Autor Tópico: Nao fazemos mais arte mas somente a ideia dela, em tornando as coisas inuteis.  (Lida 5195 vezes)

romuloqueiroz

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em tempo: não existe fotografia "pura".

um outro exemplo disso tudo, é a discussão da estética. tem um livro ótimo do Suassuna: iniciação a estética, eu recomendo.
E sobre arte, eu recomendo o Isso é arte? Will Gompertz. Mas é bem introdução mesmo. Recomendo porque o assunto é longo e pode se tornar uma leitura chata se for em outros livros mais legais


romuloqueiroz

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Se eu nao me engano, foram os gregos que comecaram com esse papo de "isso eh arte". Mas o que eles chamavam de arte era qualquer coisa feita com muita destreza, perfeicao, altissima qualidade, seja pintura, escultura, teatro ou discurso, predios, carrocas, chinelos, guerras, etc.

CROIX Disse que não sabe nada, então eu vou dizer que sei menos, aqui é minha opinião e leitura.
Então pontuando a aula de história da arte do CROIX os Gregos diziam isso é Belo, e belo é o que era executado com Technè, palavra grega que por muito tempo foi traduzida por arte, mas hoje é somente técnica.

Acho que todo esse movimento só trouxe mais liberdade para a criação. E sinceramente, acho que o importante quando eu vejo, é conversar com a obra, deixar que ela me diga algo. Dependendo até “trocar” com ela. Não dizer como ela deveria ser. Quando exponho meu trabalho a alguém ou a um grupo, espero saber se a pessoa gostou ou não, se ela percebeu alguma coisa ou não... (como no caso é fotografia) quando a pessoa vem falar de enquadramento, composição, justificativas técnicas, simplesmente não ouço. Diferente por exemplo quando estou trabalhando uma foto para um Cliente, ai quem manda é o cliente e sua ideia de Belo. Seja ela qual for.


Raphael Sombrio

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CROIX Disse que não sabe nada, então eu vou dizer que sei menos, aqui é minha opinião e leitura.
Então pontuando a aula de história da arte do CROIX os Gregos diziam isso é Belo, e belo é o que era executado com Technè, palavra grega que por muito tempo foi traduzida por arte, mas hoje é somente técnica.

Acho que todo esse movimento só trouxe mais liberdade para a criação. E sinceramente, acho que o importante quando eu vejo, é conversar com a obra, deixar que ela me diga algo. Dependendo até “trocar” com ela. Não dizer como ela deveria ser. Quando exponho meu trabalho a alguém ou a um grupo, espero saber se a pessoa gostou ou não, se ela percebeu alguma coisa ou não... (como no caso é fotografia) quando a pessoa vem falar de enquadramento, composição, justificativas técnicas, simplesmente não ouço. Diferente por exemplo quando estou trabalhando uma foto para um Cliente, ai quem manda é o cliente e sua ideia de Belo. Seja ela qual for.


Concordo e discordo. Prq se for assim ( e é mesmo ) estamos caminhando pra algo que não sei definir, aonde não existirão regras ou critérios ( arte com regras? ), onde tudo é
belo ou horrível, só depende do ponto de vista ou da opinião de quem está diante de. No caso, a única regra seria ser belo ou, como vc disse, transmitir algo, porém isso não
seria geral, seria particular de algumas pessoas, fossem muitas ou poucas.

Tendo um nº considerável de pessoas considerando aquilo agradável ou belo, acabaria tornando-se ou considerando-se arte.

Vai ver é isso então........ :ponder:

Acho que 

Ou então o novo horizonte que se estabelece passo a passo é ter uma regra só:
Certo, errado, bom, ruim?...............


C R O I X

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Eu escrevi esse texto depois chamado: O que fazer depois da orgia. Acredito que ajude a entender essa visao sobre o mundo da arte atual. Esta em ingles e eu tenho preguica de traduzir agora, mas se alguem pedir eu traduzo mais tarde:

Citar
With modern art we have experienced the freedom, and therefore the excess, in art and today we want to keep up the party that has already ended, by playing the same songs, have the same talk and trying keep dancing pretending this is not the end.

Art, or our contemporary world, has explored all aspects of life and its materialistic culture. With monetary access and technology art have being free, and we see a world full of creative and no creative people producing with no limits. Like TV with more then 100 channels offering the most variates option of broadcasting, the internet where we can read and watch all kind of news and information, we become after a while indifferent. Everything, after the full exposition and exploration loose their mystery and consequently their sensuality to become no more than fetch. Meaning we become more interested on the idea of being informed than the information itself, on the idea of have access than the access itself, on the idea of products, sex and art than products, sex and art themselves. We live in a fetched world.

