Autor Tópico: Smartphones estão prejudicando o mercado de câmeras?  (Lida 21551 vezes)

Leo Terra

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Online: 19 de Novembro de 2018, 11:41:42
Estava navegando hoje e me deparei com essa matéria que traz uma pesquisa onde 76% das pessoas acreditam que os smartphones estão prejudicando o mercado de câmeras. O que vocês acham?

https://pplware.sapo.pt/gadgets/76-acha-que-os-smartphones-tem-prejudicado-o-mercado-das-camaras-fotograficas/
Leo Terra

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Lindsay

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Resposta #1 Online: 19 de Novembro de 2018, 11:58:43
Eu acho que antes de tudo ou acima de qualquer coisa, smartphone é uma câmera portátil. Obviamente que destruiu, derrubou as vendas de câmeras compactas. Deve ter tbm mordido uma parcela de vendas das câmeras maiores, por que tem gente que acredita em smartphone e vive feliz com ele. Ah, tem gente que não acredita tbm.
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Marcelo Sakamoto

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Resposta #2 Online: 19 de Novembro de 2018, 12:05:36
Sem dúvida alguma.

E MAIS: acredito que há um outro efeito "indireto" das imagens obtidas com celulares.

PESSOALMENTE acredito que a alta quantidade de imagens geradas e espalhadas por aí, está gerando uma espécie de "saturação" das pessoas.
Já faz um tempo, que comecei a acreditar que a busca de imagens cada vez mais "extremas" e mesmo "incomuns", era parte de uma tentativa de impressionar visualmente. Devido a um "amortecimento" causado pelo excesso de imagens.


Marcelo Sakamoto

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Resposta #3 Online: 19 de Novembro de 2018, 12:12:25
Outro dia, vi um video de um professor de ortopedia da USP, comentando sobre as mudanças no comportamento dos médicos atuais, da tal "geração Y".

Um dos pontos comentados por ele, que achei muito interessante, era sobre a mudança do VALOR DA RETENÇÂO do CONHECIMENTO, que existia nas gerações anteriores e nas atuais.

A idéia geral era a de que, como a aquisição do conhecimento pelas gerações anteriores era "penosa" (vinha de livros, era necessário buscar em bibliotecas, a propria busca por artigos e revistas especializadas era complicada e lenta), o fato de conseguir GUARDAR esse conhecimento adquirido possuia um valor intrinsico.

Mas, para as gerações que já cresceram com as "facilidades" dos sistemas de busca pela internet, o conhecimento (na verdade, a informação) está ACESSIVEL FACILMENTE. Assim, não faz sentido, para a geração "Y", a retenção do conhecimento. É algo SEM VALOR.



Lindsay

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Resposta #4 Online: 19 de Novembro de 2018, 12:17:41
Outro dia, vi um video de um professor de ortopedia da USP, comentando sobre as mudanças no comportamento dos médicos atuais, da tal "geração Y".

Um dos pontos comentados por ele, que achei muito interessante, era sobre a mudança do VALOR DA RETENÇÂO do CONHECIMENTO, que existia nas gerações anteriores e nas atuais.

A idéia geral era a de que, como a aquisição do conhecimento pelas gerações anteriores era "penosa" (vinha de livros, era necessário buscar em bibliotecas, a propria busca por artigos e revistas especializadas era complicada e lenta), o fato de conseguir GUARDAR esse conhecimento adquirido possuia um valor intrinsico.

Mas, para as gerações que já cresceram com as "facilidades" dos sistemas de busca pela internet, o conhecimento (na verdade, a informação) está ACESSIVEL FACILMENTE. Assim, não faz sentido, para a geração "Y", a retenção do conhecimento. É algo SEM VALOR.
Exatamente, vejo isso aqui todos os dias em minhas filhas. Se é fácil buscar, não precisa guardar. Por um lado isso é bom, e por outro é péssimo, mas é difícil encontrar o ponto de equilibro.

Conhecimento importa mais que equipamento.


