Autor Tópico: A Nova Geração da Sociedade  (Lida 4752 vezes)

Bucephalus

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Resposta #15 Online: 16 de Abril de 2016, 04:30:19
Acho que quem não preza por isso é porque não consegue conceber um mundo sem estas coisas. Na minha opinião, é o garoto que acha que o trabalho tem que ser uma extensão de casa, e que em casa não lava um prato ou uma roupa.

Sim, concordo também. Os nossos pais, que não cresceram com nada, querem dar tudo o que podem aos filhos e os transformam em mimados e indefesos que não conseguem encarar o mundo fora de casa.

Mas mesmo na melhor das famílias, onde os filhos não são mimados, existe na geração atual um desejo maior em achar um emprego que de satisfação; nas gerações anteriores as pessoas ficariam mais facilmente contentes com um emprego que desse somente estabilidade e um bom salário, mesmo que não desse realização pessoal.

Citar
A empresa onde eu trabalhava no Brasil é bastante moderna. Queriam implementar estas ideias. Na verdade, várias delas estão implementadas: horário flexível, academia, lanchonete, lounge. Mas sabe o que acontece? As leis trabalhistas acontecem. Não dá pra fazer banco de horas. Não dá pra liberar mais cedo na sexta-feira. Não dá pra trabalhar de casa, porque o sindicato não permite.

Eu lembro que comentaram isso comigo também, e eu entendo. Porem, estávamos lidando com uma equipe de vendas, onde todos os funcionários passavam 90% do tempo fora do escritório, visitando clientes. Mas ainda assim a gerencia queria fiscalizar cada minúcia do que o vendedor estava fazendo, sem dar a eles a mínima liberdade, e sempre cobrando de forma indireta a que horas o cara saia de casa pra começar o dia. Eu argumentava que, independente de que horas ele saia de casa, seja 6:00 da manha ou ao meio dia, o que ele tinha que fazer era apresentar resultados e deixar os clientes felizes. Mas ainda existia uma resistência a isso que não tinha nenhum fundamento na razão.


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Concordo em parte. Ultimamente vejo muita gente querendo sair do país. O problema é só querer ir pros EUA e Europa, quando tem oportunidades na África e Canadá. Só que não é em Toronto, mas lá em Yukon.

Eu conheço um monte de gente que nem tem coragem de sair da cidade onde vive, ainda menos do Brasil. E quando saem da cidade ficam em depressão porque estão sem ver os pais ou os primos por 1 semana. Ou quando se mudam eles levam junto a família inteira.

Alguns amigos brasileiros meus que foram morar fora do Brasil sofreram muito. Primeiro porque não sabiam se adaptar a cultura: falavam alto, queriam dar jeitinho brasileiro, não sabiam comer nada diferente que não fosse arroz com feijão, falavam que o estrangeiro era "frio e distante" e não conseguiam fazer amizade com ninguém, sentiam saudade da família logo no primeiro mês, etc etc etc. Eles voltavam pro Brasil correndo ou então iam na internet procurar grupos de brasileiros, para ficar falando português, comendo comida brasileira, vendo televisão brasileira... nenhum esforço pra se adaptar a cultura e hábitos locais, o que vai de encontro ao que eu falei sobre o medo de mudar e a incapacidade de se adaptar a novos ambientes.

Em defesa aos brasileiros, eu vejo muito desse comportamento em pessoas que moram em países subdesenvolvidos. Conheço muito asiático (sul da Ásia e China) e árabe (oriente médio, Índia) que só sabe viver na bolha cultural deles. Os americanos, canadenses, ingleses, alemães, escandinavos e australianos que conheço aqui são super bem adaptados, arrumam emprego fácil e tem pessoas de diferentes nacionalidades nos seus círculos de amizades.

De novo, acho que eh um negocio cultural. Acho que em países mais pobres as pessoas se agarram umas as outras por segurança, pois tudo eh mais difícil de se fazer sozinho e não da pra confiar em ninguém fora do seu circulo de pessoas intimas; pessoas de países de primeiro mundo vieram de um ambiente onde tudo eh mais tranquilo e seguro, transformando-os em pessoas mais flexíveis e independentes, sem medo do mundo lá fora.


felipemendes

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Resposta #16 Online: 16 de Abril de 2016, 13:52:14
Alguns amigos brasileiros meus que foram morar fora do Brasil sofreram muito. Primeiro porque não sabiam se adaptar a cultura: falavam alto, queriam dar jeitinho brasileiro, não sabiam comer nada diferente que não fosse arroz com feijão, falavam que o estrangeiro era "frio e distante" e não conseguiam fazer amizade com ninguém, sentiam saudade da família logo no primeiro mês, etc etc etc. Eles voltavam pro Brasil correndo ou então iam na internet procurar grupos de brasileiros, para ficar falando português, comendo comida brasileira, vendo televisão brasileira... nenhum esforço pra se adaptar a cultura e hábitos locais, o que vai de encontro ao que eu falei sobre o medo de mudar e a incapacidade de se adaptar a novos ambientes.

