Pq a Leica é a Leica?
Pq todo mundo quer a Leica?
Pois é, Matheus, a Leica se transformou ao longo de meio século em um mito. Para uma indústria isso pode ser muito bom durante um certo tempo, mas pode ser ruim com o passar dele. É como outros segmentos, você tem "mitos" em automóveis (Mercedes, Rolls Royce), em relógios (Rollex), em canetas (Mont Blanc), etc. O lado ruim é que os produtos se tornam tão caros que o mercado para eles fica restrito a quem os compra não para uso normal, e sim para "aparecer". Quase todas as empresas fabricantes de produtos considerados "mitos" já passaram por maus momentos e só não fecharam as portas porque foram adquiridas por outras maiores. Voltanto à Leica, seu produto mais recente é a M8, versão digital da renomada série "M". Está nas bancas a edição de abril da Fotografe Melhor, onde podemos ver o teste prático dela. Quando terminei de ler o teste, não me contive e escrevi para a revista o seguinte comentário:
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Prezados,
Tornei-me leitor assíduo desta excelente revista, e gosto particularmente dos artigos que tratam de equipamentos. Estou à procura de uma DSLR ideal para mim (em recursos, qualidade e preço), por isso leio com especial atenção os testes práticos. Quando terminei de ler o teste da câmera Leica M8, confesso que a sensação que ficou para mim foi de decepção. Durante a leitura, um mito foi sendo desfeito. À medida em que fui percebendo o quão desprovida de recursos é a câmera (alguns essenciais), tentava encontrar justificativas plausíveis para o seu elevado preço, que chega às raias do proibitivo. A única explicação possível para alguém deixar de comprar, por exemplo, uma Canon EOS-1D Mark III (preço previsto de lançamento de US$ 4,495.00) para adquirir uma Leica M8 (US$ 4,795.00) é a combinação da afamada tradição, paixão cega e saudosismo extremo. É certo que são câmeras destinadas a diferentes segmentos de utilização profissional, mas são concorrentes em termos de preço de mercado. Não podemos desconsiderar o fato de que tudo o que se faz com uma M8 se faz com a Mark III; a recíproca, infelizmente, está longe de ser verdadeira, pois, com a M8 não se tem inúmeros, incontáveis recursos que a outra oferece. E qualidade, não nos enganemos, ambas têm de sobra em todos os quesitos. Que me desculpem os fãs ardorosos da marca, mas penso que a conclusão é de que se trata de uma câmera destinada apenas a eles."
Como você pôde perceber, mesmo sendo um produto afamado pela qualidade ótica e de construção, não seria essa a minha câmera. É como nos outros segmentos que citei no início, temos que considerar que os outros fabricantes possuem produtos tão bons quanto o "mito" em questão, às vezes até melhores. A única coisa que eles não têm (no caso dos fabricantes de câmeras) é o nome "Leica" gravado. E, cá pra nós, pagar quase 5.000 dólares por um nome, hoje em dia, é "osso"...
Abraços,
Heber.
P.s.: se o que realmente interessa é a qualidade de imagem, dê uma olhada no preview da Canon EOS-1 Mark III ( http://www.imaging-resource.com/PRODS/E1DMK3/E1DMK3A.HTM ). Clique em "Samples" e dê uma olhada nas imagens mais ao final da página.
Heber, sinceramente, achei muito fraca a sua carta. Para quem quer uma Leica e sabe do que está falando, não se trata de "tradição, paixão cega e saudosismo extremo". É antes de mais nada precisão, qualidade ótica superior, resistência e discrição. Para fotografia de rua, sou muito mais uma M8 do que uma MarkIII, por exemplo. Para fotos que exijam altíssima qualidade, também não tenho dúvidas de que a M8 se sai melhor que a MarkIII. Essas coisas é que são importantes para quem quer uma Leica e, para isso, não falta nada na M8.
Geralmente, quem vai atrás de uma Leica sabe muito mais o que está fazendo do que quem, por exemplo, escreve uma carta assim comparado ela com a MarkIII. Numa boa.
Olá, pessoal, é isso aí, sem polêmica não revemos conceitos...
Bruno Gomes, sinceramente, achei muito fraca sua opinião... Agora, “numa boa”, apesar de ser novato aqui não imaginei que julgar um texto “fraco” ou “forte” fazia parte dos comentários. Prefiro a linha da prudência, até porque podemos mudar de opinião, como você mesmo fez logo abaixo, concordando com a postagem do Paulo Machado. Acho que seu equívoco (e o do Fabio Yamauti) é porque você não leu direito a minha carta, faça-o novamente e encontrará esta frase: “É certo que são câmeras destinadas a diferentes segmentos de utilização profissional, mas são concorrentes em termos de preço de mercado.” E o que eu escrevi logo a seguir é a pura verdade. A Mark III é melhor que a M8 em quase tudo, penso que esta última talvez leve ligeira vantagem (ainda) na qualidade ótica das lentes. Só concordo com você quanto à discrição. Agora, se você pensa realmente que o sensor CCD utilizado na Leica M8, fabricado pela Kodak, é melhor do que o CMOS Digic III da Canon Mark III, bem, deve ser porque você é um dos apaixonados que eu citei. Tudo bem, a gente entende porque sabe que o amor é cego...
Paulo Machado, você foi muito feliz no seu comentário! Acrescento, ainda, que as limitações de uma ragefinder estão na contra-mão da história. Esse tipo de câmera, que na década de 50 era moderna, faz parte do grupo que serviu de base para o que temos hoje de mais evoluído tecnologicamente. Se não fosse assim, Canon e Nikon não dominariam o mercado de câmeras utilizadas por profissionais. E, até que alguém poste um link para me desmentir, não conheço nenhuma rangefinder campeão de vendas na atualidade. E, para quem não sabe, eu prefiro fotografia tradicional, de película. Talvez eu ficasse muito satisfeito se possuísse uma Leica M6 ou M7. Agora, uma digital M8, por esse preço, com aquele tanto de "não tem isso, não tem aquilo", nem pensar...
Abraços,
Heber.