É, realmente eu tenho essa mania de olhar com "romantismo" a parte da fotografia.
Não perca isso pois é um dos motores para a sua evolução - achar que dá pra fazer melhor, querer fazer melhor e FAZER melhor. É fundamental.
Tem muita gente que já se acha porque sabe mais do que os outros ou conseguiu chegar um pouco mais longe dos que a maioria e estanca, acreditando que já é alguma coisa de sensacional. É preciso ter humildade para saber que nunca se é o máximo.
Será mesmo que não importa quem fez a foto, não o nome do fotógrafo, mas se foi feita com um celular com cores horriveis mas com uma boa expressão ou com um fotógrafo que obteve uma imagem de qualidade e que também conseguiu a tal expressão. Eu acredito que a qualidade da foto interfira sim na hora da escolha, quem faz o casting pode não pensar que liga, mas uma bela imagem vai causar uma impressão muito melhor da modelo, realmente isso não deve ser procupação de quem escolhe, mas sim de quem quer ser escolhido. Marketing pessoal, blá, blá, blá...
Olha, em propaganda, por incrível que pareça, a gente ousa mais e está mais aberto a novidades que em muitas editoras. Por isso, foto com celular, granulada ou fora de foco pode ser vanguarda. E quando eu estou selecionando modelos, o meu foco está na expressão facial e corporal. Um book com fotos mais transadas - de vanguarda (aí as fotos "erradas" podem somar) a bem cuidadas, bem produzidas, para mim reflete profissionalismo da modelo - interesse dela na profissão dela, então ela já deve ter algo de diferente. Acho que não se deve ter só fotos de celular, mas se numa delas a expressão for fantástica, está valendo.
Só isso??? São 10.000 exemplares com 160 páginas, R$1,50 ou R$2,00 por revista?!?!
Só pra constar o valor de tabela para anúncios é de R$30.000,00 para pag simples e R$55.000,00 para dupla.
Pois é... mesmo que os meus valores estejam muito desatualizados, dá pra perceber que alguém está ganhando bastante dinheiro. Aí entra a conclusão de Alan Greenspan sobre o que está f... o mundo: a ganância desenfreada. Alguém que está embolsando 60 mil reais por mês ou mais vai querer embolsar "só" 30 e investir o resto em qualidade subjetiva - fotografias melhores - pra quê, se a revista está "funcionando" do jeito que está? Que se dane, até porque esse mercado já é saturado, eu quero mais é embolsar o meu e ficar cantando de galo com meu carro importado, minhas viagens ao exterior, meus relógios, apartamento, vinhos, champagnes, mulheres e mais mulheres! Viva o luxo!! O deles, claro...
Eu acho uma pena que isso aconteça pois só prejudica a todos nós "românticos" que temos a ambição de fazer as coisas melhores. O mercado não evolui, favorece apenas os picaretas que entram no esquema desses "publishers" e a m* bate no ventilador e espalha cada vez mais, criando uma cultura de que o bom é isso. A m* passa a ser a referência do que é bom para as novas gerações.
Com os anos eu fui aprendendo que, no trabalho, a gente deve fazer o melhor possível até onde dá, evitando atritos e contribuindo para que tudo saia no prazo. Já o melhor possível, a gente deve fazer para as nossas coisas pessoais. Sempre que eu entro no site de um fotógrafo, a primeira seção que eu procuro é a de trabalhos pessoais. É ali que está o verdadeiro fotógrafo. o resto, geralmente, é trabalho por encomenda, cheio de dedos dos outros.
Outra coisa que aprendi é insista sempre no que você acredita. Uma hora alguém vai sacar o que você está falando. não brigue com ninguém, mas a cada book, mostre o que você gosta de fazer para a modelo e pro pessoal da agência. Faça exercícios pessoais (sem sacanagem...) com a modelo. Leva tempo, mas pensando positivo, é até uma oportunidade para amadurecimento de idéias, conceitos. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
Abraços,
José Azevedo