Autor Tópico: Mercado Prostituido  (Lida 6137 vezes)

Rick99

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Resposta #30 Online: 02 de Junho de 2015, 09:32:49
O "empresário" que quer utilizar sites de compras coletivas como um meio de vida, tem grandes chances de fracassar.

Quem anuncia nesses sites e tem conta com bom planejamento, sabe que serve apenas a dois propósitos, e ambos TEMPORÁRIOS:

1) Divulgar a marca / estabelecimento para ficar conhecido.
2) Tomar prejuízo no começo, para compensar depois (existe um termo técnico na economia para isso, e é semelhante ao q a Sony fez com o PS3 no Japão/EUA e a HP no Brasil: vendem os aparelhos baratos, e compensam com jogos e toners caros).

Das coisas q adquiri através de compras coletivas, + ou - 90% eram de estabelecimentos desconhecidos pra mim, e que hoje nem anunciam mais pq já "fidelizaram" clientes e já estão bem conhecidas. Pra isso q serve esses sites.

Eu anunciaria no Groupon para montar um portfólio e uma carteira de clientes como referência, mas de forma temporária, e não permanente.


dianazanotti

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Resposta #31 Online: 02 de Junho de 2015, 10:06:10
Bom percebo que a analise depende muito do ponto de vista de cada um. Eu como iniciante na área fiz alguns pacotes, cobro um preço consideravelmente baixo, porém é exatamente pra atender o público que tenho ainda a minha volta. Porém ainda chegam MUITAS pessoas e falam "mas você  não faz em 2 vezes ? não da um desconto?" depois de um tempo e lendo muito por aqui percebi que estava fazendo errado, pois não estava ganhando clientes, estava ganhando pessoas interessadas somente no PREÇO, e só me toquei disso quando chegaram e falaram "Fulano me indicou você, falou que cobra barato" e eu fiquei tipo " :shock: :no:" .. Muitas vezes fiz preços baixos por camaradagem, porque não queria que tal pessoa deixasse de registrar tal momento, porque eu sabia que se não fechasse comigo não iria fechar com ninguém e iria ficar sem fotos. Mas agora vejo que posso ter errado em muitos aspectos, que seria muito mais válido ter feito tal evento e ou book de graça do que pelo preço que fiz, porque agora, querendo reajustar meus preço muita gente vem falar "Mas você não cobrava isso antes" tendo em vista que troquei meu equipamento, sei que não posso continuar ganhando que seja R$100,00 por determinado trabalho, meu pay back assim vai ser de alguns longos anos kkk.

Agora estou estudando mais, e lendo mais, pretendo trabalhar justo por algo justo, sem competir, mas quero que fique conhecida por BOAS FOTOS não por PREÇO BAIXO.

Por isso fiz esse tópico, queria ouvir a opinião de várias pessoas a respeito.


dianazanotti

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Resposta #32 Online: 02 de Junho de 2015, 10:06:35
Sobre esse tema da formação de preço, concorrência e "prostituição do mercado", gosto demais de um texto de 2009 do Geraldo Garcia. O tempo só mostrou, pelo menos do meu ponto de vista, que ele tem razão na maioria das questões que aponta.

A Introdução está aqui. Lá há links para as outras partes, planilhas, etc.
http://blog.geraldogarcia.com/index.php/2009/05/como-cobrar-por-servicos-fotograficos-introducao/#axzz3buILD4fK

Já salvei em meus favoritos, vou ler  :D ;)


jesieltrevisan

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Resposta #33 Online: 02 de Junho de 2015, 13:41:31
Desculpe-me, também, a franqueza, mas achar que alguém que pagou 5,50 num sushi vai voltar e pagar 50 também é, salvo em casos muito especiais e raros, equívoco de estratégia e marketing.

Como ressaltei acima, essa é minha experiência LIMITADA do que vi a minha volta. Nunca vi dar certo para ninguém, nem a médio prazo, quanto mais a longo.

Todas as vezes que fiz descontos grandes, por diversos motivos - poque queram amigos, porque era uma nova confecção ou produtores de jóias artesanais e eu acreditava no projeto, porque acreditei em divulgação, ec. - o retorno sempre foi de gente que queria pagar o mesmo valor baixo e se aborrecia, se considerava explorada. Enfim, para MIM, só dor de cabeça - e olha que isso sem dar a parte do Luciano Huck... :shock:

Mas respeito que os colegas tenham, com franqueza, experiências e visões diferentes.

Abs!
Exatamente e isto faz parte do plano de marketing que tem um objetivo, que por fim, tem que ser atingido.
Falando parece fácil mas todos nós sabemos que não é... por isto é preciso pensar muito a respeito... ou então contratar consultores especializados em campanha de marketing.