Now what? What to do after the orgy? How to face the emptiness feeling after the limitless enjoyment?
It looks like nobody knows, so they keep with the empt and useless talk since they have no more to talk about, the dull replayed music because there is nothing else to play, the same tired and indifferent dance, pretending the party is still on but it doesn't matter how hard we pretend, after the orgy all that is left is the empt dull after result.

Even the after party talk, fun and memories of the good, bad and silly moments has become nostalgic. We have so long make fun of the nostalgic orgy, of its pretending, that it is not funny any more.

We have lost all the mystery and seduction illusion world we once had to rely and believe only on this that Baudrillard calls the final illusion of reality or hyper-reality. The indifferent people, culture and mind we become that bring us back to the "inhuman rituals and phantasmagoria of the cultures preceding our own".


romuloqueiroz

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Eu escrevi esse texto depois chamado: O que fazer depois da orgia. Acredito que ajude a entender essa visao sobre o mundo da arte atual. Esta em ingles e eu tenho preguica de traduzir agora, mas se alguem pedir eu traduzo mais tarde:

C R O I X, me perdoe se a interpretação for ruim, muito se deve ao meu inglês, que é péssimo. Acho o tom profético e pessimista (não é uma crítica de valor, não estou dizendo que é ruim, estou tentando entender), não concordo com "world full of creative and no creative people producing with no limits". Acho quase o contrário da formulação inteira.

Pra mim estamos vivendo um momento de florescimento. TEM GENTE PINTANDO NAS CALÇADAS, tem arte sendo levada das paredes das ruas para dentro dos museus.

O que talvez fizemos, e vamos continuar fazendo é parando de romantizar processos, permitindo que todos toquem seus ideais.

(correndo o risco de não ter entendido nada do texto)


romuloqueiroz

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Concordo e discordo. Prq se for assim ( e é mesmo ) estamos caminhando pra algo que não sei definir, aonde não existirão regras ou critérios ( arte com regras? ), onde tudo é
belo ou horrível, só depende do ponto de vista ou da opinião de quem está diante de. No caso, a única regra seria ser belo ou, como vc disse, transmitir algo, porém isso não
seria geral, seria particular de algumas pessoas, fossem muitas ou poucas.

Tendo um nº considerável de pessoas considerando aquilo agradável ou belo, acabaria tornando-se ou considerando-se arte.

Vai ver é isso então........ :ponder:

Acho que 

Ou então o novo horizonte que se estabelece passo a passo é ter uma regra só:
Certo, errado, bom, ruim?...............

Raphael, vem comigo... A arte não está submetida a razão. É algo diferente, nem maior nem menor (na minha opinião), é só diferente. Mas, não estando ela submetida razão fica mais difícil, e a graça está ai, é quando ela ganha liberdade.
Na sua última frase você fala sobre valores: certo, errado, bom, ruim... isso muda culturalmente, e ai, cada cultura determina o que é arte? Ou podemos dizer: Arte universal? Porque bife de fígado pra mim é ruim, religiões pra mim são erradas, monogamia pra mim é o certo. E ai, como lidar com isso?
Quando você fala sobre o Belo, acho que é um caminho paralelo, acho que vale mesmo partir pra uma leitura antes de explicar por aqui, afinal, Belo é morrer no campo de batalha, melhor que morrer em casa, de velhice, com a família. (Ah! Os gregos!)


Raphael Sombrio

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Raphael, vem comigo... A arte não está submetida a razão. É algo diferente, nem maior nem menor (na minha opinião), é só diferente. Mas, não estando ela submetida razão fica mais difícil, e a graça está ai, é quando ela ganha liberdade.
Na sua última frase você fala sobre valores: certo, errado, bom, ruim... isso muda culturalmente, e ai, cada cultura determina o que é arte? Ou podemos dizer: Arte universal? Porque bife de fígado pra mim é ruim, religiões pra mim são erradas, monogamia pra mim é o certo. E ai, como lidar com isso?
Quando você fala sobre o Belo, acho que é um caminho paralelo, acho que vale mesmo partir pra uma leitura antes de explicar por aqui, afinal, Belo é morrer no campo de batalha, melhor que morrer em casa, de velhice, com a família. (Ah! Os gregos!)


É, tlvz a real é que somos muito preconceituosos a respeito das coisas, e a arte não deveria estar incluída aqui.

A gente ta sempre querendo tachar as coisas, ter um conceito certo, uma forma certa, enfim, ter regras e seguir padrões pré-estabelecidos.
Sinceramente esse assunto é algo que sempre me intrigou, prq eu gosto de arte ( da minha maneira ), mas tem algumas coisas dentro dela que eu não consigo aceitar ou entender.

Vou refletir mais à respeito.


C R O I X

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C R O I X, me perdoe se a interpretação for ruim, muito se deve ao meu inglês, que é péssimo. Acho o tom profético e pessimista (não é uma crítica de valor, não estou dizendo que é ruim, estou tentando entender), não concordo com "world full of creative and no creative people producing with no limits". Acho quase o contrário da formulação inteira.