Ih, eu faço algumas destas coisas... Até estou conversando aqui com vcs.  :D

Sério: "jeitinho" só dá certo no Brasil. Em país sério, o cara até se safa uma vez. Na segunda, não vai ter conversinha que safe o sujeito. A saudade existe, mas é administrável. E, televisão brasileira, eu até gostaria de ter, mas não tô podendo gastar com isso não, ainda mais pra ver Rede Globo. E, finalmente, sim, normalmente nos fim de semana estou com brasileiros que moram perto. Mas em outros momentos estou com os americanos, indianos, franceses e iranianos que moram perto também. 


a.wick

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Resposta #17 Online: 16 de Abril de 2016, 15:11:27
Onde vc mora Felipe?

Alguém já assistiu o Canal OFF? Sinto uma inveja, boa, toda vez que assisto.
Não posso reclamar, curto meu trabalho, mas aquilo é covardia.
 :worship: :worship: :worship:
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felipemendes

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Resposta #18 Online: 16 de Abril de 2016, 17:54:49
Onde vc mora Felipe?

Moro nos EUA, no Texas. Uma cidade pequena perto de Houston, chamada Katy.


a.wick

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Resposta #19 Online: 16 de Abril de 2016, 18:22:54
Moro nos EUA, no Texas. Uma cidade pequena perto de Houston, chamada Katy.
Muito legal, passei por Dallas uma vez mas só pra fazer conexão. A única coisa que deu pra ver do aeroporto foram as caminhonetes gigantes...rs
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Resposta #20 Online: 16 de Abril de 2016, 23:24:59
Algumas impressoes do Bucephalus tem que ser melhor esclarecidas.


 Qualquer pessoa, seja qual for sua origem, quando sai de sua cultura e entra em outra cultura onde as pessoas sao mais fechadas, a atendencia natural de qualquer ser humano eh procurar aqueles que os recebem e que os fazem se sentir em casa. E obviamente a resposta mais evidente e facil sao pessoas da mesma origem ou cultura. Isso vale tanto para quem eh de origem de pais subdesenvolvido ou semi desenvolvido, quantompara quem eh de paises desenvolvidos. Eh exatamente igual.

E pq pessoas como Bucephalus julgam que pessoas em paises desenvolvidos se adapitam melhor em paises estrangeiros? E latinos ou asiaticos vivem em suas comunidades da mesma origem?

A resposta esta no fato de pessoas que tem origem de paises desenvolvidos sofrerem menos preconceitos. As pessoas tendem a serem mais abertas com elas, tentam se relacionar com elas, tentam ajudar elas, etc.

Ja asiaticos, africanos, etc, principalmente os de origem pobre, sofrem mais preconceitos, menos pessoas querem se relacionar com elas, menos pessoas se identificam com elas. A nao ser aqueles da mesma origem e cultura.

Eu mesmo em Sao Paulo, onde vivem milhoes de peruanos, libaneses e chineses, nunca conheci nenhum pessoalmente. Nunca os vi na minha escola, onde trabalhei, onde morava, etc. eu as vezes os viam nas ruas mas eu ignorava completamente. Por outro lado, indo para um bar com um amigo, no caminho vemos um canadense que parecia perdido. Em menos de 1 minuto ja estavamos chamando ele para beber com a gente, introduzimos a nossa roda de amigos, levamos para casa junto com nossos amigos, demos banho quando ele vomitou de bebado, demos cafe da manha no dia seguinte, deixamos ele nanporta do hotel onde estava hospedado, e ja com marcado para nos vermos mais tarde para mostrar os lugares legais da cidade, fazer uma passeio gastronimico, apresentar as mulheres, etc.

O canadense voltou para o Canada dizendo que Ama o Brasil. Obviamente, com o tratamento que demos a ele, ate um ET se integraria e enturmaria, seja no Brasil ou na Somalia. Ja os peruanos, libaneses, chineses... Fingia-mos que eram invisiveis.

