Autor Tópico: Limites de fotometria na s7000  (Lida 2492 vezes)

Ivan de Almeida

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Online: 03 de Abril de 2005, 13:09:33
Prezados, em especial Fernando

Em outro tópico falei da fotometria por medição do ponto mais brilhante de uma foto com posterior compensação de 2,5 pontos.

Estava convertendo esse tipo de foto (assim expostas) mas sem conseguir recuperar realmente a luz extrema mais alta.

Porém ontem, em razão de uma discussão em outra lista, resolvi experimentar uma nova abordagem no Adobe Raw Converter (ACR),. Penso ter conseguido recuperar todas as luzes altas, fazendo valer exatamente o cálculo de 2.5 pontos mais exposto que a medição mais clara.

Se alguém quiser ver, está em
http://images1.fotopic.net/?iid=y7zyuh&out...ize=1&nostamp=1

É uma imagem de 8mp, resolução que considero efetivamente correspondente ao resultado da s7000, isto é, não é uma imagem em 12mp (como por ela exportada) nem em 6mp (número de pixels do sensor). O primeiro plano está um pouquinho mais ruidoso do que poderia estar, resultado do tratamento agressivo de sharp nele realizado em separado (por isso o resto da imagem está limpa e o 1 plano ruidoso). Acho perfeitamente possível encontrar uma abordagem menos agressiva, mas como o meu ponto era uma experiência de recuperação de latitude não me preocupei com isso, e mesmo assim quando visualizada em 50% não apresenta ruído incômodo, isto é, é perfeitamente compatível com impressão deste tamanho.

Quanto à latitude, aconselho a importar e colar no PS e escrutinar a região mais clara de nuvens com a ferramenta Info que mostra os valores RGB. Pode se ver claramente não haver nenhuma região ali de branco ou cinza contínuo, havendo mesmo nas partes mais claras variações tonais (detalhes). Considero esta uma boa experiência de conversão e fotometria, embora creia também que poderia ficar mais nítida com o uso de tripé em face da pequena velocidade de disparo de 1/25.

Não considero uma grande fotografia, mas em termos de fotometria e conversão foi um importante passo para o estabelecimento dos limites da s7000.
« Última modificação: 03 de Abril de 2005, 13:51:00 por Ivan de Almeida »


Ivan de Almeida

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Resposta #1 Online: 03 de Abril de 2005, 19:30:41
Dando curso ao assunto.

Bem, acontece que sou assinante de u a lista, e nela o owner, fotógrafo profissional do primeiro time, postou uma mesagem sobre recuperação de textura em fotos aparentemente estouradas usando o Adobe Raw Converter, ou seja, o plugin do PS.

Como só fotografo em RAW há mais de um ano, isso não me surpreendeu, pois com a s5000 eu muitas vezes recuperava luzes estouradas, que não estavam estouradas de fato, mas pareciam assim devido ao Gamma nelas aplicadas. Fotografar em RAW na prática significava ganhar pouco mais de meio ponto nas altas luzes, e isso faz uma tremenda diferença se a latitude é estreita. Grosso modo, a latitude da fotometria adotada para as altas luzes é de pouco menos de dois pontos em JPEG (digamos, dois pontos), e dois pontos e meio em RAW, um acréscimo muito significativo.

Explorar isso é essencial por um motivo simples: quando fotografamos em EAW a captura é lenear, então não há curva definitiva aplicada. Isso quer dizer que podemos superexpor uma foto e depois fazermos com que ela tenha os tons corretos.

Mas... O conselho que lemos não é sempre para subexpor e proteger as altas luzes? Então, por que eu estou falando o contrário, superexpor?

Pois bem, uma coisa não contradiz a outra. São duas estratégias para o mesmo problema, mas cada uma delas implica num grau de cuidado na fotometria. Se a pessoa fotografa em JPEG ou TIFF, casos onde o gamma é aplicado sem muita escolha internamente, sua única alternativa é proteger as altas luzes. Fotografar em JPEG implica em tentar obeter a foto pronta já no click, e levantar um pouquinho as luzes baixas que na digital guardam muito detalhe.

O problema é que assim amplificamos o ruído também, e além disso não aproveitamos toda a latitude verdadeira de captura.