Pra mim estamos vivendo um momento de florescimento. TEM GENTE PINTANDO NAS CALÇADAS, tem arte sendo levada das paredes das ruas para dentro dos museus.

O que talvez fizemos, e vamos continuar fazendo é parando de romantizar processos, permitindo que todos toquem seus ideais.

(correndo o risco de não ter entendido nada do texto)

O que eu quiz dizer nessa parte que tambem eh um resumo do texto em uma frase, eh que o ecesso de informacao e acesso a criacao, apesar do beneficio de poder ver muito mais trabalhos como tambem de praticamente qualquer um poder fazer parte, ate mesmo no sentido da arte de rua que tem um imensso beneficio com os stencils desenhados no photoshop e imprimidos para usar como forma nas paredes, ou o acesso financeiro as tintas, rolos e spreys, alem do mundo de inspiracao atravez do compartilhamento de fotos de arte de rua na internet e tutoriais para se aprender a fazer arte de rua em casa, todo esse ecesso de informacao tem seu efeito colateral que eh a resaca, essa resaca eh a indiferenca que aspessoas passam a ter pelas coisas que comecam a presenciar constantemente, pelo volume de informacao menos aprofundado para dar tempo de digerir antes do volume de informacao seguinte, e a sim o mundo passa a ser mais "vazio" de certa forma. Isso se reflete na politica, na midia, ate no sexo e nao diferente nas artes.

E o que fazer depois da bebedeira? Depois do abuso? Depois da orgia? Chega uma hora que de tanto beber as pessoas ja nao bebem para ficarem bebadas ou alegres, ja nao ha mais prazer na bebida, as pessoas bebem pela ideia ou conceito da bebida e nao pela bebida em si. A mesma coisa a informacao. De tanta informacao chega uma hora que as pessoas ja nao querem realmente ter informacao mas sim meramente serem midiadas, pela ideia da informacao e nao pela informacao em si. A mesma coisa a politica, e a mesma coisa o sexo. Muitas pessoas, com o ecesso de estimulos sexuais ja nao tem prazer no sexo em si, mas somente na ideia do sexo. O mesmo para as artes.

E nesse mundo hiper materialista, hiper real (o que tambem eh uma ilusao), as artes tem sido ditada mais pelo mercado financeiro e publicitario do que por artistas em si.

Existe um livro muito bom chamado "Amusing ourselves to death" (Nos entretendo ate a morte), que explica a relacao sobre o desenvolvimento tecnologico em relacao ao acesso a informacao e instrucao, e suas consequencias.

Obviamente, esse nao eh um processo novo. Os Gregos passaram por isso assim como os romanos, e muito antes desses dois imperios, os Chineses passaram por isso. E a capital do entretenimento hoje que sao os EUA estao passando por isso e refletindo em todo mundo globalizado. E essa eh a maior diferenca de hoje para o que aconteceu no passado, a intencidade da coisa.

Esse nivel de materialismo, nulidade e artificialidade sempre foi marcada por decadencia politica e social (soa familiar?). E a volta aos principios expressivos do passado. mas por quanto tempo? qual sera o tamanho da queda/tombo? O que sera o apice da crise? Ou a tendencia eh ficar fazendo de conta que ainda vivemos no periodo moderno por geracoes?


Raphael Sombrio

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O que eu quiz dizer nessa parte que tambem eh um resumo do texto em uma frase, eh que o ecesso de informacao e acesso a criacao, apesar do beneficio de poder ver muito mais trabalhos como tambem de praticamente qualquer um poder fazer parte, ate mesmo no sentido da arte de rua que tem um imensso beneficio com os stencils desenhados no photoshop e imprimidos para usar como forma nas paredes, ou o acesso financeiro as tintas, rolos e spreys, alem do mundo de inspiracao atravez do compartilhamento de fotos de arte de rua na internet e tutoriais para se aprender a fazer arte de rua em casa, todo esse ecesso de informacao tem seu efeito colateral que eh a resaca, essa resaca eh a indiferenca que aspessoas passam a ter pelas coisas que comecam a presenciar constantemente, pelo volume de informacao menos aprofundado para dar tempo de digerir antes do volume de informacao seguinte, e a sim o mundo passa a ser mais "vazio" de certa forma. Isso se reflete na politica, na midia, ate no sexo e nao diferente nas artes.

E o que fazer depois da bebedeira? Depois do abuso? Depois da orgia? Chega uma hora que de tanto beber as pessoas ja nao bebem para ficarem bebadas ou alegres, ja nao ha mais prazer na bebida, as pessoas bebem pela ideia ou conceito da bebida e nao pela bebida em si. A mesma coisa a informacao. De tanta informacao chega uma hora que as pessoas ja nao querem realmente ter informacao mas sim meramente serem midiadas, pela ideia da informacao e nao pela informacao em si. A mesma coisa a politica, e a mesma coisa o sexo. Muitas pessoas, com o ecesso de estimulos sexuais ja nao tem prazer no sexo em si, mas somente na ideia do sexo. O mesmo para as artes.

