Autor Tópico: A Nova Geração da Sociedade  (Lida 4737 vezes)

efilho

  • Trade Count: (23)
  • Colaborador(a)
  • ****
  • Mensagens: 2.788
  • Sexo: Masculino
Resposta #30 Online: 18 de Abril de 2016, 01:08:26
...a maioria dos brasileiros em Houston foram convidados a trabalhar aqui por algum tipo de mérito, não vejo a maioria dos comportamentos que você citou...

As equipes que trabalham em terra ou que embarcam para tarefas específicas como perfilagem e cimentação, ROV etc. é outra história: são altamente especializadas e treinadas, e lá não tem distinção de nação. Mas embarque em uma sonda estrangeira operando no Brasil e passe algum tempo observando os expats e os nacionais... Vc ficará decepcionado... Tinha horas que eu me aborrecia com os brasileiros e chegava a chamar a atenção do pessoal, embora não pudesse fazer isso, mas era absurdo ver marmanjo técnico fazendo malcriação ou simplesmente ignorando o gringo para depois "ver como ficava"...

E só vi gringo preferir trabalhar no Brasil (não que ele ficasse feliz com isso, pois levava 2 dias para chegar a casa dele e outros para voltar...) para não pagar imposto de renda: pela legislação brasileira, o expat há mais de 2 anos recebendo salário por trabalho contratado pelo Brasil, mesmo que depositado nos EUA, tinha que recolher nosso imposto de renda. Como passava a ser tributado aqui, o IRS americano o dispensava de pagar no EUA. A empresa brasileira compensava o desconto aqui, que era mensal e imediato, e o expat não pagava imposto nem aqui nem lá. Era uma espécie de "bonus mensal". Isso já deve ter acabado, pois o IRS não estava gostando desse lance...

Gringo preferir ficar longe de casa pq "sulamericano trabalha melhor", me desculpe, mas isso não existe: ele não faz isso nem para o próprio pessoal dele, e trata-se de conversa de peão para manter as aparências, em minha opinião...

Gostaria muito de ver isso que falou, mas nunca consegui nesse tempo todo.  São cinco anos em pelo menos 5 empresas diferentes, como "instrutor americano que por acaso é brasileiro", em embarques de até 22 dias nos campos do pré-sal, dando instrução para todos, do OIM ao roughneck mais novinho...  :(


C R O I X

  • Trade Count: (0)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 5.428
  • Sexo: Masculino
  • Fotografo Multiformato
    • Marcio Faustino
Resposta #31 Online: 18 de Abril de 2016, 01:24:02
Mas que amigos vc foi arranjar Bucephalus...


C R O I X

  • Trade Count: (0)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 5.428
  • Sexo: Masculino
  • Fotografo Multiformato
    • Marcio Faustino
Resposta #32 Online: 18 de Abril de 2016, 01:29:21
As equipes que trabalham em terra ou que embarcam para tarefas específicas como perfilagem e cimentação, ROV etc. é outra história: são altamente especializadas e treinadas, e lá não tem distinção de nação. Mas embarque em uma sonda estrangeira operando no Brasil e passe algum tempo observando os expats e os nacionais... Vc ficará decepcionado... Tinha horas que eu me aborrecia com os brasileiros e chegava a chamar a atenção do pessoal, embora não pudesse fazer isso, mas era absurdo ver marmanjo técnico fazendo malcriação ou simplesmente ignorando o gringo para depois "ver como ficava"...

E só vi gringo preferir trabalhar no Brasil (não que ele ficasse feliz com isso, pois levava 2 dias para chegar a casa dele e outros para voltar...) para não pagar imposto de renda: pela legislação brasileira, o expat há mais de 2 anos recebendo salário por trabalho contratado pelo Brasil, mesmo que depositado nos EUA, tinha que recolher nosso imposto de renda. Como passava a ser tributado aqui, o IRS americano o dispensava de pagar no EUA. A empresa brasileira compensava o desconto aqui, que era mensal e imediato, e o expat não pagava imposto nem aqui nem lá. Era uma espécie de "bonus mensal". Isso já deve ter acabado, pois o IRS não estava gostando desse lance...

Gringo preferir ficar longe de casa pq "sulamericano trabalha melhor", me desculpe, mas isso não existe: ele não faz isso nem para o próprio pessoal dele, e trata-se de conversa de peão para manter as aparências, em minha opinião...

