Autor Tópico: Equipamento x fotografia  (Lida 6222 vezes)

J.Quintão

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Resposta #45 Online: 02 de Junho de 2016, 17:04:09
Como falaram, o EXIF ajuda a ensinar. Um novato vendo um EXIF pode pegar mais confiança no próprio equipamento, pode aprender um pouco mais sobre como a foto foi feita, enfim, ele pode aprender com poucas informações!

O EXIF não ensina o tempo de preparo, mas ao menos te mostra os ingredientes de uma boa foto. Muitas vezes vemos uma grande foto e achamos que foi feita com o melhor do equipamento, daí você vê o EXIF e pronto, vê que seu equipamento também pode fazer!

 :worship: Obrigado Alcure

Infelizmente, tenho a impressão de que, em geral, as pessoas se preocupam demais com os aspectos errados das coisas.

Aqui, se fala muito em equipamento e Photoshop/tratamento/pós-produção, em vez de falar do processo e da qualidade da foto em si, em vez de pegar o equipamento que for e sair fotografando, experimentando.

Em fóruns de videogames, falam muito sobre a capacidade de processamento, pixels, PS4 x Xbox, etc., em vez de simplesmente aproveitar os jogos.

Em fóruns de ciclismo, ficam discutindo sobre qual peça é melhor, como retirar 100g da bike, em vez de simplesmente ir pra rua pedalar.

E por aí vai.

Dá a impressão de que as pessoas ficam só repetindo coisas que leram por aí, mas não colocam em prática, não aproveitam o prazer de realizar a atividade. Acho que falta um pouco de "inocência" na coisa toda.

Enfim, fica o desabafo. Não levem a mal.

Respeito sua opinião amigo, mas tenho divergências (claro, somos seres humanos, rs).

No meu ponto de vista, quando começamos a debater  como retirar 100g do peso de uma bicicleta, significa que já nos aprofundamos no assunto e sentimos necessidade em melhorar mínimos detalhes, que fazendo diferença ou não fisicamente, talvez faça diferença na hora de ir pra rua pedalar.

Seria como o alcure e outro colega falaram; as vezes os novatos (eu por exemplo) tendemos a achar que é impossível fazer certas fotos com nosso equipamento de entrada, e no entanto, quando eu vejo um Exif simples, não tendo nenhuma magia, me sinto mais confiante em ir lá e fazer algo parecido ou tão bom quanto. Fiz isso ontem! Usei uma abertura maior (nunca havia mudado a abertura da minha 18-55) para maior DOF e consequentemente mais foco no assunto e usei a golden hour (sempre fotografei no sol a pino, pensando que com muita luz seria mais fácil realizar a captação da mesma) e funcionou, ficou uma foto bacana, apesar de ser apenas um passeio fotográfico com outro colega de profissão.

E apesar de tudo isso, eu ainda acho importante o aprofundamento dos assuntos em certos aspectos, como os jogadores de vídeo games que analisam os pixels de renderização de um jogo ou console, pois eles já passaram da fase amadora de apenas apreciar os jogos e talvez, por que não, querem se tornar algo mais, melhor. Assim como um químico passa a analisar mais que ligações moleculares quando entra no campo de bio-química nuclear ou o que quer que eles estudem depois disso. rs

E só finalizando, concordo em gênero, número e grau sua colocação quanto a disseminação de idéias prontas por aí. Acho que se cada um "perdesse" 10 minutos expondo sua própria opinião ao invés de copiar e colar a opinião de fulano ou beltrano, teríamos muito mais lições a aprender um com o outro.

De qualquer maneira, temos espaço para todos nos fóruns hoje em dia. E digo que com a facilidade que as coisas andam, dou muito valor a quem "perde" seu tempo aqui com os colegas, discutindo, analisando e ensinando tudo em relação a fotografia.

