A linguagem tem vida própria, e os termos mudam de sentido e de significado com o passar do tempo. Vamos a um pouco de história.
Na primeira metade do século passado, camaras como Leica, Zeiss Ikon, Exakta, não estavam a alcance do cidadão comum. O que hoje é a camara de bolso ou o onipresente celular ou smartphone, naquela época eram as "máquinas caixão", as Kapsa, Kodak e similares, sem quaisquer regulagens de abertura, foco ou tempo de exposição. Usavam filmes 120 ou 620, tamanho 60x60mm e 60x90mm, ASA(ISO) 50 ou 100, e tinham 2 opções de disparo: Instantaneo e Pose. A primeira opção - instantâneo - era algo como 1/125 segundo, e no modo pose, o diagfragma permanecia aberto enquanto o disparador estivesse pressionado.
As fotos de estúdio eram geralmente feitas com chapas no tamanho da foto pretendida, no modo "pose", pedindo imobilidade do fotografado. A exposição podia chegar a 2 ou 3 segundos.
Me iniciei na fotografia com uma camara algo avançada para a época, uma Kinax III francesa, e lá estava modo "pose". Assim, o termo "instantâneo" era uma espécie de antônimo de pose. Evidentemente, o sentido mudou.
A título de curiosidade, as marcas mais divulgadas tomavam os nomes dos objetos. Na minha infância, todos chamavam as camaras de "kodak", mesmo que não fossem Kodak.