesada.


Se o objetivo é fotografar festa infantil, como foi dito aqui em algum momento, a Pentax 67 tem a limitação do baixo sincronismo de velocidade. Nesse tipo de trabalho não dá, penso eu, para abrir mão do flash. Filmes mais rápidos, como ISO 800 por exemplo, não são suficientes em diversas situações. Ainda que fossem, teria o inconveniente da granulação mais alta, detalhe esse que nem sempre é bem-vindo.

Você mencionou as câmeras TLR, né. Concordo, acho uma boa opção. Formato 6x6, ele é quadrado e é bom lembrarmos disso porque na ampliação perde-se um pouco da imagem na película considerando-se que haverá um "corte" ao transformar a saída em formato retangular.

Outro ponto importante. Nas TLR's (Twin Lens Reflex) são 12 poses num filme 120 e a troca de filme exige um pouco mais de habilidade, pois é uma operação um pouquinho mais trabalhosa quando comparamos com qualquer câmera 35mm.

E nessa situação eu diria que temos outra opção a ser, pelo menos, avaliada. Falo da Hasselblad. É uma câmera reflex que também se usa ao nível da cintura do fotógrafo, assim como é as TLR's, mas por se tratar de uma câmera "modular", ela tem a vantagem de se poder trocar as lentes, variando de grande angular, normal ou tele, de acordo com o gosto do freguês, além, é claro, da possibilidade de se ter back's adicionais com filme já carregado. Tem mais ainda na Hassel, ela tem sincronismo em todas as velocidades por causa do seu obturador central. Também é uma câmera cuja portabilidade não deixa nada a desejar para suas concorrentes. O único senão, na minha opinião, é que aqui no Brasil ainda é um sistema caro, muito caro. Essas danadas andam super valorizadas ultimamente. Quanto às objetivas desse sistema, bem, aqui eu não vou falar nada. Aliás, não precisa falar nada. Com os nomes de seus fabricantes estampados ali, isso dispensa qualquer comentário.



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affalcao

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Resposta #16 Online: 07 de Maio de 2014, 08:35:43
Fotografar festa infantil com essas câmeras foi somente uma ideia para tentar ilustrar ou entender o uso delas, fazendo uma comparação com o uso das APS-C e FF.  Nunca pensei de fato nessa possibilidade, ok ?  :D

Engraçado,  na casa de meu avô tinha uma câmera dessas, que você olha de cima, como essa Hasselblad do exemplo acima. Na época já não funcionava (eu acho). Infelizmente naquele tempo eu não curtia fotografia. Que desperdício. Hoje ela deve ter ido pro lixo como sucata.  :(
Canon T3 (1100 D) + 10-18mm + 55-250mm
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Resposta #17 Online: 07 de Maio de 2014, 08:36:15
Lado a lado, olha que interessante:

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Resposta #18 Online: 07 de Maio de 2014, 09:01:11
Fotografar festa infantil com essas câmeras foi somente uma ideia para tentar ilustrar ou entender o uso delas, fazendo uma comparação com o uso das APS-C e FF.  Nunca pensei de fato nessa possibilidade, ok ?  :D

Engraçado,  na casa de meu avô tinha uma câmera dessas, que você olha de cima, como essa Hasselblad do exemplo acima. Na época já não funcionava (eu acho). Infelizmente naquele tempo eu não curtia fotografia. Que desperdício. Hoje ela deve ter ido pro lixo como sucata.  :(

Era o que se usava nos anos 60, 70, 80. Eu comecei a levar a fotografia de modo mais sério no início dos anos 90. Nessa época, quando eu morava em Valinhos-SP, havia um cara que usava uma Hassel nos trabalhos que ele fazia.

Por mais de uma vez eu entrei na igreja, em cerimônias de casamento de gente que eu nem conhecia, só pra ver aquele fotógrafo trabalhando. Sério! Fiz isso sim.

Ele trabalha com dois flash's, às vezes três. Tinha assistente só pra descarregar/carregar filmes nos chassis adicionais. Era muito se ver a "dança" daquelas pessoas em ação. Com um equipe que se entendia muito bem, a movimentação deles parecia ensaiada, parecia coreografada. Terminava um filme e rapidamente o Chico inseria o dark slide no back, retirava-o, apanhava outro das mãos do assistente, colocava na câmera, retirava o dark slide desse novo chassi e... pau na jaca.