E nesse mundo hiper materialista, hiper real (o que tambem eh uma ilusao), as artes tem sido ditada mais pelo mercado financeiro e publicitario do que por artistas em si.

Existe um livro muito bom chamado "Amusing ourselves to death" (Nos entretendo ate a morte), que explica a relacao sobre o desenvolvimento tecnologico em relacao ao acesso a informacao e instrucao, e suas consequencias.

Obviamente, esse nao eh um processo novo. Os Gregos passaram por isso assim como os romanos, e muito antes desses dois imperios, os Chineses passaram por isso. E a capital do entretenimento hoje que sao os EUA estao passando por isso e refletindo em todo mundo globalizado. E essa eh a maior diferenca de hoje para o que aconteceu no passado, a intencidade da coisa.

Esse nivel de materialismo, nulidade e artificialidade sempre foi marcada por decadencia politica e social (soa familiar?). E a volta aos principios expressivos do passado. mas por quanto tempo? qual sera o tamanho da queda/tombo? O que sera o apice da crise? Ou a tendencia eh ficar fazendo de conta que ainda vivemos no periodo moderno por geracoes?


Isso tudo que vc falou realmente tem bastante lógica, prq é uma lei Universal: tudo muda, tudo se transforma, quer a gente queira ou não.
E claro: existe sim uma saturação das coisas, principalmente quando vistas e vividas intensamente, com certeza!

E isso explica bem o prq coisas realmente incríveis ( que não só sejam consideradas incríveis, mas que efetivamente sejam ) simplesmente amanhã causam enjoo e passemos a gostar daquilo que antes era
tido como algo comum ou sem graça. A moda funciona bem dessa forma: vc vê as coisas "pegarem" e das duas uma: ou vc passa a gostar pela "repetição" do ver,  ou passa a odiar e não aguenta mais.

Talvez um diferencial dentro da Arte em si, hj, é não o resultado - arte objeto, ideia, conceito, só - mas todo o motivo ou história por traz do daquilo que está sendo feito.
O trabalho passa a ter uma maior relevância.



romuloqueiroz

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E o que fazer depois da bebedeira? Depois do abuso? Depois da orgia? Chega uma hora que de tanto beber as pessoas ja nao bebem para ficarem bebadas ou alegres, ja nao ha mais prazer na bebida, as pessoas bebem pela ideia ou conceito da bebida e nao pela bebida em si. A mesma coisa a informacao. De tanta informacao chega uma hora que as pessoas ja nao querem realmente ter informacao mas sim meramente serem midiadas, pela ideia da informacao e nao pela informacao em si. A mesma coisa a politica, e a mesma coisa o sexo. Muitas pessoas, com o ecesso de estimulos sexuais ja nao tem prazer no sexo em si, mas somente na ideia do sexo. O mesmo para as artes.

E nesse mundo hiper materialista, hiper real (o que tambem eh uma ilusao), as artes tem sido ditada mais pelo mercado financeiro e publicitario do que por artistas em si.

Existe um livro muito bom chamado "Amusing ourselves to death" (Nos entretendo ate a morte), que explica a relacao sobre o desenvolvimento tecnologico em relacao ao acesso a informacao e instrucao, e suas consequencias.

Obviamente, esse nao eh um processo novo. Os Gregos passaram por isso assim como os romanos, e muito antes desses dois imperios, os Chineses passaram por isso. E a capital do entretenimento hoje que sao os EUA estao passando por isso e refletindo em todo mundo globalizado. E essa eh a maior diferenca de hoje para o que aconteceu no passado, a intencidade da coisa.

Esse nivel de materialismo, nulidade e artificialidade sempre foi marcada por decadencia politica e social (soa familiar?). E a volta aos principios expressivos do passado. mas por quanto tempo? qual sera o tamanho da queda/tombo? O que sera o apice da crise? Ou a tendencia eh ficar fazendo de conta que ainda vivemos no periodo moderno por geracoes?

O seu último paragrafo confirma o tom profético, como se alguma coisa estivesse errada e fosse ter uma consequência, catastrófica. Pense na arte religiosa, as pessoas se ajoelhavam diante dela, faziam sacrifícios e orações, viam nela o próprio deus(es). Hoje nossa relação com a arte não é mais essa. Não julgo se hoje é melhor ou pior. É o que é. Toda efemeridade faz parte do nosso tempo, acho que o desafio está em como fazer arte hoje. Mais do que como consumir arte hoje.


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[...]acho que o desafio está em como fazer arte hoje. Mais do que como consumir arte hoje.

De fato.