Autor Tópico: Jovem negro sai para fotografar e é perseguido como suspeito por moradores  (Lida 4375 vezes)

Lindsay

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Resposta #15 Online: 13 de Outubro de 2019, 13:31:59
Se esse rapaz estivesse passando por ali sem a câmera penso que nada teria acontecido. O problema que desencadeia a confusão é a atitude de fotografar. Somando ao fato de ser negro, desencadeia essa discussão.

Minha opinião.
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AFShalders

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Resposta #16 Online: 13 de Outubro de 2019, 18:35:59
Se esse rapaz estivesse passando por ali sem a câmera penso que nada teria acontecido. O problema que desencadeia a confusão é a atitude de fotografar. Somando ao fato de ser negro, desencadeia essa discussão.

Minha opinião.

Idem.


felipemendes

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Resposta #17 Online: 14 de Outubro de 2019, 11:50:44
Se esse rapaz estivesse passando por ali sem a câmera penso que nada teria acontecido. O problema que desencadeia a confusão é a atitude de fotografar. Somando ao fato de ser negro, desencadeia essa discussão.

Minha opinião.

Possivelmente não. Se estivesse sem a câmera, se estivesse com roupas limpas e arrumadas, se estivesse olhando pra baixo, se estivesse passando do outro lado da calçada, etc. Nunca sabemos o que vai acionar o "sistema de ataque" de algumas pessoas. É mais ou menos como o estupro: "se estivesse com roupa mais recatada", "se não estivesse andando sozinha na rua", etc... Em todos os casos, é como dizem: melhor não chamar atenção...


Lindsay

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Resposta #18 Online: 14 de Outubro de 2019, 17:32:41
Possivelmente não. Se estivesse sem a câmera, se estivesse com roupas limpas e arrumadas, se estivesse olhando pra baixo, se estivesse passando do outro lado da calçada, etc. Nunca sabemos o que vai acionar o "sistema de ataque" de algumas pessoas. É mais ou menos como o estupro: "se estivesse com roupa mais recatada", "se não estivesse andando sozinha na rua", etc... Em todos os casos, é como dizem: melhor não chamar atenção...
:ok:
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bjp77

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Resposta #19 Online: 15 de Outubro de 2019, 11:02:11
Possivelmente não. Se estivesse sem a câmera, se estivesse com roupas limpas e arrumadas, se estivesse olhando pra baixo, se estivesse passando do outro lado da calçada, etc. Nunca sabemos o que vai acionar o "sistema de ataque" de algumas pessoas. É mais ou menos como o estupro: "se estivesse com roupa mais recatada", "se não estivesse andando sozinha na rua", etc... Em todos os casos, é como dizem: melhor não chamar atenção...

No Brasil não existe "coletivo" (recurso B pertence ao coletivo). No Brasil existe a noção "é meu", "eu sou o dono". Vemos isso todo dia quando estacionam carros na via de fluxo, mesmo tendo uma calçada rebaixada bem ao lado. Quando furam fila também. Ou quando querem tirar uma mulher da fila de prioridade sem nem sequer perceber que ela está gestante - quiseram fazer isso com a minha.
Essa sensação de posse pelo outro (o cara com a câmera) acho que é o que incomoda, ainda somado à cor da pele.

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Roberto Dellano

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« Última modificação: 20 de Outubro de 2019, 18:13:13 por Roberto Dellano »




felipemendes

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Resposta #22 Online: 21 de Outubro de 2019, 12:29:14
Sensacionalismo ao extremo.  :no:


Infelizmente sim. E este tipo de coisa banaliza a história. Enfim, logo vai aparecer gente querendo contratar este garoto pra fotografar, por causa da história.


