Pra mim os caras conseguiram fazer uma câmera com todo o "espírito e raciocínio analógico" de uma rangefinder, assistida por um monte de coisas que só mesmo uma câmera digital moderna pode proporcionar.
Eu nunca fui apaixonado por rangefinder, mas tenho vários amigos que são loucos pelo estilo de fotografar com essas câmeras. Parabéns para a Fuji que sacou essa lacuna no mercado, e depois de algumas tentativas e formatou esse produto bem maduro, muito bacana mesmo.
É como se eu tivesse sentido o cheiro de comida da casa da vovó, voltei no tempo com essa câmera.
Uma característica da
X-Pro 3, que aparentemente não foi comentada aqui no fórum, é que se trata de uma câmera construída para durar muitos anos. O que significaria "...
muitos anos..." para uma câmera digital? Dois exemplos que presenciei em Veneza, durante o "Carnevale" talvez possam ilustrar o que estou tentado dizer. O primeiro foi em 2017; eu estava na
Piazza San Marco e fui abordado por um senhor de meia idade que se mostrou muito curioso a respeito da câmera que eu estava usando naquele momento. Era a minha
X-T1 e ele a confundiu com uma câmera de filme! rsrsrs. Depois que eu liguei a câmera e mostrei-lhe o monitor LCD é que ele percebeu que se tratava de uma digital. Ficamos conversando por vários minutos e ele me explicou que utilizava câmeras
Fujica (SLR 35mm) na época do filme (dai o motivo dele ter se interessado pela X-T1 - ela lembra bastante as
Fujica da década de 80...). Mas, voltando ao assunto original, percebi que ele estava usando uma
Canon EOS 20D (isso mesmo; a 20D, uma câmera que foi lançada em 2004!!!) e a câmera parecia nova, de tão bem cuidada!!! A 20D foi fabricada entre 2004 e 2006, portanto estou falando que vi, em 2017, uma câmera digital fabricada há pelo menos 11 anos e que estava funcionando perfeitamente!
O segundo exemplo vi no passado - uma Nikon D2x em plena atividade. A D2x também foi lançada em 2004 e eu tive uma, há pouco mais de uma década (comprada usada). Foi uma das poucas
Nikon que me deixou saudades, não tanto pela qualidade de imagem (não era recomendável fotografar acima de ISO 800) mas, principalmente pela qualidade construtiva e pela ergonomia!
A
Fujifilm lançou a linha "
X" com objetivas intercambiáveis (
X-Pro 1) em 2012. Se as
Fuji X (e
GFX) serão tão duráveis quanto às
Canikon (profissionais) e
Leica M a ponto de continuarem funcionando por uma década ou mais, ainda não sabemos
. Mas com a
X-Pro 3, a
Fujifilm declarou que quis colocar no mercado uma câmera capaz de continuar funcionando por muito tempo após ter sido fabricada / adquirida. Transcrevo abaixo partes do artigo da
Fujifilm (com
destaques):
"...
The first time I took an interest in the aging process for digital cameras was when I saw Charlene Winfred’s X-Pro1..."
"...
Semiconductor performance doubles every two years. As Moore’s Law famously predicts, two years will see amazing advances in the performance of the main components—the sensors and processors— used in the construction of digital cameras. And now that the market for second-hand cameras has reached the general public, we not uncommonly see consumers upgrading to a new model before their current camera has had a chance to get old.
What, then, does it mean to go on using the same camera for a long time? I found the answer in Charlene’s X-Pro1 with the XF35mmF1.4 lens—a camera with truly impressive presence, a camera that seemed to say that what counts is whether you like something, love something, not whether it is old or new. I found it most persuasive..."
...
"...
Since then, I’ve come to the opinion that the best cameras are those that last the longest. From a business perspective, a long product-replacement cycle represents a loss, but I find it strange to be planning the sale of a new model the minute a customer buys the current one.
That’s how, when it came time to draft a product and promotion plan for the X-Pro2, I hit upon the idea of using an image of an old and worn X-Pro2 in the catalog. The message was, “Please keep using this product till it looks like this.” It generated a good response, but it also made me feel uneasy for reasons I couldn’t express..."
"...
This is not to say that this is the reason we chose to clad the X-Pro3 in titanium—we did it because it is tough and rugged. During development, we also learned about the Duratect™ process. Although titanium is itself quite hard, it achieves hardnesses as high as 1500 HV when coated with DURA Silver and 1200 HV when coated with DURA Black—seven to ten times harder than stainless steel and second only to materials such as diamond or sapphire, rendering it virtually impervious to damage from ordinary files and blades (“HV” = “Vickers Hardness Units”, a measure of hardness). These are the two colors I recommend to customers who intend to cherish their cameras, as these options will allow them to enjoy a beautiful finish that takes advantage of the titanium base..."
"...
One cannot deny that with age comes beauty—it’s why we offer a half-matte black option. But neither can we stop progress, and that’s why the half-matte black model also features titanium cladding. Any scratches or peeling paint will reveal either gray magnesium or the metallic shine of the base titanium, each of which have their own peculiar beauty.
These are the three choices before us. You’ll have a good reason to go on using your camera for many years, whichever you choose..."
O artigo original pode ser lido aqui:
https://fujifilm-x.com/en-us/stories/x-pro3-stories-3-aged-or-damaged/Uma curiosidade, os acabamentos "DURA" da
X-Pro 3 são obtidos através do processo "
Duratect™" que foi desenvolvido e patenteado pela fabricante japonesa de relógios
Citizen. Um acordo entre a
Citizen e a
Fujifilm permitiu a utilização do processo
Duratect™ na fabricação das
X-Pro 3.
Será que veremos este acabamento nas futuras gerações "
X" e "
GFX"?
A
X-Pro 3, no acabamento "
DURA Silver" é realmente muito liiinda
Boa leitura e boa semana a todos