Autor Tópico: Fotografia: História e Arte  (Lida 11687 vezes)

angelo di candia

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Resposta #90 Online: 26 de Fevereiro de 2016, 11:15:40
Bresson foi aluno do pintor cubista André Lhote
mas eu tenho a impressão da fotografia dele ser mais clássica....

caro kawazoe,

me perdoe, talvez eu tenha me expressado de forma pouco clara. concordo que bresson seja uma referência clássica, por não sugerir grandes inovações / rupturas / experimentações estéticas, mas conceituais / observacionais / filosóficas, por não explorar (explicita ou recorrentemente) abstrações, dismorfias, intervenções sobre o tempo, etc..

referi-me só à impressão que tive do arranjo espacial dos garotos, numa e outra foto. são composições diferentes, uma linear, outra difusa. é isso que quis dizer. ademais, é notória a dinâmica, muitas vezes geométrica, que vemos em bresson.

é claro que essa distribuição aqui teve pouca interferência dos fotógrafos, a não ser por esperarem o momento ("decisivo") em que as peças se arranjaram visualmente no tabuleiro.

abs,



Carlos HP

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Resposta #91 Online: 11 de Março de 2016, 15:21:02
Cartier-Bresson foi um dos primeiros nomes na fotografia a chamar a minha atenção. O livro "Cartier-Bresson - O Olhar do Século" dá uma ideia bem legal de como ele pensava fotografia. Acho que essa turma da Magnum viveu uma era de ouro da fotografia que não veremos mais. As coberturas jornalísticas feitas por Bresson, Capa e cia... acho difícil termos algo do mesmo peso nos dias de hoje, com informação tão rápida e efêmera dos dias de hoje.


Carlos HP

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Resposta #92 Online: 27 de Abril de 2016, 15:40:37
O pessoal parece que perdeu o interesse no tópico... Como já falei antes, este tópico foi um dos mais importantes para mim ultimamente aqui no fórum. Talvez por já levar algum tempo no hobby e estar bastante insatisfeito com o resultados, algo além da técnica abriu meus olhos para o que pode ser a minha maior fraqueza provavelmente. Então, tentarei ressuscitar o tópico com uma foto bem batida, mas icônica, da história da fotografia. Foi uma das primeiras a me provocar interesse em fotografar, ainda quando criança. Estava por aí, esquecida, até que me deparei com ela novamente esses dias internet afora.



Comecei, inclusive, a seguir Steve McCurry no Instagram assim como quem não quer nada e me impressionei com a consistencia do trabalho dele. Certamente não o melhor, mas bem consistente, com identidade em abordagem, cores, contraste, etc., enfim, estilo. Seria talvez o que todos nós como fotógrafo necessitemos desenvolver um dia: estilo?

Um pouco mais da história da foto e um revival interessante realizado pela NatGeo anos depois:

http://edition.cnn.com/2015/03/23/world/steve-mccurry-afghan-girl-photo/

http://petapixel.com/2013/10/22/steve-mccurry-reveals-afghan-girl-portrait-almost-published/

http://ngm.nationalgeographic.com/2002/04/afghan-girl/index-text

Particularmente, acho um retrato incrivelmente bom, espetacular, ainda mais por ter sido tirado assim em campo e não em um estúdio. Cores, contraste, uso da luz, o brilho e a intensidade do olhar de Sharbat Gula... A expressão da menina sempre me transmitiu uma bravura para enfrentar o sofrimento que não sabe se deve esconder ou transparecer. Ao mesmo tempo, a mensagem jornalística, o momento, o local, toda a situação de guerra, pobreza, sofrimento. Acho que tudo se juntou perfeitamente para que um simples retrato pudesse ser tão marcante e transmitisse tanta emoção para comover pessoas completamente alheias a essa realidade.

Espero que voltem a se animar com a ideia do tópico e contribuir com opiniões e discussões, inclusive as filosóficas, punctum e studium, etc.