 :worship:
Jonathan Quintão | T4i + 18-55mm + 50mm 1.4


Pelegrin

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Resposta #46 Online: 02 de Junho de 2016, 17:13:29

Eh igual Jazz. Vai no improviso e sentimento da coisa. Na confianca da destreza inconsciente e sentimental. Uma vez conectado, nao tem mais nota errada na musica. Aquela nota que saiu fora vc logo imenda com outra nota improvisada. Ja, o que eh muito tecnico nao tem tal ritmo natural e tato humano. Uma peca fora a maquina nao funciona mais. Tem que comecar de novo, ate acertar a pena no seu exato local.


É isso aí. Navegar é preciso, fotografar não é 100% preciso.

Se fosse, o modo automático poderia chegar à perfeição, mas nunca vai.

Boa discussão.

Abs


Bosa

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Resposta #47 Online: 02 de Junho de 2016, 21:00:34
Como falaram, o EXIF ajuda a ensinar. Um novato vendo um EXIF pode pegar mais confiança no próprio equipamento, pode aprender um pouco mais sobre como a foto foi feita, enfim, ele pode aprender com poucas informações!

O EXIF não ensina o tempo de preparo, mas ao menos te mostra os ingredientes de uma boa foto.
:ok:

Quando fui comprar minha primeira lente decente eu não tinha muita noção do que queria... as vezes me deparava com certas fotografias que me agradavam demais, pelo efeito visual da imagem mas não sabia o porque... afinal, tudo que eu lia por aí falava em coisas do tipo equipamento não importa, o zoom da 50mm é nos pés, com uma 50mm 1.8 você faz todo tipo de fotografia, basta andar pra frente e pra trás.... blablabla.
Acabei comprando uma 24-70 que me agradou bastante mas, percebi com um tempo que ela não conseguia fazer aquele efeito lindo que eu citei no início.

Um tempo depois eu passei a salvar todas as fotos que me agradavam colocando o tamanho do sensor, abertura e DF no nome do arquivo... estudando o EXIF das imagens acabei descobrindo que aquilo vinha quase sempre das 85mm 1.8~14~1.2... era na verdade a união entre a perspectiva levemente comprimida e o DOF raso. :)

Atualmente eu não preciso mais do EXIF pois com tempo acaba entrando no sangue e hoje eu já consigo fazer a leitura técnica da imagem, mas acho uma informação bem importante pra quem está começando... ajuda a nortear. :)
D600/D800E + 24mm 1.4G, 35mm 1.4 art, 58mm 1.4G, 85mm 1.4G, 70-200mm 2.8 VRII, 3x SB900, SB700.
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felipemendes

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Resposta #48 Online: 02 de Junho de 2016, 23:53:10
Pô, Croix, assim não vale... Mexeu com três das minhas paixões em uma ressposta só!  :D

Eh um exemplo ao qual tambem vejo. Eu pedalei muito nos ultimos 6 anos ou mais. Montanhas, estradas, barro, etc. Pedalada de sair de manha e voltar no fim da tarde. E adivinha so, sempre pedalei de calca jean, qualquer tenis. Uma das minhas bicicletas era bem leve mas uma outra que tenho eh pesadinha. Nunca me interessei em saber em como ganhar mais velocidade, como economizar energia, como ficar mais leve, etc...

E olha que ja deixei muitos ciclistas todo equipado, uniformizado e tecnicamente ideal para tras.

Se eu quisesse condicoes perfeitas para pedalar, eu pedalaria em bicicletas de academia, aquelas que nao sai do lugar.  :D

Pedalar passeando é fácil, não precisa de muita coisa. Pra pedalar "a sério", a coisa é diferente. Dizendo de outra maneira, quando vc está a 35 km/h com vento contra, até a roupa sacudindo ao vento atrapalha. Na minha opinião, 100g a mais ou a menos não faz muita diferença. Mas 100g daqui e 100g dali já são 200g... Que já fazem bastante diferença em uma subida longa.

