Eu analisei a foto do jeito "puro". Foi como disse: se você antes da foto colocasse:
"Fiz essa foto pensando em como a distorção da lente aliado a um ambiente complexo pudesse retratar a ambiguidade de fatores. Incluí um Guaraná "Champagne" e um pedaço de um logo "Skol" para mostrar as bebidas na sociedade moderna e sua influência nos jovens. O reflexo da luz na janela funciona como uma auréula na cabeça do jovem, como que se ele fosse um anjo alheio ao consumismo do capitalismo dos engradados e alcoólicos, e ao mesmo tempo é a representação do sol iluminando seus pensamentos. Ao mesmo tempo, metade da janela aberta traduz a vontade de fuga, sempre com ressalvas."
Mas guto, sem querer ser chato e já sendo -risos.
Não é isso. É o seguinte...
É uma foto de composição dura, complexa, onde eu não mexi em nenhum elemento do cenário, mas apenas olhei para eles de certa maneira e vi certo potencial. Ela retrata uma pessoa comum -meu filho- em uma mesa de restaurante sob a luz ambiente a qual, como luz artificial que é, dá tons às cores que não são aqueles que habitualmente percebemos.
O conjunto da composição dura, da luz dura, das cores e posições da coisa cria um certo estranhamento que é exatamente o interesse da foto. A mancha amarela da reflexão da luz na prota azul aumenta a estranheza, sendo assim uma foto pacata -pois meu filho está com uma exprssão calma- e uma foto estranha.
Ela tem uma dureza enorme de contrastes, quase como uma foto em PB, mas em lugar do PB tem essas cores estranhas derivadas da iluminação.
Não há na foto nenhuma outra mensagem além dessas, creio. Eiu não quis dizer nada nem simbolizar nada, só criar uma composição que tenha certo grau de incômodo que assim obrigue o observador a um tipo de atenção diferente.