Autor Tópico: Experiências com latitude  (Lida 2090 vezes)

Ivan de Almeida

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Online: 13 de Abril de 2005, 13:08:25
Prezados:

Resolvi agora, enquanto aguardo algumas coisa que tenho de fazer, realizar algumas experiências visando determinar a real latitude aproveitável da s7000.

Basicamente o que fiz foi apontar a câmera para a calçada em frente à minha casa e fotometrar pontualmente a região que parecia brilhar mais. Deu 1/1000 com o fotômetro centralizado.

Então fiz uma série de fotos nas seguintes velocidades:

1/250 (dois pontos da fotometria da alta-luz)
1/200 (um pouquinho mais de dois pontos
1/160 (dois pontos e meio da fotometria)
1;125 (três pontos da fotometria).
Todas em RAW.

Depois, no Adobe Raw Converter, fui diminuindo a exposure até que não houvesse região estourada.

Em todas elas consegui converter sem que o ARC mostrasse estourado, porém na feita em 1/125 observa-se claramente a perda de detalhes nas altas luzes, mesmo em regiões onde não parece estourado, enqanto na foto em 1/200 se observa um incremento de ruído nas luzes médias-baixas. A foto em 1/160 apresenta uma relação aceitável de perda de detalhes nas altas luzes com limpeza maior nas médias.

Todos os textes foram realizados em f8. Vou repetir depois o teste variando o f para 5.6 e para 3.8, pois em minha opinião a captura mais rápida é menos ruidosa também. Vamos ver se é verdade. Vamos ver, também, se os detalhes aumentam com a maior abertura (até f5.6).

O que estou procurando é o melhor set possível da câmera.

Ivan


arguejo

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Resposta #1 Online: 13 de Abril de 2005, 16:49:43
Beleza Ivan... uma boa idéia essa de fazer esses teste...

Vou tentar faer esses teste também e ver qual resultado obterei!!! Se você puder postar as fotos pra gente dar uma olhada!!!

Valeu...


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Resposta #2 Online: 13 de Abril de 2005, 20:21:50
Boa iniciativa, Ivan. Confesso que é a parte da minha fotografia (e do equipamento) que eu mais dedico tempo p entender, testar, e aprender, fotometria e latitude, assim que puder vou tentar fazer algo parecido e comento os resultados.
« Última modificação: 13 de Abril de 2005, 20:22:31 por Guss »
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Ivan de Almeida

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Resposta #3 Online: 13 de Abril de 2005, 20:56:13
Pois é, Gustavo.

Acho que é preciso isso para termos idéia real do compromisso de cada foto. Do que vi, cheguei à conclusão que entre 2,5 pontos e um pouco menos são os melhores sets. entre dois pontos e dois e meio é há total definição das altas luzes, em dois e meio as altas luzes ficam um pouco prejudicadas, mas ainda são utilizáveis, desde que o desenho da foto esteja em luzes mais baixas.

 


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Resposta #4 Online: 13 de Abril de 2005, 23:44:33
Ivan, se esses testes fossem feitos com uma 35mm comum, em quanto ficariam os limites para preservação dos detalhes?! Eu quero achar um artigo que um amigo me falou (esqueci o nome do autor, ele defende a teoria que a latitude entre as digitais e as de filme é idêntica). Assim que encontrar te passo, embora eu não concorde com ele, me pareceu interessante ler.
« Última modificação: 13 de Abril de 2005, 23:46:46 por Guss »
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Leo Terra