Mas tem muita coisa sem sentido nos anúncios mesmo, por exemplo, vira e mexe o Mc Donald's instalado em determinado supermecado em Campinas SP lança promoção do Combo do Big Mac ou Tasty pela metade do preço.
Fico imaginando qual seria o objetivo do anúncio... pois Mc Donald's já é uma marca consagrada... não precisa de anúncio em compras coletivas... as vezes vem à minha mente os hamburgues podem estar
para vencer... e eles precisam despachar a mercadoria rapidamente...rs... ou então o sobrindo do dono da franquia apertou enter sem querer e publicou o anúncio...rs... brincadeiras a parte... não vejo sentido no anúncio... porém... eu compro sempre que aparece esta promoção :-)

E não é apenas vender... tem a questão da execução também, por exemplo, certa vez comprei para 2 casais um rodízio de escondidinho em certo restaurante nos aredores de campinas... o local era bem bacana, limpo e novo... porém o escondidinho era de "Maizena" ... por incrivel que pareça eu não passei mau (realmente o ser humano é bem restistente... hehehe) o lugar era legal... pelo cardápio parece que tinha boas opções... mas me perguntem se eu voltei lá... nunca mais... então não adianta apenas vender... tem que entregar... e com qualidade... caso contrário... perdeu duas vezes... no anúncio e % para o Groupon e em clientes que nunca mais voltarão.
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dianazanotti

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Resposta #34 Online: 02 de Junho de 2015, 14:00:48
Exatamente e isto faz parte do plano de marketing que tem um objetivo, que por fim, tem que ser atingido.
Falando parece fácil mas todos nós sabemos que não é... por isto é preciso pensar muito a respeito... ou então contratar consultores especializados em campanha de marketing.

Mas tem muita coisa sem sentido nos anúncios mesmo, por exemplo, vira e mexe o Mc Donald's instalado em determinado supermecado em Campinas SP lança promoção do Combo do Big Mac ou Tasty pela metade do preço.
Fico imaginando qual seria o objetivo do anúncio... pois Mc Donald's já é uma marca consagrada... não precisa de anúncio em compras coletivas... as vezes vem à minha mente os hamburgues podem estar
para vencer... e eles precisam despachar a mercadoria rapidamente...rs... ou então o sobrindo do dono da franquia apertou enter sem querer e publicou o anúncio...rs... brincadeiras a parte... não vejo sentido no anúncio... porém... eu compro sempre que aparece esta promoção :-)

E não é apenas vender... tem a questão da execução também, por exemplo, certa vez comprei para 2 casais um rodízio de escondidinho em certo restaurante nos aredores de campinas... o local era bem bacana, limpo e novo... porém o escondidinho era de "Maizena" ... por incrivel que pareça eu não passei mau (realmente o ser humano é bem restistente... hehehe) o lugar era legal... pelo cardápio parece que tinha boas opções... mas me perguntem se eu voltei lá... nunca mais... então não adianta apenas vender... tem que entregar... e com qualidade... caso contrário... perdeu duas vezes... no anúncio e % para o Groupon e em clientes que nunca mais voltarão.

Essa questão do MC realmente é curiosa, recentemente comprei um hamburger da promoção deles, e no cupom dizia pra eu entrar no site e me cadastrar pra ganhar uma recompensa, me cadastrei, teve algumas perguntas sobre satisfação do serviço e ambiente, e no final da compra a recompensa foi "você acaba de ganha 2 Angus Bacon" tipo "OI? paguei R$5,00 no mac da promoção, respondi uma questão sobre atendimento e ganho dois hamburgers de R$23,00?"  :shock:


Lindsay

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Resposta #35 Online: 02 de Junho de 2015, 14:14:59
Essas empresas grandes tem uma parte do faturamento destinado a mkt e pesquisa. Hoje eles conseguem fazer pesquisa de forma mais eficiente, direta e barata utilizando os meios eletrônicos, diferentemente de antigamente quando eles tinham que contratar uma empresa com estrutura bem grande e custosa pra fazer a mesma coisa.
Conhecimento importa mais que equipamento.


fuca66

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Resposta #36 Online: 02 de Junho de 2015, 14:55:22
Essa questão do MC realmente é curiosa, recentemente comprei um hamburger da promoção deles, e no cupom dizia pra eu entrar no site e me cadastrar pra ganhar uma recompensa, me cadastrei, teve algumas perguntas sobre satisfação do serviço e ambiente, e no final da compra a recompensa foi "você acaba de ganha 2 Angus Bacon" tipo "OI? paguei R$5,00 no mac da promoção, respondi uma questão sobre atendimento e ganho dois hamburgers de R$23,00?"  :shock:

Neste caso,  o questionario de atendimento vale ouro.

