Autor Tópico: Treine seus Estilos! Filme 12  (Lida 5113 vezes)

hribeiro

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Resposta #30 Online: 11 de Janeiro de 2017, 19:46:17
Existem diversos videos no YouTube de pessoas expondo filme para a sensibilidade "errada" e conseguindo bons resultados.


Para aqueles que crucificam o photoshop hoje, às vezes precisamos lembrar a eles que havia um equivalente químico e também um toque final no ampliador, onde se podia dar mais exposição nas partes mais escuras do negativo "fazendo sombra" nas altas luzes, etc, e o inverso, reduzindo o tempo no ampliador de modo a escurecer a cópia.
Você deve saber disso bem pelo seu conhecimento, não é novidade para você, e todo esse jogo era usado para fazer as devidas correções em um negativo.
Concordo com você no que se refere ao negativo suportar erros, que poderiam ser arrumados na revelação e no ampliador, mas um negativo bem exposto (ou uma foto digital exposta corretamente) é uma joia que dá margem ao fotografo em criar mais, fosse na revelação e no ampliador na era analógica ou na edição digital hoje.

Fotos como essa da chuva (muitas vezes puxadas) tem uma personalidade própria. Não tem uma nitidez perfeita mas tem algo que a nitidez bonitinha não confere... um contraste diferente, meio forte, um grão maior mas que não desagrada. Ao contrário, deixa a imagem mais impressionante que aquela normalzinha, feita no padrão.
Helvio

Nikon D750, Nikon D3100, Nikkor 18-105mm, Nikkor 18-35mm, Nikkor 24mm f/2.8, Nikkor 50mm f/1.8G, Nikkor 24-120mm ED f/4,  Nikkor 80-200mm f/2.8D ED - Speedlight SB-700, Oloong SP660II manual, Flash Agfa.
Canon AE-1. Canon 50mm 1.8, Rolleiflex T K8
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agalons

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Resposta #31 Online: 12 de Janeiro de 2017, 10:58:06


É verdade sim.

- Não me lembro de nenhum fotografo profissional nos anos 90 que fosse fotografar um evento e puxasse o filme de 100 para 800.  Nenhuma vez na vida vi isso.
Você escolhia o iso (ASA) pela luz que você ia usar no evento, se era de dia ou de noite. E pela luz do local do evento. Como os filmes de 400 já davam um grãozinho, quase todos usavem 100 ou 200.
No máximo levavam 2 tipos de ASA. 100 e 400.

- Vi muita cópia de filme puxado. Puxar filme de 100 para 1600 não muda nada? Quanto mais se puxa mais a qualidade do negativo cai. Perde nitidez. O pessoal de esportes é que costumava puxar por causa da velocidade e pouca luz, principalmente em futebol.
Isso em p&b, colorido então... ninguém puxava nada. A revelação normal em cópia ficava uma porcaria.
Tenho algumas revistas antigas com fotos puxadas e a diferença de qualidade é imensa.
Nunca gostei de puxar por esse motivo.

- Outra coisa: Puxar filme p&b exige mudança de tempo de revelação e muitas vezes da temperatura.

Só acredito que um filme exposto 8 pontos acima da exposição normal saia perfeito se eu acompanhar todo o processo. Desconfio totalmente disso.

Quer dizer que o pessoal dos anos 50 não sabia exposição... O filme resolvia tudo?
Se a latitude fosse tão larga assim ninguém teria inventado o fotometro para câmeras de filme, gastar dinheiro pra que?

Isso é semelhante a usar flash no manual hoje.
Há TTL mas muita gente usa no manual, com perfeição.
O fotografo se treina mentalmente e fica capaz de perceber a quantidade de luz necessária, pela grande quantidade de vezes que faz aquele trabalho. É assim hoje com flash manual e era exatamente assim que o pessoal antigo fotografava sem fotometro. De tanto testar, de observar a luz, as nuvens, o contorno da sombra, a intensidade das sombras.
Eu mesmo usei uma câmera manual, sem fotometro em uma viagem nos anos 90 com a tabelinha que o meu amigo fotografo colou na traseira dela. No final da viagem não perdi quase nenhuma foto.
Qualquer um de nós é capaz de fotografar hoje de DSLR pela regra do f16. É só questão de treino.