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Resposta #5 Online: 14 de Abril de 2005, 00:30:00
Gustavo, tudo depende do filme usado, os cromos por exemplo chagam a ter até 5 pontos de latitude, o que é uma latitude mínima, do nível das piores compactas.
Existem cromos tbm com 9 pontos de latitude (mais do que a média das DSLR que é de 7 pontos a 8 pontos), ainda existem negativos que chegam a absurdos 13 pontos de latitude (uma S3Pro chega a 10 pontos), isso tudo é muito variável, depende do tipo de filme usado, da composição de grãos, da sensibilidade, normalmente os filmes de ISO próximo a 100 tendem a ter maior latitude, nas digitais as maiores latitudes ocorrem no ponto de ótimo (que nem sempre é no ISO mais baixo), outro fator é que a sensibilidade do filme vai variando conforme o tempo de exposição vai passando e com a sensibilidade a sua latitude tbm varia, nas digitais tal processo já não ocorre (isso é especialmente sensível em longas exposições, o efeito colateral das longas exposições nas digitais é o aquecimento do sensor seguido de ruído).
Tudo isso é muito relativo, as digitais como a S3Pro por exemplo já atingiram níveis de latitude que englobam a maioria dos filmes, porém mesmo a S3Pro com seus 10 pontos de latitude tem grandes dificuldades quando enfrenta certos negativos que atingem absurdos 13 pontos (isso é tão absurdo que do ponto de mais luz para o de menos luz temos 8196 mais luz, e todo o intervalo capturado), uma compacta simples opera com aproximadamente 5 pontos o que realmente pode equivaler a vários cromos porém o negativo de menor latitude que eu conheço de 8 pontos, o que seria o equivalente a uma ótima DSLR.
« Última modificação: 14 de Abril de 2005, 00:30:51 por Leo Terra »
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Resposta #6 Online: 14 de Abril de 2005, 01:30:38
Eu falava do negativo 35mm mesmo, Leo.
Eu quero achar esse artigo de que falei, sei lá com que bases o cara fala ou tenta demonstrar a equiparação, mas segundo o amigo q comentou o cara não é qualquer um, de repente tem alguma lógica (mesmo q pouco viável).

ACRESCENTANDO, é um fotógrafo de SP, Thales Trigo, dá uma olhada só nos equipamentos e clientes em http://www.estudionovo.com.br/. Bem, segundo esse amigo que assistiu um workshop com ele, esse Thales afirma não haver grande diferença de latitude entre os equipamentos digitais e fotografia de filme, com base no que não sei, mas confesso q fiquei curioso, vou ver se encontro algum livro dele, ele tem alguns públicados.

---

PS: Hoje me disseram na B&H q se até sexta n houve posição eles enviam dentro dos US meu pedido ou grana de volta. Alguma notícia do teu, disseram isso tbm?!

[]'s.
« Última modificação: 14 de Abril de 2005, 01:47:16 por Guss »
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Ivan de Almeida

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Resposta #7 Online: 14 de Abril de 2005, 08:15:11
Gustavo e Leo

O problema para medir a latitude das cãmeras digitais é que a maior parte delas não tem fotômetro de barrinha ou ponteirinho, então não tem um parâmetro para comparação. As Canons, por exemplo, são "what you see is what you get", e a fotometria é apenas uma estimativa, uma vez que absolutamente não se pode confiar no LCD ou no EVF para dizer se algo está estourado ou não, mesmo que pareça estourado.

Como medir a fotometria dessas câmeras? Em minha opinião somente será possível com uma espécie de cartão tipo tabuleiro de xadrez com níveis de cinza variáveis a partir do cinza 18%. Mas não é somente isso. Esse cartão tem de ter uma textura ou ser rugoso, de modo que na verificação da latitude se perceba quando os detalhes estão sendo perdidos. Aí a análise será feita em uma só fotografia, bastando ver qual o quadradinho estourado.

Tem alguma outra idéia, Leo? Tem alguma outra fonte de informação?

Ivan


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Resposta #8 Online: 14 de Abril de 2005, 11:13:35
Ivan, na verdade a única forma realmente científica para medir a latitude seria em uma cena onde tivessemos várias fontes de luz e verificando como cada fonte de luz se comportou :)
A barra cinza tbm pode ser interessante, mas ela é um pouco mai difícil de ser mensurada.
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Resposta #9 Online: 14 de Abril de 2005, 12:29:54
Eu n sei exatamente que fotometro de barrinha vc se refere, Ivan, então perdão se eu estiver dizendo bobagem mas a Panasonic no modo spot tem sim a barra graduada e o ponteiro (embora seja um sistema digital é bem útil e parece preciso), nem me imagino fotometrando sem isso.

