Vocês conhecem Mayra Andrade ? Mayra é cubana, radicada em Cabo Verde e grava em crioulo... Só digo que é das boas e deixo o resto pra vocês descobrirem.
Dos músicos atuais brasileiros destaco Chico Cesar, Mariana Aydar, Roberta Sá, Zeca Baleiro, Maciel Melo, Marcelo Jeneci, Petruchio Amorim, a paulista Tulipa Ruiz, Ana Carolina. São minoria, podem não ser tão bons quanto os artistas de 40 anos atrás, quando o tempo não era tão tecnológico e tão globalizado.
A Paraíba tem os seus na contribuição da música:
Zé Ramalho, autor de Avohai, parceiro do pernambucano Otacílio Batista, considerado o maior poeta repentista;
Cátia de França, artistas dos anos 70/80 de quem Elba Ramalho gravou as músicas Canto das Araras e Kukukaya. Gravada por Xangai, Chico Cesar, Amelinha;
Sivuca, considerado o maior acordeonista brasileiro;
Jackson do Pandeiro, considerado o maior musico ritmista;
Canhoto da Paraíba, habilidoso ao tocar o violão de trás pra frente por ser canhoto;
Cassiano, campinense, precursor da musica Soul no Brasil, autor de "A Lua e Eu" gravada por Tim Maia, "Eu Amo Você" e outras;
Chico Cesar, o maior compositor atual da Paraíba
Paralamas do Sucesso, banda do tempo em que o rock nacional tinha espaço nas paradas internacionais;
Zé Calixto, sanfoneiro autor de Escadaria, um dos forrós tradicionais que todo forrozeiro de verdade gosta;
Déo do Baião, resgatado por Xangai na regravação de Serra da Borborema e de Balanço da Sereia;
Antônio Barros e Cecéu. Juntos eles tem mais de mil composições. Sou o Estopim, É Proibido Cochilar, Bate Coração, Brincadeira na Fogueira, Por Debaixo dos Panos, Bulir com Tú, Homem com H.
No interior da Paraíba existe a raiz cultural de certa forma preservada. Nas zonas rurais em tempos de festas juninas se toca baião, xote, xaxado na forma tradicional com sanfona, triângulo e zabumba. Nos grandes centros (Campina Grande e João Pessoa) se toca o mais comercial banalizado possível. Ando pelo RN e vejo que temos as raízes culturais ainda presentes no meio social.
Também nos últimos anos após o Mangue Beat de Chico Science surgiram músicos de bom quilate no cenário pernambucano. Mais tarde aconteceu no cenário paraibano após apoio do governo estadual para a cultura. Seu Pereira, Coletivo 401, Val Donato, Escurinho são os representantes. A musica deles não é ruim, é urbana, de bairro, sem aquela projeção nacional de uma MPB.
No meio da banalização tem as idiotices:
1.O carinha aparece "de paraquedas" com x milhão de discos vendidos, carro importado, mansão e mulherada (ohhh) e de repente ninguém nem escuta mais falar no nome. Como se dinheiro e aparência fosse sinônimo de Ser.
2. Cantam com a voz esganada. Cantam não, gritam. Não são profissionais, não são artistas e não podem viver disso. O som é manjado, não tem historia nas letras, nada que eleve a alma, o estado de espírito.