Na Alemanha, onde tem muitos estudantes estrangeiros, principalmente americanos que nao conseguem pagar os estudos nos EUA e aproveitam a educacao universitaria quase que gratuita na Alemanha, vc a maioria deles so andando entre eles americanos (e ingleses). Muitos franceses andando so entre eles (e belgas). Pq alemanha eh uma sociedade com pessoas fechadas, introvertidas e demais caracteristica que dificulta a integracao de estrangeiros, turando o caso de estrangeiros casados ou com parentes alemaes, ou que trabalham em empresas com altos salarios, etc. Por isso, a tendencia eh que a maioria das pessoas nao se identifique com a cultura e pessoas e se sintam m pouco homesick. Eu tenho mais amigos austriacos, franceses e poloneses do que alemaes. E mesmo os austriacos e suicos que falam praticamente a mesma lingua e tem a mesma cultura base, nao gistam muito dos alemaes.


Mas tambem existe o fato de pessoas que nasceram e cresceram muitomapegado a familia, em lugares nao muito internacional, se sentirem isoladas, sem identidade e sozinhas por dentro, quando saem da casa da mae aos 30 anos para morar em outro pais, ou da cidade que a unica rede estrangeira que tem eh o McDonal's. Mas mesmo que esta acostumado a viajar, viver em diferentes culturas, saiu cedo de casa, pode passar a ter homesick a qualquer hora, seja para voltar a familia ou a cidade onde cresceu, ou onde se identifica. Mesmo dentro do proprio pais, ou mesmo tendo se integrado muito bem fora do pais.



Outro pre julgamento que as pessoas precisam parar de ter, eh de achar que so pq um pais eh exonomicamente rico e socialmente mais igualitario, as pessoas passam a ser automaticamente educadas.

Na inglaterra as pessoas bebem ate nao aguentar mais e saem as ruas gritando e procurando brigas. Tem ate programa na TV dedicado so a isso chamado Night Cops. E ate comercial na TV falando para as pessoas se comportarem nas feriam, quando forem para outros paises. Os Ingleses na Europa sao conhecidos como aquela galera que anda em bando sem parar de beber, mijando na rua, gritando para todo mundo e escalando fontes.

Em paris, principalmente garcos, sao conhecidos por sejem rudes e metidas.

Na Alemanha as pessoas blocam lugares de passagem e trombam umas nas outras como se as pessoas em volta delas fossem vento.

No Japao, assim como na Alemanha, as pessoas ficam fungando o naris do seu lado e nao limpam ate nao conseguir mais segurar o ranho.

No Sul da Franca, Espanha e sul da Italia as pessoas tambem falam alto, assim como em Berlin.

 ;)


felipemendes

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Resposta #21 Online: 17 de Abril de 2016, 09:34:35
Muito bom texto, Croix!

Só pra acabar de vez com o complexo de vira-lata, um monte de estrangeiros que conheço aqui (escoceses, noruegueses, até alguns americanos) dizem que gostam muito de trabalhar com brasileiros. São comprometidos, trabalhadores e versáteis.

Mas este lance cultural é um problema mesmo: meu filho está na escola pública americana, que normalmente tem normas bastante rígidas. Ele, sendo brasileiro, está muito acostumado a tocar, abraçar e implicar com outras crianças. Isso, pras crianças americanas, é tido como má educação, hiper-atividade, etc.


efilho

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Resposta #22 Online: 17 de Abril de 2016, 13:20:10
Felipe, vc está deixando a saudade falar. Nenhum estrangeiro educado dirá que não "gosta" trabalhar com brasileiro. Passe 20 dias numa sonda (plataforma) estrangeira e veja o que realmente pensam...

Como coach de uma empresa do OK, a mais "politicamente correta" avaliação do trabalho dos brazucas era "-Well, Edric, we live to work, you Brazilians work to live... But you wouldn't stand a day in the Gulf...", dita por um Driller experiente, redneck bacana que gostava da turma de brasileiros, talvez por já estar, como eu, "pushing sixty".  :(

Aliás, todo ano passo umas duas semanas em Houston, fico hospedado no Westin ou no Sonesta na área do Galleria...  :ok:


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Resposta #23 Online: 17 de Abril de 2016, 13:34:56
Felipe, vc está deixando a saudade falar. Nenhum estrangeiro educado dirá que não "gosta" trabalhar com brasileiro. Passe 20 dias numa sonda (plataforma) estrangeira e veja o que realmente pensam...

