Autor Tópico: O desabafo do Presidente do grupo Habibs  (Lida 15689 vezes)

AFShalders

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Resposta #90 Online: 26 de Janeiro de 2016, 19:53:32
Veja, entrevista com economista de Cambridge (http://veja.abril.com.br/noticia/economia/decada-perdida-foi-a-da-alta-das-commodities-diz-economista-de-cambridge):

"O grande problema do Brasil agora é como retomar o crescimento com uma balança de pagamentos que possa ser relativamente sustentável, sem ter os preços altos da commodities. O câmbio a 4 reais é fundamental para reestimular outros tipos de exportações, de semimanufaturados e manufaturados. Não há possibilidade de o Brasil retomar o crescimento enquanto as exportações de semimanufaturados e manufaturados não tenham dinâmica. Isso para que eles fechem a balança de pagamentos, já que as commodities não cumprirão esse papel."

Quem espera dólar cair e padrão de vida se recuperar pegue uma cadeira...  :(


O carinha só esqueceu que o resto todo da economia toma na cabeça com o dólar a 4. O problema maior para exportar é que a eficiência de produção aqui é baixissima. Exportar manufaturados será complicado.

Os manufaturados aqui tem uma boa parcela de insumos e componentes importados.  Tirando um ou outro produto, tudo tem uma parcela em dólar.

Veículos tem muitos componentes importados.
Aeronaves são talvez 90% de componentes importados.
Eletrônicos, só rindo. O Brasil não fabrica semicondutores, LCDs nem quase nada de componentes.
Celulares ? Piada.
Máquinas industriais ? Outra piada. Lá fora tem melhor e mais barato.
Calçados ? Ok, não paga nem as despesas com cafezinho em Brasília.
Muito, muito complicado na época atual.


Dólar alto também causa outro problema sério que é desabastecimento interno que aumenta , e muito, o custo de certos produtos aqui, pois é mais lucrativo exportar do que vender aqui. Isso gera inflação e a bola de neve está pronta para rolar morro abaixo. O governo ganha duas vezes com a exportação, pois o Brasil é um dos únicos países do mundo que tributam exportações.

O Brasil deu para trás quando rejeitou o modelo industrial proposto pelo Barão de Mauá, ficou agarrado ao setor agrícola e produção de commodities. Não vai ser fácil corrigir isso e ir para a frente.


Quero saber quem acha que com o dólar a 4 será mais feliz aqui.

« Última modificação: 26 de Janeiro de 2016, 20:15:56 por AFShalders »


Rafael.l

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Resposta #91 Online: 26 de Janeiro de 2016, 20:06:29
li até a pagina 3 ou 4 depois fiquei com preguiça :p

Acho q vivo em uma realidade diferente de alguns aqui...

Não sou empresario mas trabalho em uma empresa pequena e conheço bem as dificuldades q tem pelo caminho, não sei se eh devido ao trabalho ser voltado para o ramo automobilístico, onde as montadoras fazem oq querem com os fornecedores, mas realmente queria q as coisas fossem tão simples como alguns aqui afirmam...




kleberpicui

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Resposta #92 Online: 26 de Janeiro de 2016, 20:22:22
Quero saber quem acha que com o dólar a 4 será mais feliz aqui.

Eu que tô vendendo fotos em bancos de imagens na internet e remunerado em dolar. Hahaha.
Kléber

Vender fotos na internet: http://submit.shutterstock.com/?ref=976367


AFShalders

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Resposta #93 Online: 26 de Janeiro de 2016, 21:14:27
Eu que tô vendendo fotos em bancos de imagens na internet e remunerado em dolar. Hahaha.


Haha.. Por esse lado sim. Andei vendendo umas lentes no ebay também, mas para a maioria será sinistro.

E eu, ver a cara da galera que aderiu ao Adobe CC quando vier o reajuste.
« Última modificação: 26 de Janeiro de 2016, 21:15:48 por AFShalders »


efilho

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Resposta #94 Online: 26 de Janeiro de 2016, 22:14:28
O carinha só esqueceu ....

