Talvez, nos primórdios da fotografia, os pintores também tenham percebido que a relação velocidade-custo-desempenho-facilidade já não eram mais propriedade deles...
Mas dos fotógrafos. Passou a ser deles a RESPONSABILIDADE de "retratar" da forma mais exata possivel.
Quanto a eles, acabaram ficando livres para...darem ao mundo, as cores e formas que bem entendessem.
E nascia o tal do relativismo estético...(as implicações disso, acredito que daria assunto para longas discussões).
Agora, voltando a 2018, e até a aquele tópico do Léo Terra, fico imaginando como a evolução da aquisição da imagem acabou dando formas diferentes a forma como percebemos as imagens.
Cameras cada vez mais melhores, com algoritmos automáticos cada vez mais poderosos e capacidades de pós processamento e manipulação de imagens cada vez mais amplas. Quantidades fantásticas de possibilidades para "atingir a perfeição".
Aí, de repente, observamos a nossa incrível IRRACIONALIDADE.
Aquela que A-D-O-R-A, por nenhum motivo que faça sentido, um belíssimo relógio de pulso, mecânico, à corda...com toda a sua FALTA DE EXATIDÃO...
Completamente...dispensável, bastando apenas olhar para a tela do celular (que todos, invariavelmente carregam para todo lado).
Ou que se apaixona ou briga até, por causa dos seus LPs, valvulados e afins, com todo o espaço que ocupam, com os ruidos, chiados, estalos por estática.
E...o filme fotográfico e TODAS as suas imperfeições.