Caraca, Braga
Isto é que é ostentação, hein!
Você comprou lá na fonte?
Sim, essa foi comprada lá na fonte, lá na ilha. Mas não por mim, e sim por um amigo que esteve lá. Ele me ligou dizendo que estaria vindo a SP e nos encontramos pra almoçar num restaurante japonês na Liberdade ("bairro da Liberdade", pra quem não é de SP).
Já sentados à mesa, ele abre a sacola e diz: "Toma, é pra vc". Eu já tomei alguns muito bons antes, mas até então nunca havia experimentado um
SINGLE MALT. E vou dizer...
PQP!
Muita gente pergunta: qual o jeito certo, com gelo?, sem gelo?, com...? A bem da verdade, jeito certo não existe, cada toma sua bebida da maneira que mais gosta e ESSE É O JEITO CERTO. Não há regras, ou, se elas existem, penso que devemos ignorá-las ou adaptá-las ao nosso gosto. Pronto! Simples assim.
Vou expressar aqui a minha opinião e, claro!, ninguém precisa concordar com isso. Eu penso que um whisky como esse OBRIGATORIAMENTE precisa ser apreciado como "cowboy". E, não só! É preciso ter calma, tempo e tranquilidade para usufruir de todo o prazer que a bebida pode oferecer. Um bom copo (que não sei se tenho) também contribui para a forma adequada de se consumir esse tipo de produto. Há que se aproveitar tudo dele: o sabor, o aroma, a cor, mas, acima de tudo, a sensação etérea a que somos presenteados logo depois do primeiro gole.
É importante dizer que não sou especialista no assunto, aliás, ao contrário, estou muito longe de poder dizer que entendo de alguma coisa de whisky. A descrição que faço provém única e exclusivamente do instinto, do relato pessoal, da percepção na experiência vivida. Nada mais que isso.
Eu, particularmente, gosto de muito de cachaça. Mas, atenção!, NÃO ESTOU FALANDO DE "PINGA"; não vamos confundir esses dois produtos porque eles são, sim, diferentes. Bem diferentes. E quem conhece sabe o que estou dizendo.
Pois bem, eu tenho dois barris de Carvalho. Um deles para 5 litros, de Carvalho Europeu; o outro para 10 litros, Carvalho Americano. Eu não conheço madeiras, mas o vendedor desses barris é confiável, por isso acredito nele. No de 5 litros eu tenho há mais de dois anos uma cachaça de alambique; no outro, o de 10 litros, como é a primeira "safra", eu coloquei a Ypióca Orgânica. Essa está lá há quase dezoito meses, já quase boa também para dar uma "bicada".
Claro que essa Ypióca Orgânica não é exatamente uma CACHAÇA como eu me referi logo acima, pois trata-se de uma fabricação "de coluna" (entenda-se: industrial), mas é orgânica.
Um barril novo sempre exige uma lavagem de pelo menos 72 horas com uma bebida destilada qualquer, bebida essa que deve ser descartada. Isso mesmo, deve ir pro ralo por conta de algumas resinas que podem ser tóxicas ao organismo humano. Eu fiz isso com uma 51. Depois da "lavagem" eu optei por essa Ypióca, nessa primeira "safra", justamente porque ela termina mais "carregada" na cor e no sabor. Daí em diante, à medida que a madeira vai bebendo junto com a gente (absorção, evaporação, etc.) ela passa também por um envelhecimento que só é benéfico, cada dia mais, à bebida que ali repousa.
Bem, o tema do tópico é outro. É melhor eu conter minha empolgação pelo assunto.