Autor Tópico: Para juiz, fotógrafo é culpado por levar tiro em protesto que o deixou cego  (Lida 4102 vezes)

Rick99

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Resposta #15 Online: 19 de Agosto de 2016, 09:15:54
Deixem isso para advogados e juízes, pessoal. Já foi resolvido e bola pra frente.

Fotógrafos querendo dar uma de juiz não dá certo (a não ser que seja graduado na área jurídica). Cada um no seu quadrado.


JuniorCPE

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Resposta #16 Online: 20 de Agosto de 2016, 05:05:06
Qualé julgando o que, gente? Estamos é falando mal dos outros, e isso é tão bom, kkk...

Mas sério, eu acho que o cara não tem direito a reparação nenhuma, mas é claro que ele vai tentar, como todo bom (?) brasileiro.

Olhem só, estava havendo um conflito. A multidão tacando pedras na polícia, que revidava com tiros de borracha. O policial não estava atirando pro alto, sem alvo definido. Era contra a multidão enfurecida (que ele foi ordenado dispersar), que estava bem ali à frente dele. Então, mesmo que essa mira não fosse direcionada a alguém em específico, o alvo era qualquer dos baderneiros. Ele não era um sniper esperando pela vitima certa.

Mas, acontece que, por exigência do trabalho, ali também estava outro profissional: o infeliz fotógrafo. Que teve a infelicidade de se entrepor entre o cano da arma e o alvo (multidão), sendo atingido nos olhos.

Agora, se fosse um pobre coitado (??) do meio da multidão que tivesse sido atingido, a conversa da maioria aqui seria diferente:
"Quem mandou ir fazer baderna na rua?"
"Protesto tem que ser pacífico, se houve repressão da policia, é porque foi necessário."
"Bem que mereceu: se tivesse em casa dormindo, esse acidente não teria acontecido."

Sim, falariam sim, pois acidente parecido aconteceu certa vez com um(a) manifestante, e todo mundo desceu o porrete virtual no(a) cara, dizendo que se (os manifestantes) não tivessem exagerado, a polícia não precisaria apelar para tiros de borracha e bombas de efeito moral para dispersá-los.

Protegem agora o cidadão aí porque lhes cai bem vestir a carapuça dele, vejam só:

- possuem a mesma profissão que o "acidentado", e podem enfrentar situação parecida (mesmo que por mero acaso)

- sabem que, caso apanhados em situação semelhante, também irão se foder com uma merreca de aposentadoria por acidente, porque também não pagam seus encargos sociais da forma como deveriam, e nem seguros que lhes garantiriam um final feliz e em paz após tal tragédia.

Pois é, não adianta tapar o sol com a peneira. Aposto meus bagos que a situação de 95% (talvez mais) de vcs aqui é exatamente esta aí que descrevi acima, INCLUSIVE A MINHA.

A diferença é que eu (e alguns outros colegas) não estou pintando o céu de azul celeste como vcs estão tentando. Não, colegas, a vida cobra, e quem não estiver preparado vai se ralar quando o boleto chegar.

Falando nisto, até vou semana q vem ao banco ver como está aquele seguro que acho até que cancelaram porque parei de pagar... (ou será que ainda estão debitando da minha conta automaticamente, mesmo depois de pedir umas mil vezes pra cancelar?...)
« Última modificação: 20 de Agosto de 2016, 05:11:12 por JuniorCPE »


Leo Terra

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Resposta #17 Online: 20 de Agosto de 2016, 12:40:18
Seu próprio link destroça a tese do Leo.
 Em qualquer lugar, não se pode usar essas armas atirando a esmo, muito menos na direção da cabeça. Deve ser, sempre, dirigida a membros inferiores. Do seu link:
"Se atingir pescoço, fronte, tórax, pode ser fatal" , me explicou o tenente Hallison Luiz Pontes, chefe do setor de treinamento da Escola de Educação Física da PM, acrescentando: "Disparamos somente nas pernas. Se há pessoas atingidas em outras partes do corpo, ou houve erro do policial ou o agressor (o termo é dele) se abaixou". Não consta que ele estivesse abaixado, logo, pelo informe do próprio tenente, houve, no mínimo, "erro policial".