Outra, não sei quais câmeras tem um recurso bem interessante que a Panasonic (a partir da FZ15) chamou de highlight. Embora o EVF/LCD estejam sujeitos a falhar no caso das luzes, após um auto-review de 1s (ou verificando a foto com calma), qualquer estouro das luzes pisca na tela. Algumas fotos que "aparentemente" após visualização n estavam estouradas (e estavam) no momento que coloquei essa função highlight como "on" passaram a piscar, seja no céu ou numa camiseta branca.

Realmente útil, pois refiz a foto com a correção devida, evitando a perda, algo que só seria percebido na tela do computador.
« Última modificação: 14 de Abril de 2005, 15:08:36 por Guss »
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neocosmo

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Resposta #10 Online: 15 de Abril de 2005, 01:25:29
Puxa!
Muito legal esses seus testes!
Muito interessante mesmo.
Depois nos fale se realmente a sua conclusão de que quanto menor o tempo menos ruído é verdadeira.
Sei que vc é cuidadoso com os testes e é bem experiente, mas depois só para ter certeza, me fale se os outros quesitos como iso estavam travados para a realização do teste ou vc deixou a camera realizar o cálculo.
Abraços,


Renato
Renato Ventura - Mococa e Ribeirão Preto/SP[/size]
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Ivan de Almeida

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Resposta #11 Online: 15 de Abril de 2005, 08:13:56
Neocosmo.

Sempre em modo Manual com o ISO 200, o mais baixo da câmera setado. Nada por conta da câmera.

Leo. O fotômetro de barrinha da Fuji é uma linha horizontal com um triângulo pequeno sobre ela que se desloca para a direita ou para a esquerda comforme mudamos a exposição, exatamente como os fotômetros de ponteiro das SLRs. Evidentemente todo método de teste tem limitações, mas é aquela história: você pode achar que o copo está meio cheio ou meio vazio, e sempre tomar meio copo d'água matará mais a sede do que não tomar nenhum. Os meios à minha disposição para o teste são esses, e, diga-se, são os mais coerentes com a situação real de uso, de modo que o teste é completamente pertinente, pois ele me permitirá optar na situação real de uso dispondo exatamente do mesmo meio de mensuração. Acrescento que é mais ou menos fácil estabelecer que se posicionou o fotômetro da mais alta luz, bastando verificar se a partir do meio ele oscila para baixo ou para cima quando escrutinamos com o centro a região vizinha. Como é eletrônico, não sofre efeitos do balanço da câmera como o ponteirinho das mecânicas. Sua observação sobre a forma certa de fazer é perfeita, mas acho que através de um cartão graduado cinza já é possível ter um bom parâmetro prático.

Esses testes, Leo, eu os faço para tornar concreta a teoria, digamos assim. Embora minha estimativa empírica de letitude fosse exatamente essa, é diferente quando isso se torna uma certeza, quando sabemos exatamente o ganha-perde na coisa.

Gustavo: o highlight existe nos conversores de RAW, e é realmente muito útil. Você pode simplesmemete fotometrar um um ponto claro, guardar de cabeça a velocidade e ir diminuindo até começar o hightlight a piscar. Terá estabelecido quantos pontos pode se afastar da fotometria média. O mesmo método não serve para RAW, pois o RAW tem mais um pouquinho de latitude por não ter curva de contraste aplicada, de modo que há algo a recuperar um pouco além do hightlight (normalmente meio ponto). Contudo, quem sabe se diminuir ao máximo o contraste e o brilho? Eu experimentaria nessa direção, e veria se há ganho de latitude assim.
« Última modificação: 15 de Abril de 2005, 08:56:16 por Ivan de Almeida »