Morei em Valinhos mas não sou de lá. Eu venho de Pederneiras-SP, lugar onde tinha outro cara, o Luiz Boldin, que trabalhava com Rollei e Hassel também. Nessa época, ainda moleque, meu interesse era menor, mas me lembro também de muita coisa que ele fazia com esses equipamentos.
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spiderman

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Resposta #19 Online: 07 de Maio de 2014, 10:08:37
Nao sai caro se revelar os proprios negativos e digitalizar em casa. Mas isso eh para quem gosta, pq quem nao gosta e quer economizar tempo para algo que prefira fazer o melhor eh ficar na digital mesmo.

Pentax 6x7 eh uma beleza para se fotografar igual uma 35mm, so que eh mais grande e pesada.


6x4.5 as cameras sao mais leves e menores, mas o negativo nao eh tao grande assim. Mas a vantagem eh que vc consegue fazer 15 fotos por negativo enquanto que no tamanho 6x7 se faz 10 fotos por negatovo.

As cameras de lente dupla 6x6 costumam ser mais leves e portateis, e para fotogragar criacas eh uma beleza pq a lente tende a ficar mais proximo do nivel delas sem vc ter que se amaixar tanto.


O que muitos consideram desvantagem eh nao poder sair fotografando descontroladamente para ter uma montanha de opcao em escolher qual saiu melhor. Ou seja, vc tem que ser preciso e atento no que rende uma boa cena/foto e no que nao rende. Eh um reaprendizado para muitos.
Pode-se passar essa função para bons laboratoristas e se preocupar somente com o fazer fotográfico. O proprio Salgado faz assim :). Tem muitos profissionais da fotografia que também não revelam em casa. O custo é maior, mas como são profissionais, os trabalhos acabam bancando. Mas, de qualquer forma, pra fazer isso, não dá pra cobrar barato, pois tem que se levar em conta o custo com os filmes/revelação/digitalização. E não dá pra sair clicando igual um "analfabeto digital" (termo usado por outro forista aqui no fórum há algum tempo que até gerou certa polemica rsrs)
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Resposta #20 Online: 07 de Maio de 2014, 10:22:21
Eu acho que pra eventos, as 6x6 tem uma "pegada" ruim e não possuem autofoco. Isso dificulta bastante o trabalho. Ou melhor, não ajuda :). Já a pentax 6x7 tem a "pegada" mas é muito pesada e também não tem autofoco. Nesse sentido eu acho mais interessante as 645, pela "pegada", pelo autofoco (alguns são bem lentos - contax, mamiya AF, pentax e outros já são mais rápidos mamiya AFDIII, phase one), e pelo número de fotos maior que dos formatos maiores. A desvantagem está no tamanho do negativo. Se fosse optar por um negativo maior em eventos, eu pensaria na mamiya 7, mais leve que a pentax 67, mas também sem autofoco. O inconveniente é o preço dela, mais caro.
Outra opção é alternar entre o médio formato e o formato 35mm. Aí voce pode usar qualquer camera médio formato pra situações específicas. E usar o 35mm para fotos que exijam rapidez, espontaneidade. Além disso tem a vantagem de poder rentabilizar melhor o trabalho, usando as 36 poses do filme 35mm na maior parte do tempo.

Mas como o Braga falou, acho importantissima a presença de um assistente pra ficar trocando os filmes pra voce.
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Resposta #21 Online: 07 de Maio de 2014, 14:46:50
Se o objetivo é fotografar festa infantil, como foi dito aqui em algum momento, a Pentax 67 tem a limitação do baixo sincronismo de velocidade. Nesse tipo de trabalho não dá, penso eu, para abrir mão do flash. Filmes mais rápidos, como ISO 800 por exemplo, não são suficientes em diversas situações. Ainda que fossem, teria o inconveniente da granulação mais alta, detalhe esse que nem sempre é bem-vindo.

