Acho que o problema maior é confundirem a distorção de perspectiva que acaba caindo no termo infeliz de perspectiva aparente.
Anos atrás, em um site que eu mantinha, usei uma série de imagens feitas com diversas objetivas, que se me recordo bem, veio de um panfleto antiquissimo da Pentax ou da Olympus. Eram umas 8 imagens desde 21mm até 300mm. Me dei o trabalho de escanear todas elas, fazer um retangulo isolando uma determinada área em cada uma e depois fazendo o crop e ampliando, justamente para mostrar isso.
Uns anos depois fiz uma demonstração para o curso de geometria descritiva criando uma cena usando o Blender/Pov Ray, mas simulando as objetivas apenas pelo seu angulo de visão e distância, pois com isso o fator distorção ótica não influenciava. O resultado foi exatamente o mesmo.
Acho que o que acontece é que quando se leva em conta as distorções, a percepção final é que como a aparencia do quadro inteiro, sem levar em conta o crop, dá a impressão de uma perspectiva diferente, daí o termo perspectiva aparente. Aparente não é real, apenas a maneira de como o cérebro ve a imagem, ou seja, uma ilusão sensorial. Isso sempre foi uma briga tanto na hora de explicar quanto de entender. Isso tudo tem muito a ver com a época do filme que a pessoa fazia duas fotos no mesmo tamanho da mesma cena com uma GA e uma tele e tinha a impressão de que havia realmente uma compressão dos planos porque o primeiro plano aparecia no caso da GA e não aparecia no caso da tele, sendo o caso mais extremo aquelas fotos do por do sol ou da lua e montanhas ao longe. A impressão que dá é que realmente houve uma compressão porque a nossa experiencia sabe que a lua não é daquele tamanho.
No mundo digital, com a facilidade de fazer recortes e redimensionar, isso foi exposto de uma maneira muito mais visível e fácil de entender, tanto que se você tiver uma câmera com um sensor de uma resolução imensa, teoricamente poderia usar uma GA e sair cropando a imagem, simulando outros comprimentos focais. Obviamente isso não é prático porque aí entram problemas como nitidez da lente, difração, etc.
P.S.
Imagina simular a cena em 3D nessa época com um PC 386 ou 486.... Cada quadro demorava mais de uma hora para ser gerado !
Não lembro direito mas deve ter sido entre 1987 e 1989. O tempo voa.