Gostaria muito de ver isso que falou, mas nunca consegui nesse tempo todo.  São cinco anos em pelo menos 5 empresas diferentes, como "instrutor americano que por acaso é brasileiro", em embarques de até 22 dias nos campos do pré-sal, dando instrução para todos, do OIM ao roughneck mais novinho...  :(

Estranho esse seu relato.
Meus amigos americanos sao obrigados a declarar renda nos EUA mesmo tendo trabalho fora do pais e tendo que pagar imposto em outro pais.

Ou sera que eu entendi mal e eh outro tipo de declaracao???


Gabriel Arieira

  • Trade Count: (0)
  • Freqüentador(a)
  • **
  • Mensagens: 394
  • Sexo: Masculino
Resposta #33 Online: 18 de Abril de 2016, 08:27:43
Ola pessoal,

Fico feliz por terem comentado tanto assim, fiz o post na sexta-feira e desde então nem entrei mais no MF. Porém vamos ao que interessa...

Concordo com algumas coisas que li, outras não. Acredito que sim, minha geração está com pensamentos diferentes da geração dos meus pais, a propósito, tenho 23 anos. Mas também acredito que o fato dessa geração estar diferente é algo extremamente positivo, tive tudo na mão ? talvez. Todavia isso não faz de mim um acomodado, sou muito feliz por não ter passado fome ou frio, ou então por ter tido uma vida muito boa na infância, e sou agradecido por "pensar fora da caixinha", acho que mudanças são benéficas para a sociedade e para o bem-estar de alguns.

Como algum de vocês ai disse anteriormente:
Há quem esteja feliz seguindo rotinas diárias estabelecidas por chefes.
Mas também há quem está ganhando rios de dinheiro e ainda assim não está feliz com o futuro.

Não temos que seguir os padrões que foram seguidos pelos nossos pais, quem disse ?
Sony a6500
Tamron 17-70 mm
Sony 11mm 1.8


felipemendes

  • Moderador(a) Global
  • Trade Count: (9)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 8.535
  • Sexo: Masculino
    • Meu Flickr
Resposta #34 Online: 18 de Abril de 2016, 10:57:06
As equipes que trabalham em terra ou que embarcam para tarefas específicas como perfilagem e cimentação, ROV etc. é outra história: são altamente especializadas e treinadas, e lá não tem distinção de nação. Mas embarque em uma sonda estrangeira operando no Brasil e passe algum tempo observando os expats e os nacionais... Vc ficará decepcionado... Tinha horas que eu me aborrecia com os brasileiros e chegava a chamar a atenção do pessoal, embora não pudesse fazer isso, mas era absurdo ver marmanjo técnico fazendo malcriação ou simplesmente ignorando o gringo para depois "ver como ficava"...

Sim, concordo que o pessoal com quem lido é altamente especializado. É de quem vem a percepção que tenho atualmente.

Mas também já vi noruegueses (ROV) literalmente abandonando o navio no ano novo, só aparecendo dias depois (já era tipo 4 de janeiro), às vesperas do navio zarpar, dizendo que não queriam mais trabalhar. Simples assim: "quero ir embora. Não quero mais este trabalho". Já vi norueguês ser jurado de morte porque deu calote no bordel. Já vi também capitão americano demitido por ter sido encontrado bêbado no camarote, com a camareira. Gente sem profissionalismo tem em todo lugar, não é luxo brasileiro.

Citar
E só vi gringo preferir trabalhar no Brasil (não que ele ficasse feliz com isso, pois levava 2 dias para chegar a casa dele e outros para voltar...) para não pagar imposto de renda: pela legislação brasileira, o expat há mais de 2 anos recebendo salário por trabalho contratado pelo Brasil, mesmo que depositado nos EUA, tinha que recolher nosso imposto de renda.

Essa história que contei tem 6 anos. Um dos caras continua no Brasil... Mora no Rio e a família fala português. Tenho contato frequente com o outro. Ele sempre disse que o tempo de resposta da engenharia do Brasil era muito menor que o dos EUA. Novamente, estamos falando de gente que tem contato com brasileiros com um certo nível.