Mas estes são detalhes de quem está extremamente focado (trocadilho intencional) nesta atividade. Mas não é simplesmente sobre o equipamento ser melhor. Ele tem que estar pronto a atender à pessoa que usa o equipamento, não o contrário.


Citar
Eu acho que sou uma pessoa que nao me apego a detalhes tecnicos.

Eu sou engenheiro! Minha vida são os detalhes. Pra lançar um foguete até a Lua, basta apontar direitinho e lançar o foguete com uma velocidade facilmente calculável. Mas, sem atenção aos detalhes, o sucesso é tão certo quanto seria fazer uma foto maravilhosa no automático. É possível, mas improvável.

Citar
Eh igual Jazz. Vai no improviso e sentimento da coisa. Na confianca da destreza inconsciente e sentimental. Uma vez conectado, nao tem mais nota errada na musica. Aquela nota que saiu fora vc logo imenda com outra nota improvisada. Ja, o que eh muito tecnico nao tem tal ritmo natural e tato humano. Uma peca fora a maquina nao funciona mais. Tem que comecar de novo, ate acertar a pena no seu exato local.

Olha aí. Mexendo com outra paixão minha...  ;)
Jazz tem muita regra, sim. Tem escala, tem tempo. Tem um máximo que pode sair do tempo (swing) sem atravessar. Tem o máximo que se pode sair do tom sem desafinar (blue note). Acontece que o pessoal do jazz é tão bom, mas tão bom, que faz parecer que não há regra alguma. Igual alguns fotógrafos que admiro.

Acho que a coisa não é nem lá nem cá. Lembro que você abriu uma vez um tópico sobre o fotógrafo mais tosco de todos os tempos. Na minha opinião, o maior valor das fotos que aquele cara fazia era justamente por causa do equipamento tosco que ele usava. Ou seja, é uma validação pelo equipamento, mas de outra forma. As fotos dele não seriam tão interessantes se ele tivesse usado uma DSLR e toneladas de edição pra chegar ao mesmo resultado, eu acho.


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Resposta #49 Online: 03 de Junho de 2016, 04:30:54
Pô, Croix, assim não vale... Mexeu com três das minhas paixões em uma ressposta só!  :D

Pedalar passeando é fácil, não precisa de muita coisa. Pra pedalar "a sério", a coisa é diferente. Dizendo de outra maneira, quando vc está a 35 km/h com vento contra, até a roupa sacudindo ao vento atrapalha. Na minha opinião, 100g a mais ou a menos não faz muita diferença. Mas 100g daqui e 100g dali já são 200g... Que já fazem bastante diferença em uma subida longa.

O que seria pedalar passeando e pedalar serio?

Ao meu ver, qualquer um que nao esteja peladando em uma competicao, ou treinando para uma competicao, esta passeando. Mesmo quem esta pedalando como forma de exercicio, como no meu caso. Ou fazendo mountain bike, ou viajando pegando estrada. Meu Irmao mesmo foi de Sao Paulo a Bahia e depois de Sao Paulo a Foz do Iguacul, so de bicicleta igual a mim.




Mas estes são detalhes de quem está extremamente focado (trocadilho intencional) nesta atividade. Mas não é simplesmente sobre o equipamento ser melhor. Ele tem que estar pronto a atender à pessoa que usa o equipamento, não o contrário.
Eu acho que eh ambos, mas o contrario ainda mais importante. Eu quero estar apto a subir a montanha longa mesmo se tiver 200g a mais. Com 200g a menos eh mais facil, principalmente se seu corpo nao estiver preparado e habituado com qualquer ferramenta. Eu nao quero ser dependente da ferramente mas somente do meu propria capacidade fisica.

