Autor Tópico: Crítica fotográfica  (Lida 16233 vezes)

Paulinho Cé

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Resposta #30 Online: 12 de Setembro de 2006, 09:31:21
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Ver todos os homens como iguais, não iguais na validade de suas opiniões sobre um assunto específico, mas idguais na existência, irmãos no mistério de existir, nas trancend~encias da vida, isso é para mim fundamental. Infelizmente, o que ocorre é tantos acharem que os homens são iguais naqueilo em que não são -na proficiência em que operam determinados conjuntos de símbolos- e não os verem iguais na humanidade ounde de fato são iguais.


 
Victor Hugo escreveu o maior Best seller da história chamado"Os Miseráveis", e tambem "O Corcunda de Notre Dame", um clássico da época.
Mary Shelley com o Frankenstein tambem abordou o tema.

Isso sim é explorar a miséria :
"Miséria Humana transformada em bilhões
Brasil está em terceiro lugar no tráfico de órgãos de crianças deficientes.

O comércio de seres humanos rende de sete a 13 bilhões de dólares por ano afirma o juiz Walter Maierovitch, ao apontar os outros braços do crime organizado, em entrevista a José Maria dos Santos."

Matéria completa

Fotografá-la é apenas uma maneira de acusar a sociedade de ser omissa.

Não vou mais discutir Ivan, voce tem seus principios morais e eu tenho os meus, mas não me sinto de maneira nenhuma inescrupuloso ou explorador da miséria humana.

Um abraço
« Última modificação: 12 de Setembro de 2006, 09:31:44 por Paulinho Cé »
Fotografe com a alma...<br />http://www.flickr.com/photos/paulinhoce/


Guto Marc

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Resposta #31 Online: 12 de Setembro de 2006, 09:35:14
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A um tempo atrás vc postou uma foto de um garoto sentado em uma mesa com uma garrafa de coca-cola. Para você era uma experiência "xyz", envolvendo tais fatores. Para mim era apenas uma foto instant, com cores distorcidas e poluída de elementos. Isso faz de mim um crítico medíocre desconhecedor de fotografia ?

Diria, Guto, que você analisou a foto dentro de um cãnone do que acha que é uma boa foto, sem observar exatamente o que havia naquela foto de arrajo estético e proposta.

Você observou com o viés "cores estranhas", "ambiente poluído". O que deveria ser então a foto? Cores "Canon", ambiente asséptico e limpo? A vida é assim? Não. O que é assim é a publicidade.

Eu diria que há aí certa pressa de vazar a foto observada no molde do hábito estético. Se tivesse parado e tentado observar a foto sem esse hábito, talvez encontrasse nela uma série de elementos interessantes, mas a análise rápida lhe fez achar que ela era não-conforme ao seu hábito e expectativa.

Antigamente, quando comprava LPs, o disco que eu mais gostava ao fim de um ou dois meses não era o que eu tinha gostado mais de cara. Em geral eu tinha de aprender o disco, enquanto o que eu gostava de cara saturava e enjoava. É preciso ter receptividade, do contrário nunca ultrapassamos a imediatez.

Aliás, é uma das fotos recentes que mais gosto. Apenas para lembrar, é esta aqui:

Legal Ivan....procurei a foto para ilustrar e não encontrei.

Eu analisei a foto do jeito "puro". Foi como disse: se você antes da foto colocasse:

"Fiz essa foto pensando em como a distorção da lente aliado a um ambiente complexo pudesse retratar a ambiguidade de fatores. Incluí um Guaraná "Champagne" e um pedaço de um logo "Skol" para mostrar as bebidas na sociedade moderna e sua influência nos jovens. O reflexo da luz na janela funciona como uma auréula na cabeça do jovem, como que se ele fosse um anjo alheio ao consumismo do capitalismo dos engradados e alcoólicos, e ao mesmo tempo é a representação do sol iluminando seus pensamentos. Ao mesmo tempo, metade da janela aberta traduz a vontade de fuga, sempre com ressalvas."

Isso muda completamente minha análise da foto. Percebe ? Toda artista, ao fazer uma obra, dá um nome à ela. E quando expõe, sempre há uma breve explicação da obra.  
Um fotógrafo que só escreve e não mostra suas fotos está na profissão errada


Guto Marc

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Resposta #32 Online: 12 de Setembro de 2006, 09:37:49
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Guto:

Não sofisme meu amigo -risos. Se não gosta e não tem o hábito de ouvir, é claro que não tem um vocabulário auditivo compatível com a música clássica para ter dela um juízo.

Dizer o contrário é um sofisma.

