Autor Tópico: Consumo, logo existo  (Lida 7606 vezes)

eliverto

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Resposta #30 Online: 09 de Janeiro de 2007, 07:22:22
Textos como este do RFP é que engrandecem o fórum - Eu já caí muito na armadilha da compra quase compulsiva de equipamento, até verificar que isto nada contribuia com a minha fotografia. Outra constatação é que isto é muito da personalidade masculina, parece que as mulheres simplesmente... fotografam.

Um abraço.
Eliverto Scherer<br /><br />


RFP

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Resposta #31 Online: 09 de Janeiro de 2007, 09:49:31
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Textos como este do RFP é que engrandecem o fórum - Eu já caí muito na armadilha da compra quase compulsiva de equipamento, até verificar que isto nada contribuia com a minha fotografia. Outra constatação é que isto é muito da personalidade masculina, parece que as mulheres simplesmente... fotografam.

Um abraço.
Eliverto,

Não gosto muito de generalizar essa coisa de personalidade masculina ou feminina, uma vez que cada pessoa funciona de um jeito. Mas parece mesmo haver uma tendência para que essa questão técnica/tecnológica seja maior entre os homens. Como você disse, as mulheres simplesmente fotografam, e muitas vezes conseguem resultados muito interessantes justamente pela "despreocupação" com esses aspectos.


GMarigo

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Resposta #32 Online: 09 de Janeiro de 2007, 10:08:23
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Outra constatação é que isto é muito da personalidade masculina, parece que as mulheres simplesmente... fotografam.
É pq elas gastam a cota toda delas com sapatos e bolsas... E mesmo assim n andam melhor, nem carregam mais coisas com elas...  :denken:  
[[span style=\'color:gray\']gabrielmarigo[span style=\'color:red\']][/font][/span][/span]


RFP

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Resposta #33 Online: 09 de Janeiro de 2007, 10:15:49
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É pq elas gastam a cota toda delas com sapatos e bolsas... E mesmo assim n andam melhor, nem carregam mais coisas com elas...  :denken:
 :laughing: Mas elas não precisam dessas desculpas. Elas sabem que estão comprando por comprar mesmo.


Eduikeda

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Resposta #34 Online: 09 de Janeiro de 2007, 10:59:04
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Outra constatação é que isto é muito da personalidade masculina, parece que as mulheres simplesmente... fotografam.
É pq elas gastam a cota toda delas com sapatos e bolsas... E mesmo assim n andam melhor, nem carregam mais coisas com elas...  :denken:
isso é mesmo... :laughing:
só o que minha patroa gasta pra fazer escova progressiva, em meio ano dá pra comprar uma lente L :risada2:  
Edu Ikeda

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diaemus

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Resposta #35 Online: 09 de Janeiro de 2007, 11:18:00
Pensando sobre o tema mais amplo, acho que esse comportamento de usar os bens materias para definir a própria identidade é muito mais primitivo do que se pensa. Nas sociedades pré-históricas ou mesmo em outras espécies animais, muitas vezes tem maior status social, e consequentemente maior aptidão darwiniana (deixa mais filhos), o indivíduo que acumula maior quantidade de recursos: alimento, parceiras, território etc. Sendo assim, mesmo alguns animais se definem socialmente através do "patrimônio", num sentido amplo.

A diferença, no caso dos humanos, é somente o grau de abstração, mais uma vez. Além de nos definirmos pelos recursos realmente úteis que temos, também nos definimos por recursos inúteis, fúteis. Por exemplo, uma câmera da moda, que nem sabemos usar direito. No fundo, comprar e ostentar uma Nikon D2X sem ser fotógrafo profissional quer dizer: "olhem fêmeas conspecíficas, eu sou capaz de acumular muito dinheiro e, portanto, posso ser melhor pai para seus filhos" ou "olhem machos conspecíficos, tenho mais poder social que vocês, portanto me respeitem".

