Autor Tópico: Retratos X Instantâneos: Diferenças e conceitos  (Lida 4095 vezes)

Lindsay

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Resposta #15 Online: 05 de Junho de 2016, 12:12:15
Conhecimento importa mais que equipamento.


C R O I X

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Resposta #16 Online: 05 de Junho de 2016, 12:26:35
Baseado na definição do mestre Scavone, posso concluir que as fotografias produzidas por um paparazzi, especificamente aquelas onde ele ficou na espreita esperando, mesmo que possam se parecer com um retrato, não são são retratos.

Pensando isoladamente neste aspecto, faz sentido pra vc???

Sao fotos paparazzi. O objetivo nao eh retratar a pessoa mas sim flagrar a pessoa.

Retrato eh associado com imagens com sentido mais artistico ou descritivo, mas de certa forma, nao deixa de ser retrato, sao retratos flagrados, as vezes retratos candid, mas sao imagens que retratam pessoas de alguma forma. Mas chamar de foto paparazzi deixa mais claro sobre o que vc se refere.


C R O I X

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Resposta #17 Online: 05 de Junho de 2016, 12:32:45
Outro contra argumentando à colocação supostamente dita pelo mestre Scavone:

Uma foto depois da publicação, agora já estando no momento em que o espectador se relaciona com ela, essa intenção do fotografo e/ou personagem, pode não ficar clara na imagem, e o espectador pode interpreta-la ou reconstrui-la como se fosse um retrato.

E então, o que é que vale aqui??? A intenção do fotografo na concepção ou a relação da foto com o espectador???

Pra mim o mais importante são as possibilidades depois da publicação.

What is a portrait???

Um pequeno vídeo:

https://www.nationalgalleries.org/play/play-menu/what-is-a-portrait

Em termos semanticos, retrato eh representacao descritiva. Se representa e descreve sobre alguem, eh retrato. Semanticamente falando.

Ja a relacao pessoal que cada um tem sobre o que consideram ser retrato, eh como ja dito, pessoal. Cada um descreve sua propria relacao.


Bucephalus

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Resposta #18 Online: 05 de Junho de 2016, 18:34:44
Nao nao eh.

Ele diz que para ser espontaneo a pessoa nao esta sabendo que esta sendo retratada.

Ja eu digo que nao importa se a pessoa sabe ou nao. Se esta sendo retratada eh retrato com a pessoa sabendo ou nao. Se esta sendo esponaneo tambem eh retrato, com a pessoa sabendo ou nao.

Eu estou com o Ryu. O Espontananeo retrata pessoas em uma situacao ou momento. Mas nao deixa de ser retrato. Como ele disse, caso contrario fotos de criancas nunca seriam retratos, assim como fotos de pessoas mortas ou animais de estimacao.

Novamente, é uma questão semântica.

Categoricamente vocês concordam que existe uma diferenciação, é só na nomenclatura que vocês não concordam.


C R O I X

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Resposta #19 Online: 05 de Junho de 2016, 18:36:59
Novamente, é uma questão semântica.

Categoricamente vocês concordam que existe uma diferenciação, é só na nomenclatura que vocês não concordam.

Entao algo que ele diz nao foi dito a mim, pq de acordo com a citacao postada inicialmente eu discordo dele.

Ele falaque um eh retrato e outro nao eh retrato.

Eu digo que ambos sao retratos.


Bucephalus

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Resposta #20 Online: 05 de Junho de 2016, 18:58:25
Entao algo que ele diz nao foi dito a mim, pq de acordo com a citacao postada inicialmente eu discordo dele.

Ele falaque um eh retrato e outro nao eh retrato.

Eu digo que ambos sao retratos.

Ele está usando duas palavras pra definir as duas fotos, e você está usando uma outra palavra pra definir as duas fotos.

Eu poderia chamar a primeira categoria de "laranja" e a outra de "ônibus", ou poderia chamar as duas de "casa" sem diferenciação, e você pode debater o quanto quiser comigo e nós nunca sairíamos da questão semântica.