Depende da lente. As lentes para retrato com shutter tem alto sync speed.
Sobre iso alto e granulacao, se trata de 6x7, a granulacao de fotos a ISO 800 ou 1600 nao fica tao grande igual nas 35mm.
E depende do filme e revelacao tambem. Eu tenho otimos exemplos de fotos 35mm (filme) fotografado a ISO 3200 e a granulacao nao eh tao agressiva quanto muitos esperariam que fosse.

Você mencionou as câmeras TLR, né. Concordo, acho uma boa opção. Formato 6x6, ele é quadrado e é bom lembrarmos disso porque na ampliação perde-se um pouco da imagem na película considerando-se que haverá um "corte" ao transformar a saída em formato retangular.

Nao intendi, pq nao pode imprimir em formato quadrado?


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Resposta #22 Online: 07 de Maio de 2014, 14:56:32
Eu acho que pra eventos, as 6x6 tem uma "pegada" ruim e não possuem autofoco. Isso dificulta bastante o trabalho. Ou melhor, não ajuda :). Já a pentax 6x7 tem a "pegada" mas é muito pesada e também não tem autofoco. Nesse sentido eu acho mais interessante as 645, pela "pegada", pelo autofoco (alguns são bem lentos - contax, mamiya AF, pentax e outros já são mais rápidos mamiya AFDIII, phase one), e pelo número de fotos maior que dos formatos maiores. A desvantagem está no tamanho do negativo. Se fosse optar por um negativo maior em eventos, eu pensaria na mamiya 7, mais leve que a pentax 67, mas também sem autofoco. O inconveniente é o preço dela, mais caro.
Outra opção é alternar entre o médio formato e o formato 35mm. Aí voce pode usar qualquer camera médio formato pra situações específicas. E usar o 35mm para fotos que exijam rapidez, espontaneidade. Além disso tem a vantagem de poder rentabilizar melhor o trabalho, usando as 36 poses do filme 35mm na maior parte do tempo.

Mas como o Braga falou, acho importantissima a presença de um assistente pra ficar trocando os filmes pra voce.

Eu nao ligo para autofot.. Serio, para mim nao faz falta. Mas eu tenho a impressao de que o sistema de foco das camera de lentes gemeas e Mamyia RB/ZB sao lentos demais para cituacoes mais "surpresas".


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Resposta #23 Online: 07 de Maio de 2014, 21:11:23
Nao intendi, pq nao pode imprimir em formato quadrado?

Putz... vc tem razão. Estamos falando de saída da foto depois de digitalizada.

É que eu estava raciocinando com o uso do tradicional ampliador, no qual se usa papel fotográfico. É neste último que eu mencionava o corte da imagem. Aliás, ou o corte da imagem pra ficar retangular conforme o formato do papel; ou o contrário, isto é, ampliando quadrado no papel mas cortando um papel dele que ficou em branco, o que é muito caro também pois o preço de papel está nas nuvens.

Com a digitalização do filme nada disso acontece, a gente dá saída no tamanho que quiser.


Eu nao ligo para autofot.. Serio, para mim nao faz falta. Mas eu tenho a impressao de que o sistema de foco das camera de lentes gemeas e Mamyia RB/ZB sao lentos demais para cituacoes mais "surpresas".

RZ eu não sei, pois não conheço. No entanto, as RB são de foco manual. Todas: Mamiya RB67, Mamiya RB67 Pro S, Mamiya RB67 PRO SD.
« Última modificação: 07 de Maio de 2014, 21:14:27 por Braga.SP »
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Resposta #24 Online: 07 de Maio de 2014, 23:46:49
RZ eu não sei, pois não conheço. No entanto, as RB são de foco manual. Todas: Mamiya RB67, Mamiya RB67 Pro S, Mamiya RB67 PRO SD.

Disso eu sei. Sao todas manuais. O que eu quero dizer eh que o anel de ajuste de foto, eu considero lento, diferente dos aneis de foco na lente que costumam ser mais rapido (falando manualmente aqui e nao automatico).


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Resposta #25 Online: 07 de Maio de 2014, 23:56:54
Era o que se usava nos anos 60, 70, 80. Eu comecei a levar a fotografia de modo mais sério no início dos anos 90. Nessa época, quando eu morava em Valinhos-SP, havia um cara que usava uma Hassel nos trabalhos que ele fazia.