E discordo que sao detalhes de quem esta extremamente focado na atividade. Sao detalhes em quem esta extremamente focado em detalhes (e principalmente nas discussoes, teorias, tecnicas, etc). Tem muita gente extremamente focado em detalhes que nao estao tanto na atividade por assim dizer. Mas sim na discussao sobre sobre o assunto. Pessoas extremamente focadas na atividade eh quem esta exercendo a atividade, seja focado nas discussoes sobre a atividade e suas caracteristicas tecnicas ou nao.

Eu sou engenheiro! Minha vida são os detalhes. Pra lançar um foguete até a Lua, basta apontar direitinho e lançar o foguete com uma velocidade facilmente calculável. Mas, sem atenção aos detalhes, o sucesso é tão certo quanto seria fazer uma foto maravilhosa no automático. É possível, mas improvável.
A relacao humana e objetivo entre lancar um foguete ate a lua nao tem muito a ver com a de pedalar e fotografar.

Um exemplo mais proximo a pedalar e fotografar, seria lancar fogos de artificios.

Algumas coisas demandam pura tecnicidade para resultados 100% previsiveis, onde o tato da expressao humana nao tem importancia ou relevancia. Outras coisas sao exatamente o oposto. Nao eh 8 e nem 80

Olha aí. Mexendo com outra paixão minha...  ;)
Jazz tem muita regra, sim. Tem escala, tem tempo. Tem um máximo que pode sair do tempo (swing) sem atravessar. Tem o máximo que se pode sair do tom sem desafinar (blue note). Acontece que o pessoal do jazz é tão bom, mas tão bom, que faz parecer que não há regra alguma. Igual alguns fotógrafos que admiro.

Obvio que jazz tem regras, como toda musica (ritmo e harmonia eh uma delas), como qualquer coisa na vida. O fato de serem bom nao faz parecer que nao tem regras. Quam faz parecer que nao tem regras eh quem faz coisa desafinada e desarmoniosa.

Eles sao tao bons que nao precisam se prender a detalhes tecnicos. Eh mais expressao do que tecnicidade.

Acho que a coisa não é nem lá nem cá. Lembro que você abriu uma vez um tópico sobre o fotógrafo mais tosco de todos os tempos. Na minha opinião, o maior valor das fotos que aquele cara fazia era justamente por causa do equipamento tosco que ele usava. Ou seja, é uma validação pelo equipamento, mas de outra forma. As fotos dele não seriam tão interessantes se ele tivesse usado uma DSLR e toneladas de edição pra chegar ao mesmo resultado, eu acho.

Foi minha intencao falar justamente isso naquele topico, mas como continha nudez e foi aberto no calabouco escondido no forum, o topico nao foi para frente.

Mas a ideia era debater sobre a linguagem da ferramenta. O que alguns aqui chamam de romanticismo de forma prejorativa. Mas como dizia Nail Postman, tecnologia eh a maior ideologia que existe.

Eh a tecnologia que molda nossa experiencia com as atividades (como a fotografia), e consequentemente a forma que experienciamos as coisas (como a linguagem visual), e consequentemente a forma que vemos o mundo e as pessoas.

Mas muitos fotografos e assuntos nao teram muito espaco para serem debatidos e apresentados, pq quando envolve trabalhos com nudez poucos serao os que acessam ou se lembram que existe uma sub area, em uma das areas do forum, onde topicos que haja imagens e links com nudez possa ser aberto.




Em resumo, para muitas pessoas o conhecimento e discussoes tecnicas eh o fim, o objetivo, a apreciacao. E nao ha nada de errado em apreciar o mundo tecnico das coisas. Sendo os resultados os esperimentos de seus interesses tecnicos.

Para outros, tais tecnicidades eh o meio, sendo o resultado o fim. O interesse aos aspectos tecnicos, e suas discussoes, eh apenas o suficiente para se conseguir um resultado ao qual se quer obter. Apos isso, os demais aspectos tecnicos nao interessa.

