Autor Tópico: Deram 100 máquinas fotográficas a diferentes mendigos e pediram...  (Lida 9675 vezes)

Wesley Rodrigues

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Resposta #60 Online: 23 de Junho de 2016, 05:28:13
Aqui esta o livro:


Obrigado pelo retorno, Marcio!  :ok:
- Espaço destinado à listagem do meu equipamento, a fim de melhorar meu ego fotográfico -


pkawazoe

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Resposta #61 Online: 23 de Junho de 2016, 06:00:27
Achei esse projeto bem interessante e demonstra um pouco sobre a evolução do olhar,
em como somos influenciados ao longo da nossa vida pelas propagandas, filmes, fotografias,
novelas, etc, etc, etc…..
algumas dessas fotos tem claramente a influencia do olhar subjetivo, linguagem criada por Robert Frank em 1955,
foi uma nova maneira de ver e perceber fotografia tão forte que influenciou outros fotógrafos, cineastas, publicitários,
gerações e gerações produzindo imagens que atingem a todos,
atualmente eu vejo mais fotos com essa linguagem do que os conceitos criado por Bresson,
isso quer dizer que eles(os mendigos) estudaram esse conceito?….claro que não.
muitas pessoas praticam diversos tipos de linguagem fotografia sem ao menos te-las estudado
mas por sermos bombardeados por tantas imagens todos os dias incorporamos esse novo olhar,
e penso em como a fotografia e o cinema nos últimos 150 anos mudou e percepção das pessoas em relação a imagem e a elas mesmas.

Eu lembro de uma historia sobre a primeira vez que os irmãos Lumiére projetaram o filme de um trem em movimento,
as pessoas na platéia saíram correndo,

e como seria a reação das pessoas de antigamente vendo os filmes de ação de hoje em dia?

pode ser mendigo, professor, feirante, operário, artista, fotógrafo, etc, etc,
todos nós sofremos influencias e tbm influenciamos…….

mas eu tenho um ressalva…….
como foi feita a curadoria desse projeto?
será que o que estamos vendo é o olhar dos mendigos sobre Londres,
ou o olhar do curador do projeto sobre as inúmeras fotos produzidas?
ou seja, um olhar sobre outro olhar….

mas eu tbm penso que as fotos possam ser a coisa menos importante nesse projeto,
e em como dar uma oportunidade a alguém considerado invisível em nossa sociedade,
em dar um meio para eles se expressarem, a ação e não a imagem, talvez seja isso o mais importante,
e é claro esse tipos de projeto de inclusão tem que continuar……

e por fim uma última idéia de que podemos encontra a genialidade em qualquer lugar,
seja num filme blockbuster hollywoodiano, num conto de um escritor do séc.XIX,
na arquitetura de um predio moderno e tbm num morador de rua

deixo aqui o video dessa história incrível que aconteceu em São Paulo

https://www.youtube.com/watch?v=2jqAHUhiFmg
« Última modificação: 23 de Junho de 2016, 06:06:40 por pkawazoe »


bruno_sfc

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Resposta #62 Online: 23 de Junho de 2016, 11:19:05
deixo aqui o video dessa história incrível que aconteceu em São Paulo

https://www.youtube.com/watch?v=2jqAHUhiFmg

Estou emocionado! Obrigado por compartilhar!!!
« Última modificação: 23 de Junho de 2016, 11:23:58 por bruno_sfc »


bruno_sfc

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Resposta #63 Online: 23 de Junho de 2016, 11:21:45
O ideal, além de ser o maior peso que o homem pode carregar, é a desgraça do idealista. Assina, O Condicionado.


felipemendes

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Resposta #64 Online: 04 de Agosto de 2016, 11:45:55
mas eu tenho um ressalva…….
como foi feita a curadoria desse projeto?
será que o que estamos vendo é o olhar dos mendigos sobre Londres,
ou o olhar do curador do projeto sobre as inúmeras fotos produzidas?
ou seja, um olhar sobre outro olhar….

Eu tava lendo um dia destes sobre o Teorema do Macaco Infinito. Pra quem não sabe o que é, o teorema diz que infinitos macacos batendo teclas aleatórias em máquinas de escrever poderiam, em algum momento, escrever todas as obras de Shakespeare. Isso porque, em infinitas possibilidades, existe a possibilidade de a sequência aleatória de teclas ser coincidente às obras do Bardo.

Mas aí fica a questão: neste caso, o mérito é do macaco? Se alguém um dia realmente colocar macacos (não precisam ser macacos reais, mas dispositivos feitos pra acionar teclas aleatoriamente), e dali sair algo de útil, mesmo que seja uma frase banal, não há nenhum mérito sobre o modo como o resultado foi obtido? O "curador" da obra não leva crédito nenhum?

Lembrei deste tópico porque o Croix havia comparado os mendigos a animais que estavam fazendo as fotos sem refletir. Seria o equivalente ao "macaco infinito", que apontando uma câmera em todas as direções possíveis iria em algum momento aparecer com algo interessante. Só acho que neste aspecto, os mendigos devem ter alguma noção de como fotografar. Então, não seriam simplesmente "macacos infinitos", uma vez que o resultado vai além do aleatório. Há intenção ali.
« Última modificação: 04 de Agosto de 2016, 11:49:56 por felipemendes »


C R O I X

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Resposta #65 Online: 04 de Agosto de 2016, 18:15:53
Felipe, no caso o merito eh do curador.

Nao eh preciso macacos infinitos. Ha alguns anos atras surgiou uma rapida moda de acionar a camera no auto disparo e jogar para cima, para ver o que se obteria.

A questao eh que resultado aleatorio nao eh desmerito. O conceito nao precisa estar no resultado mas na forma de producao. Ou vc acha que as pinceladas de pollock, monet e picasso nao tinham suas aleatoriedades? Assim como a fotografia de rua tem seu aspecto aleatorio, sabe-la quam vai crizar a esquina para atrair a minha atencao e fotografar.

Mas o quote que vc cita nao trata disso, mas somente do fato do trabalho realmente representar a visao do morador de rua, como anunciam, ou do curador.