Fica mais caro pagar uma empresa para fazer a pesquisa.

 
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Rick99

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Resposta #37 Online: 02 de Junho de 2015, 18:09:38
Já foi a época em q o McDonald's era "imbatível".
Há muito tempo saiu uma reportagem q apenas os q estão em shoppings é q estão um pouco melhores. E ainda assim, os q estão localizados em bairros com grande concentração de famílias de classe C e D.
Aqui em Moema, Applebee's, Outback Steakhouse e o PJ Clarkes sempre lotados...e o Mc abandonado (só não faliu por causa dos estudantes).
O da Avenida Paulista (o primeiro de SP), já faliu faz tempo.

Uma colega trabalha na parte administrativa do Mc...ela as vezes dava uma cartela q dava direito a um lanche grátis na compra de outro.  Tem é q fazer promoções mesmo...:hysterical:





Lindsay

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Resposta #38 Online: 02 de Junho de 2015, 20:11:30
O pior é que cidadão que paga 50 reais nunca mais quer pagar nem 200. Quem paga 50 reais (dos quais só 30 vão para o fotógrafo) não indica ninguém que pague mais que isso. Cliente que antes pagava mais, agora espera o fotógrafo anunciar em compras coletivas pois não é besta de pagar mais caro pelo que os outros estão pagando 50, 100 pilas.
Resultado: o fotógrafo vira "fotógrafo de 50 reais".

Exatamente isso!!!


Desculpe-me, também, a franqueza, mas achar que alguém que pagou 5,50 num sushi vai voltar e pagar 50 também é, salvo em casos muito especiais e raros, equívoco de estratégia e marketing.
Todas as vezes que fiz descontos grandes, por diversos motivos - poque queram amigos, porque era uma nova confecção ou produtores de jóias artesanais e eu acreditava no projeto, porque acreditei em divulgação, ec. - o retorno sempre foi de gente que queria pagar o mesmo valor baixo e se aborrecia, se considerava explorada.

Eu tenho produtos e clientes em todas as classes sociais, e minha experiência é assim, não que seja uma regra, mas a minha percepção é essa.

Cliente top, endinheirado, classe “A”, paga muito bem e se vc cobrar pouco o cara desconfia. Esse nunca contrata o mais barato ele quer o melhor, o mais barato ele dispensa e acha que vai ser uma merda.

Cliente classe média é o mais difícil. Uma boa parte dessa turma é ótima, contrata mesmo e reconhece o seu trabalho, se o cara gosta de vc ele confia, te chama, te quer e paga mesmo. Mas aqui tem outra parte que eu chamo de “negociadores oportunistas”. Essa galera acha que o trabalho de fotografo vale quase nada, ele negocia, pechincha muito, e pensa consegue o mesmo se ele mesmo fizer com uma Rebel. Ele só vai te contratar se vc fizer um preço matador e entregar uma “grande quantidade”. A filosofia aqui é a seguinte, quem entrega mais fotos e cobra menos leva o trabalho.

Essa turma ai não fideliza, vai sempre procurar o mais barato.
Conhecimento importa mais que equipamento.