Se eu conseigo pedalar longa distancia em uma subida ate o seu fim, eu nao estou nem ai se estou com 200g a mais. Tanto faz o peso, a flexibilidade e os demais aspectos na bicicleta e na minha roupa. O que me da ate mais resistencia do que quem nao esta acostumado a pedalar em qualquer situacao, ferramenta, peso, etc.


alcure

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Resposta #50 Online: 03 de Junho de 2016, 12:51:05
O que seria pedalar passeando e pedalar serio?

Ao meu ver, qualquer um que nao esteja peladando em uma competicao, ou treinando para uma competicao, esta passeando. Mesmo quem esta pedalando como forma de exercicio, como no meu caso. Ou fazendo mountain bike, ou viajando pegando estrada. Meu Irmao mesmo foi de Sao Paulo a Bahia e depois de Sao Paulo a Foz do Iguacul, so de bicicleta igual a mim.


Quem está passeando tem como objetivo, geralmente, ir de um ponto X a um ponto Y (ou ir a ponto nenhum) de qualquer jeito, desde que o faça. Quem está levando a sério está querendo melhorar resistencia, condicionamento e técnica para fazer a mesma coisa com maior velocidade, maior eficiência ou mais vezes.

Essa é a diferença também entre o casual e o profissional, em minha opinião.

Tudo é questão de objetivo. Você pode ter a resistência para vencer uma pessoa que se diz maratonista, mas via de regra, espera-se que o maratonista te deixe no chinelo. Nós, enquanto humanos, fazemos julgamentos a todo instante, isso nunca irá mudar.

Vamos ao velho exemplo: Você está andando de noite na rua, sozinho, e na sua frente vem uma pessoa toda tatuada, andando com roupas de mano, fumando um baseado e cantando funk, e do outro lado da rua tem um senhor andando de terno, maleta e falando ao celular.

Você, mediante um pré julgamento, vai instintivamente definir que atravessar a rua provavelmente seria uma boa decisão. E os fatos são: O cara maltrapilho que estava vindo era um grande artista e filantropo, o do outro lado da rua é um bandido que estava indo aplicar um golpe em alguém. Pois é, sua probabilidade de tomar uma boa decisão foi frustrada mediante coisas alheias ao seu conhecimento ou vontade.

A regra geral é que a gente deve ser livre de preconceitos, mas na prática isso é hipocrisia. Então não julgo quem quer saber só de técnica e nem quem quer saber só de arte, mas provavelmente a pessoa que sabe toda a técnica pode ter sucesso no trabalho com esforço de vontade, já que ele em tese sabe o que está fazendo.

Na fotografia, técnica e arte deveriam andar de mãos dadas. A arte serve para inspirar, e a técnica para fazer acontecer. É possível fazer uma excelente foto só com arte, bem como é possível o mesmo só com técnica. EU, RAFAEL, julgo que um bom fotógrafo é o que apresenta consistência em seu trabalho, pois considero a fotografia uma arte de resultados, não de meios (já disse isso em outro tópico), logo, valorizo quem estuda qualquer tipo de coisa que possa enriquecer o trabalho.

Eu não sou o melhor artista do mundo, mas mediante outros esforços, tive dinheiro e disponibilidade para investir em equipamentos e estudar bastante sobre técnica, composição, história etc, para quem sabe, um dia, não me tornar um? É para isso que a gente se aperfeiçoa, adquire o melhor que o $$$ pode comprar e sai na rua tentando se aperfeiçoar a todo instante. Eu estudo fotografias todos os dias da minha vida, e o EXIF é uma das coisas que alimentam meus estudos, mas ver apenas o EXIF é um estudo vazio, mas que direciona para outros questionamentos:

1) Você vai ver que o flash foi disparado por ele, logo, vai buscar informações sobre as fontes de luzes;
2) Vai ver quem foi o fotógrafo, logo, vai buscar conhecer o trabalho deste fotógrafo e quem sao as referencias do mesmo;
3) Vai ver que as cores estão diferenciadas, logo, vai abrir o seu programa de edição e vai experimentar e compreender seu funcionamento;
4) Viu que a foto apresenta um grande desfoque, mas o sujeito está perfeitamente nítido em uma fina camada de profundidade de campo, logo, vai pesquisar sobre distância do sujeito, profundidade de campo, distancia hiperfocal etc.

