Voltando à GX8, o que pude deduzir pelas fotos (e por ter sido a GX7 a máquina que mais usei até hoje):
- Frente: sempre gostei do grip da GX7, achava confortável, caía bem na mão (apesar de não ser o mais firme), mas notavelmente o da GX8 parece melhor, principalmente com lentes grandes. Ainda aparece meio de relance na foto frontal, e não dá pra ter certeza, mas parece haver mais um botão na frente, perto da lente, do lado oposto ao do botão de trava da lente; não seria absurdo, a E-M5 II tem um botão programável ali, que vem de fábrica como previsão de profundidade de campo.
- Flash na câmera: seguindo a tendência atual, morreu. Acho uma pena - o da GX7 era fraco (como são os pequenos que vem juntos com as câmeras mais novas), mas servia bem para um fill flash ocasional, e dava pra rebater ele no teto segurando com o dedo (e funcionava surpreendentemente bem).
- Deck superior: primeira coisa que me impressionou é que o EVF aumentou MUITO, ao menos em área ocupada (se comparar com a visão superior da GX7, usando o hotshoe do flash como comparação de tamanho, dá pra ver). Mode dial foi pro meio, me pareceu uma posição pior que na GX7 para quem usava muito (não é o meu caso). Abaixo dele, agora existe um dial dedicado para compensar exposição. Não gostei da solução, preferia o padrão que é usar o dial traseiro para isso (até porquê, até onde lembro, compensação de EV só existe em modos não-manuais, como A,S, etc...). Porém, libera o traseiro para outro ajuste (mudança de ISO me vêm na cabeça na hora). Chave liga-desliga em uma posição não usual, mas me pareceu boa, você aciona com o dedo indicador, que já está perto, no shutter. Botão de gravação de vídeo em boa posição (fácil de achar mas não de acionar sem querer), e até aquele Fn button abaixo dele me parece alcancável com o dedão.
- Dial traseiro: passou a ser o da G7, que ainda não usei. Não é clicável, que é de longe um dos itens de interface que eu mais gostava nas Panasonic, junto com a chave de modo de foco - mas para outras pessoas pode ser indiferente; eu gostava pois, usando lentes manuais, o padrão do clique do dial traseiro era ativar o focus assist completo (ampliação de imagem + focus peaking); nas Olympus, preciso de dois botões para isso. Tem um botão no meio do dial que talvez possa ter essa função, mas não me aprece tão prático. Já o dial em si, me parece melhor de usar.
- Dial dianteiro: aparentemente é o mesmo da GX7. Não é ruim, mas perde de longe pros da Olympus, por exemplo.
- Controles traseiros: esses me deixaram um pouco em dúvida. Primeiro, segue o maior problema ergonômico da GX7 - aquele montinho da parte interna da mão, abaixo do dedão, vive pressionando os botões Disp (principalmente), ISO e/ou WB. Pode ter sido mitigado pelo grip frontal novo, você deve mudar a pegada mais para a parte frontal da câmera e não precisa tanto de apoio traseiro, mas é um risco a observar. AF/AE Lock em um local estranho (onde era o dial traseiro), mas considerando como era clicar o dial traseiro na GX7, acho que ele parece muito mais fácil de usar do que aparenta. A chave de mudança de modo de foco e seu botão central foi MUITO mais para a esquerda, talvez demais (esse controle na GX7 é o que mais gosto em todas as m4/3 - mudo de modo de foco muito seguidamente - e na GX7 é simplesmente perfeito em tudo, posicionamento e funcionamento). Botão LVF nunca usei mesmo - minha dica vinda da LX100 é usar ele para ativar modo de foto 4k.
- LCD tilt: útil para vídeo, nem tanto para foto. Sou SEMPRE a favor de LCDs móveis em qualquer câmera, mas para foto, em geral, um LCD só com tilt para cima e para baixo é mais simples e prático de operar. Vantagens de um display full-tilt para fotos: tirar selfies (odeio), tirar fotos perto do chão em modo retrato (você consegue virar o display apontando para cima), e você pode virar o display "ao contrário" ao guardar a câmera, evitando riscar a tela. Desvantagens: ruim para tirar fotos discretamente na altura da cintura, mais trabalho para virar ele em qualquer sentido quando precisa. Ah, deve ter o modo touchpad da Panasonic - você pode abrir o display, ficar olhando pelo EVF e ir alterando o ponto de foco como se fosse um touchpad de laptop com a mão esquerda, sem ter de tirar o olho do EVF; porém, pela localização do EVF, só deve servir para quem usa o olho esquerdo para fotografar.
- Sensor: é o que vai decidir se compro ela ou não, na verdade. Na página da Sony consta que é um Exmor, ou seja, não é BSI. Então, a não ser que existam outros avanços de sensibilidade, pode ser que seja um sensor com a mesma construção dos m4/3 atuais, mas com 20mp - aí a sensibilidade em ISO alto vai sofrer. Acho que não vai ser o caso; meu chute é que tenha a mesma sensibilidade que os atuais de 16mp, mas, para mim, isso talvez não seja suficiente. 16mp para mim estava mais que bom, o que eu mais quero hoje do m4/3 é 1 ou 2 stops a mais de low light. Mas a maioria prefere mais megapixels...
- IBIS: na página em japonês dizia "dual IS". 43rumors considerou que deve ser IBIS + OIS da lente (e mais unicórnios rosa, se pudessem). Eu, infelizmente, acho que é um dual axis como na GX7. Vamos ver.
- Ah, do AF Tracking: pessoal testando a G7 tem tido resultados surpreendentes, inclusive no review desfavorável no DPReview. Não são poucos dizendo que REALMENTE está em nível DSLR. A conferir.
Em resumo, parece ser uma ótima câmera, como a (subestimada) GX7 era. Mas ainda tem o fator preço - ela tem cara de câmera BEM cara.