Cambridge ultimamente anda aceitando qualquer "carinha" para dar aula por lá, uma tristeza...  :D


spiderman

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Resposta #95 Online: 05 de Fevereiro de 2016, 22:45:17
Não estou opinando sobre isso. Só fiz duas perguntas...
Pois é...o crescimento e sua bela variável consumo. A gente precisa consumir mais para crescer mais e mantermos nossos empregos. A logica é essa. Um tanto bizarra. Ou seja, se eu parar de consumir eu posso perder meu emprego. Isso faz com que conscientemente ou nao eu consuma mais e mais.
Hoje fui comprar um tecido pra minha filha brincar numa especie de mercadao popular. Como sempre, estava cheio. Só produtos chineses descartáveis. Lixo, lixo e mais lixo. Os frequentadores em maioria de baixa renda. Tive a mesma sensação ruim de quando vou ao shopping. Consumo inconsequente está presente em todo lugar. Mas isso é bom porque a gente cresce :)
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vangelismm

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Resposta #96 Online: 07 de Fevereiro de 2016, 10:21:57
Prezado Marcelo, permita-me discordar de quando fala que os pequenos empresários arcam com altos impostos incidentes sobre a mão de obra.

As pequenas empresas, optantes pelo Simples, estão dispensadas da contribuição patronal do INSS, que representa 20% sobre o valor da folha de pagamento. Elas simplesmente recolhem e repassam a contribuição dos próprios trabalhadores. O que talvez impacte mais a folha de pagamento das ME-EPP é apenas o FGTS, no valor de 8%.

Ainda acho que muito mito merece ser desconstruído da tributação brasileira. Simplesmente repetimos que aqui pagamos tributos demais, mais que em qualquer país etc. Quando na verdade para que Brasil se dispõe a ofertar (ensino público da creche ao doutorado, saúde universal, aposentadoria rural sem contribuição afora gastos com infraestrutura) deveríamos pagar até mais. A conta não fecha.

Obviamente temos a sensação de não termos o retorno devido dos tributos, principalmente com escândalos de corrupção por políticos e servidores públicos. Mas não podemos tornar a discussão sobre a tributação aqui muito simplista.

Umas das poucas respostas lucidas.
Além da falta de retorno sobre os impostos, temos o problema de quem os impostos são cobrados.
Qualquer pais aí citado como exemplo, tem a alíquota máxima do imposto de renda entre 40% e 50%.
No Brasil se espreme as faixas, sobrecarregando a classe media para que os ricos não paguem impostos.
Por isso que não se corrige as faixas pela inflação e não se criam novas, afinal nenhum deputado vai aumentar imposto que eles iriam pagar.
"A perspectiva de uma imagem é controlada pela distância entre a lente e o assunto; mudando a distancia focal da lente muda o tamanho da imagem , mas não altera a perspectiva . Muitos fotógrafos ignoram este fato, ou não têm conhecimento de sua importância." -  Ansel Adams, Examples – The Making of 40 Photographs


Rafa_Meira

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Resposta #97 Online: 08 de Fevereiro de 2016, 02:24:35
Sim, claro que a questão não eh apenas a quantidade de impostos, mas o retorno do estado que nos temos com nosso dinheiro investido. Absolutamente todos os serviços básicos que o estado tem por obrigação nos oferecer, nós também pagamos a iniciativa privada. Escola particular, plano de saúde (e olhe que minha filha tem um plano de saúde excelente e msm assim já tivemos que pagar consulta particular pra ela por não ter médico disponível no plano, ou seja, pagamos 3 vezes) segurança privada (Até o porteiro do prédio entra nessa conta), previdência privada, lazer (pelo menos em Salvador eh raríssimo termos área de lazer publica de qualidade), transporte (pagamos pra ter transporte público o de qualidade e vias decentemente asfaltadas, mas praticamente somos obrigados a ter carro e pagar pedagio pra ter o mínimo de qualidade), isso fora todos os impostos em cascata que pagamos por consumo de produto industrializado e serviços (nossos bens nos custam 3 ou 4 vezes mais tempo de trabalho que em países desenvolvidos).  No final, pagamos 3 ou 4 vezes pra recebermos 1.