Bucephalus

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Resposta #21 Online: 05 de Junho de 2016, 19:06:50
Eu pessoalmente não ignoro por completo categorias de estilos fotográficos e os nomes que damos a eles, mas também não gasto muito tempo tentando convencer outros da nomenclatura correta, e nem me importo muito com o nome que a pessoa pode escolher para categorizar fotos.

Eu tenho uma definição muito restrita do que é "fotografia de rua", mas não sou um "photo-nazi" de ir de tópico em tópico dizendo que uma certa foto, por definição, não é fotografia de rua. Quem se importa?

Isso me faz lembrar de uma época em que a filosofia como disciplina acadêmica estava num buraco negro, pois os filósofos estavam gastando tempo e energia definindo o nome das coisas, ao invés de investigar as coisas em si. Demorou muito tempo pra eles saírem desse transe semântico, mas eles saíram. Espero que a fotografia não caia nesse mesmo buraco.


Karl Junior

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Resposta #22 Online: 05 de Junho de 2016, 19:44:25
Agora pensei numa coisa pior, até meio paradoxal.

Vejam bem , se tomamos a palavra retrato com o sentido de retratar ou seja, de mostrar o que há de mais real e da forma mais fidedigna, podemos cair num paradoxo.
Isso porque, retratos (pousado segundo o conceito) exigem que a pessoa tenha consciência do ato e isso provavelmente vai deixá-la travada, tipo quando acontece quando há pose.
Já o instantâneo pega a alma da pessoa, e assim podemos dizer que a retrata melhor.

Olha que louco!
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Resposta #23 Online: 06 de Junho de 2016, 03:29:50
Ele está usando duas palavras pra definir as duas fotos, e você está usando uma outra palavra pra definir as duas fotos.

Eu poderia chamar a primeira categoria de "laranja" e a outra de "ônibus", ou poderia chamar as duas de "casa" sem diferenciação, e você pode debater o quanto quiser comigo e nós nunca sairíamos da questão semântica.

Significa que eu nao entendi absolutamente nada do que ele diz. Logo nao tenho o que dizer sobre o que nao entendo o que esta sendo dito.


gusmantovani

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Resposta #24 Online: 06 de Junho de 2016, 13:08:33
Discordo de tudo  :D

Na verdade acho que o "retratado" não tem absolutamente nada a ver com a coisa toda. Como o Ryu disse, se fosse assim, não existiria retrato de recém-nascido, por exemplo.

A diferença, na minha opinião, está no fotógrafo, e aí eu pessoalmente faço uma distinção bem clara entre o instantâneo (ou pelo menos o que eu chamo de instantâneo) e o retrato, ou a paisagem, ou a fotografia de rua... O que eu chamo de instantâneo é o ato de simplesmente pegar a câmera e disparar uma foto, como qualquer pessoa faz ao pegar o celular e disparar a foto. Já um retrato - ou uma fotografia de rua, ou uma fotografia de paisagem... - precisa da intenção do fotógrafo, precisa de pensamento, da composição, da criação.

Eu mudaria a frase para "um retrato se caracteriza pelo fato do fotógrafo ter consciência do ato. Ou seja, saber que está fotografando."  :D

Minha humilde opinião  8-)


Karl Junior

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Resposta #25 Online: 06 de Junho de 2016, 17:31:35
Segundo o conceito, não haveria mesmo retrato de recém nascido, pois o mesmo não posa nem tem consciência do ato. E faz todo sentido, de recém nascido só teríamos instantâneos.
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Bucephalus

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Resposta #26 Online: 06 de Junho de 2016, 17:52:25
Discordo de tudo  :D

Na verdade acho que o "retratado" não tem absolutamente nada a ver com a coisa toda. Como o Ryu disse, se fosse assim, não existiria retrato de recém-nascido, por exemplo.

Manos...

Isso é uma discussão semântica, de tangerina vs. mexerica. Não é que na definição do cara não exista "retrato de recém-nascido", é que pra ele isso seria um instantâneo.

