Autor Tópico: Vc pode ser um fotografo, mas vc eh um artista?  (Lida 2558 vezes)

C R O I X

  • Trade Count: (0)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 5.428
  • Sexo: Masculino
  • Fotografo Multiformato
    • Marcio Faustino
Resposta #15 Online: 07 de Março de 2017, 19:48:10
Assim sendo, a resposta para a sua questão do título do tópico é: Sim, muitos ( não todos, tlvz ) somos artistas.

A principio esse pode parecer a conclusao. Mas se pararmos para olhar bem, aparentemente (e tal aparecia parece a ficar cada vez mais forte), de que a grande maioria das pessoas nao sao artistas mas sim reprodutores.

Explico, pq somos mais marionetes, influenciados e padronalizado que a principio percebemos. Wittgenstein disse que o homem se condidera dominador da linguagem quando na verdade a linguagem eh o grande dominador do homem. E Neil Postman ja dizia que a tecnologia eh a maior ideologia que ha. Nao vou me aprofundar mas espero que de para entender com o decorrer...

Pela minha percepcao, a grande maioria das pessoas veem a obra com o fim ao fotografo. E nesse fim entao enxergam o fotografo como a fonte da criacao da imagem. Dessa forma eh facil e ate convincente acreditar que o fotografo eh um artista.

Mas quando passa a exergar producoes artisticas (e ate mesmo nao artisticas) alem dos seus criadores, ou seja procurando entender a relacao da obra com a epoca, momento, cultura, ambiente e o que ela diz de fato sobre tudo isso, sendo o criador apenas um realizador da obra, vendo de fato as influencias que existem na obra que vem muito antes do criador da obra. Vc comeca a perceber entao que o criador da obra de criacao mesmo nao tem nada ou quase nada, mas somente um emaranhado de influencias copiados/reproduzidos na obra (ao qual ate mesmo o fotografo pensa ser criativo, artistico, original, pq nem mesmo ele esta ciente de suas influencias o que ele prodiz de fato comunica). Em outras palavras, o criador eh so um transmissor sendo que dele mesmo nao ha nada de fato germinado.

Com certeza, prq tem a questão do amar o que faz e querer que isso se torne o seu modo de vida, e ai entra a questão da aceitação, afinal, será o consumo das outras pessoas ao seu trabalho quem irá proporcionar isso.

Vejo alguns fotógrafos que, uma vez conquistado o "seu lugar" ( seja fama, sucesso e/ou dinheiro ) começam então a arriscar mais, ousar mais, fazer aquilo que realmente queriam fazer, e ai pelo fato de já serem referência, tem seu novo trabalho aprovado mesmo sem ser o comumente comercial, ou aquele que os colocou no topo.

Se tivessem iniciado com esse último tlvz jamais seriam aceitos.

Isso eh verdade. Eh mais facil ser bem sucedido ganhando dinheiro e estabilidade dentro da industria, para depois ser bem sucedido em ser reconhecido e popular como artista do que o contrario.


C R O I X

  • Trade Count: (0)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 5.428
  • Sexo: Masculino
  • Fotografo Multiformato
    • Marcio Faustino
Resposta #16 Online: 13 de Março de 2017, 15:12:46
Eu estou lendo Seeing the Invisible: On Kandinsky by Henri Michel.

Veja oque eu achei logo de inicio:

https://www.instagram.com/p/BRc3dPsj97K/

Um pouco sobre o livro e o autor.
Citar
Michel Henry was one of the leading French philosophers of the twentieth century. His numerous works of philosophy are all organized around the theme of life. In contrast to the scientific understanding of life as a biological process, Henry's philosophy develops a conception of life as an immediate feeling of one's own living.

Seeing the Invisible marks Henry's most sustained engagement in the field of aesthetics. Through an analysis of the life and works of Wassily Kandinsky, Henry uncovers the philosophical significance of Kandinsky's revolution in painting: that abstract art reveals the invisible essence of life. Henry shows that Kandinsky separates color and line from the constraints of visible form and, in so doing, conveys the invisible intensity of life. More than just a study of art history, this book presents Kandinsky as an artist who is engaged in the project of painting the invisible and thus offers invaluable methodological clues for Henry's own phenomenology of the invisible.

Eh um otimo livro nao so para quem quer estudar estetica e historia da arte, mas tambem para quem quer realmente compreender arte abistrata e o que eh ou foi arte para os genios da arte.  ;)