Então com o tempo desenvolvi outra estratégia que venho explicando desde a comunidade Fotografia Digital Brasil. Essa estratégia considera que quando a sensibilização é de altas luzes o resultado é algo na melhor relação sinal ruído do sensor, e além disso, como a captura é linear, as diferenças de luminosidade são igualmente capturadas seja nas médias, seja nas altas luzes. No filme não é assim. Nas altas luzes há menor captura de diferenças, embora elas sejam mais resitentes ao estouro. Basta ver a tabela do sistema de zonas que está lá dito que nas zonas 1,2 e 3 não há captura de texturas, o mesmo acontecendo nas zonas 8,9 e 10.

Então minha fotometria obsetiva sempre obrigar a captura a acontecer na melhor relação sinal/ruído, isso sendo: fazer a fotografia mais clara possível em um contexto, tomando unicamente o cuidado de não estourar nenhuma região.

Para isso o método é apontar o contro da lente para a região mais clara da foto usando fotometria spot, medir a luz colocando o ponteiro do fotómetro no meio e depois aumentar dois pontos e meio a exposição.

Mas isso funcionava maravilhosamente na s5000, e na s7000 comecei a não conseguir recuperar as luzes. Anteontem li o tal tópico na lista, e ele sugeria haver uma método melhor de recuperação.

Grosso modo, quando usamos o plugin PS podemos monitorar os estourados através de apertarmos as teclas Control+Alt enquanto movemos o slider Exposure. A foto fica toda preta, e as regiões estouradas aparecem em branco (se forem todos os canais) ou na cor estourada (pois pode haver um, dois ou três canais estourados). Mas a mensagem na tal lista não parecia referir-se somente a isso, sendo vagamente citado um método aprendido em um livro.

Como acho serem os grandes segredos na verdade coisas simples, peguei uma foto problemática minha (esta acima) e resolvi tentar salvar as altas luzes. Principiei por diminuir ao máximo a Exposure, mas a foto ficou muito escura. Aí me veio aidéia de diminuir também o contraste ao máximo, de modo a ter uma curva de correção pouquíssimo alterada. Fiz isso e pronto, lá estavam as informações do céu! Cuidadosamente fui levantando o Brilho até perceber que começavam a esoturar (no brilho não tem feedback, então eu regulava o brilho e ia verificar em Exposure+Control+Alt).

O resultado foi um tiff 16 bits com o histograma pouco estendido. Como ao contrário do tiff 8 bits que possui 256 tons para cada R,G ou B o tiff 16 bits tem 4096 tons, mesmo com o histograma curto (digamos, 2/3 da extensão) eu tinha ainda 4096/3*2 tons por cor, isto é, 2730 tons, mais do que o suficiente para promover as correções a ajustes da foto em Curves ou Levels, ainda com grande vantagem sobre o tiff 8bits ou o JPEG,

Deste modo, recuperei as altas luzes 2,5 pontos mais expostas que a média. A foto ficou bastante lavada e com pouco ruído, embora, posteriormente por pressa e por ser apenas experimentação eu tenha aplicado um sharp agressivo no primeiro plano que o deixou bem ruidoso.

Agora há pouco repeti o procedimento com outra foto com resultados igualmente recompensadores.

Bem, espero que tenha ficado mais ou menos claro o procedimento. Não é coisa lida em lugar nenhum, mas sim um método pesquisado por experimentação a partir de alguns indícios encontrados aqui e ali e do raciocínio sobre a captação dos sensores e sobre as ferramentas dos conversores de RAW.

Abraços a todos,
Ivan
« Última modificação: 03 de Abril de 2005, 20:54:25 por Ivan de Almeida »


Paulo Machado

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Resposta #2 Online: 03 de Abril de 2005, 20:29:46
Ivan, voce já tentou um digital blending?
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Ivan de Almeida

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Resposta #3 Online: 03 de Abril de 2005, 20:49:54
Já tentei sim, Paulo, mas não com duas exposições, pois as câmeras que usei até hoje não fazem braketing de exposição em RAW (na verdade, precisa que faça e o objeto tem de ser imóvel, o que limita muito). Mas pode ser feito com duas conversões de RAW uma para as altas e outra para as baixas. Contudo gosto mais do método acima, pois ele é menos trabalhoso (embora longo de explicar), e se adequa à exposição única, mais comum e a única possível em contextos com movimento (mesmo que seja um simples vento).