Abraço a todos.
« Última modificação: 27 de Abril de 2016, 15:41:29 por Carlos HP »


angelo di candia

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Resposta #93 Online: 29 de Abril de 2016, 12:38:20

caro carlos,

bela lembrança! e ótima análise!

se me permite, quero acrescentar uma coisa..

mccurry é genial - e como todo gênio, sabe onde pisa.

sua garota afegã é mágica por muitos motivos: ora pq encanta-nos a miséria estrangeira (mas.. e a NOSSA miséria?), pq nos encanta o exótico, pq nos apiedamos do contexto, pq seu olhar incisivo nos captura..

mas só UM é o que realmente se destaca: ela é a gioconda, de da vinci.

essa releitura (sim, a boa arte é em muitas coisas uma releitura de si mesma) lhe basta e faz dela, mais do que todo o resto que possa ser dito, atemporal.

ressuscitemos o tópico!

abraço,




Humberto Yoji

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Resposta #94 Online: 29 de Abril de 2016, 13:06:09
Deixa eu aproveitar que vi a palestra do Joe Mc Nally no Wedding Brasil. E já peço desculpas ao Carlos por "atropelar" o post dele. Mas o Joe contou uma história que eu não sabia.

Todo mundo lembra dessa foto, certo?



O que pouca gente sabe é quem fez a foto, um fotógrafo chamado Nick Ut. E o que menos gente ainda sabe é que, logo após o clique, Nick Ut ajudou a menina, molhou ela com água, levou para um hospital militar, de onde ela foi transferida para Saigon e tratou suas graves queimaduras, sobreviveu e voltou para a família. Nick Ut provavelmente salvou a vida da garota.

40 anos depois, Joe McNally teve a oportunidade de fotografar a agora mulher Kim Phuc em sua casa atual, com sua família. Confesso que chorei ao ouvir a história durante o Wedding Brasil. Kim sobreviveu, cresceu, se mudou para Cuba, conheceu e casou com um Vietnamita e tiveram um filho. A foto que ele tirou emociona qualquer um:




Kim se tornou uma pessoa fantástica: "Kim has found peace, and a message she can offer, borne of her suffering. She runs The Kim Foundation International, which promotes reconciliation, and she acts as a Goodwill Ambassador for UNESCO. She has transformed from “the girl in the picture,” or, “the napalm girl,” into a viable, visible symbol of peace and hope. Her’s is an important story of resilience, courage, and forgiveness."

A história toda pode ser lida aqui: http://blog.joemcnally.com/2012/06/04/on-a-road-40-years-ago/

Sem palavras!

 :worship:


angelo di candia

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Resposta #95 Online: 29 de Abril de 2016, 13:27:49

humberto,

de fato: o texto de joe mcnally e a história da foto de hoje deveriam ser lidos por todos, fotógrafos ou não.

bonito, bonito demais...

muito obrigado,





Humberto Yoji

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Resposta #96 Online: 29 de Abril de 2016, 13:33:37
de fato: o texto de joe mcnally e a história da foto de hoje deveriam ser lidos por todos, fotógrafos ou não.

Sim! Não se trata mais apenas de fotografia, se trata de seres humanos, no sentido mais estrito da palavra.  :)


Humberto Yoji

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Resposta #97 Online: 10 de Maio de 2016, 09:57:21
Uma pena esse tópico ser tão marginalizado, acho um dos melhores que já surgiram no fórum. O que seria de nós se não fosse a história?

De minha parte, vou tentar encontrar mais exemplos e postar mais aqui.


ronaldom1

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Resposta #98 Online: 10 de Maio de 2016, 10:13:44
Tópico sensacional, com as referências citadas aqui, me torno menos ignorante em relação a arte fotográfica !

Humberto as fotos e os fatos relativos a menina vietnamita são de emocionar e nos fazer refletir !
Obrigado por compartilhar
Observar os detalhes da vida: o céu, o sol, as expressões e olhares... fotografar é viver intensamente !

Flickr: https://www.flickr.com/photos/31091182@N04/


Humberto Yoji

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Resposta #99 Online: 10 de Maio de 2016, 10:17:02
Tópico sensacional, com as referências citadas aqui, me torno menos ignorante em relação a arte fotográfica !

Humberto as fotos e os fatos relativos a menina vietnamita são de emocionar e nos fazer refletir !
Obrigado por compartilhar

 :ok: :ok: :ok:


angelo070985

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Resposta #100 Online: 04 de Junho de 2016, 12:37:43

"cassius clay era um nome de escravo.
eu não o escolhi, e não o quero.
eu sou Muhammad Ali."


 

foto por neil leifer

   
 
 
uma última homenagem a alguém que foi maior que o boxe. maior que a própria vida.

eterno: muhammad ali.




angelo070985

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