Como coach de uma empresa do OK, a mais "politicamente correta" avaliação do trabalho dos brazucas era "-Well, Edric, we live to work, you Brazilians work to live... But you wouldn't stand a day in the Gulf...", dita por um Driller experiente, redneck bacana que gostava da turma de brasileiros, talvez por já estar, como eu, "pushing sixty".  :(

Aliás, todo ano passo umas duas semanas em Houston, fico hospedado no Westin ou no Sonesta na área do Galleria...  :ok:

Eu ja consegui trabalho simplesmente pq o chefe falou que gosta do trabalho dos brasileiros. Em muitos paises brasileiros sao conhecidos por darem duro.

No Brasil, assim como na Espanha, Mexico, Franca, Irlanda, etc... as pessoas trabalham para viver. Mas uma vez em paises como Alemanha, EUA, Canada, Japao, as coisas mudam e passam a viver para trabalhar quando realmente querem ficar no pais, fazer dinheiro para comprar uma casa ou investir em algo para se estabelecerem.

O que eh diferente do brasileiro, espanhol, frances, irlandes, etc que viaja a trabalho e nao como imigrante.


efilho

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Resposta #24 Online: 17 de Abril de 2016, 13:40:46
Eu ja consegui trabalho simplesmente pq o chefe falou que gosta do trabalho dos brasileiros.

É, CROIX, mas pouco tempo atrás vc estava querendo voltar para o Brasil pq não arranjava trabalho por aí. Quais países exatamente os brasileiros "são conhecidos por darem duro"???? Brasileiros são conhecidos por serem "simpáticos", "alegres", "no hard feelings" etc., mas "trabalhar duro"??? Os europeus e os americanos não gostam de brasileiro por "trabalhar duro" e sim pela sua alegria, simpatia e competência. "Trabalhar duro", só imigrante desqualificado, temporariamente ou não, lavando prato em McDonald's ou trabalhando em "home improvement"... Mais uma vez, a saudade falando...  ;)

« Última modificação: 17 de Abril de 2016, 13:43:21 por efilho »


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Resposta #25 Online: 17 de Abril de 2016, 13:52:10
É, CROIX, mas pouco tempo atrás vc estava querendo voltar para o Brasil pq não arranjava trabalho por aí. Quais países exatamente os brasileiros "são conhecidos por darem duro"???? Brasileiros são conhecidos por serem "simpáticos", "alegres", "no hard feelings" etc., mas "trabalhar duro"??? Os europeus e os americanos não gostam de brasileiro por "trabalhar duro" e sim pela sua alegria, simpatia e competência. "Trabalhar duro", só imigrante desqualificado, temporariamente ou não, lavando prato em McDonald's ou trabalhando em "home improvement"... Mais uma vez, a saudade falando...  ;)
Eu nao entendo o que vc quer dizer com "saudade falando". Eu nao tenho saudades do Brasil.

De toda forma, cada um com suas referencias.

Acho que vc esta levando o esteriotipo muito a serio. E esteriotipo nunca exatamente ou totalmente verdade.

https://www.youtube.com/watch?v=Lle_GA1cg20


efilho

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Resposta #26 Online: 17 de Abril de 2016, 14:42:39
...Eu nao tenho saudades do Brasil...

Entendo... Auf Wiedersehen, Herr CROIX...  :ok:


felipemendes

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Resposta #27 Online: 17 de Abril de 2016, 16:08:03
Felipe, vc está deixando a saudade falar. Nenhum estrangeiro educado dirá que não "gosta" trabalhar com brasileiro. Passe 20 dias numa sonda (plataforma) estrangeira e veja o que realmente pensam...

Como coach de uma empresa do OK, a mais "politicamente correta" avaliação do trabalho dos brazucas era "-Well, Edric, we live to work, you Brazilians work to live... But you wouldn't stand a day in the Gulf...", dita por um Driller experiente, redneck bacana que gostava da turma de brasileiros, talvez por já estar, como eu, "pushing sixty".  :(

Aliás, todo ano passo umas duas semanas em Houston, fico hospedado no Westin ou no Sonesta na área do Galleria...  :ok:

Tenho que discordar. Conheço americanos da Shell, por exemplo, que preferem trabalhar no Brasil que nos EUA. O motivo é que o pessoal brasileiro pára e pensa no que vai fazer em seguida melhor que os americanos. A figura recorrente deles era o driller que tinha só 3 dedos e dizia (em sotaque caipira)  "I know what I'm doin'" e faziam m.