Marcelo Sakamoto

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Resposta #5 Online: 19 de Novembro de 2018, 12:28:26
Se a idéia puder ser extrapolada para as imagens e fotografias, as "facilidades" na aquisição e os multiplos recursos automáticos pode, de repente, gerar uma espécie de "desvalorização".

INCLUSIVE nas próprias imagens:

O carinhos e cuidado com que eram guardas as fotos dos nossos avós e pais, por exemplo: eram confeccionados albuns luxuosos, em estojos, e guardados como objetos de valor.

Fotos adquirdas nos celulares, por exemplo, são deixas a propria sorte: nem sequer o cuidado em fazer backup é tido como prioritário. Perdeu as fotos, acabou.

Ou os momentos em que o celular ficam sem memoria, e as imagens são sistematicamente apagadas, sem dó...



RFP

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Resposta #6 Online: 19 de Novembro de 2018, 12:50:05
Mercado é coisa dinâmica. O de smartphones cresceu muito, o de câmeras mirrou, natural.

Aparelhos que o smartphone tornou obsoletos:

  • câmera fotográfica
  • MP3/Walkman
  • câmera de vídeo
  • gravador de audio
  • palmtop
  • videogame portátil
  • GPS

Claro, ainda existem grupos de usuários que preferem equipamentos dedicados para essas funções em vez de smartphones, mas viraram nichos restritos. Para a grande massa, tudo isso aí já era.


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Resposta #7 Online: 19 de Novembro de 2018, 13:27:23
Fotos adquirdas nos celulares, por exemplo, são deixas a propria sorte: nem sequer o cuidado em fazer backup é tido como prioritário. Perdeu as fotos, acabou.

Ou os momentos em que o celular ficam sem memoria, e as imagens são sistematicamente apagadas, sem dó...

Como assim? Vai tudo pra nuvem, você troca de aparelho e as fotos já estão lá. ICloud, Google Photos... Não dá mais pra perder fotos.


C R O I X

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Resposta #8 Online: 19 de Novembro de 2018, 15:13:18
Outro dia, vi um video de um professor de ortopedia da USP, comentando sobre as mudanças no comportamento dos médicos atuais, da tal "geração Y".

Um dos pontos comentados por ele, que achei muito interessante, era sobre a mudança do VALOR DA RETENÇÂO do CONHECIMENTO, que existia nas gerações anteriores e nas atuais.

A idéia geral era a de que, como a aquisição do conhecimento pelas gerações anteriores era "penosa" (vinha de livros, era necessário buscar em bibliotecas, a propria busca por artigos e revistas especializadas era complicada e lenta), o fato de conseguir GUARDAR esse conhecimento adquirido possuia um valor intrinsico.

Mas, para as gerações que já cresceram com as "facilidades" dos sistemas de busca pela internet, o conhecimento (na verdade, a informação) está ACESSIVEL FACILMENTE. Assim, não faz sentido, para a geração "Y", a retenção do conhecimento. É algo SEM VALOR.

Conhecimento eh um bem de valor. Entao vou repetir o que eu acabei de escrever em outro topico, quanto maior a oferta de um bem, menos valorizado ele sera.

Se a idéia puder ser extrapolada para as imagens e fotografias, as "facilidades" na aquisição e os multiplos recursos automáticos pode, de repente, gerar uma espécie de "desvalorização".

INCLUSIVE nas próprias imagens:

O carinhos e cuidado com que eram guardas as fotos dos nossos avós e pais, por exemplo: eram confeccionados albuns luxuosos, em estojos, e guardados como objetos de valor.

Fotos adquirdas nos celulares, por exemplo, são deixas a propria sorte: nem sequer o cuidado em fazer backup é tido como prioritário. Perdeu as fotos, acabou.

Ou os momentos em que o celular ficam sem memoria, e as imagens são sistematicamente apagadas, sem dó...

Eu mesmo cobro mais caro quando o cliente quer exclusividade da imagem, pq passa a ser um bem limitado. Tal como cobro mais caro para fotos com edicao limitada.  Conhecimento nao eh diferente.

Mercado é coisa dinâmica. O de smartphones cresceu muito, o de câmeras mirrou, natural.