Não sei o quanto das notícias dos EUA aparecem na mídia brasileira, mas estes dois casos aconteceram recentemente aqui no Texas:
https://www.washingtonpost.com/nation/2019/09/24/steamy-chat-distracted-an-officer-when-she-entered-wrong-apartment-killed-man-prosecutors-say/


https://www.npr.org/2019/10/13/769891781/fort-worth-officer-kills-woman-in-her-bedroom-in-response-to-open-structure-call


Caso 1: uma policial (branca) entra em casa, vê um homem (negro) lá dentro, atira e mata o sujeito. Só que ela entrou no apartamento errado, e entrou na casa do vizinho, que estava sentado vendo TV.


Caso 2: A polícia foi chamada por um número de não-emergência (equivalente a ligar pra delegacia ao invés de 190) porque uma porta de uma casa parecia aberta e a luz acesa às 2 da manhã. O policial chega, força a porta (a porta de madeira estava aberta, mas havia uma porta de vidro, que estava fechada), e a mulher (também negra), que estava jogando videogame com o sobrinho, levanta e vai ver o que está acontecendo. O policial vê movimento dentro da casa e mata a mulher.


Podia acontecer com qualquer um? Podia. Só que, por estes dois casos, parece que "qualquer um" costuma ser negro.


Lindsay

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Resposta #23 Online: 21 de Outubro de 2019, 12:45:15

Infelizmente sim. E este tipo de coisa banaliza a história.

Acho que esse é o maior problema, um assunto sério como o racismo, não merece ser banalizado.

Tem outros componentes ai que acabam ficando em segundo plano mas que precisam ser avaliados, como a injuria/calunia, o preconceito e a exclusão social, a circulação de fake news com a velocidade das redes sociais.

Aqui em Sampa o preconceito vai além da questão racial, acontece o mesmo com os pobres, os mau vestidos, os mendigos, os nordestinos, etc...

Eu participo de grupos no waizapp de amigos aqui de minha região, vez em quando recebo videozinhos mostrando pessoas que circulam o bairro e são ditos como assaltantes, sequestradores e estupradores de mulheres, etc...

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Leonardo Tonin

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Resposta #24 Online: 21 de Outubro de 2019, 15:47:16
No Brasil acho que é racismo,  Ignorancia e medo.
« Última modificação: 21 de Outubro de 2019, 15:48:03 por Leonardo Tonin »


LeandroR

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Resposta #25 Online: 21 de Outubro de 2019, 17:53:09
Ernesto, eu concordo com você que há muito sensacionalismo e mimimi nos dias atuais, porém não há como glorificar o passado como se questões de preconceito (e aqui me refiro a homofobia, racismo, machismo, etcs) surgiram apenas nos últimos anos. Existiu e era muito mais frequente e inclusive percebido como natural, o que não quer dizer que não era errado.

A minha crítica hoje em dia é pela maneira que alguns grupos optam por combater esses preconceitos. Muitas vezes fico com a impressão que o objetivo é realmente fomentar esse sentimento de nós contra eles em vez de buscar mitigar a intolerância.


Vinicius Lima

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Resposta #26 Online: 21 de Outubro de 2019, 20:10:00
Chegamos a um ponto onde:
- se a pessoa nunca transou com alguém do mesmo sexo, ela é acusada de homofóbica
e
- se a pessoa nunca transou com alguém de outra etnia, ela é acusada de racista
e
- se a pessoa disser que não tem nenhum estuprador na família e que nunca conheceu um estuprador no bairro aonde ela cresceu... então, na lógica MIMIMI, essa pessoa está negando que o estupro existe   :ponder:



Triste e verdadeiro. :(


Leonardo Tonin

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Resposta #27 Online: 22 de Outubro de 2019, 04:58:39
     Com a internet as pessoas foram desafiadas com algo que nao esperavam... O dialogo.

 Lembro de uma epoca que trabalhei em um supermercado, onde uma crente falava mal de indios e catolicos.  Aquele trabalho tirava o couro,  eu dormia destruido.  Odiar naquela situacao nao é dificil. Ter alguma cultura é.

No Brasil existem problemas, mas o pior é como o poder tem dito aos pobres para nao estudar, para mulheres nao estudar.

