Autor Tópico: Ensaio de Brad Pitt na GQ Style gera discussão sobre técnica fotográfica  (Lida 2291 vezes)

lee.

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As fotografias de Brad Pitt feitas por Ryan McGinley fazem parte da matéria de capa da edição de verão da revista GQ Style

A comunidade fotográfica abraçou diversas discussões no começo deste mês de maio a partir do ensaio feito para a revista americana GQ Style que estrelou Brad Pitt pelas lentes de Ryan McGinley. A revista levou os dois para uma viagem de carro por três dos grandes parques nacionais. Desse cenário foram produzidas 40 páginas de um portfolio com fotografias impactantes do ator, que falou sobre seu divórcio, perdas, paternidade e a sua forma de seguir em frente.

O fotógrafo Ryan McGinley é americano e é conhecido por sua coleção fotográfica chamada “The Kids Were Alright” (As crianças estavam bem), um compilado de retratos de diversos jovens em seu estilo de vida. Segundo artigo da GQ de 2014, “a visão de McGinley evoluiu e se expandiu em uma onda de influência, afetando o visual da arte, publicidade, vídeos de música, filmes, até Instagram – e tornando-o indiscutivelmente o fotógrafo mais importante da América”.

Neste trabalho com Brad Pitt, em particular, o fotógrafo chamou a atenção do público com retratos que fogem do padrão e técnica fotográfica, mas que, ainda assim, são deslumbrantes aos olhos dos espectadores. Nas redes sociais as imagens repercutiram de forma a gerar boas discussões entorno das técnicas (não) usadas. O fotógrafo Lucas Roberto – mais conhecido como Bob, da Ana Aguiar Retratos – publicou no grupo Wedding Brasil no Facebook uma lista de regras quebradas nas imagens de McGinley e enalteceu a mudança na fotografia de moda.

“Ao ver a postagem eu percebi que era um ensaio de moda, mas eu nem tinha visto as roupas! Comecei a avaliar as fotos tecnicamente e também percebi que o que ‘é certo’ em relação à fotografia foi totalmente ignorado em nome da arte, de mostrar o que estava acontecendo naquela hora, naquele lugar! Isso que me motivou a compartilhar o ensaio no grupo, porque acredito que a maioria das críticas em fotografias no mundo é justamente em relação à técnica, enquanto a verdadeira missão nossa como fotógrafos é contar histórias”, explica Bob, que diz ter ficado impressionado com as imagens e o sentimento envolvido nelas.

Aos olhos de Gustavo Franco, fotógrafo que também compartilhou a matéria e as imagens em seu Facebook, não há uma quebra de regras e técnicas fotográficas. “Vejo sim um conceito incrível criado como um todo para uma produção com storytelling, que com certeza teve briefing feito antes da matéria, o que faz vender com excelência as roupas que estão nela. Além da equipe, que coloriu vídeo e fotografia, e o fez de maneira moderna como poucos conseguiriam”, argumenta Gustavo.

Na postagem de Bob os erros citados foram: foto tremida; desfocada e granulada; membros cortados; horizonte torto; horizonte cortando a cabeça; poses desproporcionais; distorção de lente; edições diferentes e luz direta forte. Alguns pontos foram levantados na discussão que rendeu cerca de 100 comentários. Um deles é que o reconhecimento de ‘beleza’ das imagens só aconteceu por ser um fotógrafo conhecido retratando um famoso. Se as fotografias fossem de um desconhecido, pelo contrário, elas seriam tidas como ‘erradas’ ou ‘fora do padrão’. Bob já descartou essa hipótese ao dizer que não conhecia o autor das fotos, e mesmo assim se encantou com cada uma delas: “Ninguém nasce famoso, provavelmente o mérito de fotografar essa sessão, com um dos atores mais famosos do mundo, se deu porque o fotografo segmentou o seu trabalho e está sendo reconhecido por isso”.

A discussão sobre ter o conhecimento das técnicas para saber quando não usá-las foi bastante intensa também, muitas pessoas apoiaram isso e disseram, inclusive, que não se deve usar o termo ‘conceitual’ para justificar a falta de técnica. O fotógrafo Mauro Lainetti, conhecido pela pós-produção de suas fotos, também compartilhou o ensaio e falou sobre essa questão: “eu consegui ver tristeza, alegria, angústia, e pra mim passa despercebido cortes nas mãos, pés, regras de composição. Acho que a regra dentro da fotografia tem um papel muito importante, é preciso aprender a usá-las e poder quebrá-las”.

