Raphael,
Como sempre, uma boa surpresa sua fotos.
Senti falta da história que sempre vc nos conta a respeito da imagem. Gosto delas tanto quanto das fotos.
Amanhã cedo pretendo rever pelo pc, no celular não nos dá a proporção da foto.
Gustavo
Gustavo, obrigado!
Sempre que estou em algum lugar fotografando, junto com as coisas que busco ou que descubro no ato, surge algo para ser dito além da imagem em si, como já mencionei em resposta a alguns comentários, não é explicar a foto, mas usar um texto para envolver o expectador no contexto em que ela foi conquistada.
Entretanto, algumas imagens só me trazem um grande silêncio interior, pela simplicidade, não sei, e essa é uma delas. Ainda assim no flickr e no face, aonde eu a publiquei, eu escrevi um texto falando algumas coisas sobre essa cena que me chamou a atenção, algo com um tom mais poético, arrisco, e tomo a liberdade de transcrever aqui o mesmo, para se alguém se interessar.
Ainda sobre a foto: Borda norte dos canyons do Espraiado, no município de Urubici, fim da tarde já em um dia bem esfumaçado pelas queimadas de campo.
Eis o texto:
'Velho candelabro'
Carregado de luz, vestido de vidas que emprestam majestade, vulnerável como um náufrago à mercê do clima, do tempo e de tudo aquilo pelo qual jamais poderá impedir, pela sua fascinante fragilidade.
Enraizado, aprisionado, submisso, mas ainda assim imponente, belo, resistente.
Nas formas, cores e texturas, transmite a certeza de complexas experiências, anos de submissão ao meio, experimentos que mesmo que eu tentasse, que me esforçasse, jamais poderia supor sequer uma fração deles.
Como um guardião, corajosamente parece se inclinar, para melhor contemplar a vastidão profunda desse lar inóspito, impiedoso...