aproveitando a profunda reflexão pseudo-filosófica que ora se desenvolve nos comentários, quero sugerir a todos uma atividade racional e muito mais relevante, do ponto de vista cívico nesses tempos de crise, que bater em panelas ou marchar ao lado de saudosos da ditadura e golpistas: assistir o filme "que horas ela volta?".
vi-o hoje. é um aprendizado absolutamente crítico pra quem quer se debruçar sobre a fenomenologia das relações entre todos os "players" da crise. o filme pulsa o momento do país, ou a transição que vivemos de um momento para outro. a perturbação, a ruptura do status quo, a tensão subliminar da nossa opressão cordial, das regras tácitas que sustentam o tecido de submissão em nossa estrutura social. sim, para a crise, para o momento, não há nada mais apropriado.
concordo com a regina casé qdo diz que nenhuma alegoria resume melhor que a "empregada doméstica" o racismo atávico enraizado na sociedade por séculos de escravidão, mesclado ao arremedo de sociabilidade civilizada que tentamos, de forma claudicante, cultivar.
um enorme estudo, filosófico, poético, intenso, belo, sobre conveniência, invisibilidade e redenção. vejam todos, com urgência.