Durante muitos anos eu desejei voltar a esse ponto para uma captura ao nascer do sol, em um dos “braços” do platô ao norte do vértice do cânion do Funil.
Como fazia muito tempo que estive ali pela última vez, a dúvida de que esse seria um bom ponto de visão, pela vegetação que sempre se modifica, fez com que isso se tornasse uma verdadeira aposta: Não houve possibilidade de uma prévia inspeção mais detalhada, pois durante a tarde do dia que antecedeu essa manhã ocorreu um denso nevoeiro, então meus planos basearam-se apenas em suposições, pelo que lembrava e calculava, de modo que foi descer até ali no crepúsculo e disparar.
Por sorte ao chegar na beirada desse pontão ( que eu sabia que era mais limpo ) a vegetação mais baixa permitiu essa bela paisagem, que abrange desde a borda onde estava, com seus arbustos de vassouras, gramíneas e musgos, até o horizonte das planícies litorâneas que são atropeladas pelas incríveis formações geológicas da serra geral, aqui em Bom Jardim.
Um resultado de doze fotografias para esses 180 graus de visão, seis quadros em vertical lado a lado, duas exposições diferentes para cada por ser um momento de tão grande latitude de luz e sombra.
É claro que a foto deixa a desejar sobre a dimensão colossal dessa vista, levando em consideração que a pedra e o capim no rodapé do quadro estavam exatamente abaixo dos meus pés e a linha do horizonte na altura dos meus olhos.
É um momento clichê, mas para pessoas que acampam na natureza creio ser sempre ( ao menos para mim é ) o momento mais belo do dia.