Autor Tópico: As regras de fotografia devem ser seguidas para uma boa foto?  (Lida 4973 vezes)

nandoespinosa

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Resposta #30 Online: 15 de Setembro de 2015, 15:21:11
edugandolfe... Vi o vídeo que postou.. 2 h de curso  :shock: :shock: :shock:
Nele achei a foto que compartilho com todos:


Como eu disse antes, as regras são ótimas e tento segui-las para evoluir na fotografia.
Mas algumas imagens extrapolam as regras.. a expressão no rosto do menino nessa foto de Henri Cartier-Bresson (tido como o pai do fotojornalismo) é simplesmente espetacular.. A gente quase nem consegue notar que ele cortou o pé do garoto, que o prédio tá torto, que sobrou um braço avulso à esquerda, etc.. Enfim, muitas vezes o registro é o que importa, e ali, naquela fração de segundo (nesse caso com uma câmera MANUAL de meados de 1940, lenta, nada automatizada) o resto vira resto, são meros detalhes ao redor do rosto satisfeito e orgulhoso do menino que carrega as garrafas de vinho...


cfcsosa

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Resposta #31 Online: 15 de Setembro de 2015, 15:23:45

edugandolfe... Vi o vídeo que postou.. 2 h de curso  :shock: :shock: :shock:
Nele achei a foto que compartilho com todos:


Como eu disse antes, as regras são ótimas e tento segui-las para evoluir na fotografia.
Mas algumas imagens extrapolam as regras.. a expressão no rosto do menino nessa foto de Henri Cartier-Bresson (tido como o pai do fotojornalismo) é simplesmente espetacular.. A gente quase nem consegue notar que ele cortou o pé do garoto, que o prédio tá torto, que sobrou um braço avulso à esquerda, etc.. Enfim, muitas vezes o registro é o que importa, e ali, naquela fração de segundo (nesse caso com uma câmera MANUAL de meados de 1940, lenta, nada automatizada) o resto vira resto, são meros detalhes ao redor do rosto satisfeito e orgulhoso do menino que carrega as garrafas de vinho...

Show!


Intrepid

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Resposta #32 Online: 16 de Setembro de 2015, 22:25:45
Essa foto do Henri Cartier-Bresson tem seu mérito pelo registro espontâneo e a expressão do garoto.

Se essa foto não existisse e fosse tirada por alguém daqui e colocada no corredor polonês, iria tomar tudo quanto é crítica (torta, corte no pé, ruído, menina ao fundo distrai, enquadramento centralizado, sobrou espaço em cima...).

Temos que considerar que na década de 40 os equipamentos disponíveis não permitiam tirar fotos como hoje (foco manual, filme com exposições extremamente limitadas, etc).

No entanto, isso não é desculpa pra tirar uma foto toda torta e com composição fraca hoje em dia e jogar a culpa na "arte". Por mais vagabunda que seja a câmera digital, vai permitir muito mais fotos que qualquer coisa da década de 40 e com o bonus de poder ver a foto na hora com a tela. E a maioria das falhas ainda da pra corrigir facilmente no lightroom.

Não estou dizendo que as fotos antigas são ruins, mas se hoje em dia lançarem jogos no Playstation 4 com a mesma qualidade gráfica do Atari 2600 (que pra época eram ótimos) o pessoal vai crucificar.
« Última modificação: 16 de Setembro de 2015, 22:33:49 por Intrepid »


cfcsosa

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Resposta #33 Online: 16 de Setembro de 2015, 22:56:20

Essa foto do Henri Cartier-Bresson tem seu mérito pelo registro espontâneo e a expressão do garoto.

Se essa foto não existisse e fosse tirada por alguém daqui e colocada no corredor polonês, iria tomar tudo quanto é crítica (torta, corte no pé, ruído, menina ao fundo distrai, enquadramento centralizado, sobrou espaço em cima...).

Temos que considerar que na década de 40 os equipamentos disponíveis não permitiam tirar fotos como hoje (foco manual, filme com exposições extremamente limitadas, etc).

No entanto, isso não é desculpa pra tirar uma foto toda torta e com composição fraca hoje em dia e jogar a culpa na "arte". Por mais vagabunda que seja a câmera digital, vai permitir muito mais fotos que qualquer coisa da década de 40 e com o bonus de poder ver a foto na hora com a tela. E a maioria das falhas ainda da pra corrigir facilmente no lightroom.

Não estou dizendo que as fotos antigas são ruins, mas se hoje em dia lançarem jogos no Playstation 4 com a mesma qualidade gráfica do Atari 2600 (que pra época eram ótimos) o pessoal vai crucificar.