Reforçando: "POP 5.12 também determina aos policiais como e quando atirar: a uma distância de pelo menos 20 metros do alvo, com um disparo “que deverá ser preciso” e “direcionado para os membros inferiores do agressor ativo”. Um policial que siga as regras da corporação nunca irá acertar os olhos de alguém, nem atingir pessoas inocentes."
http://ponte.org/pm-bala-de-borracha-documento-secreto/

O fato: se alguém foi atingido no olho houve, no mínimo, imperícia do agente do estado. Para não falar do dolo que temos assistido repetidamente. O juiz decidir por culpa exclusiva do fotógrafo só mostra essa simbiose torpe entre judiciário e governos. Vivo num estado desses onde boi tá voando faz tempo.
Fernando primeiro que não dá para mirar bala de borracha. Ela voa com variações de mais de 1m. Os policiais são treinados para atirar sempre na horizontal, na altura do peito. Mas há variações brutais no vôo da bala, principalmente se atirada CORRETAMENTE (entenda isso como distância não letal). Isso porque ela precisa ser atirada de armas de alma lisa e o projétil deforma no disparo, causando vôo errático. Segundo que as balas de borracha são letais a curta distância e por isso que o policial JAMAIS deve disparar a curta distância (é recomendado que o campo seja de no mínimo 5 a 10 metros, dependendo da arma usada). Isso seria considerado inépcia e neste caso o policial seria responsável. No caso em questão não houve inépcia porque o disparo foi realizado com grande margem para garantir a não letalidade do projétil (pelo que vi foram cerca de 20m, um disparo longo para qualquer arma do tipo).
Como eu sei que esta informação é verdadeira? Se um tipo de borracha tivesse atingido o olho do tal fotógrafo na distância irregular, o resultado teria sido devastador, ele  não estaria cego, mas morto. O procedimento policial não foi incorreto, o incorreto era a posição dele (situado entre dois grupos) e a falta dos equipamentos que são considerados obrigatórios para quem trabalha em regiões de conflito (Capacete tático e colete a prova de balas). Fragmentos de bombas de efeito moral e balas de borracha são erráticas, podem causar ferimentos e em certas partes do corpo (como os olhos) perda funcional.
« Última modificação: 20 de Agosto de 2016, 17:54:08 por Leo Terra »
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Resposta #18 Online: 20 de Agosto de 2016, 12:51:22
Interessante aquele caso do cinegrafista da Band que morreu apos um manifestante usar indevidamente um rojao, que a certou o jornalista na cabeca. Se lembro bem, a justica condenou os manifestantes. A situacao parece ser EXATAMENTE a mesma que essa, a diferenca eh que o ofensor no segundo caso foi um policial. Curioso.

O caso foi completamente diferente. Em um caso houve Dolo eventual (atirou-se com um objeto letal contra uma pessoa que estava, inclusive, fora da linha de confronto). Quando o manifestante usa uma arma letal para atirar em alguém é crime. O caso do fotógrafo ele estava em uma zona de confronto em que a polícia estava agindo de acordo com a lei. Se você for começar a responsabilizar a polícia por cumprir seu dever de acordo com os procedimentos, pode fechar a polícia e vamos cada um de nós nos virar na barbárie. O trabalho policial pode demandar violência devidamente medida. Quando alguém opta por não responder à demanda policial, sabe o risco que corre. Diferente de um manifestante que em vez de dispersar, atira objetos letais contra cinegrafistas.
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Resposta #19 Online: 20 de Agosto de 2016, 12:55:18
Sério que o policial atira a esmo, através de uma cortina de fumaça, na direção da cabeça das pessoas (e não dos membros inferiores, como normatizado), sem a menor ideia ou o menor cuidado de onde vai acertar, atinge o olho de um cara que estava ali trabalhando e a culpa é do cara?
O policial ignorou TODOS os procedimentos para usar o armamento e a culpa é do fotógrafo por não estar usando uma máscara dessas de solda - porque, claro, só uma dessas ia proteger o olho do cidadão... ia dificultar um pouco encostar no viewfinder mas, quem liga...
Ve-se que você desconhece completamente a prática do tiro e como se comporta um projétil de borracha.
Isso para não dizer que esse projétil pode ter sido mirado em alguém que estava à frente da cortina de fumaça (ele mesmo disse que estava atrás de outras pessoas) e por seu comportamento errático não ter atingido o algo previsto. É perfeitamente normal, por isso que, INCLUSIVE, as normas do sindicato dos jornalistas demandam que nessa situação os mesmos estejam de COLETE A PROVA DE BALAS e CAPACETE TÁTICO. Se ele estivesse seguindo as exigências da profissão, não estaria cego neste momento.
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Resposta #20 Online: 20 de Agosto de 2016, 12:58:54


