Eu acho que o problema da educação no Brasil parte da falta de vontade do aluno e da falta de respeito deste para com o professor.
Sem entrar no mérito político, independente do governo, nunca foi dada tanta oportunidade de educação no país e não vem sendo aproveitada. A educação é oferecida, a capacitação dos professores é realizada, a estrutura das escolas é complementada (quando o diretor vai atrás, tem verba para isso), mas o nível do aluno de hoje não corresponde ao padrão de ensino. O aluno, salvo exceções, é muito fraco, sem vontade, preguiçoso, tem tudo 'mastigado' na internet.
Os professores daqui podem colaborar dizendo se o nível dos alunos tem melhorado ou piorado com o passar do tempo.
Deixo aqui uma sugestão de filme para visualizarmos o futuro da humanidade: "Idiocracia". É uma comédia mas é um tema bem sério..
"Idiocracia" é mesmo espetacular!
Meu tostão...
Concordo com muito do que dizes, principalmente com a melhoria da capacitação e da estrutura das escolas (ainda que esteja longe de ser suficiente, mas está no caminho) mas há duas questões importantes:
1) Professores: há muito pouco tempo começaram a ganhar um salário minimamente digno. Longe de ser bom, mas não é mais de passar fome, como há 20 anos acontecia. Acontece que muito do povo que está na profissão não a escolheu. É a raspa do tacho que queria ser médico, advogado, engenheiro mas só consegui passar numa licenciatura. É gente se vocação que, mesmo com qualificação e salários bem melhores só vai melhorar um pouco. Investir em salários e uma posição social digna para o professor, caminho que seguimos (devagar, mas seguimos) deverá atrair, em gerações futuras, gente mais vocacionada e qualificada. Isso é mudança para uma ou duas gerações; não adianta querermos para agora. Agora é arrumar como der e plantar para o futuro;
2) Alunos: realmente são muito desatentos mas acho que isso é, principalmente, culpa da escola. Conteúdos e métodos do século XIX (e computador, quadro digital, oscaraio não é método, é ferramenta, que pode ser usado de forma tão retrógrada quando giz - e geralmente o é) para uma garotada do XXI, com acesso a todo o tipo de informação. Meus moleques acompanham a "maratona tubarão" do Nat Geo e chegam na escola com o professor passando uma página e meia de um livro didático chulé sobre tubarões; jogam um tal de Rome Total War, sabem mais de batalhas, armamentos, generais, cidades, povos, etc. que eu... chega o professor de história com a lista dos imperadores romanos e 2 ou 3 páginas de seus feitos. Não dá, né? Um saco! Eu, que sou velho, num aguento, imagina eles. Além de mal apresentado, o currículo é totalmente desvinculado da realidade. Tem que saber tabela periódica para quê? Barroco para quê? para fazer prova... só... Eu nunca tive grandes problemas com aluno... uma ou outra besteira quando era mais novo, nos últimos 10 anos, nunca, nem na Federal nem nas atividades com Ensino Médio nas escolas públicas, sobretudo desde que entendi que se pode ensinar qualquer coisa, mas há que conectar com os alunos, eles (e eu entes) têm que entender onde aquilo se conecta com suas vidas, a realidade. E olha que ensino Literatura Medieval e Renascentista, e tenho que mostrar que aquilo fala deles tanto quanto a novela ou o funk...
Sei que antes prestávamos mais atenção na escola, e era o mesmo conteúdo besta... mas desconfio que éramos mais patetas que os moleques de hoje... desconfio...