Discordo, antigamente se pensava muito antes de largar o dedo, da mesma forma você sugere que se faça hoje. Qual a diferença? A foto acima foi um registro momentâneo, mas isso não mudaria hoje também.


Raphael Sombrio

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Resposta #34 Online: 16 de Setembro de 2015, 22:59:43
Essa foto do Henri Cartier-Bresson tem seu mérito pelo registro espontâneo e a expressão do garoto.

Se essa foto não existisse e fosse tirada por alguém daqui e colocada no corredor polonês, iria tomar tudo quanto é crítica (torta, corte no pé, ruído, menina ao fundo distrai, enquadramento centralizado, sobrou espaço em cima...).

Temos que considerar que na década de 40 os equipamentos disponíveis não permitiam tirar fotos como hoje (foco manual, filme com exposições extremamente limitadas, etc).

No entanto, isso não é desculpa pra tirar uma foto toda torta e com composição fraca hoje em dia e jogar a culpa na "arte". Por mais vagabunda que seja a câmera digital, vai permitir muito mais fotos que qualquer coisa da década de 40 e com o bonus de poder ver a foto na hora com a tela. E a maioria das falhas ainda da pra corrigir facilmente no lightroom.

Não estou dizendo que as fotos antigas são ruins, mas se hoje em dia lançarem jogos no Playstation 4 com a mesma qualidade gráfica do Atari 2600 (que pra época eram ótimos) o pessoal vai crucificar.


Eu não vou tão longe, mas o que vc comentou vai de acordo com o meu pensamento tbm.

O tema e a mensagem de uma foto é muito mais determinante do que o respeito às regras, no caso do Bresson os flagras e momentos únicos que ele registrava são tão interessantes que se sobressaem à determinados detalhes que possam estar "errados", até prq fotografia de rua é o registro de algo sem controle.

Então como já ecoou por aqui, tudo depende muito do tipo, tema e estilo da foto.



edugandolfe

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Resposta #35 Online: 17 de Setembro de 2015, 07:07:48
Vejamos algumas fotos que são a tendência de serem consideradas as melhores de um casamento e evento, aquela que capta o momento

https://www.facebook.com/MyWed?pnref=story

Independente de ruído, e enquadramento, muitas são brutais no momento, assim como foi a análise da foto acima.


silvano

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Resposta #36 Online: 17 de Setembro de 2015, 11:04:21
Há algum tempo li uma matéria sobre fotografia, quando se abordava a regra dos terços como elemento de discussão. Minha surpresa foi ver que no Japão, como eles lêem da direita para a esquerda, a regra dos terços é obedecida porém levando em consideração que os olhos deles tendem a olhar a imagem também da direita para a esquerda, e neste caso quando a regra dos terços é obedecida, eles o fazem inconscientemente "entrando" na imagem pela direita.
Diogenes, é normal no lado Oriental do mundo. Eles inclusive escrevem da direita para a esquerda e a direção das ruas é também pela esquerda.
Até na matemática e geometria tem isso, por exemplo nos quadrantes de projeção bidimensional de um desenho tridimensional, é necessário antes de mais nada informar se estais usando o padrão Oriental ou Ocidental.
Silvano Rocha
Canon 5dC - Canon 40mm F2.8 e 50mm F1.4
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Diogenes

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Resposta #37 Online: 17 de Setembro de 2015, 18:30:21
Diogenes, é normal no lado Oriental do mundo. Eles inclusive escrevem da direita para a esquerda e a direção das ruas é também pela esquerda.
Até na matemática e geometria tem isso, por exemplo nos quadrantes de projeção bidimensional de um desenho tridimensional, é necessário antes de mais nada informar se estais usando o padrão Oriental ou Ocidental.

 :ok:
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C R O I X

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Resposta #38 Online: 18 de Setembro de 2015, 05:38:06
Essa foto do Henri Cartier-Bresson tem seu mérito pelo registro espontâneo e a expressão do garoto.

Se essa foto não existisse e fosse tirada por alguém daqui e colocada no corredor polonês, iria tomar tudo quanto é crítica (torta, corte no pé, ruído, menina ao fundo distrai, enquadramento centralizado, sobrou espaço em cima...).

Temos que considerar que na década de 40 os equipamentos disponíveis não permitiam tirar fotos como hoje (foco manual, filme com exposições extremamente limitadas, etc).

No entanto, isso não é desculpa pra tirar uma foto toda torta e com composição fraca hoje em dia e jogar a culpa na "arte". Por mais vagabunda que seja a câmera digital, vai permitir muito mais fotos que qualquer coisa da década de 40 e com o bonus de poder ver a foto na hora com a tela. E a maioria das falhas ainda da pra corrigir facilmente no lightroom.