Tudo o que vocês estão debatendo é o nome da coisa.


Lindsay

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Resposta #27 Online: 06 de Junho de 2016, 18:53:01
Essa discussão é interessante, e o que tenho aqui, é a oportunidade de mudar de opinião ou então de reforçar ainda mais os meus velhos conceitos, então vamos continuar debatendo.

Estou refletindo e pesquisando, e procurando situações para entender melhor essa questão colocada pelo Scavone, afinal, ele é um estudioso, um especialista em retratos, e obviamente sabe o que fala.

Quando se insere a consciência do retratado na autoria, o que diferencia o retrato "consciente" do instantâneo são as reações do retratado, que podem ser inúmeras: incomodo, preocupação, raiva, alegria, indiferença, vontade de querer perecer com alguma coisa, vontade de expressar alguma coisa, e diversas outras possibilidades. Mas de fato, o personagem terá expressões diferentes daquelas da falta de consciência.

Para o fotógrafo resta lidar com essas reações, e entender até que ponto elas podem ser controladas (ou não). O que segue por parte do fotógrafo é uma interpretação do referido personagem, a tentativa e habilidade do fotógrafo para conduzir e retirar do personagem a expressão que ele considera importante.

Então tá, muito bom, muitos fotógrafos já sabiam disso... Mas chegamos novamente na chavinha que o fotografo precisa virar para obter um bom retrato. E talvez esse seja um dos segredos mais importantes embutidos na colocação do mestre Scavone, como lidar com a consciência para encontrar o momento certo da melhor foto.

Tem uma história interessante do Karsh qd foi fotografar o Churchill, e da maneira como ele conduziu o ensaio.
https://iconicphotos.wordpress.com/2009/07/31/winston-churchill-by-yousef-karsh/





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Ryu

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Resposta #28 Online: 06 de Junho de 2016, 19:21:59
Hummm... a discussão é deveras interessante mesmo!
O que eu pude concluir mais ou menos é que o retrato tem ênfase nos aspectos físicos da pessoa. Tipo, cabelo, altura, tez, se homem, se mulher, etc. O instantâneo tem ênfase nos aspectos comportamentais da pessoa ou da situação em flagrante. Mas, de qualquer forma, quem dá a ênfase é o fotógrafo e não o fotografado.


panet

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Resposta #29 Online: 06 de Junho de 2016, 19:59:14
   A linguagem tem vida própria, e os termos mudam de sentido e de significado com o passar do tempo. Vamos a um pouco de história.

   Na primeira metade do século passado, camaras como Leica, Zeiss Ikon, Exakta, não estavam a alcance do cidadão comum. O que hoje é a camara de bolso ou o onipresente celular ou smartphone, naquela época eram as "máquinas caixão", as Kapsa,  Kodak e similares, sem quaisquer regulagens de abertura, foco ou tempo de exposição. Usavam filmes 120 ou 620, tamanho 60x60mm e 60x90mm, ASA(ISO) 50 ou 100, e tinham 2 opções de disparo: Instantaneo e Pose. A primeira opção - instantâneo - era algo como 1/125 segundo, e no modo pose, o diagfragma permanecia aberto enquanto o disparador estivesse pressionado.
   As fotos de estúdio eram geralmente feitas com chapas no tamanho da foto pretendida, no modo "pose", pedindo imobilidade do fotografado. A exposição podia chegar a 2 ou 3 segundos.

   Me iniciei na fotografia com uma camara algo avançada para a época, uma Kinax III francesa, e lá estava  modo "pose". Assim, o termo "instantâneo" era uma espécie de antônimo de pose. Evidentemente, o sentido mudou.

   A título de curiosidade, as marcas mais divulgadas tomavam os nomes dos objetos. Na minha infância, todos chamavam as camaras de "kodak", mesmo que não fossem Kodak.
« Última modificação: 06 de Junho de 2016, 20:01:59 por panet »
Dum senesco addisco


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