[Diogenes]

Diógenes, eu concordo plenamente, eu adoro essa cidade e acho que tem muita coisa boa pra oferecer. E quem souber aproveitar também vai se apaixonar. E pelo menos as coisas ruins daqui eu sei quais são e sei contorna-las.

Mas pra grande maioria das pessoas é difícil morar perto do serviço... Pra quem é fotógrafo então, sem chance, pois cada dia está num canto diferente da cidade. Lógico que eu tento concentrar meus clientes nas zonas Sul e Oeste, mas já tive que fazer trabalhos na extrema Z/L e alguns na Z/N...

Eu ainda acho que as coisas boas superam as coisas ruins, mas o cenário vem piorando a cada ano. Não só o trânsito bate recordes todo ano, mas os níveis de violência também aumentam constantemente, num nível alarmante. Sei que na verdade poucos lugares do Brasil são realmente seguros e sem trânsito (e esses lugares não oferecem nem 10% do que São Paulo tem a oferecer), mas eu acho que São Paulo está bem ruim mesmo...

Humberto, concordo que São Paulo está bem ruim mesmo, mas nós que moramos aqui talvez tenhamos uma percepção maior do que realmente é. Minha filha agora está morando no Rio de Janeiro e portanto tenho ido com certa frequência pra lá. O trânsito por lá, além de igualmente terrível, tem outros agravantes. O motorista de lá é muitas vezes mais mal educado que aqui. O cara simplesmente trava o cruzamento e não tá nem aí. Se você fica parado no farol, mesmo aberto pra você, pois se você andar vai travar o cruzamento, os caras que estão atrás buzinam, xingam e só faltam te dar um tiro! É punk mesmo. Em compensação...(lembra-se do que eu disse sobre São Paulo, que se você souber driblar as coisas não tão boas, você viverá muito bem?), em compensação ela levanta muito cedo, por volta da 6:00h coloca uma roupa e sai pra caminhar no calçadão, antes de ir para o trabalho, olhando aquele marzão na sua frente.

Enfim, o que quero dizer é que violência, bala perdida, bala achada, assaltos, etc tem em todo lugar. Uns mais hoje, outros mais amanhã, mas isto tá brabo geral e IMHO, viver em São Paulo é um privilégio e não um desastre. Claro e repito que isto não vale para quem mora na Zona Leste e trabalha na Zona Sul ou para alguém como o Paulo aí em cima que mora em São Caetano (que tem um dos melhores IDHs do Brasil) mas trabalha no Brooklin. Aí é complicado mesmo.

Mesmo assim eu não trocaria viver em São Paulo para viver em Cunha, como nosso outro colega fez, nem por reza braba!

[Thales Souto]

Eu tenho um emprego de Supervisor de Produção da área automotiva que me satisfaz e paga acima da média (mesmo comparando com SP) mas vivo em uma cidade que ainda tem traços interioranos (Bragança Paulista), apesar de não gostar da cidade.
Moro 2 km do meu serviço e a escola onde leciono fica a 10 min.

Realmente SP é complicado. Toda vez que tenho que ir pra lá  em regiões movimentadas e horários de pico é a mais pura paciência entrando em ação.

[Paulo Arruda]

Moro a 18km do trampo e levo todos os dias 1h30 pra chegar... ontem, pra ajudar meu dia a ficar bom tive que ir a SCS... por isso dos 28km... foi f*daaaaaa...
Penso em me mudar de SP em no máximo uns 2 anos... já é um projeto que estou em mente há tempos... ainda não encontrei foi oportunidade de negócio pra onde quero ir, estou estudando bem a situação para minimizar riscos e frustrações.
Apesar de tudo, gosto de SP, gosto do que faço, mas já estou ficando cansado... principalmente da falta de tempo para VIVER... vc "perder" 3h por dia dentro de um carro é fogo. Já chega no serviço cansado e na volta pra casa, a noite tbém as energias foram pro ralo.
Isso sem contar outro fator que me preocupa muito mais que é a violência... tá certo que há em todo lugar, mas no adensamento de gente que é SP isso é potencializado. Os vagabundos roubam e matam só pra ver a pessoa morta... sem que se esboce qualquer reação... e o maior problema é que qualquer pena pra um vagabundo desse é pouca... só que eles não pagam por isso pois aí vem nosso sistema de leis que tem mais brechas que peneira.

[Kokimoto]

Também me resolvi com trânsito (vim morar perto do trabalho, como o Diogenes falou, é essencial) e gosto muito de ter tudo à mão na cidade. É uma coisa sensacional mesmo.

Mas também estou saindo mais por causa da violência. Gosto muito de motocicletas e aqui estão roubando todas. Para contornar isso, só abrindo mão do hobby, mas isso não pretendo fazer.

Eu também queria mudar para um apertamento maior, mas os preços estão de matar. Só se for pra longe do trabalho, mas daí é problema.