Se não gosto de vinho, não sei distinguir um vinho bom de um ruim.

Se não gosto de bebidas destiladas, toda bebida é ruim.

Se não gosto de arte moderna, o Picasso é tão ruim como qualquer outro.

Para criticar algo é preciso que a pessoa faça a crítica DENTRO DO GÊNERO da coisa. Se ela não gosta do gênero, sua crítica não tem nenhum significado.
Ivan, voltamos novamente ao ponto:

Quer dizer que eu mesmo sendo músico, tendo conhecimento musical, não posso criticar uma música porque não tenho hábito de ouví-la ?
Então fica fácil........ todas as minhas críticas serão positivas porque só ouço o que gosto......
Não gostar de sobremaneira me descredencia a criticar. Desde que eu tenha uma base para sustentar minha crítica, ela é sim válida.  
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Roberto O. Almeida

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Resposta #33 Online: 12 de Setembro de 2006, 09:37:55
O grande problema, Guto, e aqui sou partidário da idéia de Heidegger, é a impossibilidade de afastar por completo suas pré-compreensões. Veja:
"A interpretação de algo como algo funda-se, essencialmente, numa posição prévia, visão prévia e concepção prévia. A intepretação nunca é apreensão de um dado preliminar, isenta de pressuposições." (Ser e tempo, p. 207)

Se tenho antipatia a algo, fica bem difícil me afastar disso para iniciar o processo interpretativo.


Ivan de Almeida

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Resposta #34 Online: 12 de Setembro de 2006, 09:38:41
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Não vou mais discutir Ivan, voce tem seus principios morais e eu tenho os meus, mas não me sinto de maneira nenhuma inescrupuloso ou explorador da miséria humana.

E eu nunca disse isso, Paulinho.

Nunca me passou pela cabeça que você queria explorar a miséria humana nem nada disso. Pelo contato que temos na rede, voc~e antes de tudo me parece ser alguém de excelente índole, como se diz por aqui, "do bem".

Mas ás vezes mesmo os "do bem" ao usar expressões que estão na mídia deixam de perceber que essas expressões desumanizam as pessoas que são reduzidas a uma categoria.

Por isso faço questão de distinguir as fotos que voc~e fez, que são fotos onde não há desumanização, do título que botou.

Quanto aos Miseráveis, é preciso certo afastamento para entender que há uma evolução nas regras de convívio humano. Não podemos pegar obras do passado e assumir seus valores como válidos.


Ivan de Almeida

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Resposta #35 Online: 12 de Setembro de 2006, 09:39:40
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Se tenho antipatia a algo, fica bem difícil me afastar disso para iniciar o processo interpretativo.

É claro. É exatamente essa a questão.


Guto Marc

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Resposta #36 Online: 12 de Setembro de 2006, 09:43:29
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O grande problema, Guto, e aqui sou partidário da idéia de Heidegger, é a impossibilidade de afastar por completo suas pré-compreensões. Veja:
"A interpretação de algo como algo funda-se, essencialmente, numa posição prévia, visão prévia e concepção prévia. A intepretação nunca é apreensão de um dado preliminar, isenta de pressuposições." (Ser e tempo, p. 207)

Se tenho antipatia a algo, fica bem difícil me afastar disso para iniciar o processo interpretativo.
Roberto, e você vê isso como um problema ?
Acho que a antipatia de alguém pela minha obra pode acabar por me mostrar um lado que eu não conheço ou que não tive capacidade ou tempo de perceber. A "chatice" na análise pode revelar detalhes antes despercebidos. Por isso acho válido. Claro que em 90% dos casos será só chatice mesmo, mas sempre há algo para aproveitar.
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Roberto O. Almeida

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Resposta #37 Online: 12 de Setembro de 2006, 09:48:00
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O grande problema, Guto, e aqui sou partidário da idéia de Heidegger, é a impossibilidade de afastar por completo suas pré-compreensões. Veja:
"A interpretação de algo como algo funda-se, essencialmente, numa posição prévia, visão prévia e concepção prévia. A intepretação nunca é apreensão de um dado preliminar, isenta de pressuposições." (Ser e tempo, p. 207)

Se tenho antipatia a algo, fica bem difícil me afastar disso para iniciar o processo interpretativo.
Roberto, e você vê isso como um problema ?
Acho que a antipatia de alguém pela minha obra pode acabar por me mostrar um lado que eu não conheço ou que não tive capacidade ou tempo de perceber. A "chatice" na análise pode revelar detalhes antes despercebidos. Por isso acho válido. Claro que em 90% dos casos será só chatice mesmo, mas sempre há algo para aproveitar.
Depende da ocasião, Guto. Se vou fazer uma critica literária para uma revista de circulação nacional, eu não posso me dar ao luxo expressar toda a minha antipatia pelo autor e sua obra naquela resenha. É meio difícil de se conviver com isso, por que as pessoas costumam aceitar a critica dos outros antes mesmo de tirar suas próprias conclusões.

