Vou dar meu pitaco nessa discussão.
Empresa estatal só começa a dar resultado positivo quando sua gestão é dissociada do poder político. O papel do governo não é gerir empresas.
Nada contra o estado ser acionista, até mesmo majoritário, desde que se comporte como acionista, ou seja, cobrando resultados e exigindo as cabeças dos responsáveis quando tais resultados não aparecem. é isso que um acionista faz. Caso contrário, não precisa das ações.
Vejam o exemplo da Embraer. Uma empresa que foi privatizada e na qual o governo é hoje acionista com direito a veto, mas não administra a empresa. Resultado? a Embraer é a 4ª maior empresa de aviação civil do mundo.
Do outro lado temos a Petrobras, onde o governo não apenas é acionista, como também detém maioria no conselho e o comando administrativo é definido por indicação política. O resultado disso nós já sabemos.
No caso dos Correios, o problema vai muito além da competência na gestão empresarial. O problema maior dos Correios é que seu quadro é formador por funcionários públicos, cheios de proteções regidas por Lei. Não existe gestão capaz de fazer uma categoria repleta de direitos intocáveis funcionar. Pode colocar quem for no comando dos Correios, o serviço continuará sendo ruim porque o quadro funcional é ruim. E como o funcionário não se sente pressionado a melhorar o desempenho (afinal sabe que não será dispensado), a coisa simplesmente não avança.
A ECT é hoje uma máquina grande, pesada, lenta e ineficiente. E o gestor não tem o poder de mudar isso porque está tudo amparado por Lei.
Não tenho tara por privatizações, mas no caso dos Correios é a única solução.
Em tempo, sou servidor público (e não funcionário público) há 30 anos. Sei o que estou falando.
Grande e forte abraço a todos.