Também é responsável por qualquer ato lesivo praticado por seus agentes, mesmo sem intenção (dolo) ou culpa:

Sim, cito isso no final, a responsabilidade existiria em caso de inépcia e outras questões relativas à má atuação. Mas não no caso do exercício correto dos procedimentos, como no caso. O estado não pode ser responsabilizado, por exemplo, pela morte de um criminoso em um tiroteio. É absurdo sequer imaginar uma situação que congelaria a ação policial neste nível que está sendo proposto nesta postagem.
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Resposta #21 Online: 20 de Agosto de 2016, 14:57:25
Ve-se que você desconhece completamente a prática do tiro e como se comporta um projétil de borracha.
Isso para não dizer que esse projétil pode ter sido...
O que pode ter sido ou não, ninguém sabe.
Eu, obviamente, desconheço o comportamento do projétil. Tu conheces, mesmo?
Vou uma última vez reproduzir afirmações do tenente Hallison Luiz Pontes, chefe do setor de treinamento da Escola de Educação Física da PM (é provável que conheça o procedimento melhor que tu): "Disparamos somente nas pernas. Se há pessoas atingidas em outras partes do corpo, ou houve erro do policial ou o agressor (o termo é dele) se abaixou".
Reforçando: "POP 5.12 também determina aos policiais como e quando atirar: a uma distância de pelo menos 20 metros do alvo, com um disparo “que deverá ser preciso” e “direcionado para os membros inferiores do agressor ativo”. Um policial que siga as regras da corporação nunca irá acertar os olhos de alguém"
Resumo, se acertou foi, no mínimo, inépcia, no mínimo.

O juiz dizer o contrário é legitimar ação inepta, FORA DOS PROCEDIMENTOS normais.. nas palavras do tenente que treina para uso do armamento, não nas minhas.

O fato é expressão do mesmo judiciário podre, corporativo e partidário que condena agente de trânsito por multar juiz e dizer que não é deus, que joga na ilegalidade greve de professores que exigem o pagamento LEGAL do piso nacional (e quem finge não ter dinheiro para pagar é o ilegal), que atribui culpa à vítima.

Por isso que isso não é "assunto deles" e não devemos "aceitar porque está resolvido". Ontem foi o colega fotógrafo, amanhã podemos ser nós vítimas desses absurdos.

Enfim, vou deixar por aqui pois não há como argumentar com quem está convencido de que a atuação truculenta, desproporcional, despreparada da PM que temos visto em várias manifestações, incluindo aquela, segue os procedimentos legais e merece sair impune. Seguimos cavando o poço de volta a 64... Alexandre (mais armas e menos pesquisas) de Moraes que o diga.
Abs!
« Última modificação: 20 de Agosto de 2016, 15:12:36 por fernandomaues »


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Resposta #22 Online: 20 de Agosto de 2016, 15:24:01
Seu próprio link destroça a tese do Leo.
 Em qualquer lugar, não se pode usar essas armas atirando a esmo, muito menos na direção da cabeça. Deve ser, sempre, dirigida a membros inferiores. Do seu link:
"Se atingir pescoço, fronte, tórax, pode ser fatal" , me explicou o tenente Hallison Luiz Pontes, chefe do setor de treinamento da Escola de Educação Física da PM, acrescentando: "Disparamos somente nas pernas. Se há pessoas atingidas em outras partes do corpo, ou houve erro do policial ou o agressor (o termo é dele) se abaixou". Não consta que ele estivesse abaixado, logo, pelo informe do próprio tenente, houve, no mínimo, "erro policial".