Enfim, um EXIF é como se fosse um índice que direciona a estudos mais complexos. A luz é pura física (e até mesmo matéria), pura teoria, puros cálculos...e como trabalhos com isso, saber certos números ajuda bastante, e, com o hábito, vira até instinto.
« Última modificação: 03 de Junho de 2016, 12:54:49 por alcure »
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Resposta #51 Online: 03 de Junho de 2016, 14:38:45
Quem está passeando tem como objetivo, geralmente, ir de um ponto X a um ponto Y (ou ir a ponto nenhum) de qualquer jeito, desde que o faça. Quem está levando a sério está querendo melhorar resistencia, condicionamento e técnica para fazer a mesma coisa com maior velocidade, maior eficiência ou mais vezes.

Nesse caso entao eu estou passando mesmo. Mas gostei muito da sua explicacao.

Essa sua explicacao, acredito que se encaixa melhor no que eu quiz dizer. Sebre haver dois grupos de pessoas

A primeira ve a tecnica como objetivo ou fim. Assim como vc disse, querendo melhorar resistencia, condicionamento, velocidade, etc. Pedalar eh apenas a consequencia do objetivo da tecnica.

O segundo grupo de pessoas eh o que tem como objetivo chegar a um lugar. Nao importa muito a tecnica desde que o objetivo de chegar no lugar desejado seja alcancado. A atencao a tecnica so vem quando ha algum impecilio. Afinal de contas tudo tem seu limite.

Como o Felipe Mendes falou, tem o limite ate a onde a nota pode ir para nao desafinar. Se ve que esta passando desse limite eh ai que vem a tecnica para ajudar. Eu nao quero chegar no meu objetivo a noite, por isso olho para a tecnica, mas chegando de dia, nao importa se vou chegar uma hora mais cedo ou mais tarde. Afinal, o dia foi tirado para pedalar mesmo. Nao tenho horario marcado. Caso tivesse, ai sim se aprofundaria mais na tecnica.

Por isso, para mim nao eh nem 8 e nem 80, eh de acordo com o caso e objetivo. E eu tenho essas duas diferencas de pessoas bem claras pq eu cresci entre engenheiros. A turma que quer ficar mecendo nos parafusos para ter o prazer de ver a maquina rodando em seu limite maximo. E a turma (eu) que nao esta nem ai para o limite, mas apenas em ver a maquina funcionar.



Na fotografia, técnica e arte deveriam andar de mãos dadas. A arte serve para inspirar, e a técnica para fazer acontecer. É possível fazer uma excelente foto só com arte, bem como é possível o mesmo só com técnica. EU, RAFAEL, julgo que um bom fotógrafo é o que apresenta consistência em seu trabalho, pois considero a fotografia uma arte de resultados, não de meios (já disse isso em outro tópico), logo, valorizo quem estuda qualquer tipo de coisa que possa enriquecer o trabalho.

Obviamente. Como eu disse acima, nao eh 8 e nem 80. O pendolo vai de acordo de cada interesse, objetivo, situacao e necessidade.


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Resposta #52 Online: 03 de Junho de 2016, 14:48:17
Falando um pouco mais a respeito... A tequinica sempre vem de uma forma ou de outra. Passiva ou ativamente.

A ativa eh quando a pessoa se aprofunda nos detalhes tecnicos e fica praticando ate atingir tal exato resultado.

A passiva eh quando a pessoa faz de qualquer jeito e na pratica dos erros e acertos vai descobrindo e desenvolvendo a melhor tecnica ou sua tecnica, ate descobrir o resultado que funcione para si.