Defender calorasamente a Nikon, a Canon ou a Minolta significa dizer: "olhem, eu faço parte de um grupo social, não sou um pária". É a mesma coisa que torcer para um time de futebol, outro comportamento "fútil". Quantos torcedores "roxos" realmente frequentam o clube, ou são amigos ou parentes dos jogadores?

É claro que o sistema capitalista incentiva esse comportamento, porém não foi ele quem o "inventou". Em qualquer outro sistema político-econômico ele pode ser observado.
« Última modificação: 09 de Janeiro de 2007, 11:19:04 por diaemus »
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RFP

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Resposta #36 Online: 09 de Janeiro de 2007, 11:28:49
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Pensando sobre o tema mais amplo, acho que esse comportamento de usar os bens materias para definir a própria identidade é muito mais primitivo do que se pensa. Nas sociedades pré-históricas ou mesmo em outras espécies animais, muitas vezes tem maior status social, e consequentemente maior aptidão darwiniana (deixa mais filhos), o indivíduo que acumula maior quantidade de recursos: alimento, parceiras, território etc. Sendo assim, mesmo alguns animais se definem socialmente através do "patrimônio", num sentido amplo.

A diferença, no caso dos humanos, é somente o grau de abstração, mais uma vez. Além de nos definirmos pelos recursos realmente úteis que temos, também nos definimos por recursos inúteis, fúteis. Por exemplo, uma câmera da moda, que nem sabemos usar direito. No fundo, comprar e ostentar uma Nikon D2X sem ser fotógrafo profissional quer dizer: "olhem fêmeas conspecíficas, eu sou capaz de acumular muito dinheiro e, portanto, posso ser melhor pai para seus filhos" ou "olhem machos conspecíficos, tenho mais poder social que vocês, portanto me respeitem".

Defender calorasamente a Nikon, a Canon ou a Minolta significa dizer: "olhem, eu faço parte de um grupo social, não sou um pária". É a mesma coisa que torcer para um time de futebol, outro comportamento "fútil". Quantos torcedores "roxos" realmente frequentam o clube, ou são amigos ou parentes dos jogadores?

É claro que o sistema capitalista incentiva esse comportamento, porém não foi ele quem o "inventou". Em qualquer outro sistema político-econômico ele pode ser observado.
diaemus, acho que você trouxe uma dimensão muito interessante e importante para a discussão. Só que acho mais abrangente se pensarmos nesses fatores evolutivos como tendências, tendências essas que são moldadas pela cultura e pelo aprendizado. Se formos pensar nessa coisa da ostentação como um comportamento tipicamente masculino (não só voltado para as mulheres, mas para se destacar frente aos outros homens "competidores"), veremos que tem gente que faz o mesmo com carros, motos, produtos eletrônicos etc. Ou seja, cada cultura e cada grupo direciona essa tendência pra um determinado foco, e é aí que o sistema capitalista se aproveita, especialmente através da propaganda. Afinal de contas, nunca vemos um pé-rapado num comercial de um carro de luxo, né? É sempre um homem com todo o estereótipo do executivo bem-sucedido, acompanhado de uma bela mulher.


diaemus

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Resposta #37 Online: 09 de Janeiro de 2007, 12:28:20
RFP,

Antes que eu me esqueça, obrigado pela interessante reflexão. É muito bom discutir um tema desses,a o invés de ficar só discutindo "compro a câmera X ou Y" (o que também tem seu lugar, claro).

Concordo contigo. Pensando pelo lado dos machos (vamos deixar as fêmeas de lado, pois o caso delas é um pouco diferente), em cada sociedade há um modelo de "socialmente apto" que as pessoas tentam seguir. Só mudam os detalhes do modelo, mas todo grupo humano tem o seu.

Na sociedade capitalista, o modelo-padrão é o "homem-rico-popular-casado-bem-sucedido". Na sociedade comunista é o "camarada-obediente-trabalhador-não-questionador". Numa sociedade guaraní poderia ser o "cara-que-caça-e-luta-como-ninguém".