Por mais de uma vez eu entrei na igreja, em cerimônias de casamento de gente que eu nem conhecia, só pra ver aquele fotógrafo trabalhando. Sério! Fiz isso sim.

Ele trabalha com dois flash's, às vezes três. Tinha assistente só pra descarregar/carregar filmes nos chassis adicionais. Era muito se ver a "dança" daquelas pessoas em ação. Com um equipe que se entendia muito bem, a movimentação deles parecia ensaiada, parecia coreografada. Terminava um filme e rapidamente o Chico inseria o dark slide no back, retirava-o, apanhava outro das mãos do assistente, colocava na câmera, retirava o dark slide desse novo chassi e... pau na jaca.

Morei em Valinhos mas não sou de lá. Eu venho de Pederneiras-SP, lugar onde tinha outro cara, o Luiz Boldin, que trabalhava com Rollei e Hassel também. Nessa época, ainda moleque, meu interesse era menor, mas me lembro também de muita coisa que ele fazia com esses equipamentos.
Eu nao sei exatamente o periodo, mas o que eu ouco dizer eh que ate meados dos anos 80, estipulo eu, era a lei fotografar cerimonias com medio formato, pq cerimonias ainda se exigiam o padrao classico fotografico, e o medio fomato era o que ainda atingia um certo requerimento visual classico do Dynamic Range  e menor ruido em situacoes de menos luz. Aparecer em um casamento com uma 35mm era pedir para levar um pe na bunda.

Ate que apareceu a galera que comecou a encarar fotos de casamento mais como evento do que como cerimonial... O tal "estilo jornalistico" como muitos gostam de chamar. E para isso nada melhor do que 35mm e muito flash ou grao.


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Resposta #26 Online: 08 de Maio de 2014, 00:09:30
Pode-se passar essa função para bons laboratoristas e se preocupar somente com o fazer fotográfico. O proprio Salgado faz assim :). Tem muitos profissionais da fotografia que também não revelam em casa. O custo é maior, mas como são profissionais, os trabalhos acabam bancando. Mas, de qualquer forma, pra fazer isso, não dá pra cobrar barato, pois tem que se levar em conta o custo com os filmes/revelação/digitalização. E não dá pra sair clicando igual um "analfabeto digital" (termo usado por outro forista aqui no fórum há algum tempo que até gerou certa polemica rsrs)
Eh, a maioria, dos fotografos comerciais que trabalham com filme e com muito volume de trabalho, ou aqueles que tem dinheiro sobrando, contratam alguem somente para revelar e imprimir.

Mas esses que eles contratam revelam e imprimem a maneira que o fotografo pede e sao pessoas com experiencia em inumeros metodos, resultados e efeitos sabendo como atender o resultado que eh pedido a eles. Tudo revelado na mao mesmo, nada de maquina.

Eh muito diferente de mandar o filme para revelar e imprimir em uma loja por exemplo, em que a maioria vc so pode pedir para puxar ou empurrar a revelacao para um ISO determinado, mas o resultado final sera sempre o padrao da loja mesmo, nao sendo apropriado para resultados profissionais/artisticos mais serio ou exigente, digamos assim.

Para muitos revelar filme eh tedioso e sem graca. Mas para muitos igual a mim acha prazeroso, interessante e principalmente criativo, pq vc fica fazendo experimentos com diferentes filmes, reveladores, metodos de revelacao e fotomedicao para ver o efeito, e quando acha uma combinacao que goste tenta masterizar. E fica sendo a sua maneira de revelar que provavelmente mais ninguem tem ou se tem, pode ser muito parecido mas muito dificilmente exatamente igual.

Eu sei que no Brasil a galera que revela filme em casa gosta de fazer agitacao violenta para conseguir contrate, mas que tende a destacar mais os graos, algo que por exemplo nao eh tao comum onde eu aprendi a revelar, onde a galera prefere dar um pitaco mais de exposicao na foto e redizir um pouco o tempo de revelacao para mais contraste e grao menos distacado. Mas o ideal eh sempre deixar margem no filme e dar o contraste final desejado na hora da impressao.