Citar
Gostaria muito de ver isso que falou, mas nunca consegui nesse tempo todo.  São cinco anos em pelo menos 5 empresas diferentes, como "instrutor americano que por acaso é brasileiro", em embarques de até 22 dias nos campos do pré-sal, dando instrução para todos, do OIM ao roughneck mais novinho...  :(

Eu ia comentar isso: tem sim muita diferença entre as sondas da Petrobras e as estrangeiras. Ainda não fui a uma sonda Petrobras que chegue ao nível da piorzinha estrangeira. Com certeza a direção da empresa faz toda a diferença.


Bucephalus

  • Trade Count: (1)
  • Colaborador(a)
  • ****
  • Mensagens: 3.082
  • Sexo: Masculino
Resposta #35 Online: 18 de Abril de 2016, 21:25:53
Mas que amigos vc foi arranjar Bucephalus...

Sim, eles são horríveis. Mas eles são pessoas de classe média e média-alta, que sempre viajaram para fora do país, falam pelo menos uma segunda língua, conhecem outras culturas e possuem alto nível educacional (todos com doutorado). E ainda assim fazem essas macaquices. Acho que esses casos de brasileiros "perdidos na tradução" cultural não são raridades, são a maioria. A maioria esmagadora dos brasileiros que conheci na minha vida são assim.

Eu adorava ficar lente esse fórum, com relatos de gringos frustrados com os nossos traços culturais e sociais:
http://www.gringoes.com/gringoes-forums/forum/vent-your-frustrations/


felipemendes

  • Moderador(a) Global
  • Trade Count: (9)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 8.535
  • Sexo: Masculino
    • Meu Flickr
Resposta #36 Online: 19 de Abril de 2016, 00:21:16
Uma anedota de fim de noite. Estou voltando de New Orleans pra Houston. Esta última está alagada, então o aeroporto de NO está uma bagunça. Meu primeiro voo foi cancelado. Estranhei porque desta vez tem um monte de brasileiros no voo (inclusive a garota do meu lado). Horas atrás, enquanto eu estava no balcão de informações, tinha um cara na minha frente. Daqui a pouco veio um grupo de "amigos" pra ficar junto com ele, furando fila. Qual a nacionalidade dos amigos? Espanhóis.


C R O I X

  • Trade Count: (0)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 5.428
  • Sexo: Masculino
  • Fotografo Multiformato
    • Marcio Faustino
Resposta #37 Online: 19 de Abril de 2016, 05:30:27
Sim, eles são horríveis. Mas eles são pessoas de classe média e média-alta, que sempre viajaram para fora do país, falam pelo menos uma segunda língua, conhecem outras culturas e possuem alto nível educacional (todos com doutorado). E ainda assim fazem essas macaquices. Acho que esses casos de brasileiros "perdidos na tradução" cultural não são raridades, são a maioria. A maioria esmagadora dos brasileiros que conheci na minha vida são assim.

Eu adorava ficar lente esse fórum, com relatos de gringos frustrados com os nossos traços culturais e sociais:
http://www.gringoes.com/gringoes-forums/forum/vent-your-frustrations/

Frustracao eh quando espectativas nao sao atendidas.
Espectativas vao do animo e anciedade de cada um, quanto maior ela, maior as chances de crustracoes.

Eh normal as pssoas criarem espectativas de paises e povos e se frustrarem.

Vc tem a pre concepcao de que pessoas em paises desenvolvidos sao educadas e pessoas de classe alta sao corretas e educadas... Me desculpe mas vc esta iludido.

Eu nao conheco nenhum povo que frustra mais as pessoas do que os Alemaes. A maioria dos estrangeiros que eu encontro na Alemanha sempre tem algum relato negativo que os frustram sobre os alemaes. Mais do que em qualquer outro pais, incluindo o Brasil.


C R O I X

  • Trade Count: (0)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 5.428
  • Sexo: Masculino
  • Fotografo Multiformato
    • Marcio Faustino
Resposta #38 Online: 19 de Abril de 2016, 05:56:17
Uma anedota de fim de noite. Estou voltando de New Orleans pra Houston. Esta última está alagada, então o aeroporto de NO está uma bagunça. Meu primeiro voo foi cancelado. Estranhei porque desta vez tem um monte de brasileiros no voo (inclusive a garota do meu lado). Horas atrás, enquanto eu estava no balcão de informações, tinha um cara na minha frente. Daqui a pouco veio um grupo de "amigos" pra ficar junto com ele, furando fila. Qual a nacionalidade dos amigos? Espanhóis.

