A S7000
Fui dono por um ano de uma s5000, comprada apesar das ácidas críticas nas listas de discussão em que estava, e agora tenho uma s7000.
Digo isso porque desde logo ficará claro tratar-se de uma crítica favorável, e mais que isso, uma crítica de quem não apenas não se arrependeu da compra de uma câmera como a repetiu quando mudou de equipamento, naturalmente repetição em termos, pois não são câmeras da mesma categoria, mas evidentemente quis manter a mesma tecnologia.
Ao decidir pela compra da s7000 foram mais ou menos os mesmos fatores que influenciaram: o SuperCCD cuja tecnologia me agrada e em ralação ao qual desenvolvi diversas estratégias para dele obter o que tem de melhor e minimizar o que tem de pior, a configuração geral da câmera, sistema de menus, fotometria, etc, o qual é bastante parecido com os da S5000, o fato de dispor do modo RAW (natural numa prosumer) que uso quase com exclusividade, e finalmente o preço.
O que procurava? Ema câmera com a experiência fotográfica semelhante à conseguida com a s5000 com melhor resolução e melhor ótica. A s7000 é efetivamente esta câmera.
Quanto à ótica, ela é muito melhor que a da s5000/5100, inclusive porque não tenta o mesmo compromisso de superzoom. Sua lente varia de 35mm equivalentes a 210mm equivalentes, isto é: 6 vezes. Isso me atende perfeitamente, pois minhas fotos ambientais são em geral em grande angular e os retratos em teles não extremas. A lente é boa, maior diâmetro e melhor que a da s5000, resolvendo detalhes finos.
Quanto à resolução, ela é absolutamente surpreendente. De acordo com minhas últimas avaliações e comparações, inclusive com ampliações dos resolution charts dos testes do dpreview, ela ultrapassa as 8mp com sensor muito maior. A tecnologia do SuperCCD mostra nela mais rendimento que mostrava na s5000, talvez porque ajudada pela lente.
Habitualmente faço fotos em RAW convertendo para tiff 16bits em 12mp. Esta é a recomendação Fuji e é a recomendação para o uso do Adobe RAW Converter quando se trabalha com RAWs de sensores cujos pixels não são quadrados (ver ebook do Bruce Fraser). Assim não sofreo dos efeitos do JPEG muito comprimido da Fuji, embora o 12mp Fine seja muito usável para quem gosta de JPEG.
O resultado da conversão do RAW tem sido uma imagem pronta para impressão no formato de saída, 25X33, de excelente qualidade. Já fiz conversões para o máximo formado permitido pelo ARC, isto é, 28mp, e a imagem ficou bastante boa. Já fiz cópias até agora no tamanho máximo de cerca de 29 cm na maior dimensão, com um resultado maravilhoso.
Até o formato de conversão em 12mp, o ruído aparece em 100% mas não aparece na cópia. Além desse formato pode aparecer ou não, dependendo da técnica de exposição e das correções de contraste feitas. Ainda não fiz, mas me sinto seguro para fazer, de fotos bem expostas, cópias em 30X40.
Ela seguramente tem um headroom de pelo menos 1 ponto recuperável nas altas luzes através da conversão de RAW. Normalmente superexponho minhas fotos para ter menos ruído, e a regulagem do slider Exposure no Adobe RAW Converter resolve isso com -1. Essa estratégia é recomendada, inclusive na literatura, para se ter mais latitude e imagens mais limpas. Esse ponto a mais é perdido em JPEG pela aplicação do gamma, sendo um dos motivos pelos quais só fotografo em RAW.
A câmera tem uma magnífica relação custo-benefício. Custa 2/3 das demais prosumers dotadas de sensores de 8mp, mas seu desempenho é muito próximo dessas e em alguns itens superior. Um item inferior evidente é ter menor capacidade de desfoque do fundo devido ao seu sensor pequeno. Prevejo pelo menos um ano de uso dela, e se possível pretendo mantê-la se depois disso comprar uma DSLR.
É muito bem construída, ergonômica, fácil de usar, sólida, etc. Requer para uso diário que se compre o adaptador de filtros e lentes, pois protege o barril. Eu o uso sempre.
Gata um pouco mais de baterias que a s5000 que era muito econômica, provavelmente devido ao uso do microdrive Compact Flash. mesmo assim me viro bem com dois conjuntos de pilhas recarregáveis, e julgo que essa opção gera cãmeras mais pesadas, mas mais facilmente carregáveis de energia, sendo globalmente melhor. Ela é mais pesada que a s5000, inicialmente menos jeitosa na não (demorei um mês para me acostumar, pois a s5000 era maravilhosa em ergonomia). Contudo ela é muito boa nesse aspecto, e atribuo meu estranahmanto inicial ao costume com a outra câmera.
Possui todas as funções que se pode esperar desse tipo de câmera, como braketing (em JPEG) modos de esposição, etc, embora eu não use nada disso. O fotômetro de barrinha permite muita precisão na análise da fotometria, necessária para praticar essa superexposição relativa. O anel de regulagem do zoom não é mecânico, mas by wire, de modo que termino usando a botoeira. O foco manual com amplificação do centro tem boa utilização, dando para realmente distinguir onde está focando.
O view finder é excelente, com 235.000 pontos. É claro que não se iguala ao VGA Minolta, mas é muito bom e não causa estranhamento. As cores no viewfinder são um pouco saturadas em demasia.
O Histograma não me é muito útil, pois prefiro fotometrar para superexposição, e o histograma somente mostra uma correspondência com exposição automática. Mas existe em disparo e review.
É um pouco lenta entre uma foto e outra em RAW. Observa-se que o CF trabalha durante um bom tempo até liberar a câmera. Dá para tirar duas seguidas, mas a terceira já é problema (em RAW).
O ISO 800 em 3mp JPEG é extremamente usável, embora possa ser feito o mesmo serviço através de subexposição e levantar no conversor, reduzindo e diminuindo o ruído. Basta suberxpor 1 ponto em ISO 400. O ISO 400 como não reduz resolução, me parece ruidoso em demasia e nunca o uso.
Tranquilamente repetiria a compra hoje, três meses depois de recebê-la. Para uma câmera de 500 dólares, é excelente, e rivaliza com as de 750.