Reforçando: "POP 5.12 também determina aos policiais como e quando atirar: a uma distância de pelo menos 20 metros do alvo, com um disparo “que deverá ser preciso” e “direcionado para os membros inferiores do agressor ativo”. Um policial que siga as regras da corporação nunca irá acertar os olhos de alguém, nem atingir pessoas inocentes."
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O fato: se alguém foi atingido no olho houve, no mínimo, imperícia do agente do estado. Para não falar do dolo que temos assistido repetidamente. O juiz decidir por culpa exclusiva do fotógrafo só mostra essa simbiose torpe entre judiciário e governos. Vivo num estado desses onde boi tá voando faz tempo.

Se o advogado for bom, tera ciencia desse material e recorera da decisao do Juiz.

Nao que eu esteja dizendo que somente esse material inocenta o fotografo e culpa a acao policial.


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Resposta #23 Online: 20 de Agosto de 2016, 15:25:58
O que não justifica necessariamente que o policial tenha mirado no olhe dele ou sequer nele. Pode ter errado o tiro e acertado o tal fotógrafo, o que pode perfeitamente ter acontecido. Não que balas perdidas sejam toleradas.

Isso não isenta o fotógrafo da responsabilidade de exposição proposital à um ambiente perigoso. O cara estava na hora errada, da maneira errada e no momento errado. Ele entrou por conta e risco nessa e as coisas deram errado. Acontece. Tem que ter bom senso no que está se metendo.

O fotografo estava errado mas isso nao apaga o erro policial, mesmo que acidental.

Nao que eu esteja dizendo que o policial errou. Mas sim que falar do erro de um nao apaga o erro de outro.


Leo Terra

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Resposta #24 Online: 20 de Agosto de 2016, 17:57:10
O que pode ter sido ou não, ninguém sabe.
Eu, obviamente, desconheço o comportamento do projétil. Tu conheces, mesmo?

Atiro esportivamente desde os 9 anos de idade. Cravo disparos a 75m. O que achas?

Por exemplo, uma coisa que eu sei e que os "entendidos" parecem não se ligar, é que balas de borracha (elastômero) são esféricas (São bolas de látex) e Ricocheteiam quando atiradas contra o chão, como está sendo defendido. O pessoal está falando sobre atirar em direção ao chão, isso torna o disparo ainda mais errático e imprevisível, muitas vezes, leva à perda da munição que salta longe do alvo. Um tiro de borracha disparado contra o chão é ainda mais imprevisível.
Isso porque ainda estou considerando que foi mesmo uma bala de borracha que é uma esfera única de borracha. Se foi usado os cartuchos com esferas de plástico, esses a 20m atingem mais de uma pessoa.
« Última modificação: 20 de Agosto de 2016, 18:17:42 por Leo Terra »
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Resposta #25 Online: 20 de Agosto de 2016, 18:36:49
Sim Leo e a precisão do projetil pela carga e peso é uma porcaria

Fui gestor (leia responsável) numa empresa que chegou a armazenar 1.200 ton de glp.

Por uma "cagada" poderia tirar do mapa um bocado de gente e pra isso não acontecer a segurança do trabalho (TST) tem que ser muito rigorosa, ou seja em primeiro lugar. Tem mais importância que cliente, lucro, presidente e outros "sabe com quem vc tá falando?"

Independente de quem é a culpa, o $$ não vai trazer o olho do fotógrafo de volta, por isso o conselho é de saber o perigo que ronda o local de trabalho e se prevenir

Um colega citou de ir com uma mascara de solda para o campo, mas acho que um óculos de policarbonato já resolve, certamente não iria prejudicar o trabalho e hoje seria desnecessária esta tópico

http://www.epibrasil.com.br/oculos-virtua-arae.html

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Bucephalus

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Resposta #26 Online: 20 de Agosto de 2016, 18:52:05
O caso foi completamente diferente. Em um caso houve Dolo eventual (atirou-se com um objeto letal contra uma pessoa que estava, inclusive, fora da linha de confronto). Quando o manifestante usa uma arma letal para atirar em alguém é crime. O caso do fotógrafo ele estava em uma zona de confronto em que a polícia estava agindo de acordo com a lei. Se você for começar a responsabilizar a polícia por cumprir seu dever de acordo com os procedimentos, pode fechar a polícia e vamos cada um de nós nos virar na barbárie. O trabalho policial pode demandar violência devidamente medida. Quando alguém opta por não responder à demanda policial, sabe o risco que corre. Diferente de um manifestante que em vez de dispersar, atira objetos letais contra cinegrafistas.