[Humberto Yoji]

Diógenes, nisso você tem razão, o trânsito do Rio é um inferno! Motoristas muito mal-educados e folgados, inclusive os de ônibus (já vi muito ônibus por lá fechando cruzamento sem remorso!). Se sair de São Paulo um dia, certamente não será pro Rio, rsrs. Mas é isso, cobrir o rosto para descobrir os pés, o Rio tem vários problemas, mas a orla é linda demais. O povo de lá sai estressado do trabalho e vai tomar uma cerveja na praia, rsrs...

São Paulo tem muita coisa boa e para todos os gostos. Pra quem curte artes em geral, aqui é o paraíso, provavelmente a melhor do Brasil. Eu sou músico amador, e tenho o conforto de saber que, em qualquer semana que eu estiver a fim, vou encontrar um show de ótima qualidade de graça ou a preços bem baixinhos. A quantidade e variedade de cinemas e museus é impressionante, e a mesma coisa para os parques.

E a vida noturna por aqui é muito agitada, muito melhor que em NY ("the city that never sleeps"). Aqui eu também tenho a certeza de que posso sair a qualquer horário de madrugada e vou encontrar restaurantes, lanchonetes, botecos, etc onde eu posso matar a fome. O problema é que tem que sair de carro, mas pelo menos de madrugada não tem trânsito, rsrs.

Mas é isso, o trânsito aqui anda cada vez pior, a violência também. Ainda bem que faz tempo que não sou vítima de assaltos, mas colaboro e sofro com o trânsito. Pra quem pode morar perto do trabalho é um problema a menos, pra quem trabalha cada fim de semana em uma igreja ou salão de festas diferente, o problema é multiplicado. Por outro lado, sei que poucas cidades do mundo oferecem o mercado de fotografia de casamentos que São Paulo oferece...

Se correr o bicho pega, se ficar...

[Renan.Paiva]

Morar perto para mim e impossível, sou consultor moro em Cotia e atendo clientes em SBC, Brooklin e Paulista rs

[Mike Castro]

eu sou de Maringá, PR, e minha sogra mora em Riacho Grande, SBC...

Eu vou te dizer. Não sinto um pingo de falta de ir pra SP.

Tenho muitos amigos em SP, e no ABC todo. Todo ano vou aí pra visitar a galera, ando pra cima e pra baixo, mas sempre fora dos horários de pico...
(Inclusive, fui visitar e conhecer pessoalmente o Domingos Junior, aqui do Fórum, batemos um papo bacana .)
No fim desse ano eu fui, passeei bastante, mas sinceramente, com exceção das grandes exposições de arte, museus, etc, não senti falta de nada aí, que não tem em Maringá...
...
Balada eu não curto, gastronomia aqui tbm tem de tudo, tem empresa de tudo quanto é ramo aqui tbm...
Eu nunca precisei dizer: "Putz, preciso fazer/comprar tal coisa, mas só tem em SP."

A única coisa, é as lojinhas xing ling da tal galeria que vcs compram, isso é verdade. MAs eu tenho o Paraguai 
Tenho uma casa no tal riacho grande. Quando eu casei, em 2008, o plano era mudar pra lá. Mas, felizmente alugamos a casinha e viemos pra Maringá.

O aluguel que eu recebo numa casinha mixuruca, do tamanho de uma caixa de sapato, eu pago o aluguel e condomínio do apartamento onde moro. 3 quartos, 75m², a 3 km do estudio.
A pé, levo meia hora pra ir trabalhar... De carro, chego antes do motor esquentar, é tipo, uma música no cd player e já cheguei.
Maringá inteira tem pouco mais de 12 km de leste a oeste, e a mesma distancia norte-sul.


A coisa aqui é tão pequena que eu completo o tanque do carro todo dia 1º. Chega no outro mês, tem mais de um quarto no tanque, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

[RafaZ]

Para criar um filho pequeno és uma cidade muito cruel. Brincar na rua está fora de cogitação para quem não mora em condomínio fechado.
Quando não tinha filha sempre pensava que se viesse um bandido assaltar no carro, eu entregava tudo e saia correndo. Hoje fico desesperado quando penso que vou ter que explicar pra um cara armado e possivelmente drogado que preciso tirar a menina do banco de trás. O que já dá certo trabalho em situação normal.
Realmente morar perto do trabalho aumenta absurdamente a qualidade de vida. Mas em geral não é muito fácil mudar de casa toda vez que se muda de trabalho. A coisa piora quando se pensa que um casal pode trabalhar em lugares distintos.

No meu caso minha esposa e eu trabalhamos próximos,  porém simplesmente não temos condição financeira de morar no Itaim Bibi. Aluguel e escola naquela região és para pessoas de classe social superior à nossa.

[RFP]

Você não fica preso no trânsito, você é o trânsito 

Moro em São Paulo, não dirijo, uso apenas transporte público. Moro a cerca de 10km do trabalho mas é tranquilo. Na maior parte dos dias entro tarde e saio tarde, então o trajeto de metrô e ônibus é bem rápido, esse último por conta dos corredores. As informações do site da SPTrans com os horários dos ônibus e a localização de cada um por GPS ajuda bastante a se programar.

[RafaZ]

Pra quem não tem que cumprir horário, fugir do horário de pico é uma boa.

Trabalhei em home office por um ano e foi uma experiência muito boa também. Mas nada disso ajuda a maioria da população.