Paulo Machado

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Resposta #4 Online: 03 de Abril de 2005, 21:12:52
Eu as vezes faço com 1 jpg, com +1 e -1 de exposição com o plugin DCE tools. Funciona na boa. Tem um action do Fred Miranda que faz o mesmo.
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Ivan de Almeida

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Resposta #5 Online: 03 de Abril de 2005, 21:22:08
Pode me dar o endereço desse plugin, Paulo?

Não custa experimentar, masmo sendo JPEG contra a minha religião -risos. Mas em situações extremas, não tem jeito. Usando os extremos do braketing afinal são dois pontos...

Abraços,
Ivan


FernandoPaes

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Resposta #6 Online: 04 de Abril de 2005, 10:27:20
Ivan,

Achei bem interessante a técnica.
Você já tinha comentado sobre seus usos com a S5000. E parece que voce conseguiu encontrar o equilíbrio que voce desejava com a S7000 também.

Infelizmente essas semanas tem sido extremamente corridas e não tenho conseguido fotografar nada. Mas eu pretendo, assim que tiver boa oportunidade, fazer alguns testes com as ferramentas comentadas.

A proposito, o PS7 tem o conversor de RAW embutido?

Abraço,
Fernando
Fernando Paes - Fotógrafo de Casamentos - SP
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Ivan de Almeida

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Resposta #7 Online: 04 de Abril de 2005, 10:43:17
Fernando:

neste fim de semana por acaso resolvi fazer algumas experimentações, e lhe digo agora estar mais tranquilo em relação à s7000, pois consegui, acho, o caminho para elevar seu uso ao mesmo patamar que o da s5000. É como o carro novo da Ferrari: é melhor, mas tem de se acostumar a ele. É lógico que é melhor desde o começo, mas há certa fineza no uso que faz toda a diferença, e eu não a estava encontrando.

É um pouquinho diferente do que eu fazia antes, mas é uma extensão da mesma idéia, sem dúvida.

Mas agora essa estratégia "formou" a idéia de o que buscar e como, e o resultado parece ser muito promissor. Algumas fotos que julgava imprestáveis tornaram-se prestáveis e algumas fotos ficaram espantosamente limpas de ruído. Algumas maravilhosamente limpas mesmo em visualização 100%.

Basicamente estou deixando o conversor o mais neutro possível, inclusive com sharp zero. Depois aplico um layer High Pass com set 6 e transparência 50% em Overlay para dar nitidez e nem estou aplicando o USM.

Há certo segredo na aplicação de curves, pois quanto mais vertical a linha em algum trecho, mais ruído aparecerá naquela faixa tonal, pois afinal ruído são pontos de cores bem próximas mas visivelmente diferentes, e se você aumenta o contraste naquela faixa de tom elas ficam mais diferentes ainda. Isso ainda estou estudando e experimentando. Grosso modo lhe digo que se levantar toda a reta, criando uma diagonal que não eoncoste no vértice do gráfico, você clareará a foto, mas como a linha ficará mais horizontal diminuirá o ruído. O problema depois é rebaixar as baixas luzes sem fazer a linha muito inclinada. Depois, quando eu tiver estabelecido um procedimento legal torno a escrever.

Ivan


Paulo Machado

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Resposta #8 Online: 04 de Abril de 2005, 15:36:59
Ivan, o endereço é http://www.mediachance.com/plugins/. O plugin é o exposure compensation. Tem várias técnicas interressantes usando 1 RAW e fazendo 2 exposições. Uma das mais simples tem na Outdoor Photographer http://www.outdoorphotographer.com/content...tonalrange.html.
Fernando o PS7 não tem o conversor de RAW, só o PS CS. Voce tem que baixar o update 7.0.1 e o ACR para poder converter. Vale a pena experimentar o Raw Shooter, que em uns testes que eu fiz foi bem melhor que o ACR e empatou com o C1. Dê uma olhada neste thread.
O Raw Shooter tem em http://www.pixmantec.com/

 
« Última modificação: 04 de Abril de 2005, 15:38:52 por pmachado »
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