Também gosto assim da última, Panet.
Para mim, ela nos põe ali, não vemos, estamos.
Acho que já falei aqui, quando saio fotografando muitas vezes embarco tanto na onda que é uma fusão entre estar e fotografar, como se o ato de fotografar se convertesse no estar.
A serra para mim foi engraçada. Durante os quase 15 anos que lá subia toda hora, nos primeiros anos a fotografia do verde não funcionava bem. Sei lá, podia ficar certa, podia ficar composta, mas ficava sem graça. Ora, isto em certa medida decepciona a própria pessoa.
Lá, uns dez anos atrás mais ou menos, fiz a primeira exposição lá. Uma exposição em São Pedro da Serra naquela época era algo muito sutil, muito mágico. Conversei com a Rita, dona de uma sala virada para a rua e lhe pedi, um cara foi quem nos apresentou, e ela deixou.
Foi uma das coisas mais deliciosas. De noite, em São Pedro da Serra que era bem vazia nas noites.
Mas olhando as fotos que mostrei, vejo que ali estava a transição em relação às paisagens. Umas melhores, outras que hoje acho com pouca graça. Eu lutava pelas paisagens, para fazê-las bem, mas não era fácil. Insistia, insistia, e fou percebendo que no meu tipo de fotografia precisava de um primeiro plano. Quando saquei isso percebi que as paisagens do Ansel Adams em muitos casos tinham um primeiro plano, um cacto, uma pedra, um tronco no chão, e esse primeiro plano era essencial.
Por conta disso aprendi a compor com primeiro plano, como é esta segunda foto.
A boa composição parece tão natural que não parece ter havido composição.
Um abração
