Autor Tópico: Convite: Astrofotografia com lente Canon EF 100mm f/2.8 Macro USM  (Lida 2798 vezes)

paulchess10

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Convido vocês para verem algumas astrofotos que fiz com a lente Canon EF 100mm f/2.8 Macro USM:

http://astrosantos.blogspot.com.br/2014/07/astrofotografia-com-lente-canon-ef.html

Usei uma Canon 60D montada numa Celestron CG-5 Advanced GT:

http://astrosantos.blogspot.com.br/2014/06/montagem-equatorial-germanica-celestron.html

A minha cidade é pequena. Embora não haja tanta poluição luminosa, ela não pode ser desprezada e compromete um pouquinho os resultados. Ainda assim, consegui algumas fotos que considero bacanas.
Em breve receberei uma Canon EF 200mm f/2.8L II USM...
Aí as coisas ficarão mais interessantes!
É incrível a quantidade de coisa legal que dá para fotografar sem um telescópio, mas a montagem equatorial motorizada é o requisito número um. Para quem se interessa sobre o assunto, confira mais:

http://astrosantos.blogspot.com.br/2014/06/astrofotografia-uma-brevissima.html

Também uso um telescópio refletor newtoniano da marca Skywatcher, com 1200mm de distância focal e 254mm de abertura, o qual, acoplado na DSLR, corresponde a uma lente 1200mm f/4.7:

http://astrosantos.blogspot.com.br/search/label/dobsoniano%20skywatcher%20254mm

Para mais fotografias (astronômicas e não astronômicas), visite minhas galerias no astrobin e no flickr:

https://www.flickr.com/photos/paulchess10/
http://www.astrobin.com/users/pasantos/


Rod.T28

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Resposta #1 Online: 10 de Julho de 2014, 10:55:56
Muito legal o trabalho! :clap: :clap: :clap: :clap: :clap:
Achei bem promissoras as fotos, parabens!!!!! :ok: :ok: :ok: :ok: :ok:


Alexandre Ricci

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Resposta #2 Online: 10 de Julho de 2014, 11:50:21
Muito legal o trabalho parabéns!

Sei um pouco tempo, paciência e estudo que esse tipo de fotografia precisa. Por um tempo curti astronomia, fiz cursos, ia muito nos observatórios de Campinas, Americana e Piracicaba, eu tinha amizade com os astrônomos que cuidavam deles. Meu cunhado tinha um Meade LX200 10'', era um show o telescópio. Mas depois voltei pra São Paulo e aqui desanima muito de ver, com a luminosidade e poluição mal dá pra ver a Lua... hahaha
Resultado, não lembro muita coisa do que aprendi...

Abs


RafaZ

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Resposta #3 Online: 10 de Julho de 2014, 11:53:31
Parabéns! Me dá ainda mais vontade de fazer esse tipo de foto. Mas com filho pequeno, muito trabalho e morando em SP, fica mais para um projeto para a aposentadoria.
Kodak Ektra 100 | Flash Magicube


paulchess10

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Resposta #4 Online: 10 de Julho de 2014, 13:10:32
Oi gente.
De fato, a poluição luminosa prejudica muito, e às vezes até inviabiliza, a astrofotografia de objetos de céu profundo (aqueles que estão fora do sistema solar: galáxias, nebulosas, aglomerados etc).
Por outro lado, a astrofotografia planetária e lunar costuma ser possível, já que só condições muito críticas ofuscam os planetas visíveis a olho nu (mercúrio, vênus, marte, júpiter e saturno).
Por outro lado, existe uma, ou melhor, duas modalidades de fotografia de céu profundo que funciona bem mesmo em condições bravas de poluição luminosa.
De um lado é possível utilizar filtros nebulares (ex: CLS, OIII) que bloqueiam as emissões de luz na frequência das lâmpadas de vapor de mercúrio e sódio, e deixam passar as faixas emitidas pelos objetos astronômicos. Essa foto da Nebulosa da Lagoa por exemplo foi obtida em Mogi das Cruzes:

https://www.flickr.com/photos/marcomastria/9462612903/

Para quem já faz astrofotografia com telescópio e DSLR não se precisa dominar muita coisa a mais. Basta rosquear o filtro entre a DSLR e o telescópio.
Mas existe algo mais interessante (e difícil, e caro, rsrs), capaz de resultados fabulosos: o registro de nebulosas de emissão, usando filtros de banda estreita e sensores CCD monocromáticos dedicados para astrofotografia.
Vejam um exemplo de captura em pleno plano piloto de Brasília:

http://andolfato.blogspot.com.br/2014/06/nebulosa-da-aguia-m16-um-hubble-palette.html