Por isso que acredito na riqueza dos forums de debates. Em um tópico você pode encontrar até 100 opiniões diferentes para uma simples foto. Acho que enquanto crítica em um forum de debates, voce não precisa fazer um esforço para afastar toda a sua pré-compreensão e buscar uma neutralidade axiológica. Existem críticas e críticas, e acredito que para cada ocasião o crítico deve se portar de uma determinada maneira.  


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Resposta #38 Online: 12 de Setembro de 2006, 09:53:24
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O grande problema, Guto, e aqui sou partidário da idéia de Heidegger, é a impossibilidade de afastar por completo suas pré-compreensões. Veja:
"A interpretação de algo como algo funda-se, essencialmente, numa posição prévia, visão prévia e concepção prévia. A intepretação nunca é apreensão de um dado preliminar, isenta de pressuposições." (Ser e tempo, p. 207)

Se tenho antipatia a algo, fica bem difícil me afastar disso para iniciar o processo interpretativo.
Roberto, e você vê isso como um problema ?
Acho que a antipatia de alguém pela minha obra pode acabar por me mostrar um lado que eu não conheço ou que não tive capacidade ou tempo de perceber. A "chatice" na análise pode revelar detalhes antes despercebidos. Por isso acho válido. Claro que em 90% dos casos será só chatice mesmo, mas sempre há algo para aproveitar.
Depende da ocasião, Guto. Se vou fazer uma critica literária para uma revista de circulação nacional, eu não posso me dar ao luxo expressar toda a minha antipatia pelo autor e sua obra naquela resenha. É meio difícil de se conviver com isso, por que as pessoas costumam aceitar a critica dos outros antes mesmo de tirar suas próprias conclusões.

Por isso que acredito na riqueza dos forums de debates. Em um tópico você pode encontrar até 100 opiniões diferentes para uma simples foto. Acho que enquanto crítica em um forum de debates, voce não precisa fazer um esforço para afastar toda a sua pré-compreensão e buscar uma neutralidade axiológica. Existem críticas e críticas, e acredito que para cada ocasião o crítico deve se portar de uma determinada maneira.
Legal Roberto, entendi.
Eu estou baseando todos meus posts com relação ao fórum. Afinal, é nesse ambiente que estamos convivendo ......rs
Aliás, essa diferença de opiniões nos fóruns é muito legal.
Lembro-me de um post no FTB que era uma foto do Araquém Alcântara, se não me engano. foi um post interessante porque o nome do autor foi revelado depois. As críticas eram bem diferentes.... para mim foi bem legal. Eu vi o tópico somente depois do nome revelado, mas isso não livrou o autor da minha crítica... hehe.
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Roberto O. Almeida

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Resposta #39 Online: 12 de Setembro de 2006, 10:17:10
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Roberto, e você vê isso como um problema ?
Acho que a antipatia de alguém pela minha obra pode acabar por me mostrar um lado que eu não conheço ou que não tive capacidade ou tempo de perceber. A "chatice" na análise pode revelar detalhes antes despercebidos. Por isso acho válido. Claro que em 90% dos casos será só chatice mesmo, mas sempre há algo para aproveitar.

Só complementando, Guto. Ao meu ver, possuir um pensamento crítico, grosso modo, é conseguir ver coisas boas em obras que voce não gosta e defeitos em obras que voce gosta. É possuir uma postura sempre questionadora diante do que lhe é exposto, tentando manter um diálogo consigo mesmo sobre os pros e contras daquilo - quando não há possibilidade de manter esse diálogo com um terceiro.  
E outra ressalva: para ser crítico voce deve ter conhecimento do assunto. Para criticar música clássica, devo ser conhecedor de música clássica. E nem por isso minha crítica será favorável.

As idéias estão meio desconexas por que tou com pressa, mas qualquer hora dou uma lida nesse tópico denovo.  


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Resposta #40 Online: 12 de Setembro de 2006, 10:17:50
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Quer dizer que eu mesmo sendo músico, tendo conhecimento musical, não posso criticar uma música porque não tenho hábito de ouví-la ?