Marcelo Almeida

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Resposta #98 Online: 08 de Fevereiro de 2016, 13:43:45
Eu iria além, a CT é grande, a legislação confusa e desigual, pois a maior parte dos impostos recaem em cima dos trabalhadores. A tabela do IRPF é um crime, devia haver muito mais alíquotas, para taxar menos quem ganha pouco e mais quem mais quem ganha mais, cobrar IR de quem ganha  R$ 1.903,99 é sacanagem.


Rick99

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Resposta #99 Online: 08 de Fevereiro de 2016, 16:35:28
Muita gente comemora que houve um "grande" aumento do salário mínimo nesses últimos anos...só esqueceram de reparar que o governo dá com uma mão e tira com a outra.  A correção da tabela do imposto de renda não acompanhou este crescimento, e por consequência, mais pessoas passaram a pagar por ela.
E tem muitos que acreditam que o governo é bonzinho... :hysterical:


felipemendes

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Resposta #100 Online: 08 de Fevereiro de 2016, 20:36:34
Pois é...o crescimento e sua bela variável consumo. A gente precisa consumir mais para crescer mais e mantermos nossos empregos. A logica é essa. Um tanto bizarra. Ou seja, se eu parar de consumir eu posso perder meu emprego. Isso faz com que conscientemente ou nao eu consuma mais e mais.
Hoje fui comprar um tecido pra minha filha brincar numa especie de mercadao popular. Como sempre, estava cheio. Só produtos chineses descartáveis. Lixo, lixo e mais lixo. Os frequentadores em maioria de baixa renda. Tive a mesma sensação ruim de quando vou ao shopping. Consumo inconsequente está presente em todo lugar. Mas isso é bom porque a gente cresce :)

Nos EUA tem uma coisa que demora um pouco a entrar na mente do brasileiro: o credit score. Ao invés de SPC e Serasa, que penalizam o mau pagador, tem o credit score, que premia o bom pagador. Os "prêmios" são, no geral, taxas mais baixas pra financiamentos, facilidade em algumas operações financeiras e na contratação de serviços. E como se define um bom pagador nos EUA?
- Pagar todas as contas em dia, preferencialmente adiantadas;
- Gastar 30-50% do limite de cartão de crédito, e nunca deixar de pagar fatura;
- Continuar consumindo.

Tem outras coisas, mas o principal é isso. Note que um gasto baixo do cartão de crédito é ruim, assim como ficar grandes períodos sem gastar. O "bom pagador" transmite 3 mensagens: 1. Tenho dinheiro pra gastar. 2. Tenho organização pra saber o quanto/quando gastar, e 3. Estou contribuindo pra economia do país.

Por que isso tudo? Justamente porque comprar faz a economia girar. A velocidade de circulação de dinheiro (Q) é um dos pilares da economia deles. Por que isso é importante? Veja o caso do fazendeiro e do mecânico:  https://pt.wikipedia.org/wiki/Velocidade_da_moeda

Ou seja, 100 reais foram negociados, sendo que só 50 estavam envolvidos. Isto é geração de riqueza. Dinheiro parado não gera riqueza.
« Última modificação: 08 de Fevereiro de 2016, 20:37:39 por felipemendes »


Rafa_Meira

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Resposta #101 Online: 08 de Fevereiro de 2016, 20:58:03
Mas aqui a políticas econômicas e a carga tributária apenas aumentam a desigualdade social e minam a possibilidade de circulação de dinheiro no país.

