Sou uma pessoa que tem o hábito de escrever algum texto para acompanhar a publicação de cada foto, afim de envolver mais quem a vê, no sentido não de explicar a imagem, mas sim para que se entenda o contexto do momento, o motivo pelo qual ela foi feita e assim, haja uma absorção ainda maior do conteúdo.
Por padrão minhas palavras seriam mais a respeito de sentimento e ideias, mas como estamos em um fórum sobre fotografia acho válido falar com um tom um pouco mais técnico, se me permitem.
Inicio a dissertação ou divagação sobre a imagem falando sobre o tema em si, que é o crepúsculo, o clarão do dia antes do sol efetivamente estar no horizonte.
Para mim seguramente o momento mais bonito do dia, tanto pela manhã quanto pela tarde, mas prefiro o do amanhecer. Não existe contraste na paisagem, apenas um clarão avermelhado e difuso no céu que ilumina de forma tênue tudo ao nosso redor.
Sem sombra de dúvida é um momento tão belo quanto complexo quando estamos falando de fotografia e de se conseguir algo próximo do que se viu com os próprios olhos, ou o que se acha que viu, levando em conta o estado de espírito da pessoa e seus sentimentos e percepções à respeito da cena.
E embora ocorra em um curto espaço de tempo ( aprox 1h de duração ), existem momentos dentro desse momento que são quase que estéreis: Muito no início está escuro demais, impraticável, mais perto do sol surgir você provavelmente terá uma foto com detalhes na paisagem e no primeiro plano, sim, mas com uma cor terrível neste e um céu quase branco, muito longe daquele degradê maravilhoso que se observa.
Nesse caso específico que aqui apresento não foi diferente, estava bem escuro no momento e pelas vias mais comuns eu teria somente uma foto de um céu com um belo e complexo gradiente, que não seria reproduzido pela imagem tal e qual, apenas timidamente.
Mas eu não queria isso, eu queria um pouco mais, queria que quem visse a imagem final se sentisse meio que vendo aquela cena incrível, queria que ficasse perceptível as formas e quem sabe até algumas texturas dos enormes paredões de basalto desse que é um dos cânions mais belos de Santa Catarina.
A complexidade do objetivo envolvia foco, exposição e composição.
Creio que foi mais uma vez um grande aprendizado, deu pra perceber muito bem os erros e acertos, pois aprendemos com os erros, quando tudo da certo vc não se questiona prq aquilo deu certo, só aceita feliz, mas quando da errado vc para pra pensar porque deu errado, aonde pisei na bola?
Digo isso porque essa imagem está longe de ser o que tinha planejado, desde o local para o ponto de vista até o resultado final, mas ainda assim eu a compartilho porque ela representa um lugar e um momento fantástico.
As cores ficaram aquém – o captado não chegou nem perto das cores que vi.
A imagem é escura – sim, a intensão é representar o momento sem a preocupação de ter informação em todos os cantos do quadro.
Está dividida ao meio – embora não me agrade, para mim as nuvens flutuando velozmente valorizam a cena, então fiz essa escolha.
O corte que fiz na parte inferior não me agrada tbm, mas estava escuro e acabei fazendo cáca.
Acredito que a atmosfera de escuridão e luz possa ser sentida, de qualquer forma.
Não é média nem mimimi, é percepção real mesmo.
Ah, claro: Cânion do Funil, Bom Jardim da Serra, SC.