Eu acho que o consumismo, apesar de não ser explicado totalmente de maneira darwinista, tem uma forte base na teoria da seleção sexual.
Cientista profissional, fotógrafo amador.


FêAznar

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Resposta #38 Online: 09 de Janeiro de 2007, 13:23:10
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A diferença é que um tipo compra equipamento novo e o outro usado, mas no final as fotos continuam sendo fotos.

O que vale ser dito é que no geral se discute sim mais equipamento que foto, isso a meu ver é uma falha, mas ocorre em todos os grupos. Com todo tipo de equipamento.
Alex,
Acho que o mal da fotografia é que ela é indissociável do equipamento, ou ao menos muito mais indissociável do que a pintura e talvez no mesmo patamar da música, atualmente. Talvez não seja mera coincidência que a fotografia tenha nascido pouco depois da revolução industrial. O fato é que ela é a arte da sociedade de consumo por excelência.
Os grandes homens são facilmente dissociáveis de suas artes, pois contribuíram à humanidade com seus sonhos e idéias, antes de pintar, compor ou fotografar. O problema é que a fotografia, como arte menor (com aspas ou não) é sim indissociável à tecnologia, já o *fotógrafo* não; cabe a cada um de nós decidir sua ferramenta (1 única vez na vida) e produzir imagens, refletir sobre as questões de linguagem, e se desvencilhar dessa roda-morta do consumo e da identidade por procuração.
O que é um grande músico? Alguém que compreende e/ou sabe se expressar musicalmente (ou seja, sabe ler e/ou escrever); portanto, seus meios são lápis e papel.


FêAznar

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Resposta #39 Online: 10 de Janeiro de 2007, 09:42:56
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Acho que o mal da fotografia é que ela é indissociável do equipamento, ou ao menos muito mais indissociável do que a pintura e talvez no mesmo patamar da música, atualmente. Talvez não seja mera coincidência que a fotografia tenha nascido pouco depois da revolução industrial. O fato é que ela é a arte da sociedade de consumo por excelência.
Rodrigo, mas isso não vai contra o seu texto?
Estou achando o tópico bastante produtivo
Pois é, Alex  :laughing: É como eu falei na resposta pro Andre, gosto da discussão por poder pensar as coisas a partir de vários pontos de vista. E esse é um que às vezes passa pela minha cabeça. Que a fotografia nasceu mesmo como uma tecnologia, deva continuar assim e haja pouco espaço para uma abordagem que não acompanhe a evolução do equipamento. Porém, o fato de aceitar essa idéia não significa que mudarei minha abordagem, minha concepção e minha criação, o que são coisas muito pessoais e estão relacionadas a todo o propósito da fotografia para mim. Talvez signifique apenas que eu pare de falar tanto sobre isso...  :doh:
À propósito, sobre o lugar da tecnologia hoje: História do Objeto Técnico


faltz

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Resposta #40 Online: 10 de Janeiro de 2007, 17:27:59
Enquanto fotógrafo amador, penso que devo comprar o melhor equipamento possível, dentro do que me proponho a fotografar e dentro de um determinado orçamento. Não acho que isso seja consumismo.

Em 2000, o que eu consegui comprar foi uma Olympus D-360L de 1.3 Mp e lente fixa.

Em 2002, consegui uma pequena ultra zoom, a Olympus C-720.

Em 2006, finalmente a camera de meus sonhos, uma Panasonic FZ30.

A D-360L em menos de um ano já não me satisfazia. Com a C-720, demorei uns 2 anos para chegar no limite do que a máquina poderia me oferecer. Consegui uma sobrevida com filtros e lentes adicionais.

A FZ30 já veio com uns acessórios, adquiri mais alguns filtros, tenho muito, muito a explorar ainda com essa camera.