Aparelhos que o smartphone tornou obsoletos:

  • câmera fotográfica
  • MP3/Walkman
  • câmera de vídeo
  • gravador de audio
  • palmtop
  • videogame portátil
  • GPS

Claro, ainda existem grupos de usuários que preferem equipamentos dedicados para essas funções em vez de smartphones, mas viraram nichos restritos. Para a grande massa, tudo isso aí já era.

Adiciona scanner, lanterna e dispertador nessa lista.
« Última modificação: 19 de Novembro de 2018, 15:18:42 por C R O I X »


bjp77

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Resposta #9 Online: 19 de Novembro de 2018, 16:23:42
Recentemente discuti com um colega e ele decidiu por comprar um smartphone ao invés de uma câmera, justo pra não ter que estudar o domínio da máquina e da técnica de fotografar. O aparelho custou mais caro que uma DSLR de entrada e ele sequer parou pra pensar isso. Pra essas pessoas o que conta é a facilidade de tirar e expor a foto (compartilhar). Por outro lado não se cria memória afetiva destas fotos fáceis, simplesmente apaga e faz outra por cima. As pessoas não sabem mais onde revelar fotos também e sim, existem laboratórios espalhados e filmes ainda são fabricados.

Várias pessoas não tem consciência de dar 4000 pilas num celular, não sabem que uma câmera custa menos e faz mais possibilidades e melhor. Existe um analfabetismo em torno de tantos megapixels que um aparelho registra fotos, onde não se sabe interpretar o juízo de valor quando se fala em megapixels ou na real capacidade do equipamento.

É o preço dessas mudanças culturais, mas por outro lado há pessoas que ainda se interessam nos antigos métodos. Há a facilidade de ingressar em cursos de fotografia, onde tem quem use celular, pode-se ingressar em grupos de fotógrafos e assim desenvolver uma noção de que nem tudo se limita ao celular.

No grupo de trilhas que participo, de oitenta pessoas três tem câmera. Postei algumas fotos comparando câmera com celular, relatei custos pra trazer um pouco de noção.
Canon Rebel T5
EF-S 18-55 + EF-S 75-300
Valdai Helios 44M-4 + KMZ Tair-3S + Industar61 LZ
Canon T50 Lente 50 mm f1.8 1983 restauro


bjp77

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Resposta #10 Online: 19 de Novembro de 2018, 16:26:23
Adicione nesta lista fax, bina, agenda, a tekpix e todas as funções dela, toca-fitas.
Canon Rebel T5
EF-S 18-55 + EF-S 75-300
Valdai Helios 44M-4 + KMZ Tair-3S + Industar61 LZ
Canon T50 Lente 50 mm f1.8 1983 restauro


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Resposta #11 Online: 19 de Novembro de 2018, 16:30:41
Várias pessoas não tem consciência de dar 4000 pilas num celular, não sabem que uma câmera custa menos e faz mais possibilidades e melhor. Existe um analfabetismo em torno de tantos megapixels que um aparelho registra fotos, onde não se sabe interpretar o juízo de valor quando se fala em megapixels ou na real capacidade do equipamento.

É o preço dessas mudanças culturais, mas por outro lado há pessoas que ainda se interessam nos antigos métodos. Há a facilidade de ingressar em cursos de fotografia, onde tem quem use celular, pode-se ingressar em grupos de fotógrafos e assim desenvolver uma noção de que nem tudo se limita ao celular.

Mas por que as pessoas seriam obrigadas a aprender sobre isso? Em quantas atividades a gente se aprofunda, estuda? Na maior parte delas a gente só quer o resultado. A gente se aprofunda em culinária, escrita, oratória, pintura, jardinagem, mecânica de automóveis, arquitetura, design, carpintaria? Não, a gente escolhe uma ou outra atividade como hobby, as outras a gente só quer o resultado sem preocupação mesmo.
« Última modificação: 19 de Novembro de 2018, 16:33:04 por RFP »


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Resposta #12 Online: 19 de Novembro de 2018, 16:32:11
Duplicado.
« Última modificação: 19 de Novembro de 2018, 16:32:29 por RFP »


Di Torres

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Resposta #13 Online: 19 de Novembro de 2018, 16:40:21
Outro dia, vi um video de um professor de ortopedia da USP, comentando sobre as mudanças no comportamento dos médicos atuais, da tal "geração Y".