Não estou dizendo que as fotos antigas são ruins, mas se hoje em dia lançarem jogos no Playstation 4 com a mesma qualidade gráfica do Atari 2600 (que pra época eram ótimos) o pessoal vai crucificar.

Discordo completamente. Ja fiz muitas fotos de rua expontaneas com cameras completamete manuais e filmes com latitude baixa. E nesse aspecto nao muda muito comparado com fotos expontaneas hoje em dia.

Ate mesmo em fotos que presson escolhia um angulo e esperava alguem passar, tendo tempo para ajustar tudo, o resultado dele ainda sai tremido, exposicao impressisa, partes cortadas, etc.

Com os anos ele paddou a dar mais atencao a tais regras mas as fotos mais famosas e populares que marcou o nome dele sao as "erradas".

Breason, como muitos fotografos de sua epoca nao ajustavam muito abertura e velocidade. Era sempre f8 e 1/125 independente das condicoes de luz. O resto deixavam para tentassem salvar durante a impressao. Tanto eh que ouvi dizer que na Magnus o pessoal do laboratorio odiava ele, pq as fotos dele chegavam agressivamente mal expostas e eles tinham que ter o trabalho de salvar as imagens, quando nao fazer milagres, para imprimir.

Tecnicamente como fotografo Bresson era pessimo. Mas visualmente, narrativamente ele era bom. E principalmente a sua abordagem sobre as cenas (expontaneas fora de regra) ao qual ele foi o primeiro a abordar e gracas a isso ganhar atencao e ter seu nome lembrado e respeitado hoje em dia.



silvano

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Resposta #39 Online: 18 de Setembro de 2015, 10:22:55
Tecnicamente como fotografo Bresson era pessimo. Mas visualmente, narrativamente ele era bom. E principalmente a sua abordagem sobre as cenas (expontaneas fora de regra) ao qual ele foi o primeiro a abordar e gracas a isso ganhar atencao e ter seu nome lembrado e respeitado hoje em dia.
É isso aí Croix, ele era ruim tecnicamente mais tinha algo diferenciado nas imagens e isso ele vendia, independente de ser mal tecnicamente.
Eu acho até MUITO mais fácil fazer street com camera antiga de filme e lente manual, é só pegar uma 28-35mm que tem um DOF maior, colocar a lente em 3m na escala, fechar em F8 como voce falou, 1/125 com TRI-X400 e Pau. É quase uma point and shot, não tem erro.
Se souber avaliar a luz e conseguir ter a sensibilidade de mudar a fotometria pelo menos uns 3 pontos pra mais ou menos disso aí, dificilmente perderá uma foto.
Diferente de outros fotógrafos que são extremamente técnicos como o Salgado, ele cuida muito da captura pra facilitar o pós, como fazia o Ansel.
Mais voltando ao tópico, primeiro conheça as regras, depois use/quebre-as.
É mais fácil ter uma foto mediana usando as regras do que sem usar. Mais fotos incríveis dependem muito do momento, local, posicao do fotografo etc..nesse caso a composição não muda muito a qualidade da imagem.
Silvano Rocha
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thiagok

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Resposta #40 Online: 18 de Setembro de 2015, 11:06:32
Acredito que a discusão está muito focada em algo tão abrangente como é a fotografia....

Por exemplo, eu não acredito que as tais regras sejam as mesmas para fotojornalismo, fotografia de moda, fotografia de eventos e fotografia de rua, por exemplo.

Para mim, em cada um desses temas as tais regras são diferentes e quebra-las seja mais ou menos aceitável.

Por exemplo, em um catálogo de moda tudo tem que estar perfeito, luz, enquadramento, é muito difícil fazer algo fora do conhecido...
Fotografia de paisagens também, o horizonte fica perfeitamente na horizontal, não pode existir estouros e nem pontos completamente pretos.. é difícil fazer algo muito fora da caixinha...

Já no fotojornalismo ou na fotografia de rua acredito que vale MUITO mais o momento capturado. Erros de enquadramento e exposição vão ser ignorados dependendo do que está sendo captado.

Tomemos por exemplo a foto do menino refugiado morto, claro que quem tirou a foto sabia o que estava fazendo... existe uma composição lá que ambienta a pessoa q está vendo essa foto, mas o momento que está sendo retratado é milhões de vezes mais importante do que qualquer regra de fotografia...

Também lembro da famosa foto da criança desnutrida sendo vigiada por um corvo atrás dela em algum pais afriacano... esta é uma foto que consegue juntar os dois mundos... o fotógrafo além de ter capturado o momento ele conseguiu ainda se preocupar com enquadrar os dois assuntos de uma forma que aumentou drasticamente o poder daquela imagem da criança quase morrendo de desnutrição...

Então, acredito que isso de quebrar regra ou recomendações depende muito também do tipo de fotografia que está sendo feito...