spiderman

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Resposta #39 Online: 02 de Junho de 2015, 23:17:09
Eu acho que a galera já tá tao acostumada com a percepçao moderna de que trabalho tem que ser duro e chato que acabam aceitando qualquer tipo de trabalho/cliente. Quem quer qualidade de vida no trabalho nao aceita certas furadas. Bem, cada um sabe o que quer pra sua vida.
Ontem eu passei o dia com um casal que me contratou. Eram fotos da gestaçao. Começamos tomando um banho de lago bem cedinho. Depois fomos pra casa deles. Eles cozinharam um peixe, almoçamos, ouvimos música, tomamos uma cerveja, trocamos ideia e também fotografamos :). Saí de lá já no finalzinho da tarde. Muitos dos meus dias de trabalho tem sido assim. É assim que eu gosto. Fotografo bem quando estou a vontade e aqueles que me contratam também. A experiência é muito mais importante do que as fotos. Mas de qualquer forma, essa experiência é essencial para que eu faça um trabalho que eu considero bem feito. Se eu cobrasse um valor muito baixo eu nao teria isso. Iria fotografar rapidinho e sair correndo para o próximo. Por isso tambem nao sou adepto de mini-ensaios. A  boa fotografia é cruel. Ela nao aceita superficialidades, produçao em série. Ela requer carinho, cuidado, tempo, empatia, interaçao, observaçao, tranquilidade, paz, sinergia, etc.
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Resposta #40 Online: 03 de Junho de 2015, 09:01:19
Eu acho que a galera já tá tao acostumada com a percepçao moderna de que trabalho tem que ser duro e chato que acabam aceitando qualquer tipo de trabalho/cliente. Quem quer qualidade de vida no trabalho nao aceita certas furadas. Bem, cada um sabe o que quer pra sua vida.
Ontem eu passei o dia com um casal que me contratou. Eram fotos da gestaçao. Começamos tomando um banho de lago bem cedinho. Depois fomos pra casa deles. Eles cozinharam um peixe, almoçamos, ouvimos música, tomamos uma cerveja, trocamos ideia e também fotografamos :). Saí de lá já no finalzinho da tarde. Muitos dos meus dias de trabalho tem sido assim. É assim que eu gosto. Fotografo bem quando estou a vontade e aqueles que me contratam também. A experiência é muito mais importante do que as fotos. Mas de qualquer forma, essa experiência é essencial para que eu faça um trabalho que eu considero bem feito. Se eu cobrasse um valor muito baixo eu nao teria isso. Iria fotografar rapidinho e sair correndo para o próximo. Por isso tambem nao sou adepto de mini-ensaios. A  boa fotografia é cruel. Ela nao aceita superficialidades, produçao em série. Ela requer carinho, cuidado, tempo, empatia, interaçao, observaçao, tranquilidade, paz, sinergia, etc.

Bem "alternativo" esse jeito de trabalhar.
Fiquei curioso em saber como vc vende/anuncia esse ensaio que fica o dia todo com o casal.
"A perspectiva de uma imagem é controlada pela distância entre a lente e o assunto; mudando a distancia focal da lente muda o tamanho da imagem , mas não altera a perspectiva . Muitos fotógrafos ignoram este fato, ou não têm conhecimento de sua importância." -  Ansel Adams, Examples – The Making of 40 Photographs


RPBORGES

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Resposta #41 Online: 03 de Junho de 2015, 09:40:11
Eu acho que a galera já tá tao acostumada com a percepçao moderna de que trabalho tem que ser duro e chato que acabam aceitando qualquer tipo de trabalho/cliente. Quem quer qualidade de vida no trabalho nao aceita certas furadas. Bem, cada um sabe o que quer pra sua vida.
Ontem eu passei o dia com um casal que me contratou. Eram fotos da gestaçao. Começamos tomando um banho de lago bem cedinho. Depois fomos pra casa deles. Eles cozinharam um peixe, almoçamos, ouvimos música, tomamos uma cerveja, trocamos ideia e também fotografamos :). Saí de lá já no finalzinho da tarde. Muitos dos meus dias de trabalho tem sido assim. É assim que eu gosto. Fotografo bem quando estou a vontade e aqueles que me contratam também. A experiência é muito mais importante do que as fotos. Mas de qualquer forma, essa experiência é essencial para que eu faça um trabalho que eu considero bem feito. Se eu cobrasse um valor muito baixo eu nao teria isso. Iria fotografar rapidinho e sair correndo para o próximo. Por isso tambem nao sou adepto de mini-ensaios. A  boa fotografia é cruel. Ela nao aceita superficialidades, produçao em série. Ela requer carinho, cuidado, tempo, empatia, interaçao, observaçao, tranquilidade, paz, sinergia, etc.


Quem tem esse estilo de fotografar é o David Beckstead conhece ?
"O importante é o que importa e vice-versa"


dianazanotti

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Resposta #42 Online: 03 de Junho de 2015, 10:12:12
Bem "alternativo" esse jeito de trabalhar.
Fiquei curioso em saber como vc vende/anuncia esse ensaio que fica o dia todo com o casal.

2x também fiquei curiosa.
Vivo esse tipo de situação quando são conhecidos, agora fora disso nunca convivi.


