Bem, eu não sou fotógrafo, mas trabalho com video.
A questão aqui é quanto a lei, e mais nada. Recusar a prestar o serviço por razões "x" é crime e ponto final, gostemos ou não. Cabe ao profissional lidar com isso - seguir a lei, infringir a lei, ou contornar, e lidar com as consequências da escolha.
No meu trabalho, quando eu chego pra alguém que vai negociar o meu serviço (uma agência, por exemplo), eu chego e falo: eu não faço video/animação para indústria ou comércio de armas, pra políticos (de qualquer ideologia), não faço pra indústria de bebidas/cigarros, nem entretenimento adulto.
Eu falo isso por puro preconceito, pois, eu sou uma pessoa preconceituosa. Apesar disso, não trato mal as pessoas (meus amigos gays, espíritas, catolicos, fumantes, europeus e etc que o digam). Opinião pessoal é uma coisa, agressividade é outra.
O dinheiro ganho com vodka, cigarro, prostituição é o mesmo que se ganha vendendo verdura orgânica. É dinheiro e ponto final.
Mas o meu preconceito ou, as minhas convicções, me dão base moral pra recusar determinados trabalhos.
E sim, na minha opinião, eu tenho direito a recusar o trabalho pra quem for - Seja pela orientação sexual, religião, time que o camarada torce e por ai vai. Na minha opinião todo mundo tem esse direito.
Ok, a legislação discorda de mim... Então ou eu sigo as regras ou lido com as consequências. Como o colega disse acima - imagina um fotógrafo de uma cidade menor... é mais complexo. Dai de repente é melhor contornar a situação.
Obviamente, eu não diria ao contratante o motivo da recusa "não faço por vc ser adventista/gay/corintiano/russo/judeu/obeso"... Isso eu guardo pra mim. Ou faço o job e dane-se. Depende do dia e da pessoa.
E isso simplesmente pois hoje em dia se vc falar "recuso trabalhar para fabricante de cigarro" parece bonitinho, mas dizer que recusa fazer trabalho para um gay, cara, prepare-se para as pedradas.
Ai o cara faz job pra Odebrecht e ok. Faz job pra Siemens (ops, já fiz), Alstom, etc., e ninguém olha pra pessoa atravessado. Enfim, é um mundo de contradições.
E por fim: se o fotógrafo recusasse trabalhar pra mim por eu ser hétero/evangélico/gordo/feio/velho/branco, eu não processaria. No meu casamento, convidei uma amiga homossexual para fotografar o meu casamento, ela recusou. Eu não chamei pelo fato de ela ser lésbica, e ela não recusou por ser lésbica.