Autor Tópico: Metamorfose Fotográfica.  (Lida 1896 vezes)

Roberto Dellano

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Online: 01 de Junho de 2017, 14:32:40
Pessoal, como todos sabemos a fotografia é uma constante evolução, com o tempo tudo muda, nosso olhar, nossa compreensão, nossos gostos e tudo mais.

Eu ando passando por uma metamorfose inusitada.

Meu nicho é fotografar pessoas, sempre gostei, retratos sempre me fascinaram, mas de uns tempos pra cá, não consigo mais gostar de retratos de meio corpo e close, tenho que ver os pés dos retratados, ver o solo se conectando com o ambiente, ainda que desfocado, no contexto da imagem. Tem que haver uma conexão do foco para o desfoque, e, ainda que seja possível inserir o ambiente em um meio corpo, parece que quebra essa conexão entre primeiro e segundo plano.


Alguém aqui já passou por algo parecido? Algum relato para compartilhar?



lee.

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Resposta #1 Online: 12 de Junho de 2017, 18:10:56
acho que é o encanto do desfoque se desfazendo
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Raphael Sombrio

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Resposta #2 Online: 13 de Junho de 2017, 08:25:46
Como vc disse, é mais uma fase, embasada pelo seu conhecimento e experiências.

Eu já fui fissurado em imagens feitas por teles, por cortes, que mostrassem apenas detalhes, partes de um motivo ou paisagem, mas com o tempo fui "abrindo o quadro" ao ponto de hoje achar que imagens cropadas de algum lugar praticamente só tem sentido se forem mostradas acompanhadas de outros crops do mesmo local, momento, luz, caso contrário sinto como se não estivesse apresentando a minha experiência por completo, e isso foge da minha proposta, da minha intenção de fazer e mostrar a minha fotografia.

Hj o meu esforço é por conseguir reunir em uma única imagem um experiência completa, em que o antes e o depois possam ser seguramente descartados, ao menos naquele local e momento.

O preocupante disso tudo é vc achar que tem um estilo, uma linguagem, e na real estar fazendo uma mesmice total, repetindo padrões ao ponto de se tornar desinteressante.

Continuar crescendo e agregando sem se tornar banal, eis o desafio.


Roberto Dellano

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Resposta #3 Online: 13 de Junho de 2017, 08:35:42
acho que é o encanto do desfoque se desfazendo

O desfoque exagerado tem me incomodado mesmo. Gosto de desfoque, mas tem que ser possível identificar o que tem lá no fundo.


kleberpicui

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Resposta #4 Online: 13 de Junho de 2017, 08:39:00
Passo por essas mudanças direto. E acho ótimo!
Kléber

Vender fotos na internet: http://submit.shutterstock.com/?ref=976367


Roberto Dellano

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Resposta #5 Online: 13 de Junho de 2017, 08:47:57
O preocupante disso tudo é vc achar que tem um estilo, uma linguagem, e na real estar fazendo uma mesmice total, repetindo padrões ao ponto de se tornar desinteressante.

Continuar crescendo e agregando sem se tornar banal, eis o desafio.

Cara, eu não sei se só eu sou assim, mas quando eu chego a um resultado que estou o buscando, eu perco o interesse.


Brupikk

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Resposta #6 Online: 13 de Junho de 2017, 09:37:24
Passei por isso também.. no início a busca é por "retrato em 200mm com fundo desfocado".. mas se você parar para pensar, se largar uma 70-200 na mão da maioria dos fotógrafos, boa parte fará um bom retrato de meio corpo nessa situação, qual o diferencial? Dependerá mais da direção que você dará à 'modelo' e um pouco da luz. Agora dá um 24mm e pede pra 10 fotógrafos fazerem uma foto de uma pessoa fazendo uma composição com o ambiente.. acho que aí nesse caso é que se mostra melhor como você enxerga a fotografia. Claro, não deixo de lado os retratos, mas hoje tenho buscado muito mais por fotos mais abertas, integrando o ambiente.

No caso dos eventos, tento contar até mais de uma história na mesma foto, com situações diversas acontecendo em simultâneo, como na foto que fiz abaixo. Olha quanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, enquanto muitas vezes a gente está fotografando apenas uma pessoa.



« Última modificação: 13 de Junho de 2017, 09:46:02 por Brupikk »
Bruno Piccoli
http://piccolifotografia.com
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Raphael Sombrio

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Resposta #7 Online: 13 de Junho de 2017, 11:41:47
Cara, eu não sei se só eu sou assim, mas quando eu chego a um resultado que estou o buscando, eu perco o interesse.

Dependendo do que vc for fazer com isso, pode ser positivo ou negativo.

Penso que não ficar repetindo composições, cenas e tratamentos muito semelhantes e ainda assim ter uma identidade e fazer o trabalho ser interessante é pra poucos. Mudar é primordial, inovar, arriscar, mas pelo caminho da transformação do seu fluxo de resultados, o que é bem desafiador.