Claro. Quantas vezes na vida você ouviu o Cravo Bem Temperado? Com quantos interpretes você ouviu o Cravo? Isso é o mínimo para se ter uma comparação. Comparar é colocar na balança coisas do mesmo gêmero, e não bananas e maçãs.


 


Guto Marc

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Resposta #41 Online: 12 de Setembro de 2006, 10:25:20
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Roberto, e você vê isso como um problema ?
Acho que a antipatia de alguém pela minha obra pode acabar por me mostrar um lado que eu não conheço ou que não tive capacidade ou tempo de perceber. A "chatice" na análise pode revelar detalhes antes despercebidos. Por isso acho válido. Claro que em 90% dos casos será só chatice mesmo, mas sempre há algo para aproveitar.

Só complementando, Guto. Ao meu ver, possuir um pensamento crítico, grosso modo, é conseguir ver coisas boas em obras que voce não gosta e defeitos em obras que voce gosta. É possuir uma postura sempre questionadora diante do que lhe é exposto, tentando manter um diálogo consigo mesmo sobre os pros e contras daquilo - quando não há possibilidade de manter esse diálogo com um terceiro.  
E outra ressalva: para ser crítico voce deve ter conhecimento do assunto. Para criticar música clássica, devo ser conhecedor de música clássica. E nem por isso minha crítica será favorável.

As idéias estão meio desconexas por que tou com pressa, mas qualquer hora dou uma lida nesse tópico denovo.
Roberto, então eu não posso criticar a música clássica no cenário musical, simplesmente porque não sou ouvinte assídou ? Acho estranho e discordo, mas respeito seu ponto de vista.
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Resposta #42 Online: 12 de Setembro de 2006, 10:27:18
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....E nem por isso minha crítica será favorável.

Mas isso é óbvio. Nem toda crítica será favorável. Aliás eu acho que as melhores são as que apontam outras direções. Quem quer elogios só deve mostrar a obra para a mãe.....kkkk
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Guto Marc

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Resposta #43 Online: 12 de Setembro de 2006, 10:30:01
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Quer dizer que eu mesmo sendo músico, tendo conhecimento musical, não posso criticar uma música porque não tenho hábito de ouví-la ?

Claro. Quantas vezes na vida você ouviu o Cravo Bem Temperado? Com quantos interpretes você ouviu o Cravo? Isso é o mínimo para se ter uma comparação. Comparar é colocar na balança coisas do mesmo gêmero, e não bananas e maçãs.
Ivan, eu posso nunca ter ouvido. Mas se me apresentarem uma música tcheca por exemplo e me pedirem para criticar, eu posso basear meus argumentos em compassos, notas, arranjos, melodia, riffs, etc....... isso independe de comparação com outras músicas, e sim com o próprio conceito musical.  
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Resposta #44 Online: 12 de Setembro de 2006, 10:30:19
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Eu analisei a foto do jeito "puro". Foi como disse: se você antes da foto colocasse:

"Fiz essa foto pensando em como a distorção da lente aliado a um ambiente complexo pudesse retratar a ambiguidade de fatores. Incluí um Guaraná "Champagne" e um pedaço de um logo "Skol" para mostrar as bebidas na sociedade moderna e sua influência nos jovens. O reflexo da luz na janela funciona como uma auréula na cabeça do jovem, como que se ele fosse um anjo alheio ao consumismo do capitalismo dos engradados e alcoólicos, e ao mesmo tempo é a representação do sol iluminando seus pensamentos. Ao mesmo tempo, metade da janela aberta traduz a vontade de fuga, sempre com ressalvas."


Mas guto, sem querer ser chato e já sendo -risos.

Não é isso. É o seguinte...

É uma foto de composição dura, complexa, onde eu não mexi em nenhum elemento do cenário, mas apenas olhei para eles de certa maneira e vi certo potencial. Ela retrata uma pessoa comum -meu filho- em uma mesa de restaurante sob a luz ambiente a qual, como luz artificial que é, dá tons às cores que não são aqueles que habitualmente percebemos.

O conjunto da composição dura, da luz dura, das cores e posições da coisa cria um certo estranhamento que é exatamente o interesse da foto. A mancha amarela da reflexão da luz na prota azul aumenta a estranheza, sendo assim uma foto pacata -pois meu filho está com uma exprssão calma- e uma foto estranha.

Ela tem uma dureza enorme de contrastes, quase como uma foto em PB, mas em lugar do PB tem essas cores estranhas derivadas da iluminação.

Não há na foto nenhuma outra mensagem além dessas, creio. Eiu  não quis dizer nada nem simbolizar nada, só criar uma composição que tenha certo grau de incômodo que assim obrigue o observador a um tipo de atenção diferente.