Na alemanha as pessoas mal sabem o que eh uma fila... E se verem uma, furar fila eh lei.


jesieltrevisan

  • Trade Count: (3)
  • Colaborador(a)
  • ****
  • Mensagens: 4.655
  • Sexo: Masculino
  • Harmonize-se
Resposta #39 Online: 19 de Abril de 2016, 07:06:26
Na minha visão todos nós trabalhamos bastante nesse ritmo alucinógenos apenas para garantir a hierarquia de poder.

Hoje a tecnologia de ponta poderia suprir muito do trabalho manual feito. A humanidade em sua jornada sempre procurou resolver os problemas relacionado ao conforto, alimento, água, moradia e saúde, hoje já temos tecnologia para garantir isso para todos do planeta, porém ainda sim existe o trabalho essessivo e as enormes diferenças de qualidade de vida, isto tudo está relacionado com hierarquia de poder.

Muito dos trabalhos que existem hoje poderiam ser extinto.

Portanto não é o trabalho em si mas a relação humana que tem que evoluir.

Sobre a Felícidade no trabalho isso é relativo, tem pessoas que gostam de testar iates de  luxo mas também tem pessoas que gostam de dar aula, vender, virar padre, ajudar na cruz vermelha ou passar várias horas na frente do PC editando fotos.

A felicidade é interior, o trabalho é uma projeção do interior.
« Última modificação: 19 de Abril de 2016, 07:08:08 por jesieltrevisan »
Canon EOS 5D + BG-E4 + Canon EOS Kiss (300D) 
Canon EF 50mm f/1.8 mk I + Canon EF 100mm f/2 + Canon EF 28-70mm  f/3.5~4.5 II + Sigma 18-50mm f/2.8 DC EX  + 430EX II
--
Dúvida sobre as regras do fórum? --> REGRAS GERAIS
Dúvidas gerais? -->FAQ


jesieltrevisan

  • Trade Count: (3)
  • Colaborador(a)
  • ****
  • Mensagens: 4.655
  • Sexo: Masculino
  • Harmonize-se
Resposta #40 Online: 19 de Abril de 2016, 07:25:48
Tenho que discordar. Conheço americanos da Shell, por exemplo, que preferem trabalhar no Brasil que nos EUA. O motivo é que o pessoal brasileiro pára e pensa no que vai fazer em seguida melhor que os americanos. A figura recorrente deles era o driller que tinha só 3 dedos e dizia (em sotaque caipira)  "I know what I'm doin'" e faziam m.

E, neste exato momento, escrevo de um navio de intervenções no meio do GoM (Gulf of Mexico). Nada muito diferente do que eu estava acostumado a ver no Brasil (embarquei muito de 2000 a 2008).

Quando estiver por aqui, dá um toque. Vamos almoçar.
É bom saber que em certas áreas o Brasil é referência em planejamentos.
Talvez isso não se aplica ao desenvolvimento de software pois até hoje o que mais eu vi por aqui foi Extreme Go Horse... Regra número 1 se pensou, já começou errado, não pense... Faça.... Quando ficará pronto ?
Já trabalhei com americano totalmente ortodoxos tipo quadradão mas trabalhei com outros mais flexiveis, de modo geral a maior diferença que senti é que os gringos são mais especialistas e gostam de fazer as coisas corretamente, já o brasileiro é do tipo resolver o problema mais rápido possível e não dá melhor forma possível.
Ambos os modos de pensar tem seus prós e contras.
Mas acho que o que pega mais na área de desenvolvimento de software no Brasil é a formação acadêmica, tanto de desenvolvedores quanto da gestão, por isso milhares de dólares vão para o ralo todo ano devido a retrabalho.
Outra coisa grave que estraga o Brasil são as consultorias chamadas de head Hunter, tipo aquelas atravessadores que só pegam o profissional do mercado e lançam como terceiros dentro do cliente, cobrando o passe.... Estas inflam o mercado é jogam o salário lá embaixo. Deveria ser proibido está prática.
Canon EOS 5D + BG-E4 + Canon EOS Kiss (300D) 
Canon EF 50mm f/1.8 mk I + Canon EF 100mm f/2 + Canon EF 28-70mm  f/3.5~4.5 II + Sigma 18-50mm f/2.8 DC EX  + 430EX II
--
Dúvida sobre as regras do fórum? --> REGRAS GERAIS
Dúvidas gerais? -->FAQ