Então vc querer novas coisas deixando pra trás aquilo que até então julgava ser seu objetivo, é bom, isso faz vc buscar novos resultados, mas tbm acho que é desperdício jogar no lixo tudo o que até agora era importante.

Tudo tem o seu valor, cada fase, cada aprendizado. Eu tenho muitas fotos que fiz a um ano atras que acho muito legais, mas hj eu não às faria, mesmo que ainda não tivesse feito, não daquele jeito, ou não exatamente aquilo, mas penso tbm que ter aquilo feito é importante para o que estou realizando hj.
É como a torre mais alta e bela do palácio, pra ter ela imponente lá em cima vc precisou começar pelo chão, com alicerces grosseiros, rústicos....e tudo faz parte do castelo em si....sei lá...


pablo.ebani

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Resposta #8 Online: 13 de Junho de 2017, 13:55:43
Eu tenho gostado bastante de fazer fotos com a 30mm, algo mais aberto onde fica mais desafiador compor uma boa foto, nem sempre consigo fazer o cliente gostar, pois eles sempre ficam fascinados com o desfoque.
Fuji X-T2 (x2)
XF 23mm f/2 - XF 35mm f/1.4 (um tesão nessa lente)
7Artisans 50mm f/0.95
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marciodeluca

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Resposta #9 Online: 13 de Junho de 2017, 16:11:42
Dellano, acho que isso faz parte do momento, pois provavelmente você vem fazendo alguns trabalhos e tem experimentado essas fotografias mais abertas, porém, acho que o dois mundos podem sub-existir com tranquilidade, pois vejo que estes três tipos de fotografias que você citou (meio corpo, close e "do pé a cabeça), se completam entre si. Quando a gente é exigente com o próprio trabalho, tendemos a buscar sempre um algo mais e isso faz a gente invadir (ou ampliar) territórios maiores que a área que atuamos.

Falo isso, porque minha praia é eventos esportivos e shows e se eu não trabalhar de forma a unir fotografias mais abertas com "closes", o meu trabalho tende a ficar pobre e acho que isso vale para ensaios, pois só close, ou só meio corpo, acaba sendo mais do mesmo - claro que há trocas de roupas, maquiagens, etc, mas ainda assim continuo achando mais do mesmo.

É como evento esportivo: se eu fotografar cada carro independente, depois algumas que mostram grupos, umas ultrapassagens, teoricamente acabou meu trabalho, mas não é bem assim, pois tem alguns closes em saídas de curvas, freadas na entrada das curvas, fotografias mostrando a galera de pé em uma ultrapassagem e assim por diante.

Tenta dar uma olhada em outro nicho de fotografia, pois talvez você esteja buscando um algo mais, como eventos esportivos, arquitetura (que é algo que estou namorando há algum tempo) ou mesmo casamentos.
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A arte de fotografar está no saber quando apertar o botão de disparo e não no quanto o apertar.


phernanda

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Resposta #10 Online: 14 de Junho de 2017, 00:45:27
eu gostava de fotos sem edições, no máximo uma alteração pequena no iphoto.
Agora quero ser master no photoshop e lightroom e to fazendo workshop só disso e quero pegar firma nas edições.


romuloalves2015

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Resposta #11 Online: 12 de Julho de 2017, 16:27:21
Eu estava saturado com retratos, dei um tempo, estou fotografando mais eventos e agora estou voltando pra ensaios, e ficando também com eventos. de 0 a 100, estou 70 com eventos e 30 com ensaios.


Lindsay

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Resposta #12 Online: 12 de Julho de 2017, 19:19:50
Eu já não sei mais nada, de imediato não gosto mais de quase nada do que produzo, difícil fazer uma foto que eu considere bacana ali na hora. Sempre que faço os trabalhos não consigo me conectar à eles no mesmo dia, nem no outro dia; porem passado algum tempo, algumas semanas, meses, revejo e ai começo a encontrar alguma coisa legal.

Já faz algum tempo que descobri que preciso deixar o tempo passar, pra entender melhor aquilo que fiz. Entendi que a fotografia pra mim tem que ser feita dois tempos bem distintos, o da produção e o da edição (bem distante), porque o envolvimento emocional é diferente nas duas situações. Além disso, toda foto que sai da minha câmera nunca sai do jeito que gosto, precisa de edição, muita edição mesmo.

Quanto aos trabalhos, claro, eu faço e tenho que editar de imediato pq o cliente precisa das fotos. Então entrego, mas sem curtir muito aquilo que fiz. Apesar da minha dificuldade, o feedback dos clientes é bom, eles gostam dos trabalhos e continuam satisfeitos.. então é mais uma questão interna, comigo mesmo...
« Última modificação: 12 de Julho de 2017, 19:20:44 por Lindsay »
Conhecimento importa mais que equipamento.