Motores a combustão interna utilizando derivados de petróleo funcionam mais ou menos da mesma maneira a mais de um século. O primeiro motor de ciclo Otto foi construído em 1876. De lá para cá inseriu-se a eletrônica, mas o processo em sua essência é o mesmo.
Não sou adepto de teorias de conspiração, mas também acho impossível que em 130 anos ninguém tenha inventado algo diferente, seja a nível de processo, seja a nível de combustíveis alternativos.
Veja bem, vou falar com certa propriedade, com base no que me lembro da faculdade de engenharia mecânica.
As petroleiras não tem como impedir nenhum tipo de desenvolvimento dentro das universidades. Podem no máximo não custear pesquisas, mas há muitas outras entidades que tem interesse nisso.
O fato de a gasolina ser utilizada há tanto tempo tem duas explicações. Uma econômica e bastante obvia: é uma alternativa bem barata. Claro que devido ao fator escala.
A segunda explicação é mais técnica. A quantidade de energia na gasolina é muito alta. 50 litros de gasolina pesam uns 45 quilos, e têm energia para rodar uns 600 km. Acabando o combustível, é possível encher o tanque em 5 min e sair rodando. Com os carros elétricos atuais, você tem uma autonomia bem menor, é demora várias horas para "encher o tanque". Claro que isso talvez se resolva conforme as pesquisas forem avançando, mas é bom lembrar que os fabricantes de baterias gastam milhões em P&D e ainda temos celulares cuja carga dura um dia e levam uma hora para recarregar.
O motor de ciclo Otto foi inventado há mais de um século sim, e só não foi substituído até agora porque ninguém achou uma alternativa mais eficiente.
Algumas ideias alternativas:
Motor ciclo Diesel
Motor Wankel
Motor ciclo Brayton/Stirling
Célula de combustível
Nenhuma delas apresentou potencial para substituir o Otto. Mas engana-se quem pensa que a tecnologia evoluiu pouco. Combustíveis, materiais, eletrônica, processo de fabricação... Daria um mês de papo isso.
Mas pra terminar, pra quem disser que não há pesquisa forte de alternativas, é só lembrar que a NASA, com seu humilde orçamento, pesquisa células de combustível desde o século passado.
Onde houver uma ideia inovadora, há potencial para ganhos milionários. Um único setor não consegue impedir isso.
(PS. Não, as farmacêuticas não tem a cura do câncer escondida para ganhar dinheiro com o tratamento.)