Autor Tópico: heidegger, revisitado  (Lida 1180 vezes)

angelo di candia

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Online: 27 de Abril de 2016, 16:47:05



heidegger, revisited
by angelo di candia, no flickr
leica M6 + summicron 35mm ASPH / velvia 100 1EV pushed / epson v850 + silverfast 8.8 SE




quando eu era menino, os mais velhos perguntavam:

- o que você quer ser quando crescer?

hoje não perguntam mais.

se perguntassem, eu diria:

- quero ser menino.


(fernando sabino)
 
 


Pris WerSo

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Resposta #1 Online: 27 de Abril de 2016, 23:30:12
Oi Angelo! Gostei mais da composição dessa, mas curti em ambas a escolha do desfoque... uma dúvida: qual velvia usou? O 100 ou o 100F? Vi que eles se comportam diferentemente em relação às cores...


Maneco Pizarro

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Resposta #2 Online: 28 de Abril de 2016, 22:19:08
Composição é tudo!
Com relação ao texto, na minha época, salsicha era a resposta recorrente...


nakinha

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Resposta #3 Online: 28 de Abril de 2016, 22:24:16
Com relação ao texto, na minha época, salsicha era a resposta recorrente...

Isso mesmo !  kkkkkkkkkkkkkkkk
NAKINHA
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mautorre

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Resposta #4 Online: 29 de Abril de 2016, 01:54:47
Linda, Ângelo, parabéns!

Agora, desculpe a ignorância, não sou um leitor aplicado de Heidegger e fiquei curioso com o associar do título à foto. Seria acaso por conta do método da hermenêutica, de se relevar o que se lê do obscuro e oculto?

Um forte abraço.


angelo di candia

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Resposta #5 Online: 29 de Abril de 2016, 13:02:51



olá pris,

eu escrevi errado acima - usei o 100​F​.

como vc encontra na internet td sorte de afirma​çõe​s, pra um ou outro​​ lado​ (​i e, de q​ue​ s​ã​​​​o mesmo ​filme ​ou de q​ue​ ​sã​​​o absolutamente diferentes​)​, ​decidi buscar comparativos. e posso te dizer, li MUUUITO sobre todos os velvias, por aí..  :D

alguns saudosistas veneram o velvia 100, por entenderem q ele mantém as cores ultrassaturadas, o ​"​grão zero​"​ e a​ absurda nitidez do original​​​ de iso 50​ - ao passo que o 100F seria uma versão de cores ligeiramente atenuadas​, com um cast de azul (ciano) pra contrabalançar a intensidade do vermelho, o que tb resolveria melhor os tons de pele caucasiana.. ficaria no meio do caminho entre o velvia original e o provia.

​outra turma entende que não há tanta (ou ​que não há mesmo nenhuma) diferença entre ambos, senão que o 100​F​ ​teria, comparado ao 100, melhor reciprocidade​.​

​isso dito​, pro m​eu ní​​​​vel de ​conhecimento, ​exi​gência​ e satisfa​ção​​, nessa ​questão de cores e tons, contraste, etc.. as fotos escaneadas que vi por aí não me parecem tão diferentes assim. é claro que isso não diz muito: pode ser que na mão, com uma boa lupa schneider, não sejam..

assim, ​ambos ​100 e 100F me sugerem entregar ​vermelhos, ​amarelos e laranjas densos, vívidos, sem prejudicar os azuis e verdes mais frios - o que é, em última análise, talvez o significado visual mais impactante dessa "família" ​da fuji.

dei uma rápida pesquisada agora pra ver se não estou falando muita bobagem... leia aqui tb:

http://photo.net/film-and-processing-forum/0067nd

esse foi meu ​terceiro velvia, e meu primeiro 100​F​ (os 2 antes, velvia 50). ​note que ​​ele ​foi puxado pra 200, no extremo, e te digo mesmo que ainda assim aproveitei quase 100% do rolo. ​é um cromo espetacular.

enfim, ​amo essa ​"​hiperrealidade​"​ dos velvia, e se me permite a analogia estética e sinestésica, eles são ​ao mesmo tempo ​o mueck​, o dali, o buñuel e o garcia-marquez da fotografia analógica ;)

sobre a foto em si:

ainda apanho um pouco do scanner e do silverfast (resolvi escanear em casa pq não achei laboratório decente no RJ que escaneasse meus cromos)​. já consigo obter uma fidelidade bastante razoável e TIFFs maravilhosos, mas preciso melhorar mais no ajuste do foco das lentes duplas.. enfim, estou na curva inicial de aprendizado.

falando um pouco sobre a técnica, o desfoque é um pouco como o borrão.. ainda não me sinto seguro em fazer experimentações dismórficas e em velocidade ​com minha ​analógica, e tanto menos com cromo.​ mas como queria muito, digamos,​ "impessoalizar" meu moleque, ​optei pela solu​ç​ão mais cômoda - encurtar a prof de campo, acentuar o desfoque.

vamos avançando :D

obg pelo comentário,



angelo di candia

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Resposta #6 Online: 29 de Abril de 2016, 13:20:19

meu caro mauricio,

bingo! é por aí, sim!

tb não sou estudioso de heidegger.. mas li-o muito, leio-o ainda. descobri a metafísica, ontologia e filosofia geral dele qdo me debrucei sobre o impacto dessas ideias na bioética e finitude da vida, aplicadas à minha profissão e área de pesquisa.

muita coisa na narrativa da foto me remete a heidegger; uma delas vc citou, essa moderna hermenêutica (quase que totalmente reformulada por hegel e ele) da compreensão do ser.. outra é a dialética entre a morte / o nada e seu oposto, qual seja, a totalidade que se expressa na alegria quase infindável da vida.. ainda outra é uma sensação, que me recorre, de como a angústia da existência, de como a compreensão do fim, é a saída pra vida plena - diferentemente do pensamento natural, que enxerga uma visão superficial dessas questões.

é paradoxal, mas eu penso que há espaço pra entender o existencialismo de heidegger, ou talvez a raiz estoica dele, numa explosão de cores (vivas, mas sem vida) onde algo, isolado e diverso de tudo, brota (nasce) delas ;)

um gde abraço,



Thales Souto

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Resposta #7 Online: 29 de Abril de 2016, 16:08:32
Ângelo, até entendo o contexto e tudo mas a foto não me agradou pelos inúmeros detalhes: subexposta, WB, horizonte torto, etc....

Ainda estou tentando entender a sua linguagem fotográfica.
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angelo di candia

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Resposta #8 Online: 29 de Abril de 2016, 16:30:48
claro, thales.

obrigado pelas impressões.

apenas uma consideração sobre o WB, eu poderia tê-lo modificado digitalmente de forma bastante fácil (uma vez que não possuo, ainda, um filtro 80A), mas não quis deturpar as características peculiares do filme.

vamos avançando!

abs,
« Última modificação: 29 de Abril de 2016, 16:42:03 por angelo di candia »