Isso não é verdade. Até onde sei a maioria dos filmes aceita mudança de ISO de boa. No Tri-X, XP2 e HP5 da pra mudar o ISO de uns 80 até 1600 sem nem precisar mudar o processo de revelação. Dá pra fazer isso com muito filme colorido também.
Filme tem muita flexibilidade. Filme também tem muita mais margem de segurança pra erro. Já vi experimentos em que um cara colocou 8 pontos acima da exposição correta em um Portra 400, e o resultado saiu perfeito. Filme não estoura luzes como no digital.
Se for parar pra pensar, digital é bem mais difícil pro iniciante do que filme... é por conta dessa facilidade do filme que os caras da década de 40 e 50 (Bresson, Doisneau, Frank...) tiravam fotos de rua com Leicas que nem tinham fotômetro. É só meter uma estimativa do que você acha que seja a exposição correta, ou suar regras tipo o Sunny 16, jogar um pouco mais pra cima pra se certificar que não está subexpondo o filme, e as chances são bem grandes de que a foto sairá boa.
É verdade sim.
- Não me lembro de nenhum fotografo profissional nos anos 90 que fosse fotografar um evento e puxasse o filme de 100 para 800. Nenhuma vez na vida vi isso.
Você escolhia o iso (ASA) pela luz que você ia usar no evento, se era de dia ou de noite. E pela luz do local do evento. Como os filmes de 400 já davam um grãozinho, quase todos usavem 100 ou 200.
No máximo levavam 2 tipos de ASA. 100 e 400.
- Vi muita cópia de filme puxado. Puxar filme de 100 para 1600 não muda nada? Quanto mais se puxa mais a qualidade do negativo cai. Perde nitidez. O pessoal de esportes é que costumava puxar por causa da velocidade e pouca luz, principalmente em futebol.
Isso em p&b, colorido então... ninguém puxava nada. A revelação normal em cópia ficava uma porcaria.
Tenho algumas revistas antigas com fotos puxadas e a diferença de qualidade é imensa.
Nunca gostei de puxar por esse motivo.
- Outra coisa: Puxar filme p&b exige mudança de tempo de revelação e muitas vezes da temperatura.
Só acredito que um filme exposto 8 pontos acima da exposição normal saia perfeito se eu acompanhar todo o processo. Desconfio totalmente disso.
Quer dizer que o pessoal dos anos 50 não sabia exposição... O filme resolvia tudo?
Se a latitude fosse tão larga assim ninguém teria inventado o fotometro para câmeras de filme, gastar dinheiro pra que?
Isso é semelhante a usar flash no manual hoje.
Há TTL mas muita gente usa no manual, com perfeição.
O fotografo se treina mentalmente e fica capaz de perceber a quantidade de luz necessária, pela grande quantidade de vezes que faz aquele trabalho. É assim hoje com flash manual e era exatamente assim que o pessoal antigo fotografava sem fotometro. De tanto testar, de observar a luz, as nuvens, o contorno da sombra, a intensidade das sombras.
Eu mesmo usei uma câmera manual, sem fotometro em uma viagem nos anos 90 com a tabelinha que o meu amigo fotografo colou na traseira dela. No final da viagem não perdi quase nenhuma foto.
Qualquer um de nós é capaz de fotografar hoje de DSLR pela regra do f16. É só questão de treino.
Eu não tenho nenhuma saudade de filme se querem saber. Apenas usei e conheci. Não estou defendendo nada nem quero voltar a usar. Apenas opinei que esse exercício obriga o fotografo a pensar mais, antes de clicar. Como foi na era da película.
E na minha opinião era muito mais chato fotografar e só ver a foto 10 dias depois. Um saco.
Hoje em digital tudo é uma moleza. Uma moleza.
Iso de 50 a 25000, fotometro spot, fotometria ponderada, matricial, histograma, VR, lcd para ver a merda que você fez na hora... Ver se a noiva saiu de olho fechado. É um filé.
É só uma questão de estudar um pouco a técnica e aprender como usar a eletrônica.(estou falando de usar a técnica, não na parte artística)
Digital mais difícil que filme? Com aquela "tecnologia" enorme?
Discordo totalmente.