Eu não tenho nenhuma saudade de filme se querem saber. Apenas usei e conheci. Não estou defendendo nada nem quero voltar a usar. Apenas opinei que esse exercício obriga o fotografo a pensar mais, antes de clicar. Como foi na era da película.
E na minha opinião era muito mais chato fotografar e só ver a foto 10 dias depois. Um saco.

Hoje em digital tudo é uma moleza. Uma moleza.
Iso de 50 a 25000, fotometro spot, fotometria ponderada, matricial, histograma, VR, lcd para ver a merda que você fez na hora... Ver se a noiva saiu de olho fechado.  É um filé.

É só uma questão de estudar um pouco a técnica e aprender como usar a eletrônica.(estou falando de usar a técnica, não na parte artística)
Digital mais difícil que filme? Com aquela "tecnologia" enorme?
Discordo totalmente.

Caros amigos , sem querer misturamos o que pode ser feito como que faziamos na pratica.
Podem ser feitas montes de coisas como Bucephalus explicou, so que no trabalho dificilmente faziamos isto, por nao dizer que nunca.
Eu sempre trabalhei em eventos grandes eram 30/40 filmes iso 100 por fotografo,eu comprava 5/6 caixas por final de semana de Propack.Algum PB, ou iso 400 para fazer "alguma graça", e mais nada, nem ISO 200 usavamos pelo custo.
Sem saber nada com digital um iniciante pode improvisar,sem saber nada com filme Nao saia NADA, :hysterical:
Tudo tem seu aprendizado,na virada para digital eu aprendi a ligar um micro, nunca tinha usado um, para que merda eu iria querer um computador, eu era fotografo, nao precisava disso para minha profissao,16 anos depois, tenho meu fluxo de trabalho totalmente "digital", e cuido pessoalmente de TUDO!!!, consegui aprender a ligar o micro,  :hysterical: :hysterical: :ok:
« Última modificação: 12 de Janeiro de 2017, 11:00:08 por agalons »


fabianob

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Resposta #32 Online: 12 de Janeiro de 2017, 11:11:35
mas se tudo isso não funcionar poe a Nikon D810 no automático e boa...  >:D >:D
D850, D750, D5300, YN565EX x2, Alguns Kg de Vidro, e muitas histórias.


hribeiro

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Resposta #33 Online: 12 de Janeiro de 2017, 11:37:48
Caros amigos , sem querer misturamos o que pode ser feito como que faziamos na pratica.
Podem ser feitas montes de coisas como Bucephalus explicou, so que no trabalho dificilmente faziamos isto, por nao dizer que nunca.


Essa colocação foi perfeita.  É exatamente isso.
Helvio

Nikon D750, Nikon D3100, Nikkor 18-105mm, Nikkor 18-35mm, Nikkor 24mm f/2.8, Nikkor 50mm f/1.8G, Nikkor 24-120mm ED f/4,  Nikkor 80-200mm f/2.8D ED - Speedlight SB-700, Oloong SP660II manual, Flash Agfa.
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Resposta #34 Online: 01 de Março de 2017, 19:57:22
Isso não é verdade. Até onde sei a maioria dos filmes aceita mudança de ISO de boa. No Tri-X, XP2 e HP5 da pra mudar o ISO de uns 80 até 1600 sem nem precisar mudar o processo de revelação. Dá pra fazer isso com muito filme colorido também.

Filme tem muita flexibilidade. Filme também tem muita mais margem de segurança pra erro. Já vi experimentos em que um cara colocou 8 pontos acima da exposição correta em um Portra 400, e o resultado saiu perfeito. Filme não estoura luzes como no digital.

Se for parar pra pensar, digital é bem mais difícil pro iniciante do que filme... é por conta dessa facilidade do filme que os caras da década de 40 e 50 (Bresson, Doisneau, Frank...) tiravam fotos de rua com Leicas que nem tinham fotômetro. É só meter uma estimativa do que você acha que seja a exposição correta, ou suar regras tipo o Sunny 16, jogar um pouco mais pra cima pra se certificar que não está subexpondo o filme, e as chances são bem grandes de que a foto sairá boa.

De fato filme tem mais latitude, principalmente os filmes mais modernos como HP5 (com esse nao tem como errar), FP4, Tri-X etc. A latitude da fotografia digital eh mais limitada.

