1/250, f/8, ISO 100. Conversão PB feita no lightroom.Existe uma espécie de consenso na internet que o melhor jeito de converter as imagens da DP Merrill para escala de cinza é através do app proprietário da Sigma para tratamento e organização de imagens, chamado Sigma Photo Pro.
Esse software permite fazer a conversão de cor para pb utilizando uma mistura das informações dos canais de cor captados pelo sensor da câmera.
Então você pode fazer a conversão utilizando 33% de vermelho, 33% de verde e 33% de azul, o que seria equivalente a uma conversão pb "comum", como o comando
desaturate no Photoshop.
Mas o SPP também te dá a opção de converter utilizando qualquer combinação possível, por exemplo:
conversão pb utilizando 10% de vermelho, 20% de verde, 70% de azul.Quaisquer valores de RGB são possíveis, inclusive 0% vermelho, 0% verde e 100% azul
E é sobre a conversão 100% azul que gostaria de começar falando a respeito.
Parece também ser consenso que utilizar apenas o canal de cor azul na conversão pb é o "melhor" jeito de executar a conversão, pois essa é a camada do sensor que mais recebe luz, e por esse motivo também é a camada mais "limpa" em relação à ruído visível. Isso também seria equivalente a utilizar um filtro azul na frente da lente, com as suas devidas repercussões na luminância de cada elemento da composição.
Eu não estou aqui para contestar essa informação, pois ela é verdadeira. O canal azul é o que possui menos ruído em relação aos canais vermelho e verde.
A grande questão é: a que preço?
Nesse caso, o preço dessa redução no ruído visível é uma consequente lavada geral nas texturas.
A resolução do detalhe fino da imagem caí bastante, lembrando até a resolução inferior dos sensores Bayer.
Praticamente todo microcontraste característico das Merrill é descartado no processo.
Essa perda de detalhe fino nas texturas lembra muito o efeito colateral dos filtros de redução de ruído que já estamos acostumados em outros programas, ou nas fotos que tiramos com o celular.
O meu ponto é: exportar as fotos em cores pelo SPP e fazer a conversão pb no lightroom, photoshop, ou outros programas de sua preferência pode ser mais vantajoso.
Fazendo dessa maneira, o microcontraste nas texturas é preservado, ao custo de mais ruído visível. Acontece que ruído costuma incomodar muito menos em pb do que incomoda em cores. E se mesmo assim você desejar reduzi-lo, aumentar um pouco o noise reduction no Lightroom não vai prejudicar tanto as texturas quanto elas já seriam prejudicadas caso você tenha convertido para monocromo utilizando o canal de azul do SPP.
Seguem imagens exemplificando isso que falei:
conversão pb utilizando 33% de vermelho, 33% de verde e 33% de azul no SPP.conversão pb utilizando 100% de azul no SPP.conversão pb utilizando 100% de vermelho no SPP.imagem exportada em cores pelo SPP e posteriormente convertida para pb via Lightroom.Como é possível observar na textura da parede, nenhuma das conversões pb via SPP gera uma saída com tanto detalhe fino nas texturas quanto a conversão pb pelo lightroom.
Na minha opinião, a diferença chega a ser gritante
ps.1: O menor microcontraste da conversão pb via SPP pode ser desejável para retratos. Inclusive eu utilizei essa conversão para suavizar a pele no autoretrato colorido com uma parede grafitada que anexei alguns posts atrás.
ps.2: Uma conversão pb utilizando 100% do canal vermelho, por exemplo, é capaz escurecer o céu em fotos de paisagem ou arquitetura. É o equivalente digital a ter um filtro vermelho em frente a lente de uma câmera analógica equipada com filme preto e branco.
O céu mais escuro, por sua vez, pode ser desejável para efeitos dramáticos ou para trazer destaque para objetos que possam estar com pouco contraste em relação ao céu.
Entretanto, eu descobri por esses testes que escurecer o céu utilizando o Mixer BW do Lightroom pode produzir resultados mais flexíveis.