Vivo em outro lugar, e ja me abordaram por estar fotografando casas. Normal.

Muitas pessoas nao sao abertas para arte, exceto filmes e aulas de recreacao para criancas ou idosos.
Nao consideram area de conhecimento, apenas de gosto...

Esta visao é mais forte do que pensamos.


« Última modificação: 22 de Outubro de 2019, 05:14:23 por Leonardo Tonin »


bjp77

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Resposta #28 Online: 22 de Outubro de 2019, 11:41:27
Concordo Lindsay, e a doença é da sociedade, pois não se limita a um ou dois cidadãos. É como o machismo, ele prejudica os dois lados homem e mulher. O país é miscigenado, mas os habitantes de uma região não conhecem a realidade das outras quatro existentes no país e até não se unem entre si. Eu não tenho amigos negros, sinto falta, raciocino que este rumo atual não é desejável. Concordo que devem ter ações da política no sentido de esclarecer e fortalecer a consciência e o sentimento de igualdade. Fica difícil porque as oportunidades não são as mesmas.

Um detalhe: o estado de Pernambuco teve em sua história as invasões holandesas, portuguesas e francesas e ainda somando-se aos índios e negros africanos se deu a formação de seu povo. O carnaval de Pernambuco e a cultura em geral são  acontecimentos que refletem os movimentos feitos pelo povo e para o povo. Seriam então os pernambucanos equilibrados quanto a questão do racismo entre povos ? Tem algum pernambucano aqui neste fórum que possa melhor se posicionar sobre o tema ?
O que quero dizer com essa cultura é que ela não é promovida por instituições e voltada para engrandecer tais instituições. É feita por alguém comum, como se não tivesse dono e sim coletivo, não importando a cor da pele, a estatura, a roupa que veste ou a bandeira do time "tal".
« Última modificação: 22 de Outubro de 2019, 11:46:53 por bjp77 »
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felipemendes

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Resposta #29 Online: 22 de Outubro de 2019, 12:43:29
Concordo Lindsay, e a doença é da sociedade, pois não se limita a um ou dois cidadãos. É como o machismo, ele prejudica os dois lados homem e mulher. O país é miscigenado, mas os habitantes de uma região não conhecem a realidade das outras quatro existentes no país e até não se unem entre si. Eu não tenho amigos negros, sinto falta, raciocino que este rumo atual não é desejável. Concordo que devem ter ações da política no sentido de esclarecer e fortalecer a consciência e o sentimento de igualdade. Fica difícil porque as oportunidades não são as mesmas.


Saindo do assunto, isso é interessante, e não de uma maneira boa. Vejo muitos amigos que vivem em uma bolha: acham que escola tem que ser paga mesmo, porque a família pagou pra eles; acham que meritocracia é uma boa, porque se eles chegaram onde chegaram, qualquer um pode chegar; pior ainda, acham que porque eles não veem motivo pra reclamação, que tudo é mimimi.


Eu detesto frases do tipo "a casa grande pira quando a senzala aprende a ler", porque é uma frase mais provocativa que qualquer outra coisa, e isso arruina o diálogo. Como disse o Leo Tonin:

Com a internet as pessoas foram desafiadas com algo que nao esperavam... O dialogo.




O problema é que as pessoas nunca souberam dialogar. Enquanto viviam em mundos distantes, os problemas pareciam não existir (mas já existiam, embora alguns achem que é mimimi). Mas agora que todos convivem na internet, as pessoas se deparam com o problema de não saber se expressar, e de não saber entender.


Então, em relação ao que você falou, creio que o problema seja mais pulverizado do que vc falou: ele está nas bolhas individuais de cada um. Claro que em regiões mais ricas, a bolha pessoal de váras pessoas se junta e se reforça.


Sobre Pernanbuco, não sei opinar. Sempre quis ir, mas quando visito o Brasil, se não ficar no Rio de Janeiro, tem treta séria com a família.