E, neste exato momento, escrevo de um navio de intervenções no meio do GoM (Gulf of Mexico). Nada muito diferente do que eu estava acostumado a ver no Brasil (embarquei muito de 2000 a 2008).

Quando estiver por aqui, dá um toque. Vamos almoçar.


Bucephalus

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Resposta #28 Online: 17 de Abril de 2016, 18:12:14
Claro que existem exceções aos esteriótipos, mas eu nunca ouvi brasileiros sendo referidos como bons trabalhadores em geral... talvez em certos campos isso seja uma exceção, mas a minha impressão é que brasileiros levam o trabalho menos a sério do que estrangeiros. Meu orientador já trabalhou com brasileiros (e acredito que outros sul-americanos) no passado, e ele diz que nós temos a mentalidade do "amanhã", que deixamos tudo para a última hora e colocamos outras prioridades na frente do trabalho.

No meio acadêmico, acho que preferem os americanos pelo preparo que eles recebem, e os alemães pela ética de trabalho. Dos alemães que conheci (5 no total), 4 eram totalmente motivados a fazerem melhor trabalho possível, com 2 deles praticamente desenvolvendo problemas emocionais por conta da seriedade com que eles tratavam o trabalho. E chineses parecem ser os mais regimentados; o chefe fala "pula na frente do trem" e eles pulam. Os caras não são necessariamente os mais criativos ou os mais inteligentes, mas eles parecem ser os mais robotizados. Não consigo ver o estereótipo brasileiro sendo um desses.

Não conheci nenhum brasileiro aqui (graça a deus), mas dos amigos brasileiros que foram para os EUA e Europa eu fiquei com a impressão de que eles levavam tudo muito no oba-oba, e que tinham menos resiliência pra lidar com stress e problemas, e que a falta de seriedade ou informalidade gerava mais problemas do que coisas positivas.

Visitei um amigo meu nos EUA quando ele trabalhava lá, e pude ver em primeira mão as brasileirices que ele fazia e alienava os colegas de escritório:
1) ficava no escritório ligando no Skype pro Brasil e falando português com a família no último volume, atrapalhando as pessoas ao lado. Nego ficava puto, saia da sala, pessoas do escritório ao lado vinham até a sala dele pra fechar a porta, e ele não se dava conta. Tenho colegas de escritório da China e do Nepal, e eles fazem a mesma coisa. Os colegas neozelandeses, americanos e europeus não fazem isso. Sem contar que pessoas de países de terceiro mundo precisam ligar para conversar com a família a cada 15 minutos...
2) ele atropelava a fala das pessoas em conversas. Isso acho que todo brasileiro médio faz: conversas de grupo no Brasil são uma guerra de grito, um atropelando o outro. Vi esse amigo brasileiro fazendo isso flagrantemente, interrompendo a fala de uma menina para poder perguntar algo. A garota ficou puta, virou as costas e foi embora no meio da conversa (acho que nessa hora a galera do escritório já tava de saco cheio dele).

Já ouvi de 2 brasileiros diferentes relatos deles próprios de que eles queriam ficar batendo papo na hora do trabalho, e que isso perturbava demais os colegas. Ouvi de pessoas que trabalharam com um brasileiro que ele ficava de brincadeira no trabalho o tempo todo, que era cheio de intimidade, que no espaço de uma semana estava colocando apelido nos colegas, que fazia brincadeiras inconvenientes e que ele dedicava mais tempo ao almoço do que ao trabalho. Claro que na cabeça do cara ele estava sendo o "brasileiro gente boa e carismático", provavelmente cheio de "calor latino", mas na realidade ele estava é irritando todo mundo em volta dele.


felipemendes

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Resposta #29 Online: 17 de Abril de 2016, 21:15:50
Essas suas companhias só dão vexame, Bucephalus...  :D

Sério agora: talvez porque a maioria dos brasileiros em Houston foram convidados a trabalhar aqui por algum tipo de mérito, não vejo a maioria dos comportamentos que você citou. Quero dizer, eu tiro uma hora de almoço (o pessoal daqui almoça um sanduíche no escritório), mas trabalho 2 horas a mais que todo mundo.

Mas sim, tem vezes que preciso resolver algum problema do Brasil, que tenho que ligar pra meio mundo em horário de trabalho. Como se eu estivesse no Brasil.