Mas já estou de olho numa compacta de bolso...  :bye1:

Adilson
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guigui

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Resposta #41 Online: 10 de Janeiro de 2007, 21:01:14
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É pq elas gastam a cota toda delas com sapatos e bolsas... E mesmo assim n andam melhor, nem carregam mais coisas com elas...  :denken:
:laughing: Mas elas não precisam dessas desculpas. Elas sabem que estão comprando por comprar mesmo.
Puxa, estou surpresa.
Faz tempo que não vejo comentários desse tipo.
Vou fingir que não li nada..............
Imagino que meus colegas fotógrafos estão esquecendo de alguns nomes de mulheres notáveis, seja na fotografia ou em qualquer área, que não exatamente passam o tempo fazendo chapinha ou comprando bolsas. :risada2:  


RFP

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Resposta #42 Online: 11 de Janeiro de 2007, 00:02:18
Guigui, não se sinta ofendida. Acho que você não entendeu o meu ponto. O que eu quero dizer é que as mulheres têm mais consciência do que os homens em relação aos seus próprios comportamentos. Nem todas as mulheres passam o tempo comprando bolsas, como você disse, mas acho que mesmo aquelas que o fazem não precisam de desculpas tipicamente masculinas para justificar as suas atitudes. Na verdade eu quis ressaltar um ponto que eu acho positivo, se fui mal interpretado, peço desculpas.


guigui

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Resposta #43 Online: 11 de Janeiro de 2007, 01:08:21
Não se desculpe, RFP, não tem porque ! :)
Não me senti ofendida em nenhum momento, mas apenas surpresa por ver o teor dos comentários, nem necessariamente só o seu. Também acho que homens e mulheres funcionam de maneiras diferentes, mas tem horas que essa generalização me dá vontade de rir.
Não se engane, as mulheres tb fazem isso. Só que a gente faz e vcs nem percebem ! rsrsrs :laughing:
Como dizem por aqui nos EUA , no harm done !
 :bye1:  


Perazzo

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Resposta #44 Online: 12 de Janeiro de 2007, 17:09:16
PSICÓLOGO FALA, NÉ?

EU POSSO DIZER ISSO POIS SOU CASADO COM UMA (ESPERO QUE ELA NÃO LEIA ISSO...).

BRINCADEIRAS À PARTE, CONCORDO COM O RFP E COM O RICCIARDI.

QUIS COMPRAR UMA CÂMERA PARA ME GARANTIR NA APOSENTADORIA (FALTA UNS SETE ANOS) E COMEÇAR DESDE JÁ A CLICAR POR AÍ. COMPREI, DE CARA, UMA CÂMERA CHEIA DE "LEXCO LEXCO", DE PIXELS, LENTE 2.8, FLASH, O MELHOR. GASTEI UMA GRANINHA LEGAL.

E NÃO TRABALHO... :doh:

TÁ. TUDO BEM. UM DIA EU QUERO TRABALHAR, E UMA CÂMERA BOA AJUDA BASTANTE, COMO DIZ O RICCIARDI. MAS, PRA QUÊ UMA CÂMERA TÃO CARA, SE EU NÃO SEI AINDA? SE EU NÃO TENHO O QUE FAZER AINDA? PRA OSTENTAR A CINTA COM A MARCA NO PESCOÇO?

TÁ LÁ EM CASA, GUARDADA NA BOLSA PRA FUNGAR A LENTE NOVA. ESSE FINAL DE SEMANA EU TENHO DE SAIR COM ELA E FOTOGRAFAR ALGUMA COISA QUALQUER PARA EVITAR FUNGO NA LENTE E NA MENTE.

ESPERO, UM DIA, SAIR DESSA ESTATÍSTICA INFAME DOS CONSUMISTAS E PRODUZIR ALGO PARA A SOCIEDADE, ALGO POSITIVO, ALGO QUE AJUDE, AUXILIE, CONTRIBUA PARA ALGO DE BOM.