Uma boa discussão essa.
Há muito tempo atrás, um soldado francês, membro de um destacamento de engenheiros, estava na árdua tarefa de construir barricadas para a defesa da infantaria em um iminente ataque inimigo. E então a sua picareta achou uma pedra, não haviam muitas pedras por ali. Ele mobilizou outros homens para desenterrarem a pedra para a utilizarem em um ponto fortificado. Mas a tal pedra possuía um formato singular, claramente resquício de ter sido feita por homens. Ali, na lama, não havia muito a se fazer. Mas Napoleão embarcou em seu exército um grupo de "cientistas", pensadores e historiadores. E havia determinado que todo achado deveria ser catalogado por estes homens. E então a pedra foi levada até eles.
Essa é a história oficial, da descoberta da Pedra de Roseta. Uma pedra talhada com um decreto real escrita em três linguas. Que permitiu a tradução da escrita egípcia por hieróglifos. Pode-se compreender o que pensadores e "cientistas" haviam estudado por séculos. Foi possível, então absorver este conhecimento.
E essa discussão me fez lembrar essa história. Por que eu não tenho nenhuma dúvida de que cedo ou tarde, a civilização como a conhecemos se extinguirá. Talvez demore muito, ou não. Mas na história da humanidade não houve um império (ou uma civlização) que fosse eterna. E quem poderia dizer que do alto da civilização egípcia com domínio de avançada tecnologia, conhecimento e extensão aquele império pudesse simplesmente sumir? Mas sumiu. E um dia nossa civilização sumirá. E então o que teremos deixado para trás?
Suponhamos que não haja mais energia elétrica. O que um disco rígido pode revelar de nós? De que valerá a quantidade de dados estocados em servidores?
Sem dúvidas, que vivemos em uma época de ouro da comunicação. Nunca foi tão fácil falar e ser ouvido. Um idiota com um celular pode alcançar um número indeterminado de pessoas, na casa dos milhares. Coisa, antes destinada aos grandes dominadores em seus discursos. Hoje um adolescente atinge mais pessoas com seu conteúdo do que os discursos de Getúlio Vargas, por exemplo.
O problema que se discute hoje nos círculos da comunicação é exatamente esse. Estamos produzindo muito conteúdo. Mas deixando pouco conhecimento. O dia que a energia elétrica falhar, nosso conhecimento simplesmente sumirá.