Os impostos para a classe baixa e média são proporcionalmente muito maior que para a classe alta. Ou seja, uma grande parte da população, que deveria estar movimentando muito a economia, tem que pagar uma CT altíssima, e ai pra poder consumir tem que financiar seus bens com taxas de juros absurdas. O dinheiro pra circular a economia está indo embora para o governo (que boa parte disso vai, literalmente, pro ralo) e outra boa parte vai para enriquecer ainda mais os banqueiros, que batem recorde de lucro todos os anos.




felipemendes

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Resposta #102 Online: 08 de Fevereiro de 2016, 21:29:02
Mas aqui a políticas econômicas e a carga tributária apenas aumentam a desigualdade social e minam a possibilidade de circulação de dinheiro no país.

Os impostos para a classe baixa e média são proporcionalmente muito maior que para a classe alta. Ou seja, uma grande parte da população, que deveria estar movimentando muito a economia, tem que pagar uma CT altíssima, e ai pra poder consumir tem que financiar seus bens com taxas de juros absurdas. O dinheiro pra circular a economia está indo embora para o governo (que boa parte disso vai, literalmente, pro ralo) e outra boa parte vai para enriquecer ainda mais os banqueiros, que batem recorde de lucro todos os anos.

Sim. Dinheiro só é riqueza quando é gasto. Caso contrário, é papel.

O problema é justamente que o imposto que pagamos não volta pra gente, então o dinheiro não tem um fluxo circular, e sim no sentido único de acumulação por parte de uma faixa pequena e privilegiada. É como se fosse o mecânico e o fazendeiro, mas se o fazendeiro só gastasse 5 reais dos 50 que ele tem. Ele manteria 45 com ele, mas a circulação (e benefício pra população da fábula) seria muito menor.


Rafa_Meira

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Resposta #103 Online: 09 de Fevereiro de 2016, 02:27:51
No fim das contas, não importa o que se ganha, importa o canal aberto pra se satisfazer suas vontades. O que importa eh acesso aos vens de consumo.


C R O I X

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Resposta #104 Online: 09 de Fevereiro de 2016, 13:00:46
Umas das poucas respostas lucidas.
Além da falta de retorno sobre os impostos, temos o problema de quem os impostos são cobrados.
Qualquer pais aí citado como exemplo, tem a alíquota máxima do imposto de renda entre 40% e 50%.
No Brasil se espreme as faixas, sobrecarregando a classe media para que os ricos não paguem impostos.
Por isso que não se corrige as faixas pela inflação e não se criam novas, afinal nenhum deputado vai aumentar imposto que eles iriam pagar.

Olha que ha paraisos de fortunas de forma declarada e nao declarada.

As declaradas sao a de paises como Monaco, por exemplo.
Nao declaradas sao de paises como Inglaterra, que contem brechas claras para aqueles que desejam sonegar impostos se desfrutarem. Mas geralmente os grandes paixes sao os que sao paupados de investigacoes e condenacoes. Bom, nao eh segredo nenhum que como planilha a Inglaterra estrategia atrair milhonarios e bilhorarios ao pais. Basta acompanhar o desenvolvimento de Londres nas ultimas decadas.

A alemnha tambem, mas deforma muito menos explicita.
Existe uma entrevista onde ha esse debate de uma brecha na lei onde grandes empresas podem desfrutar da sonegacao de impostos. O argumento eh de que se existe a brecha, eh pq nao eh ilegal se fazer proveito dela. E se a brecha nunca foi fechada, eh pq as autoridades querem que grandes empresas se aproveitem dela, muito provavelmente como forma de convencer elas permanecerem no pais, no lugar de migrarem para paraisos corporativos como Irlanda, ou paraisos de bilhonarios como Londres.

Se existem paises onde nao ha grupos com vantagens sobre os demais, tais paises devem ser muito raros, se eh que existem.

Quando eu estudei Jornalismo eu aprendi que a planilha do Brasil foi a de ser, como sempre foi, um paraiso Politico. A nova constituicao foi estruturada para proteger a classe politica. E eh facilentender o motivo, se nos parar para pensar sobre a origem de muitas familias que permanecem por geracoes na carreira politica, e suas ligacoes com grupos latifundiarios por exemplo.
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