O grupo da ativa sao os mais tecnicos. Preferem ficar mais tempo estudando e debatendo teorias para depois observar o resultado com um objetivo determinado. Ja o grupo sa passiva sao os menos tecnicos, o que preferem colocar a mao na massa e ver as coisas acontecendo na pratica, para depois ver como chegaram a tal resultado. O resultado nao eh especifico, mas sim experimentativo, vendo os diferentes resultados obtidos para decidir com o que fica e com o que nao fica.

A impressao que tenho ate o momento.


Pelegrin

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Resposta #53 Online: 03 de Junho de 2016, 15:15:41
Confesso que já tive vontade de publicar uma foto do Cartier-Bresson para ver como seria avaliada.

De maneira nenhuma acho que a técnica não seja importante, mas é meio, não fim.

Acho as comparações com Jazz meio difíceis, principalmente porque vc não toca um trompete sem ter treinado, mas consegue fotografar sem treino.

Abs


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Resposta #54 Online: 03 de Junho de 2016, 15:34:41
Confesso que já tive vontade de publicar uma foto do Cartier-Bresson para ver como seria avaliada.

De maneira nenhuma acho que a técnica não seja importante, mas é meio, não fim.

As pessoas estao mal interpretando o que eu falei sobre o Jazz.

Tudo tem um pouco de tecnica. Ate para fotografar em Modo Automatico vc ainda tem tecnicas de composicao, enquadramento, luz, etc.

Nao eh preciso treinamento para comecar a fotografar assim como nao eh preciso treinamento para fazer alguns sons com tropete, bateria, etc. Ache um ritimo com tres notas e vc tem uma musica. Mesmo nao sabendo que notas esta tocando. Quem nunca brincou com um um violao, piano ou qualquer outro instrumento sem nenhum treinamento?

O exemplo do Jazz foi pq o jazz eh bastante improvisativo, expontaneo, emocional, expressivo. A questao tecnica nao importa enquanto a musica estiver saindo boa. Uma nota fora imenda com outra, improvisa um ritmo diferente no meio, deixa um solo empolgante rolar o quanto o solista quiser. A musica nao fica presa na determinacao de uma partitura, mas sim no ritmo da impolgacao, sentimento e expressao.









Ja Sobre Bresson, ele tambem nao eh atento a tecnicas, ele vai no ritmo do momento e olhar. Claro que tem a questao da composicao e instante momento. Mas veja o quanto de fotos tortas, desfocadas, tremidas e mal expostas ele fez, muitas delas sendo consideradas as melhores dele, e ate mesmo as mais iconicas na historia da fotografia.

Ele nunca se preocupou em como conseguir a exposicao perfeita, a imagem mais nitida, etc. Diferente de Ansel Adams que foi mais focado a tecnica. E mesmo assim ele aplicou 100% da tecnica em pouquissimas obras dele, pq eh muito trabalho tecnico teorico para se obter a imagem perfeita, para quem quer sair e fotografar. Eh interessante somente para quem gosta de ficar o dia inteiro no laboratorio reimprimindo e reanalisando imagens ate o maximo de seu potencial tecnico.


Pelegrin

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Resposta #55 Online: 03 de Junho de 2016, 16:30:44
As pessoas estao mal interpretando o que eu falei sobre o Jazz.

Tudo tem um pouco de tecnica. Ate para fotografar em Modo Automatico vc ainda tem tecnicas de composicao, enquadramento, luz, etc.

Nao eh preciso treinamento para comecar a fotografar assim como nao eh preciso treinamento para fazer alguns sons com tropete, bateria, etc. Ache um ritimo com tres notas e vc tem uma musica. Mesmo nao sabendo que notas esta tocando. Quem nunca brincou com um um violao, piano ou qualquer outro instrumento sem nenhum treinamento?