E da fato da para fotografar uma diferenca de 4 stops em muitos filmes modernos no mesmo rolo, e obter resultados satisfatorios (nao vale para todos os filmes mas para muitos sim). Principalmente se fizer revelacao sem agitacao do tanque.

Decadas atras muitos fotos jornalistas usavam apenas  uma ou duas configuracoes, como a classica ISO400 - Shutter 1/500 ou 1/250 - f8 ou f11.

Mas nao pense que isso nao dava dor de cabeca para os reponsaveis pela impressao das fotos. Pq imprimir filme mal exposto eh o que da mais dor de cabeca. E por isso Bresson era meio odiado pela galera que fazia as impressoes das fotos na Magnus.

O filme Portra 400 the uma latitude de erro de ate 3 stops, a partir disso a foto nao esta perdida mas a qualidade da exposicao, contraste e cores ja nao eh tao boa.

Na verdade Portra 400 tem mais nitidez do que Portra 100. Principalmente se extra exposto 1 stop.


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Resposta #35 Online: 01 de Março de 2017, 20:13:05


É verdade sim.

- Não me lembro de nenhum fotografo profissional nos anos 90 que fosse fotografar um evento e puxasse o filme de 100 para 800.  Nenhuma vez na vida vi isso.
Você escolhia o iso (ASA) pela luz que você ia usar no evento, se era de dia ou de noite. E pela luz do local do evento. Como os filmes de 400 já davam um grãozinho, quase todos usavem 100 ou 200.
No máximo levavam 2 tipos de ASA. 100 e 400.

- Vi muita cópia de filme puxado. Puxar filme de 100 para 1600 não muda nada? Quanto mais se puxa mais a qualidade do negativo cai. Perde nitidez. O pessoal de esportes é que costumava puxar por causa da velocidade e pouca luz, principalmente em futebol.
Isso em p&b, colorido então... ninguém puxava nada. A revelação normal em cópia ficava uma porcaria.
Tenho algumas revistas antigas com fotos puxadas e a diferença de qualidade é imensa.
Nunca gostei de puxar por esse motivo.

- Outra coisa: Puxar filme p&b exige mudança de tempo de revelação e muitas vezes da temperatura.

Só acredito que um filme exposto 8 pontos acima da exposição normal saia perfeito se eu acompanhar todo o processo. Desconfio totalmente disso.

Quer dizer que o pessoal dos anos 50 não sabia exposição... O filme resolvia tudo?
Se a latitude fosse tão larga assim ninguém teria inventado o fotometro para câmeras de filme, gastar dinheiro pra que?

Isso é semelhante a usar flash no manual hoje.
Há TTL mas muita gente usa no manual, com perfeição.
O fotografo se treina mentalmente e fica capaz de perceber a quantidade de luz necessária, pela grande quantidade de vezes que faz aquele trabalho. É assim hoje com flash manual e era exatamente assim que o pessoal antigo fotografava sem fotometro. De tanto testar, de observar a luz, as nuvens, o contorno da sombra, a intensidade das sombras.
Eu mesmo usei uma câmera manual, sem fotometro em uma viagem nos anos 90 com a tabelinha que o meu amigo fotografo colou na traseira dela. No final da viagem não perdi quase nenhuma foto.
Qualquer um de nós é capaz de fotografar hoje de DSLR pela regra do f16. É só questão de treino.

Eu não tenho nenhuma saudade de filme se querem saber. Apenas usei e conheci. Não estou defendendo nada nem quero voltar a usar. Apenas opinei que esse exercício obriga o fotografo a pensar mais, antes de clicar. Como foi na era da película.
E na minha opinião era muito mais chato fotografar e só ver a foto 10 dias depois. Um saco.

Hoje em digital tudo é uma moleza. Uma moleza.
Iso de 50 a 25000, fotometro spot, fotometria ponderada, matricial, histograma, VR, lcd para ver a merda que você fez na hora... Ver se a noiva saiu de olho fechado.  É um filé.

É só uma questão de estudar um pouco a técnica e aprender como usar a eletrônica.(estou falando de usar a técnica, não na parte artística)
Digital mais difícil que filme? Com aquela "tecnologia" enorme?
Discordo totalmente.

Vc tambem esta correto, no que se diz respeito a qualidade.

Puxar filme sempre ira aumentar contraste (Na verdade, puxar filme significa mais nada do que aumentar contraste), nao importa qual filme usar e processo de revelacao. Mas filmes como HP5 tem uma latitude tao alta que mesmo aumentando bem o contraste (puxando filme) ainda eh possivel ter boa exposicao.