Lindsay

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Resposta #43 Online: 03 de Junho de 2015, 10:18:43
Eu acho super legal esse tipo de trabalho que o Spider vende, acho que rende mesmo, bem bacana trabalhar com essa proposta de entrosamento e sinergia, é bom para todos os lados.
Conhecimento importa mais que equipamento.


spiderman

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Resposta #44 Online: 04 de Junho de 2015, 00:43:35
Bem "alternativo" esse jeito de trabalhar.
Fiquei curioso em saber como vc vende/anuncia esse ensaio que fica o dia todo com o casal.
Poxa...isso aí é segredo. Venha participar do meu workshop que eu conto tudo direitinho.  :D

Brincadeirinha, estou cheio de amor pra dar e vou te ajudar.  :hysterical:

Agora, falando sério... fotografo profissionalmente há 3 anos e meio e tenho buscado essa qualidade de vida no trabalho desde o início. Bem, eu comecei tentando identificar qual o tipo/perfil de pessoa que eu desejava fotografar. Nao é facil definir isso. No início tudo é muito confuso. Aos poucos eu fui entendendo que o mais importante na fotografia ou em qualquer trabalho é o processo e nao o resultado. A gente tem que curtir o fazer.  Outra coisa que aprendi é que quando fotografamos pessoas o mais importante sao as pessoas. Parece óbvio, né? Só parece mas nao é tao óbvio assim. Isso quer dizer que as coisas, a decoraçao, a paisagem, o dinheiro, o inacessível e o inusitado nao possuem relevancia alguma. O que faz uma boa fotografia é o fotografo, o fotografado e a relaçao entre o fotógrafo e o fotografado. Isso acontece porque nao somos pintores e nem santo dos milagres. Dependemos sim das pessoas que fotografamos. Bem, entendido isso, entendemos também que uma fotografia interessante exige muito do fotografo e do fotografado pois toda responsabilidade está concentrada nesses dois elementos e na interaçao entre eles. A partir daí a gente entende que o nosso tempo e o nosso foco deve ser nessa sinergia entre esses dois elementos. Para haver sinergia, tem de haver empatia. A empatia é bem diferente da simpatia. A simpatia é pré-requisito para se viver em sociedade. Ela depende somente de cada indivíduo. A empatia nao. A empatia depende dessa conexao entre dois ou mais individuos. Essa conexao depende de uma série de questoes concientes e inconscientes. Ela pode surgir por causa de valores em comum ou até mesmo por opinioes em comum. Ela pode até se dar porque voce sorri de maneira parecida com o amigo de infância do seu cliente. Sei lá, existe uma série de fatores que levam a empatia. Lembrando que a empatia nao é algo que se busca, mas algo que rola naturalmente. Ou rola o clima ou nao rola :). Por isso que sou totalmente contra a bajulaçao e/ou puxasaquismo na relaçao fotografo/fotografado. Isso aí funciona mais pra vender e ganhar dinheiro do que pra qualidade de vida no trabalho. Afinal, ninguém gosta de passar a vida adulando os outros. Além disso, a fotografia exige uma relaçao de igual pra igual e nao uma relaçao de subordinaçao. Indo por esse lado, o cliente nao é o seu "chefe" mas o seu "amigo" , alguém que compatilha com você a sua vida, a sua maneira de interagir com o mundo. Bem, além dessa empatia, tanto o fotografo como o fotografado devem estar prontos para aquele processo  de entrega. Ou seja, a empatia, sinergia é importante mas nao é tudo. Tanto o fotografo quanto o fotografado devem estar "prontos" para extrair o máximo daquele encontro. Eu considero o cliente pronto para ser fotografado quando ele está disposto a encarar com dignidade aquele processo. É o cliente que nao tem medo. Ele desafia a camera. Ele nao se esconde.  Ele encara a vida com coragem. Ele nao está nem aí pra vaidade. O que interessa a ele é o processo e nao o resultado. Ele encara o ensaio como um desafio e nao como obrigaçao ou rotina. Esse é o cliente que eu desejo. Esse é o cliente capaz de se doar para a fotografia. Ele encara o desafio. Por outro lado, nós fotógrafos devemos estar no mesmo processo de busca, ou seja, a fotografia nao é mais uma questao de sobrevivência mas uma questao vital. Vejo muitos fotógrafos em busca da espontaneidade por parte do cliente mas passam longe eles mesmos dessa espontaneidade. Reclamam que o cliente nao é "verdadeiro" frente a camera mas nao conseguem se expor e mostrar quem sao com a propria fotografia. Reclamam que o cliente tem dificuldade de se entregar mas eles mesmos nao se entregam.
Enfim, tudo isso pra mostrar que nao é algo tao simples como a gente imagina. Depois, e somente depois de todo esse processo de compreensao do outro e de si mesmo a gente pensa no marketing. Ou seja, a fotografia subordinada a vida e o marketing subordinado a fotografia e nao o contrario. Pelo lado do marketing, a gente tem que refletir muito bem sobre aquilo que a gente externaliza. Uma boa curadoria, um bom trabalho de marca e todo esse blablabla mercadologico sao extremamente uteis para fazer com que os potenciais clientes percebam a sua busca, o seu processo e a sua maneira de fotografar.
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