Essa técnica simplesmente ignora a poluição luminosa.
Vejam outro exemplo conseguido pelo mesmo astrofotógrafo:

http://andolfato.blogspot.com.br/2014/06/primeiras-luzes-do-refletor-de-200mm.html

Mas uma coisa é certa: trata-se de um ramo especialíssimo dentro da astrofotografia, e dispendioso. Filtros de banda estreita custam uns 300 dólares. Sensores CCDs monocromáticos para astrofotografia de céu profundo dificilmente saem por menos de 1500 dólares, podendo chegar a 10 mil!  :eek:
Tudo exige muito estudo, para dominar as técnicas e os equipamentos corretos.
Ainda estou no início da caminhada.


paulchess10

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Resposta #5 Online: 28 de Julho de 2014, 14:26:23
Para quem gostou, convido agora para voltar no meu blog e conferir as fotos que fiz com a magnífica lente Canon EF 200mm f/2.8L II USM, comprada aqui mesmo no Mundo Fotográfico:

http://astrosantos.blogspot.com.br/2014/07/astrofotografia-com-lente-canon-ef_9.html

O primeiro passo para fazer fotografias de objetos de céu profundo é necessário uma boa montagem equatorial. É necessário pensar na montagem antes de tudo.

A montagem equatorial é alinhada com o polo sul celeste e um motor compensa o movimento de rotação da Terra. A minha montagem tem ainda a função GoTo (o qual não é obrigatória, mas facilita muito): você indica no controle de mão o objeto que quer fotografar e a montagem mira sozinha, poupando o tempo de procurar.


Vejam mais sobre  a montagem que uso aqui: http://astrosantos.blogspot.com.br/2014/06/montagem-equatorial-germanica-celestron.html

Quanto à captura e processamento, é necessário seguir, em resumo, os seguintes passos:

1 - captar vários light frames, fotos propriamente ditas do objeto, com as configurações de exposição que a poluição luminosa permitir

2 - são capturadas várias fotos do mesmo objeto. Eu, por exemplo, deixo o Magic Lantern por cerca de uma hora, tirando vários cliques consecutivos do mesmo objeto (usei, nas fotos do post, 3 minutos, ISO800, f4). Essas fotos são integradas por meio do software DeepSkyStacker. Por que várias fotos? Para melhorar a razão sinal-ruído.

3 - capturar vários dark frames, fotos com a mesma exposição dos light frames, mas com a lente da câmera tampada. Com esses arquivos, o programa consegue separar o que são estrelas do que é ruído térmico do sensor, eliminando esses e deixando a foto mais limpa.

4 - Isso é o mínimo. Recomenda-se ainda fazer:
- Flat frames: usando o mesmo ISO e abertura dos light frames, fotografando uma folha em branco, somente com o tempo de exposição necessário para não estourar. Serve para o programa detectar vinhetas da lente e sugeira no sensor. Nem sempre faço esses porque o sensor da minha câmera está ok e a Canon 200mm não gera vinhetas perceptíveis em f4.
- Off set frames: usando o mesmo ISO dos light frames, com a lente tampada, usando a velocidade máxima de obturação da câmera (1/4000 ou 1/8000 conforme o caso)

5 - Vale aquela máxima de que o melhor desempenho da lente é alguns pontos acima da abertura máxima.

6 - Fotografar em RAW é importantíssimo: http://astrosantos.blogspot.com.br/2014/06/montagem-equatorial-germanica-celestron.html

Qualquer dúvida estamos aí!