O manifestante não disparou o rojão na direção do cinegrafista. Ele tentou disparar na direção da polícia, mas atingiu o cinegrafista por acidente:

Citar
Eu vi que, naquele momento, o homem, na verdade,  posicionou o artefato em direção aos policiais. Mas, infelizmente, pegou no nosso companheiro”
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/02/testemunha-de-ataque-cinegrafista-no-rio-diz-que-black-bloc-lancou-rojao.html

E o cinegrafista estava na linha de fogo. Ele estava posicionado entre os manifestantes e a policia.

As únicas "diferenças" (que não são tão diferentes assim):

- o manifestante usou um rojão, que não tem segurança garantida em uso contra uma outra pessoa. Grande bosta, porque a bala de borracha também me parece não ter segurança garantida se ela é tão errática assim como você descreveu, ainda mais se o policial está disparando ela às cegas através de uma cortina de fumaça.

- o manifestante não era qualificado e nem sancionado para utilizar uma arma, mesmo que com fins não letais. O policial,por ser uma autoridade, tem mais respaldo legal de fazer uma cagada com uma bala de borracha. Novamente, grande bosta, porque o policial (e toda força policial brasileira, de forma geral) parece ser bem pouco qualificado pra usar armas menos letais, pois cegou um fotógrafo em um olho na mesma semana em que atirou nos olhos de uma jornalista da Folha.


Não estou defendendo os manifestantes e nem demonizando a autoridade policial. Só acho que é bem claro que os policiais estão longe de ser a autoridade máxima em uso efetivo e seguro de armas, sejam elas letais ou não-letais. Se uma bala de borracha ricocheteia loucamente como você descreveu, isso por si só já me parece ser uma escolha incorreta de armamento pra lidar com uma multidão. Em seguida vem o uso inadequado dela, seja por imperícia do usuário ou pelo simples fato da munição ser imprecisa por natureza, o que torna ela uma ferramenta inadequada pro trabalho.


Rick99

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Resposta #27 Online: 21 de Agosto de 2016, 13:53:39
Só uma pergunta:

Se todos nós sabemos que a polícia é, na maioria dos casos, despreparada, arrogante e autoritária, então qual o motivo de entrar no meio de um tumulto sem equipamentos de proteção?
E do outro lado, tbm sei que não encontrarei manifestantes apenas com cartazes e gritando palavras de ordem. Vai voar pedras, bombas e garrafas.
Eu que não sou fotógrafo de jornalismo, sei que nessas situações são muito arriscadas mesmo tomando o máximo de cuidado.

Se conhecemos os riscos e não tomamos medidas para evitá-las, isso é "ingenuidade" (pra não usar outra palavra... :assobi:)


Bucephalus

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Resposta #28 Online: 22 de Agosto de 2016, 19:11:00
Acho que não pode existir essa culpa em cima da vítima.

É a mesma lógica de dizer "a mulher sabe que a cidade é violenta, porque então ela decidiu andar sozinha tarde da noite por aquela rua? Ainda mais usando aquela saia curta."

E até onde eu lembro, as ações da polícia nos primeiros dias dos protestos de 2013 foram bem inesperados. Eles desceram o cacete de forma desproporcional e sem aviso. Somente depois, quando os protesto se transformarm numa Disneyland e famílias de classe média apareceram nas ruas com os filhos pra protestar sobre tudo, é que a polícia deixou as balas de borracha no quartel.


angus

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Resposta #29 Online: 22 de Agosto de 2016, 20:14:53
por que ele quer cobrar do estado? que cobre do jornal/agência que botou ele lá... seguro serve pra isso.