A entrevista que acompanha as imagens foi feita por Michael Paterniti, no seu primeiro artigo para a GQ Style. Quando colocados juntos, o poder da imagem e do texto em afirmar os sentimentos do entrevistado é ainda maior. Gustavo Franco observa essa experiência como um todo, e aconselha os outros a fazê-lo também. “O primeiro ponto que gostaria de abordar é que precisamos entender o que está sendo contado. A maioria das pessoas acaba olhando a fotografia e esquecem de ler o texto de forma completa. Antes de tentar pensar sobre o que você viu nas fotografias que foram publicadas, você precisa entender o que fala o texto”, explica. E ao pensar nessa união de emoções que conta uma história, o fotógrafo também divide sua parte preferida do texto:

“GQ: Você se vê como uma pessoa bem sucedida?

BP: Eu gostaria de poder apenas mudar o meu nome”.

Veja mais fotos do ensaio e do making of:
http://photos.com.br/brad-pitt-na-gq-discussao-tecnica-fotografica/


Opinião pessoal? Caguei para os caras. Achei fantástica essa série. Bem o que eu faria, se tivesse um pouco mais de domínio de iluminação. Em questão de enquadramento e composição não tenho o que reclamar.

Nem conheço o trabalho do cara aliás. Não acompanho muito estrelas contemporâneas da fotografia
« Última modificação: 18 de Maio de 2017, 17:05:36 por lee. »
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Bucephalus

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Eu já vi um livro do McGinley, e achei uma bosta. Veja bem, digo que o livro foi ruim, não necessariamente as fotos. Eram 100 imagens repetidas, sem conteúdo definido, e o livro como um todo não tinha coesão, narrativa ou propósito.

Você vê uma foto separada dele e pensa "uau, cheia de emoção e conteúdo" mas depois de ver uma centena de imagens iguais você realiza que são todas fotos comerciais com um visual externo de "arte" insinuando rebeldia, liberdade, juventude mas que colocadas juntas não mostram nada disso. Coloque essas fotos em um meio comercial (revista GQ) e parece arte; coloque em um meio de arte (um fotolivro) e parece trabalho de moda superficial. Esse ensaio do Brad Pitt funciona bem melhor como um conjunto em uma revista do que como um conjunto no livro que eu vi; em outras palavras, o Ryan McGinley e as fotos dele são 100% comerciais.

Me surpreendo que fotógrafos comerciais na internet achem que essas fotos sejam radicais ou artísticas... dá pra ver que existe uma distância gigantesca de percepção entre:

1. fotógrafos comerciais "comuns", que só fazem fotos certinhas e batidas;
2. fotógrafos comerciais "especiais", que fazem fotos originais (McGinley, Terry Richardson, o cara que fez as fotos de gravidez da Beyonce);
3. fotógrafos de arte, que fazem fotos com conteúdo que vão além da aparência visual.

Se você pegar as imagens feitas pelos fotógrafos da categoria 3 e mostra-las para os fotógrafos da categoria 1, eles vão vomitar sangue de tão "horrorosas" que elas são.


banzai

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Achei bem foda, visto q era pra ser um ensaio de 'moda', as fotos envolveram mais o ator e o seu momento, do q as roupas em si.


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Eu já vi um livro do McGinley, e achei uma bosta. Veja bem, digo que o livro foi ruim, não necessariamente as fotos. Eram 100 imagens repetidas, sem conteúdo definido, e o livro como um todo não tinha coesão, narrativa ou propósito.

Você vê uma foto separada dele e pensa "uau, cheia de emoção e conteúdo" mas depois de ver uma centena de imagens iguais você realiza que são todas fotos comerciais com um visual externo de "arte" insinuando rebeldia, liberdade, juventude mas que colocadas juntas não mostram nada disso. Coloque essas fotos em um meio comercial (revista GQ) e parece arte; coloque em um meio de arte (um fotolivro) e parece trabalho de moda superficial. Esse ensaio do Brad Pitt funciona bem melhor como um conjunto em uma revista do que como um conjunto no livro que eu vi; em outras palavras, o Ryan McGinley e as fotos dele são 100% comerciais.

Me surpreendo que fotógrafos comerciais na internet achem que essas fotos sejam radicais ou artísticas... dá pra ver que existe uma distância gigantesca de percepção entre:

1. fotógrafos comerciais "comuns", que só fazem fotos certinhas e batidas;
2. fotógrafos comerciais "especiais", que fazem fotos originais (McGinley, Terry Richardson, o cara que fez as fotos de gravidez da Beyonce);
3. fotógrafos de arte, que fazem fotos com conteúdo que vão além da aparência visual.

Se você pegar as imagens feitas pelos fotógrafos da categoria 3 e mostra-las para os fotógrafos da categoria 1, eles vão vomitar sangue de tão "horrorosas" que elas são.

Achei bem foda, visto q era pra ser um ensaio de 'moda', as fotos envolveram mais o ator e o seu momento, do q as roupas em si.

Eu nao entendo essa mistura que fazem entre foto comercial e foto conceitual de moda.

A categoria que vc chama de 1 eu suponho que seja de fato comercial. Ou seja, trabalho feito para vender um produto, servico, marca, etc. Nessa categoria o fotografo nao cria a arte da coisa mas somente realiza tecnicamente o trabalho dos artistas que elaboraram a ideia da imagem.