[Humberto Yoji]

Você não fica preso no trânsito, você é o trânsito 

Com certeza! Por isso que eu costumo dizer que "contribuo e sofro" com o trânsito aqui de São Paulo, rsrs.


Mas infelizmente, muitas das soluções não funcionam para fotógrafos. Pra mim não rola pegar ônibus e metrô com todo o equipamento de fotografia, e ainda ter que pegar taxi depois para voltar pra casa (já que raramente os casamentos acabam em horário que dê pra pegar metrô/ônibus). Quando posso, vou de metrô, sem dúvida, principalmente para trabalhos que são à tarde e que não preciso levar tanto equipamento...


Outra coisa é essa de morar perto do trabalho, rsrs, cada dia trabalho em um canto diferente, então o lance é tentar morar em locais de fácil acesso e relativamente perto do centro. Evitar horário de pico é o máximo que consigo fazer, e é o que sempre tento fazer, mas nem sempre é possível...


Quando não estou fotografando, uso o metrô praticamente 100% do tempo! 

[Diogenes]

A verdade é que como alguém disse, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

Não sou de ficar reclamando da vida, do trânsito, do vizinho ou de qualquer outra coisa. Há de se ter um posicionamento positivo perante a vida, ainda que se tenha dificuldades a enfrentar. O trânsito, por pior que possa ser, é o menor dos problemas. Claro, tem dias que dá no saco, mas quando você está no trânsito pense que você tem uma mulher legal, um filho que te ama e precisa de você, no final de semana você vai no parque ensiná-lo a andar de bicicleta, ou se ele já sabe, você vai tirar as rodinhas, pense naquela picanha que você vai fazer, sei lá, pense tudo, pense que você é saudável, pense que você tem tido trabalho, enfim, pense positivo.

Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam problemas.
Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo.
Somos o que pensamos.
O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.

Dr. Dráuzio Varella

[ALEXFIGUEIREDO]

Concordo com o pensar sempre positivo.   
Mas será que vale a pena, viver somente de pensamentos positivos enquanto a vida passa...e passa rápido. Quem já chegou aos 40 sabe o que estou falando. Realmente perder 2-3 horas do dia da sua vida, 5 dias da semana, para o trânsito não é fácil, mas não é privilégio dos paulistanos não.

[Rick99]

Eu adoro a cidade e por mim, está tudo uma maravilha (sem brincadeiras e ironias).

Mas sou um "ponto fora da curva"...afinal trabalho a 3 quarteirões da minha casa, estudo a 1km do meu local de trabalho e o metrô fica aqui ao lado...rs.

Não me lembro da última vez em q peguei um grande congestionamento em SP...só sei q foi há mais de 6 anos.

[Diogenes]

Concordo com o pensar sempre positivo.   
Mas será que vale a pena, viver somente de pensamentos positivos enquanto a vida passa...e passa rápido. Quem já chegou aos 40 sabe o que estou falando. Realmente perder 2-3 horas do dia da sua vida, 5 dias da semana, para o trânsito não é fácil, mas não é privilégio dos paulistanos não.

Maravilha, Alex.

Você está coberto de razão e por morar aqui sei exatamente o que significa "perder" 2 ou 3 horas por dia no trânsito. Veja entretanto uma situação ocorrida comigo, de Janeiro de 2007 a Janeiro de 2012. Trabalhei em Santos, num grande projeto portuário. Foram 5 anos descendo pra Santos e subindo pra São Paulo, TODOS OS DIAS. Eram 55km, às vezes 60km dependendo se ia para o escritório que ficava na Av. Ana Costa ou direto para a obra que era na Alemoa.

Saia de casa às 7:30h e chegava no escritório 8:30h. Fiz isto durante 5 anos, ou seja, "perdendo" 2 horas por dia da minha vida não no trânsito, mas na estrada, que eventualmente poderia se tornar até mais perigoso. Não foram poucas as vezes que peguei serração na serra de não enxergar 2 metros na frente do carro. Garanto a você que talvez foram os melhores 5 anos da minha vida. Era um trabalho muito legal, um projeto fantástico (aliás o terminal está lá, funcionando, onde antes era um terreno contaminado considerado o maior passivo ambiental do estado de São Paulo), era bem remunerado, era respeitado pelos gringos que eram os donos do terminal, enfim foram anos de glória no aspecto profissional.

Então, perder ou não perder 2 ou 3 horas no trânsito (ou na estrada como foi meu caso neste período) é só uma aspecto a considerar. Hoje trabalho a 9 km de casa e gasto 40 minutos, 50 minutos, 1 hora ou até mais, se estiver chovendo como sexta passada.

Portanto quando digo que nada é desgraçadamente ruim que não tenha uma coisa boa a ser considerada, estou querendo dizer que às vezes o problema não é trânsito, mas sim o emprego que o cara tem. Ou às vezes o problema não é o trânsito, mas o fato do cara querer continuar morando na Zona Norte porque ele nasceu lá e a sogra mora perto e o barbeiro que ele está acostumado é do bairro, e por aí vai.

Reclamar é mais comum do que pensar em formas alternativas de melhorar a qualidade de vida.