O exemplo do Jazz foi pq o jazz eh bastante improvisativo, expontaneo, emocional, expressivo. A questao tecnica nao importa enquanto a musica estiver saindo boa. Uma nota fora imenda com outra, improvisa um ritmo diferente no meio, deixa um solo empolgante rolar o quanto o solista quiser. A musica nao fica presa na determinacao de uma partitura, mas sim no ritmo da impolgacao, sentimento e expressao.

Ja Sobre Bresson, ele tambem nao eh atento a tecnicas, ele vai no ritmo do momento e olhar. Claro que tem a questao da composicao e instante momento. Mas veja o quanto de fotos tortas, desfocadas, tremidas e mal expostas ele fez, muitas delas sendo consideradas as melhores dele, e ate mesmo as mais iconicas na historia da fotografia.


Ok, entendido. Só quis dizer que o que chama a atenção na fotografia é que é mais difícil para um leigo enxergar o preparo que requer uma boa foto, não só em termos de técnica mas também inspiração, diferente da música que é mais óbvio.

Acho que uma boa foto não é fruto somente dos estudos de técnica fotográfica, mas de todo seu repertório (livros, músicas, filmes, etc...).

Usei o exemplo do Bresson justamente por isso. Acho que essa comparação Bresson / Ansel Adams vem bem a calhar nessa discussão.

Mas eu tô contigo.

Abs


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Resposta #56 Online: 03 de Junho de 2016, 16:51:36
Pelegrin,

A questao da fotografia para o leigo esta na confianca tecnica do equipamento. Por exemplo, ve que fez uma foto nitida, cores vibrantes e longa latitude, ja esta convencido de que a foto esta boa. E vai querer mostrar para ver os demais apreciando tais belezas.

Assim como uma crianca tem a confianca que os desenhos dela eh bom ou belo. Pq as cores, textura e demas caracteristicas do material sao apreciativos, e o exercicio de manipular tais materiais eh prazeroso. Como tambem crianca "fazendo musica".

Ate chegar um adulto e falar que nao eh assim que se faz musica ou que se desenha. Mas veja a arte tribal, os tambores africanos, o berimbal, os desenhos egipcios.

Mas ate na musica e no desenho de uma crianca tem tecnica. O sol eh amarelo, o calor e beleza do tempo eh representada com um sol sorridente, a luz com tracos, o vento com linhas ondulares. A musica com tempo, etc. apesar de faltar cordenacao motora ainda.


Mas como vc disse, a yecnica eh o meio para se obter um resultado. Tecnica como fim eh so para estudos, pesquisas e trabalhos que exige alta precisao em um resultado estritamente pontual. O que nao eh o caso quando em relacao a expressao e interatividade humana, somente mecanica.


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Resposta #57 Online: 03 de Junho de 2016, 17:22:24
Eu em...  falaram em um simples exif informativo e jogaram para o lado do técnico doentio,  neurótico consumidor de vidas.

Não é bem assim colegas..
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Resposta #58 Online: 03 de Junho de 2016, 17:37:41
Eu em...  falaram em um simples exif informativo e jogaram para o lado do técnico doentio,  neurótico consumidor de vidas.

Não é bem assim colegas..

Nenhum assunto eh isolado de outros. Um assunto leva a outro. Como em qualquer bate papo.


Bosa

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Resposta #59 Online: 03 de Junho de 2016, 17:46:45
Só acho que levaram a um extremo... eu acho importante a técnica da coisa mas nem eu nem ninguém que conheço se prende a isso a ponto de esquecer de fotografar,  dar comida para o cachorro,  sair com a namorada/família... do jeito que falaram aqui parece que quem lê exif esquece da vida, fica o dia todo estudando técnicas e discutindo no fórum.
« Última modificação: 03 de Junho de 2016, 17:47:35 por Bosa »
D600/D800E + 24mm 1.4G, 35mm 1.4 art, 58mm 1.4G, 85mm 1.4G, 70-200mm 2.8 VRII, 3x SB900, SB700.
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