Um dos pontos comentados por ele, que achei muito interessante, era sobre a mudança do VALOR DA RETENÇÂO do CONHECIMENTO, que existia nas gerações anteriores e nas atuais.

A idéia geral era a de que, como a aquisição do conhecimento pelas gerações anteriores era "penosa" (vinha de livros, era necessário buscar em bibliotecas, a propria busca por artigos e revistas especializadas era complicada e lenta), o fato de conseguir GUARDAR esse conhecimento adquirido possuia um valor intrinsico.

Mas, para as gerações que já cresceram com as "facilidades" dos sistemas de busca pela internet, o conhecimento (na verdade, a informação) está ACESSIVEL FACILMENTE. Assim, não faz sentido, para a geração "Y", a retenção do conhecimento. É algo SEM VALOR.

Isso é um efeito bem interessante que está acontecendo.
Eu acho incrível, e acho que será exatamente essa mudança de comportamento que irá desencadear a maior metamorfose dos sistemas de ensino já vista pela humanidade.

Essa é a primeira geração que saber perguntar tem mais valor do que saber responder.
E, filosoficamente falando, o poder de uma pergunta realmente vale mais do que uma resposta.
É através de perguntas que evoluímos, não de respostas.
« Última modificação: 19 de Novembro de 2018, 16:41:15 por Di Torres »


C R O I X

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Resposta #14 Online: 19 de Novembro de 2018, 16:42:51
Mas por que as pessoas seriam obrigadas a aprender sobre isso? Em quantas atividades a gente se aprofunda, estuda? Na maior parte delas a gente só quer o resultado. A gente se aprofunda em culinária, escrita, oratória, pintura, jardinagem, mecânica de automóveis, arquitetura, design, carpintaria? Não, a gente escolhe uma ou outra atividade como hobby, as outras a gente só quer o resultado sem preocupação mesmo.
Spot on.

Recentemente discuti com um colega e ele decidiu por comprar um smartphone ao invés de uma câmera, justo pra não ter que estudar o domínio da máquina e da técnica de fotografar. O aparelho custou mais caro que uma DSLR de entrada e ele sequer parou pra pensar isso. Pra essas pessoas o que conta é a facilidade de tirar e expor a foto (compartilhar). Por outro lado não se cria memória afetiva destas fotos fáceis, simplesmente apaga e faz outra por cima. As pessoas não sabem mais onde revelar fotos também e sim, existem laboratórios espalhados e filmes ainda são fabricados.

Várias pessoas não tem consciência de dar 4000 pilas num celular, não sabem que uma câmera custa menos e faz mais possibilidades e melhor. Existe um analfabetismo em torno de tantos megapixels que um aparelho registra fotos, onde não se sabe interpretar o juízo de valor quando se fala em megapixels ou na real capacidade do equipamento.

É o preço dessas mudanças culturais, mas por outro lado há pessoas que ainda se interessam nos antigos métodos. Há a facilidade de ingressar em cursos de fotografia, onde tem quem use celular, pode-se ingressar em grupos de fotógrafos e assim desenvolver uma noção de que nem tudo se limita ao celular.

No grupo de trilhas que participo, de oitenta pessoas três tem câmera. Postei algumas fotos comparando câmera com celular, relatei custos pra trazer um pouco de noção.

Amaneira que eu vejo eh que antes ter uma "camera profissional" dava mais status. Hoje todo mundo eh fotografo e qualquer um pode ter um DSLR, logo ja nao tem o mesmo status de antes. Ter um celular novo hoje da mais status.

Essas pessoasestao pagando pelo status, nao pelo celular, nao pela camera, nao pela facilidade e nem pela foto.
« Última modificação: 19 de Novembro de 2018, 16:44:25 por C R O I X »