O que significa que ao puxar filme eh possivel sim obter imagens com boa qualidade (dependendo da latitude do filme), mas nao tera a qualidade do filme em si, mas sim outra qualidade (aceitavel).

Foto jornalistas e de guerra muitas vezes nao tinham tempo de prestar atencao na configuracao da camera, era registrar a cena ou perder a imagem, por isso era comum puxarem filmes ou fazerem diferentes exposicoes no mesmo filme. Mas para a dor de cabeca para obter as imagens dos filmes ficavam para a galera da impressao da imagem.

Mas fotografos de moda, casamento (principalmente antes da moda foto de casamento estilo foto jornalista), produtos, retratos, paisagem, etc, essesobviamente buscavam a fotometria perfeita ou proxima a perfeita. Afinal de contas, quanto melhor exposicao obter no filme, melhor latitude tera para poder trabalhar na imagem depois, alem de ser muito mais facil de imprimir.


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Resposta #36 Online: 01 de Março de 2017, 20:19:54
Para aqueles que crucificam o photoshop hoje, às vezes precisamos lembrar a eles que havia um equivalente químico e também um toque final no ampliador, onde se podia dar mais exposição nas partes mais escuras do negativo "fazendo sombra" nas altas luzes, etc, e o inverso, reduzindo o tempo no ampliador de modo a escurecer a cópia.
Você deve saber disso bem pelo seu conhecimento, não é novidade para você, e todo esse jogo era usado para fazer as devidas correções em um negativo.
Concordo com você no que se refere ao negativo suportar erros, que poderiam ser arrumados na revelação e no ampliador, mas um negativo bem exposto (ou uma foto digital exposta corretamente) é uma joia que dá margem ao fotografo em criar mais, fosse na revelação e no ampliador na era analógica ou na edição digital hoje.

Fotos como essa da chuva (muitas vezes puxadas) tem uma personalidade própria. Não tem uma nitidez perfeita mas tem algo que a nitidez bonitinha não confere... um contraste diferente, meio forte, um grão maior mas que não desagrada. Ao contrário, deixa a imagem mais impressionante que aquela normalzinha, feita no padrão.

De fato, o ampliador do passado eh o photoshop de hoje.

Lembrando que scanear filme se obtem menos latitude das fotos, enquanto que imprimir pelo ampliador se obtem ainda mais latitude, ou seja, extrai mais o potencial da pelicula.


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Resposta #37 Online: 01 de Março de 2017, 20:35:56
Eu gosto de procurar ter filmes bem expostos, pq da mesma maneira que odeio ficar trabalhando, salvando ou aperfeicoando fotos no photoshop, eu tambem odeio fazer isso no Ampliador.

Mas tambem gosto de buscar conhecer os limites dos filmes e suas caracteristicas visuais, para quando for necessario.

Como minhas cameras pinholes tem apenas uma opcao de abertura e somente longa exposicao como opcao. Eu acabo usando Foamapan 400 as vezes fotometrado como ISO 400 e as vezes fotometrado como ISO 200. O que faz uma enorme diferenca de tempo em uma longa exposicao com luz mais limitada.

Mas eu tambem gostava de fotografar com Kentmare 400 a ISO 3200:

Eu adorava o resultado E como se nao bastasse eu ainda usava filtro vermelho:








Aqui Kentmere 400 fotometrado como ISO 1600 sem filtro.




Aqui HP5 fotometrado como ISO3200 (com camera pinhole):




Aqui fuji across 100 fotometrado como ISO400 (com camera pinhole):








Mas obviamente, diferentes processo de revelacao faz uma tremenda diferenca nos resultados. Nem todo revelador obtem bons resultados de filmes puxados.


GutoBaptista

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Resposta #38 Online: 01 de Março de 2017, 22:54:32
Uma questão quanto a puxar filme é que todo o filme vai ter que obedecer a certos parâmetros, dentro do que sua latitude permite. Numa dslr normal, é possível bater uma foto com iso 100, a seguinte com iso 6400, por exemplo, a próxima novamente com iso 100, e por aí vai.
É como se cortássemos o filme a cada mudança de sensibilidade e revelássemos aquele pedaço para aquela condição que escolhemos.