Ja a categoria que vc numera como 2 seria o oposto de comercial, mas sim conceitual [de moda](Haja visto que fotos de moda podem ser comercial ou conceitual). Nessa categoria, o trabalho nao eh vender um produto, servico ou marca mas sim um conceito, estilo de vida, visao de mundo. Nao atoa que eh comum as vezes tal categoria mal mostrar e nem mesmo mostrar roupas ou acessorioas por mais que seja chamado de moda. E nessa categoria os fotografos criam a narrativa, historia e visual das imagens.

Revistas conceituais de moda escolhem o fotografo nao por sua qualidade tecnica, mas sim pelo seu estilo e forma unica e original de abordar e elaborar uma imagem, que acreditam ter a ver com o conceito da moda que vao lancar. O mundo da moda conceitual eh criar e prever tendencias e de certa forma eh uma arte.

No entanto, em revistas conceituais de moda vc encontra obviamente o trabalho das fotos conceituais, mas tambem fotos comerciais de moda (publicidade). A propaganda como sempre copia tendencias. Logo, ela tambem faz trabalhos que compiam fotos conceituais, mas de conceitual nao tem nada sendo somente comercial. E muita gente que olham essas revistas, principalmente fotografos, muitas vezes nem percebem a diferenca achando que eh tudo a mesma coisa.

Eh verdade que muitos desses fotografos que fazem trabalhos conceituais, quando ganham fama as vezes tambem fazem trabalhos comerciais, afinal de conta trabalhos conceituais pagam muito pouco. Mesmo as revistas como Vogue, Elle e Bazaar pagam uma micharia para fotografos (e eu tenho a impressao que fotografos brasileiros nao gostam que as pessoas saibam disso). Dinheiro de verdade se faz com fotografia comercial. Entao agencias contratam esses fotografos conceituais para usar o nome e estilo das fotos deles nos trabalhos comerciais (pq o nome e estilo do fotografo eh reconhecido e vende).

Para quem esta aostumado a ver fotografia conceitual de moda esta acostumado com "imagens que quebram regras" (se eh que ja existiu alguem que tornasse possivel fazer uma foto que nao quebrasse alguma regra). Mas sim, fotos sobre expostas, sub exposta, maos cortada, cores estranhas, imagem tremida, pouca nitidez, e ate imagem granulada (como se isso fosse quebra de alguma regra  8-) ) vc encontra em revista de moda conceitual.

Aproveitando o post, fotografia de moda significa que foi realizado com um time que envolve um estilista. Se esta sendo fotografado algo sem um trabalho de um estilista logo nao eh foto de moda mas sim portfolio, catalogo, etc.

Eu entrei no link de quem fez a materia pq eu achei o texto ridicularmente amador (pq eu esperava que havia sido escrito com alguem que fosse da area de fotografia), mas ai eu vi que foi apenas uma colaboracao de uma studante de jornalismo, e entao fez sentido.  :D


lee.

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Eu já vi um livro do McGinley, e achei uma bosta. Veja bem, digo que o livro foi ruim, não necessariamente as fotos. Eram 100 imagens repetidas, sem conteúdo definido, e o livro como um todo não tinha coesão, narrativa ou propósito.

Você vê uma foto separada dele e pensa "uau, cheia de emoção e conteúdo" mas depois de ver uma centena de imagens iguais você realiza que são todas fotos comerciais com um visual externo de "arte" insinuando rebeldia, liberdade, juventude mas que colocadas juntas não mostram nada disso. Coloque essas fotos em um meio comercial (revista GQ) e parece arte; coloque em um meio de arte (um fotolivro) e parece trabalho de moda superficial. Esse ensaio do Brad Pitt funciona bem melhor como um conjunto em uma revista do que como um conjunto no livro que eu vi; em outras palavras, o Ryan McGinley e as fotos dele são 100% comerciais.

Me surpreendo que fotógrafos comerciais na internet achem que essas fotos sejam radicais ou artísticas... dá pra ver que existe uma distância gigantesca de percepção entre:

1. fotógrafos comerciais "comuns", que só fazem fotos certinhas e batidas;
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3. fotógrafos de arte, que fazem fotos com conteúdo que vão além da aparência visual.

Se você pegar as imagens feitas pelos fotógrafos da categoria 3 e mostra-las para os fotógrafos da categoria 1, eles vão vomitar sangue de tão "horrorosas" que elas são.

independente de ser artístico, comercial ou os dois juntos. Se é repetitivo, vazio, etc não é lá tão importante. Como eu faleu, não conheço o trabalho do cara (nem pretendo. Caguei pra isso tbm) nem importa se é vazio e o cara sempre faz isso. O fato é que curti e vira a página. Vida segue
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Rick99

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Gostei da maioria das fotos. Acho que a situação do ator e a composição das paisagens ajudou muito a "quebrar regras".